A carioquice da poesia sempre inspirada de Herminio Bello de Carvalho

Hermínio Bello de Carvalho: quase 90 anos de luta pela produção e memória da música popular brasileira - Mídia NINJA

Herminio Bello de Carvalho, um mestre

Paulo Peres
Poemas & Canções

Agitador cultural, produtor musical, compositor, poeta e descobridor de talentos, desde cedo o carioca Hermínio Bello de Carvalho convive de perto com a música e com os músicos brasileiros. Entre eles, Maurício Tapajós, com quem compôs “Mudando de Conversa”, cuja letra traduz a saudade de uma pessoa por um cotidiano não mais existente em sua vida. Este samba foi gravado por Doris Monteiro, em 1969, no LP “Mudando de conversa”, pela Odeon.

MUDANDO DE CONVERSA
Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho

Mudando de conversa onde foi que ficou
Aquela velha amizade
Aquele papo furado todo fim de noite
Num bar do Leblon

Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à bessa
Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar
E acabava em samba
Que é a melhor maneira de se conversar

Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma
Perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba
Me perdi de mim, não achei mais nada
O que vou fazer?

Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você
De dizer as coisas que se acumularam
Que estão se perdendo sem explicação
E sem mais razão e sem mais porque

Mudando de conversa onde foi que ficou
Aquela velha amizade
Aquele papo furado todo fim de noite
Num bar do Leblon

Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à bessa
Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar
E acabava em samba
Que é a melhor maneira de se conversar

1 thoughts on “A carioquice da poesia sempre inspirada de Herminio Bello de Carvalho

  1. Hermínio Belo de Carvalho é um mestre. Criador do projeto musical: Seis e Meia. A classe média, trabalhadora do Centro, retardava a volta para casa e ia assistir suas cantoras e cantores preferidos no Teatro João Caetano..
    O objetivo era fugir dos engarrafamentos, e ouvir boa música.
    Lembro de Doris Monteiro, uma diva, cantando brilhantemente essa música.
    Que tempo bom, jogar conversa fora no Centro, tomar um chopp no Amarelinho e de quebra andar sem rumo pelo shopping Mesbla e olhar a beleza do Palácio Monroe em frente ao Cine Odeon na aprazível Cinelândia.

    Esse tempo não volta mais, não tem mais Doris, não tem mais Leny Andrade, Pery Ribeiro, Bibi Ferreira,…

    OBS: Doris e Leny partiram no mesmo dia. Leny estava hospedada no Retiro dos Artistas. Flora Purin, uma diva do jazz, passou a morar no Retiro.

    Quantas lembranças, suscitam essa matéria do Poemas e Canções.
    Uma delas, antológica para mim:
    Assisti, Gota D’água de Chico Buarque, no João Caetano, com a estrela Bibi Ferreira no papel principal e João Ricardo no violão, cantando uma das suas composições.
    É a gota que falta…

    Me desculpem, escrevi de memória. Tem muito mais, porém, o espaço é curto.

    Valeu, Paulo Peres, sempre abençoando os leitores da Tribuna da Internet.

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