Weslley Galzo
Estadão
O Poder Judiciário brasileiro concentra parte da elite do funcionalismo público, que recebe salários próximos do teto constitucional pago a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de diversos penduricalhos. Essas benesses são os principais fatores relacionados à despesa bilionária do Brasil com os tribunais de Justiça, que consumiram, em 2022, 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com levantamento produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Os estudos realizados pela equipe econômica do governo federal mostram que o Brasil gasta quase três vezes mais com Justiça do que a média de 53 países, entre economias emergentes e avançadas. A média internacional de gasto com o Poder Judiciário proporcional ao PIB foi de 0,37% em 2021.
FORA DE ÓRBITA – Os números registrados no Brasil destoam mesmo quando comparados com os de outras economias emergentes. Os países em desenvolvimento gastaram, em média, 0,5% do PIB com os tribunais de Justiça em 2021, enquanto as economias avançadas desembolsaram cerca de 0,3% de toda a riqueza produzida no sistema judiciário no mesmo ano.
Uma das poucas exceções de despesas elevadas com a Justiça, mas mesmo assim atrás do Brasil, é a Costa Rica. O pequeno país na América Central gastou R$ 1,54% do seu PIB em 2021 com a manutenção de tribunais.
De acordo com o relatório produzido pelo Tesouro, a maior parte do gasto discrepante do Brasil com os tribunais está relacionada ao pagamento de salários e contribuições sociais efetivas – ou seja, despesas obrigatórias.
Essas obrigações orçamentárias custaram R$ 109 bilhões aos cofres públicos em 2022. Naquele mesmo ano, o gasto total com a Justiça foi de R$ 159 bilhões, dos quais apenas R$ 2,9 bilhões foram destinados a investimentos.
ELITE ESTATAL – “Parece haver uma captura do orçamento por parte dessa elite do sistema de Justiça que tem ganhos muitos superiores comparados com outros países e também com a média do (trabalhador) brasileiro”, avaliou Juliana Sakaia, que é diretora Executiva da Transparência Brasil.
“O que a gente tem ao final das contas é um Judiciário muito elitizado que está recebendo muito às custas do contribuinte e que deveria, no mínimo, entregar o suficiente. Acabamos encontrando uma série de questionamentos a respeito do accountability (transparência) e da prestação de contas com a sociedade em relação a esses valores”, completou.
Em dezembro do ano passado, a Transparência Brasil apresentou um estudo que analisou as manobras do Poder Judiciário e do Ministério Público para criar benefícios que aumentam em até um terço os salários de juízes e procuradores. Sakai aponta que os próprios tribunais e unidades do MP criam mecanismo internos, sem a chancela do Poder Legislativo, para aumentar os ganhos de seus membros.
DRIBLES NO TETO – O relatório concluiu que as instituições que integram o sistema de Justiça “promovem dribles no teto constitucional, comprometendo a racionalidade nos gastos públicos e gerando disparidades gritantes com relação a outras categorias do funcionalismo”.
Em dezembro do ano passado, o ministro do STF Dias Toffoli cassou um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que havia suspendido o pagamento de quase R$ 1 bilhão em penduricalhos a juízes federais.
Em abril do mesmo ano, o Estadão revelou que o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, autorizou o pagamento retroativo do benefício extinto em 2006, cujo pagamento custaria os R$ 1 bilhão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os demais gastos do Brasil na área de segurança e ordem pública seguem a média internacional. Ou seja, o problema são os altos salários, mordomias e penduricalhos. Os números desmentem o presidente Lula, em sua afirmação de que o teto salarial do Supremo (R$ 44 mil) seria baixo e irreal. Ele costuma frequentar as residências dos ministros do Supremo, que têm direito a um belíssimo apartamento funcional, mas quase todos moram em luxuosas mansões às margens do Lago Paranoá. Se estivessem sem dinheiro, é claro que os ministros do Supremo não deixariam esses apartamentos para os integrantes do STJ, porém Lula não percebe nada. Vive no mundo da Lula. (C.N.)
A raiz está no poder desmedido e ilimitado dos agentes políticos sem nenhum voto, que integram o Judiciário e o MP brasileiro.
Juiz deveria respeitar as provas e a lógica e se submeter à Lei.
Nunca prestam contas.
Seus “Conselhos” são o ápice do corporativismo.
Não são apenas caros, perdulários, mas também são disfuncionais, anômalos, voltados apenas ao patrimonialismo e ao absolutismo dos seus próprios membros, prejudiciais ao país, danosos à sociedade.
Por aqui, os
“pesca-Dores” ainda iscam profusamente, para fazer o peixe morrer pela boca e como se vê, estão à conseguir!
Rebelar-se-ão, desenhando o “VENENO”?
Teclei: desdenhando…