Quilombolas impedem exploração da maior localização de sal-gema da América Latina

empregos serão gerados na exploração de sal-gema no ES. Foto: Tawatchai/Freepik

A maior jazida de sal-gema foi descoberta pela Petrobras

Luis Nascimento
Portal Terra

A maior jazida de sal-gema na América Latina, localizada no norte do Estado do Espírito Santo, foi descoberta pela Petrobras na década de 1970 durante perfurações em busca de petróleo. Embora tenha sido leiloada, a jazida nunca foi explorada. De acordo com informações da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a descoberta ocorreu nos arredores de Conceição da Barra, revelando uma grande quantidade de sais, incluindo o sal-gema.

Desde sua descoberta, quilombos e ativistas vêm alertando os órgãos públicos do Estado sobre os impactos no meio ambiente da extração desse minério.

MOBILIZAÇÃO – Em entrevista ao Terra, o líder quilombola Domingos Firmiano, conhecido como Chapoca, relatou que, desde a descoberta do sal-gema na região perto dos quilombos, a comunidade vem se mobilizando para impedir a extração.

“A gente começou a realizar reuniões para discutir os impactos da extração de sal-gema nas proximidades das comunidades quilombolas com as 32 comunidades da região norte do Estado”, explicou.

Uma preocupação das lideranças quilombolas são as falas do atual secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, que é tido como um dos defensores da exploração de sal-gema no Espírito Santo.

CONTRA O PROJETO – “A gente vem batalhando contra a ‘PL da Destruição’ de Rigoni, como tem sido chamado o PLC 56/23. Não vamos deixar essa pauta avançar e atingir as nossas comunidades quilombolas. Não queremos que aconteça o que aconteceu com os nossos irmãos de Maceió, atingidos pela exploração da Braskem”, afirmou Chapoca.

Izabella Cardoso, uma das coordenadoras do Movimento Negro Unificado no Espírito Santo, relatou a preocupação do grupo com as pessoas que moram na região.

“Além dos impactos ambientais inerentes a essa exploração, nossa preocupação é primordialmente com a vida das pessoas que habitam aquela região, em sua maioria negras e já vulnerabilizadas por questões étnicas e esquecidas pelo poder estatal, tanto por serem negras quanto por serem quilombolas”, explicou ao Terra.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reportagem enviada por Armando Gama mostra o Brasil de hoje, um gigante adormecido, deitado eternamente em berço esplêndido, que explora o sal-gema numa área urbana e provoca desastre ecológico, ao mesmo tempo em que despreza a exploração da maior área de sal-gema e outros sais em local ermo e desabitado, simplesmente para atender aos desinteresses dos quilombolas, que tentam viver no passado e evitar o futuro. O sal-gema tem múltiplas utilidades em produtos de higiene e fabricação de PVC. Assim, confirma-se a frase atribuída ao personagem Odorico Paraguaçu, de Dias Gomes: “A inguinorança é que astravanca o progressio”. (C.N.)

9 thoughts on “Quilombolas impedem exploração da maior localização de sal-gema da América Latina

  1. O que dizem os órgãos ambientais a respeito? Há que se fazer uma análise de riscos criteriosa para evitar incidentes ambientais.
    O sal-gema é mbasicamente o mesmo sal extraído dos oceanos. Difere apenas na concentração (quanto mais concentrado, mais econômica é sua obtenção).

  2. Quilombola é uma invenção dos antropólogos que adoram um zoológico humano.

    Na cabeça destes idiotas, as pessoas devem ser colocadas em reservas para serem estudadas como objeto de suas teses malucas.

    Fora isso, toda resolução de uma agência do Estado deveria ser passível de veto ou revisão pelo legislativo.

    É inaceitável que um grupo de burocratas estabeleça proibições e regras que outras pessoas tenham que cumprir.

    Burocratas não eleitos nunca poderiam estabelecer regras, pois não tem poder derivado do voto pra isso.

    Cabe a sociedade e seus representantes fazer as escolhas.

  3. “Mostra o Brasil ‘de HOJE'”?! – num trem que se arrasta desde 1970 – período mais escroto da ditadura milico-servil…???!!!

    Arre, égua! Continua “pulando o corguinho” com esses artigos garimpados por reaças.

    (Sem contar que ombreia com o ranço miliciano que se referia a quilombolas como “pesando em arrobas” e “sem condições de procriar”.)

    É, sem sombra de dúvida o gabinete do ódio está de volta ao Rio de Janeiro.

  4. Os indígenas estão achando que são donos da terra brasileira!

    Questões como esta e como tantas outras que afetam a vida de todos, devem ser decididas pela sociedade e não por grupos e seus interesses.

    Um dia será assim. E neste dia, a sociedade decidirá seus destinos e os servidores públicos (todos, inclusive os que fazem parte da política e do judiciário) serão apenas servidores públicos.

    Talvez eu não consiga alcançar, mas não faz mal!!!

    Fallavena

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