Mathias Erdtmann
Ao contrário do que parece numa primeira análise rasa, a onda verde é vantajosa para alguns produtores da OPEP, de óleos mais leves e limpos, com emissão de carbono, em um mundo que continuará dependente do óleo, sobretudo para os combustíveis pesados, como óleo diesel, assim como lubrificantes, fluidos refrigerantes, plásticos e moléculas extensas.
Eventualmente os consumidores que exigirem baixas emissões de carbono pagarão mais caro pelos óleos mais limpos, e assim se tornarão mais dependentes, e não menos, do chamado petróleo Árabe Leve.
Ao menos quatro dos membros da OPEP que mais produzem petróleo (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait, Guiné Equatorial) constam entre os 15 países de menor intensidade de carbono em sua produção.
SAUDITAS Á FRENTE – Ou seja, há países da OPEP que já se encontram estrategicamente posicionados, caso o óleo de baixo carbono seja premiado/incentivado e o de alto carbono seja sobretaxado/desincentivado.
Com a estatal Aramco, a Arábia saudita é o destaque dos destaques, tendo uma emissão de CO2 por barril de menos da metade da média mundial, ficando atrás apenas da insignificante Dinamarca, em termos de “óleo mais verde para produzir”.
O levantamento foi publicado na renomada revista Science em 2018, sob o título “Global carbon intensity of crude oil production”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Comentários desse tipo, altamente esclarecedores, fazem a diferença aqui na Tribuna da Internet, que tem contado com a participação de Mathias Erdtmann, um dos maiores especialistas do país. No caso do Brasil, estamos na contramão, porque extraímos óleos mais pesados e com teor maior de carbono. (C.N.)
Para efeito de emissão de carbono o óleo leve é menos poluidor, mas o petróleo não é só combustível., dele sai uma infinidade de produtos de difícil e até mesmo impossível de ser substituído.
Senhor Carlos Newton , aqui no Amazonas existe a Bacia de Urucu , onde é prospectado e exportado um dos óleo mais leve do mundo , que o óleo diesel , no entanto o Brasil o exporta á preço de bananas podres , e volta manufaturado a preço de ouro .
Não entendi muito bem as conclusões do autor.
O estudo que o autor se refere são as emissões de carbono para extração e transporte do petróleo até a entrada das refinarias (up stream). No Brasil, ainda há bastante queima de gás não aproveitado no “flare”, mas isso tende a diminuir com o aproveitamento e com a reinjeção do mesmo nos poços para aumentar a extração de petróleo e diminuindo, consequentemente, a emissão de CO2 pela queima do gás..
Mesmo assim, nesse estudo de 2015, em comparação com outros países, estamos bem situados. Hoje, com a maior parte do petróleo sendo extraída no pré-sal (um petróleo mais leve e com depósitos grandes), acredito que estamos bem melhores.
https://www.osti.gov/servlets/purl/1485127
Onda verde, cobre onda vermelha? Existirá quem comece e aumente a marola?
Se não estou enganado, a maioria das refinarias da BR sofreram atualizações nas duas últimas décadas para produzir derivados mais limpos, com menos teor de carbono e de enxofre. É possível obter os mesmos derivados de óleos de graus APIs diferentes, obviamente gastando mais energia e recurso com etapas adicionais de refinamento, mas é possível.
E o óleo do pré sal não é ruim, é intermediário.
Correto caro Rafael,
mas o estudo em questão refere-se a emissões de CO2 para a extração e transporte do petróleo até a porta das refinarias.
Quanto ao refino, hoje há plantas de dessulfurização que minimizam a emissão de enxofre à atmosfera. E que custaram um bom dinheiro em investimentos.
O estudo mencionado de 2018 mostra o Brasil na média mundial. Sabemos que está melhorando, com os esforços contínuos. O posicionamento do país tende a melhorar a medida que os projetos mais modernos e melhorias dos antigos entrem no jogo. Projeta-se que as emissões para produção no Brasil estejam hoje abaixo da média mundial, o que o habilita a vender uma sorte de produtos, como querosene de aviação, para os mercados mais exigentes de pegada de carbono (Europa)
Há “dendos”, em:
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Infelizmente a Ciência é contrária ao petróleo brasileiro, pesado, ou seja, polui mais do que o petróleo saudita por exemplo. Então nos resta convencer o mundo de que podemos ser os campeões do câmbio climático, capitaneados pelo Stalinácio e a sua ministra cheia de boas intenções do Meio ambiente.
O petróleo extraído no Brasil tem uma média de 28 graus API, portanto mais para leve do que para pesado.
Em setembro de 2023, a exportação de petróleo foi de quase dois milhões de barris/dia e as importações totalizaram 254 mil barris/dia.
Lembrando que petróleo pesado e mais difícil de refinar tem um grau API menor que 23 (aquele extraído no pós sal). O considerado leve tem um grau API maior que 30.
E o campo de Tupi (antes campo de Lula) é o que mais produz..