Na Restinga da Marambaia, Lula ligou para agradecer o apoio de Sarney e FHC 

Sigilo total: Lula usará telefone com tecnologia antigrampo | Brasil | Pleno.News

Lula tem em Sarney e FHC dois apoiadores muito fiéis

José Carlos Werneck

Para agradecer a inestimável ajuda recebida de José Sarney, em recentes articulações políticas, notadamente a que levou o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ao ex-presidente, em 31 de dezembro, para desejar-lhe um Feliz Ano Novo.

Lula, que estava na Restinga da Marambaia aproveitando os dias de recesso, e não usa celular, serviu-se do aparelho de sua mulher para telefonar para a Sarney.

DESEJOS MÚTUOS – Segundo interlocutores, a conversa foi em tom extremamente amigável e o presidente da República fez a Sarney seus agradecimentos e teve desejos mútuos de um 2024 melhor.

No mesmo dia, Lula também telefonou para com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para desejar-lhe um bom Ano Novo. Assim como Sarney, também FHC apoiou Lula no segundo turno das eleições de 2022, contra Jair Bolsonaro.

Come se vê tudo continua como “dantes no Quartel de Abrantes”. É essa é a chamada “Nova Política”… País divertido o Brasil! Pena que seja para tão poucos.

“O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh”, um documentário instigante, no Canal Brasil

O dia em que Ho Chi Minh andou pelo Rio de Janeiro – TraduAgindo

Aos 21 anos, o famoso Ho Chi Minh viveu no Rio de Janeiro

José Carlos Werneck

O Canal Brasil exibiu esta semana o intrigante e instigante documentário “O Rio de Janeiro de Ho Chi Minh”, dirigido por Claudia Mattos, feito para evocar a misteriosa passagem “daquele que ilumina” pelo Brasil, no início do século XX. Sim, o líder revolucionário vietnamita passou pelo Rio de Janeiro, então capital federal, em 1912, em circunstâncias terríveis.

Cozinheiro na tripulação de um navio, ficou doente e foi deixado em terra firme para curar-se (ou morrer). Caso se recuperasse, deveria encontrar um navio que o levasse de volta à França, metrópole colonial que dominava a Indochina, nome genérico da região onde nascera (hoje dividida em três países independentes, o Vietnã, o Laos e o Camboja).

O JOVEM MINH – Ho Chi Minh (1890-1969) tinha pouco mais de 21 anos quando viveu sua breve aventura brasileira e chamava-se Nguyen Sinh Cung. No Rio, depois de curado, teria trabalhado como garçom para ganhar uns trocados e sobreviver até conseguir viabilizar seu regresso.

Teria feito amizade com um líder sindical pernambucano, de nome José Leandro da Silva, também cozinheiro de grandes embarcações, que teria atuado na Revolta da Chibata, dois anos antes, liderada por João Candido, o Almirante Negro.

Maria do Rosário Caetano, falando sobre o filme na”Revista de Cinema diz que quem quiser saber mais sobre o assunto deve ler uma reportagem no site “Jacobin”, na internet.

FONTES DE HANÓI – O texto jacobínico baseia-se em fontes da Universidade de Hanói, instituição que confirma a temporada carioca de Ho Chi Minh, nome que significa “Aquele que Ilumina”, pseudônimo que adotou ao abraçar a luta anticolonial contra franceses, japoneses e norte-americanos, marca de toda a sua vida. O estadista vietnamita referiu-se a tal temporada em seus escritos e também em seus “Poemas do Cárcere”.

Maria do Rosário Caetano diz que a diretora Claudia Mattos tomou o caminho mais livre possível. Primeiro, já no título, deixou claro queseu tema era o Rio de Janeiro de Ho Chi Minh. Ou seja, ia mostrar a cidade brasileira da segunda década do século XX, aquela que ambientou a Revolta da Chibata, viu florescer a Pequena África lá pelos lados da Gamboa e teve no terreiro de Tia Ciata matriz do samba nascido na Bahia e naturalizado carioca.

Para tanto, a cineasta, que na origem é pesquisadora, PhD em Comunicação e Cultura pela UFRJ, criou personagens ficcionais e transformou o embarcadiço-cozinheiro José Leandro da Silva em “Faca Cega”, um líder sindical dos mais descolados, negro cheio de ginga e muitas atitudes, avô de Pilar ,interpretado pelo cineasta Luiz Antônio Pilar.

Um documentário imperdível: “Não nasci para deixar meus olhos perderem tempo”

Conversa com o fotojornalista Orlando Brito [Reprise] - Rádio Câmara -  Portal da Câmara dos Deputados

Filme retrata Orlando Brito, um fotógrafo espetacular

José Carlos Werneck

São 72 minutos que prendem o espectador do princípio ao fim. É o que acontece com o documentário “Não Nasci Para Deixar Meus Olhos Perderem Tempo”. Com direção de Claudio Moraes, realizado em 2020,o filme mostra a trajetória profissional do repórter fotográfico Orlando Brito, falecido,em 2022, que durante 55 anos documentou magnificamente variados momentos da vida brasileira.

Do ocaso de carreiras artísticas aos momentos conturbados do Brasil em meio a um regime de exceção, seus olhos  testemunharam e filtraram o acontecimentos da História do País.

FOTO POR FOTO – Orlando Brito, acompanhou de perto, as transformações fundamentais da política brasileira. A perfeita duração do documentário mostra o repórter ,coloquialmente, esmiuçando os bastidores, como se folheasse um álbum de memória. Da primeira à última cena, ele explica foto por foto. 

Brito  testemunhou inúmeros processos de construção e destituição do poder, como a ascensão e queda dos presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff.

Corretamente, o repórter fotográfico guardava a indispensável distância emocional dos fatos e jamais revela o que pensa sobre a política. No filme,Brito comenta  os encontros com as pessoas fotografadas, a pose exata em que se encontravam e as despedidas pós-fotos. Realmente, um documentário imperdível!

Mercado em festa! Dólar cai e Bolsa tem alta e fecha na maior pontuação já alcançada

A Bolsa (B3) está com um novo horário hoje; entenda o motivo | 1 Bilhão | iG

Mercado reagiu bem à decisão do Copom e exibiu otimismo

José Carlos Werneck

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta nesta quinta-feira,acima dos 130 mil pontos e atingindo o maior patamar de fechamento da história. Foi um dia de recorde, Ibovespa de exatos 130.842 pontos, uma alta de 1,06%. e a moeda norte-americana recuando 0,07%, sendo cotada em  R$ 4,9144.

O resultado superou o recorde registrado em 7 de junho de 2021, quando encerrou o dia cotado a 130.776 pontos.

O clima de otimismo repercute as decisões de quarta-feira na política monetária daqui e lá de fora. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic, taxa básica de juros, em 0,5 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.

NA MATRIZ – Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve seus juros entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas com o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizando que os aumentos no país podem ter chegado ao fim.

Como se vê, o pessoal do mercado confia na política Econômica, capitaneada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o resto é pura bobagem!

No Senado, Mourão vem exibindo uma qualidade rara nos políticos de hoje 

Hamilton Mourão comenta tratamento aos militares na CPMI

Mourão não aprova a nomeação de Dino para o Supremo

José Carlos Werneck

No decorrer desta semana, o ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado pelo presidente Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal, vem conversando com parlamentares da oposição para angariar votos e conseguir aprovação de sua nomeação ao Supremo Tribunal Federal.

A jornalista Bela Megale informa em seu Blog, no Globo, que uma das estratégias de Dino e seus aliados no Senado é tentar amenizar os ataques contra ele de parlamentares da oposição.

COM MOURÃO – Um dos procurados foi o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, que recebeu Flávio Dino nesta segunda-feira para uma conversa em seu gabinete.

A jornalista Bela Megale conta que, perguntado como foi o encontro, o senador respondeu:

— Institucional, pois temos respeito mútuo pelas posições de cada um.

E, ao ser perguntado se há chance de votar pela aprovação do indicado de Lula no STF, o senador Hamilton Mourão respondeu:

— Não, e ele sabe disso.

Com isso, fica evidenciada a sinceridade de Mourão, uma qualidade raríssima nos políticos de hoje. Ponto para o representante do Republicanos do Rio Grande do Sul no Senado Federal, pois mostra honrar o mandato que lhe foi conferido pelos eleitores gaúchos.

Para recuperar a qualidade de vida, Rio devia voltar a ser Estado da Guanabara

Geisel operou pessoalmente no assassinato de inimigos do regime militar

Geisel prejudicou o Rio, que era uma cidade-estado

José Carlos Werneck

A cidade do Rio de Janeiro, por sua enorme importância no cenário nacional, precisa urgentemente voltar a ser um estado como era antes da infeliz e danosa fusão imposta por Ernesto Geisel, em 1975 .

Autoritário e prepotente, Geisel não se conformava com a altivez, a irreverência e a independência dos cariocas. Por isso, discricionariamente, fez a malfadada fusão.

PLEBISCITO – Deveria ser organizado um plebiscito, já aproveitando as próximas eleições municipais, que não custará absolutamente nada aos cofres públicos e resgataria a auto-estima dos cariocas, que já tinham sido muito prejudicados com a igualmente desnecessária mudança da capital federal para Brasília, ocorrida em 1960.

Esta infeliz fusão ocorreu no ano de 1975, sem nenhuma consulta aos eleitores dos dois estados, e com ela a população do então Estado da Guanabara foi enormemente prejudicada.

O nascente Estado da Guanabara, constituído pela cidade do Rio de Janeiro, que era reconhecida como a capital cultural do País, tinha uma importante magistratura, uma excelente rede de ensino e de saúde pública, entre outras referências importantes para os brasileiros de todos os rincões.

CONSULTAR O POVO – Em todas as fusões ou divisões posteriores, feitas ou pretendidas, a população de cada Estado foi consultada, menos na ocorrida durante o regime militar, pelo totalitário e arrogante Ernesto Geisel, o general de plantão, que à época fez absoluta questão de ignorar os desejos dos cariocas e fluminenses.

No momento atual, em que a opinião do povo brasileiro pode ser ouvida através do voto, que tal saber o que pensam sobre o assunto os cariocas e fluminenses?

Celso de Mello afirma que Dino e Gonet são “escolhas sábias” do presidente Lula

Anunciado com êxito: Lula designa Dino para o STF e Gonet para a PGR - La  Gauche

Escolha de Lula chegou a entusiasmar Celso de Mello

José Carlos Werneck

Celso de Mello, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, considerou que o presidente Lula foi feliz e sábio ao escolher Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal e Paulo Gustavo Gonet Branco para o cargo de procurador-geral da República. Para ele, os indicados preenchem os requisitos exigidos para os cargos.

Os escolhidos por Lula,como prevê a Constituição Federal, precisarão passar por “sabatina” na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para, posteriormente, serem aprovados pelo plenário.

DISSE MELLO – “Extremamente sábia a indicação presidencial do dr. Paulo Gonet para o elevado cargo de procurador-geral da República. Não se pode desconhecer o significado que deve ter, para a vida do país e de seus cidadãos, bem assim para a preservação da integridade do regime democrático, a prática responsável e independente das altíssimas funções institucionais do Ministério Público”, destacou Celso de Mello.

“O dr. Paulo Gonet , que preenche os requisitos constitucionais para sua investidura na chefia do Ministério Público da União, ostenta, para gáudio da República, todos os atributos que lhe permitirão realizar os altos objetivos que conferem ao Ministério Público a condição singular que o posiciona na estrutura e organização do poder”.

APOIO A FLÁVIO DINO – Celso de Mello ressaltou que é igualmente “feliz e sábia” a escolha de Dino, atual ministro da Justiça, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, que ocupará a vaga da ministra Rosa Weber, aposentada em 29 de setembro.

“A sua atuação no passado, como juiz federal, professor universitário no Maranhão (UFMA) e em Brasília (UnB), presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e secretário-geral do CNJ, constitui fator que lhe confere plena legitimidade para o desempenho do ofício de ministro daSuprema Corte do Brasil”, salientou o ex-decano do STF.

Celso de Mello disse que o Supremo, ao longo de sua história, beneficiou-se da atuação de autoridades que exerceram o posto de ministro da Justiça antes de atuarem no Tribunal.

Rodrigo Pacheco está indo bem, ao lutar para reequilibrar os Poderes da República 

O clima entre aliados de Pacheco em meio à disputa pela presidência do  Senado

Pacheco mostra ser um grande defensor da democracia

José Carlos Werneck

Foi importantíssima a atuação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na tramitação da PEC 8/2021, que limita decisões monocráticas no Supremo Tribunal Federal e em outros tribunais superiores, entre outras importantes providências.

O texto recebeu o apoio de 52 senadores (três a mais que o necessário para aprovação da PEC), enquanto 18 senadores foram contrários e 11 faltaram à sessão.

IMPORTANTE PROPOSTA – A atuação do presidente do Senado, alicerçada em seu sólido conhecimento jurídico, foi fundamental para a aprovação da proposta, em dois turnos sucessivos.

Sua atuação foi irrepreensível, serena, mas firme, na defesa da importantíssima proposta, tão aguardada por todos os interessados na preservação da democracia, cujo pilar maior se baseia na independência dos Três Poderes, magnificamente explicitada por Montesquieu em sua obra “O Espírito das Leis”.

Rodrigo Pacheco mostrou que é um excelente quadro da política brasileira, com um futuro brilhante, e sua atuação será cada vez mais importante, daqui para frente, na luta para libertar o país da cruel dicotomia representada hoje por Lula da Silva e Jair Bolsonaro, uma realidade altamente negativa para o país.

À ALTURA DO CARGO – Ao liderar o Senado nessa discussão fundamental, Rodrigo Pacheco agiu de forma exemplar e mostrou-se à altura do elevado cargo que ocupa no cenário político brasileiro.

Vamos aguardar, agora, como será a atuação da Câmara dos Deputados, na votação dessa emenda constitucional que pode começar a colocar ordem neste caos judiciário em que vive o Brasil e restabelecer o equilíbrio entre os Poderes da República.

Estão sendo plantadas algumas notícias dando conta de que Arthur Lira, presidente da Câmara, seria contrário à aprovação dessa PEC, mas está difícil acreditar que isso seja verdade.

Barroso, Gilmar e Moraes atacam emenda que limita os superpoderes do Supremo

Vamos nos ocupar de temas mais produtivos, diz Gilmar após discussão com  Barroso - 28/10/2017 - UOL Notícias

Gilmar e Moraes querem brigar contra o Congresso

José Carlos Werneck

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, reagiu à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, pelo Senado, que objetiva limitar as decisões monocráticas da Corte. Falando na abertura da sessão desta quinta-feira, ele disse que as mudanças “não são necessárias” e que as determinações individuais são prerrogativas do Judiciário.

“Nesse momento em que o Supremo Tribunal Federal é alvo de propostas de mudanças legislativas que, na visão da Corte, não são necessárias e não contribuem para a institucionalidade do país, cabe fazer algumas reflexões objetivas”, enfatizou.

MISSÃO DO TRIBUNAL – Barroso ressaltou a missão constitucional do STF. “Trazer uma matéria para a Constituição significa, em alguma medida, tirá-la da Política e trazê-la para o Direito. Vale dizer: retirá-la do domínio das decisões discricionárias para o espaço da razão pública do Judiciário não é uma vontade do Tribunal, é o arranjo institucional brasileiro”.

Ele afirmou que respeita as instituições democráticas, mas que alterações propostas pelo Senado não estão de acordo com a Constituição.

A medida foi aprovada, em dois turnos, pelo Senado Federal. O placar se repetiu nas duas votações e o texto foi aprovado por 52 x 18 e, agora, segue para a Câmara dos Deputados.

SEPARAÇÃO DOS PODERES – Barroso também declarou ser inevitável que o STF desagrade segmentos políticos, econômicos e sociais importantes “porque ao Tribunal não é dado recusar-se a julgar questões difíceis e controvertidas”. Segundo ele, as Cortes independentes que atuam com coragem moral e “não disputam

torneios de simpatia”.

“Porque assim é, não há institucionalidade que resista se cada setor que se sentir contrariado por decisões do Tribunal quiser mudar a estrutura e funcionamento do Tribunal. Não se sacrificam instituições no altar das conveniências políticas”.

O ministro afirmou que respeita a tripartição dos Poderes, mas que a mudança proposta não está de acordo com a Constituição. “O Senado Federal e seus integrantes merecem toda a consideração institucional do STF. E, naturalmente, merecem respeito às deliberações daquela casa legislativa. Porém, a vida democrática é feita do debate público constante e do diálogo institucional, em busca de soluções que sejam boas para o país e que possam transcender as circunstâncias particulares de cada momento”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Barroso, como sempre, foi educado e comedido. Mas Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes resolveram chamar o Congresso para sair na porrada, como se dizia antigamente. Gilmar disse que “o Supremo não é feito de medrosos e não se intimidará”, enquanto Moraes fazia coro, afirmando que “o STF não se compõe de covardes e medrosos”. Bem, isso todo mundo sabe. Se os ministros fossem medrosos, não teriam coragem para soltar Lula e abrir as portas para a candidatura dele, à margem da lei. Na minha opinião, eles têm uma coragem inaudita. (C.N.)

Reforma tributária só se justifica se tiver redistribuição de renda e incluir os ricos

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

José Carlos Werneck

No governo passado, os menos favorecidos foram convocados a dar sua contribuição para que fosse feita a reforma da Previdência. Agora chegou a vez de os setores realmente bilionários também contribuírem, porque uma reforma tributária só se justifica se for destinada a reduzir nossa cruel distribuição de renda e representar um fator importante de inclusão social.

Por exemplo, é de “urgência-urgentíssima” que seja feita a correção da Tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física, que está completamente defasada, como reconhecido pelos próprios auditores da Receita Federal, que entendem a fundo do assunto.

NADA EM TROCA – O contribuinte brasileiro paga muito e não recebe nada em troca. Os impostos que incidem sobre itens básicos de alimentação são profundamente injustos e fazem o trabalhador que ganha um salário mínimo pagar o mesmo que uma pessoa com renda de R$ 500 mil mensais.

No caso das pessoas jurídicas, notadamente as instituições bancárias, a taxação chega a ser risível quando comparada à das pessoas físicas, que vêm sendo vítimas da sanha arrecadatória de sucessivos governos.

O Brasil precisa enfrentar de frente esse problema, de maneira séria e responsável, se de fato quiser corrigir nossa perversa distribuição de renda, pois uma reforma tributária justa é, primordialmente, um importante fator de inclusão social.

NA HORA H – Este é o momento ideal para que nossos homens públicos, que se dizem tão preocupados com o “social”, façam alguma coisa de verdadeiramente útil para o povo, notadamente aquela enorme parcela que as dezenas de milhões de brasileiros menos favorecidos!

Sem levar em conta essas prioridades, tudo mais é balela e perda de tempo e dinheiro. Não adianta fingir que se está fazendo uma reforma tributária, se os mais ricos não derem sua contribuição.

Afinal, por que Lula está demorando tanto a indicar o novo ministro do Supremo?

A PÉSSIMA NOTÍCIA envolvendo o INSS é a grande dor de cabeça para Lula

Essa indecisão do presidente Lula não tem justificativas

José Carlos Werneck

O presidente da República, Lula da Silva, tem a importante incumbência de indicar o novo membro do Supremo Tribunal Federal, para a vaga aberta em decorrência da aposentadoria da ministra Rosa Weber. Mas não se entende por que demora tanto a tomar uma decisão.

O presidente Lula deveria surpreender a nação e apontar um jurista de verdade, com todas as qualificações necessárias para ocupar um dos cargos mais relevantes da Nação, não importa sexo ou raça.

GRANDES JURISTAS – O Supremo Tribunal Federal já abrigou nomes da envergadura de Prado Kelly, Adaucto Lúcio Cardoso, Aliomar Baleeiro, Evandro Lins e Silva, Moreira Alves, Luiz Gallotti, Xavier de Albuquerque, Eloy da Rocha, Ribeiro da Costa, Oswaldo Trigueiro, isto só para citar alguns dos inúmeros membros, que, além do notório saber jurídico e reputação ilibada, exigidos para o cargo, reuniam independência política, coragem pessoal, desapego a vaidades, além de vasta cultura geral, grande inteligência e erudição.

O próximo indicado deve possuir todas essas qualidades, para restabelecer quaisquer desgastes, que o STF, possa ter sofrido, nos últimos tempos.

Num momento em que o Congresso Nacional, com pouquíssimas e honrosas exceções está carente de grandes nomes e abriga em seus quadros representantes medíocres e figuras, no mínimo exóticas, cabe ao mais alto Tribunal do País ser um ponto de equilíbrio para a salvaguarda das Instituições Democráticas e garantia das liberdades tão arduamente conquistadas pelo povo brasileiro.

PADRÃO DE EXCELÊNCIA – O Supremo Tribunal Federal já deu aos jurisdicionados, em outras quadras de sua história, através de notáveis decisões, exemplos pujantes de respeito à Constituição e às liberdades individuais.

Para voltar a manter este padrão de excelência, precisa abrigar, em seus quadros, o melhor dos melhores, para que o nível de qualidade seja sempre o mais elevado e atenda às altas atribuições que sua nobilíssima função requer.

Tudo isto o presidente Lula deverá levar em conta, quando, acredito, logo nos próximos dias, tomar a importante decisão de submeter ao Senado Federal, o nome do escolhido ou escolhida para ser o novo ministro ou ministra do Supremo Tribunal Federal. A demora na indicação não tem justificativas.

Indústria e comércio criticam reforma com isenções e imposto cumulativo

Finalmente a reforma tributária foi aprovada pela Câmara dos Deputados

Charge do Milton Cesar (Arquivo Google)

José Carlos Werneck

A jornalista Samanta Sallum informa em seu Blog, no “Correio Braziliense, que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) emitiram posicionamentos sobre o texto-base da proposta de emenda constitucional, que institui uma reforma no sistema tributário brasileiro, aprovado, nesta quarta-feira, no plenário do Senado Federal.

As duas importantes entidades fizeram críticas e alertas, por diferentes motivos, sobre o texto que passou na Comissão de Constituição e Justiça e foi confirmado pelo plenário.

EXCEÇÕES DEMAIS – A CNI criticou o aumento de exceções, ou seja, de alíquotas especiais ou isenções de forma mais ampla. “Isso resultará em um imposto mais alto para todos. Quem paga essa conta é sempre o consumidor e esse excesso pesará, sobretudo, no bolso do brasileiro de menor renda”.

Já a CNC manifestou-se contrária ao tratamento dado pela proposta ao setor de Serviços.

“Voltamos a destacar o tratamento desarrazoado dado às empresas do setor de Serviços, que irá resultar em uma oneração que poderá inviabilizar os negócios, prejudicando investimentos e, consequentemente, a geração de empregos e renda”.

AUMENTO ABSURDO – A jornalista informa, ainda, que de acordo com cálculos da CNC, o setor de serviços terá um aumento de até 200% na carga tributária e o comércio uma alta de até 40%, considerando uma alíquota de IVA de 27,5%, segundo a última divulgação do governo.

A CNI, por sua vez, destacou que a indústria defende tem como um de seus princípios o fim da cumulatividade. “Para isso, é preciso que o imposto seletivo não incida sobre insumos e que seja eliminado o novo tributo sobre bens primários e semielaborados, que vão onerar toda a cadeia produtiva. A reforma há 30 anos em debate no Brasil é boa e precisa ser boa para todos para que o país cresça, se desenvolva, crie empregos e reduza as desigualdades sociais.”

As duas confederações enfatizaram que são favoráveis à Reforma Tributária e que apoiam os trabalhos do Congresso Nacional, mas pretendem fazer ainda um trabalho junto aos deputados para que o texto seja ainda modificado quando da apreciação no Plenário da Câmara.

Em clima de tensão, a reforma tributária será votada nesta quarta-feira no Senado

Envolvido em enredo golpista, ex-chefe da Marinha presenteou líder de Lula  | VEJA

Jaques Wagner, líder do governo, diz que haverá emendas

José Carlos Werneck

Antes da votação e aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do projeto de Reforma Tributária, Jaques Wagner, líder do governo na Casa, ressaltou que, para garantir os votos necessários para a aprovação do texto, o relator Eduardo Braga iria acatar de “sete a nove” novas emendas.

Ao ser indagado se essas emendas vão ampliar o número de setores beneficiados com tratamento diferenciado, Jaques Wagner, sem entrar em maiores detalhes, disse que não.

EM PLENÁRIO – A importante proposta foi aprovada, nesta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e irá a Plenário nesta quarta-feira.

De supermercados a cartórios, importantes setores fizeram vigorosa pressão sobre os senadores, nesta semana decisiva, em que o texto está sendo apreciado naquela Casa do Congresso Nacional.

O assunto é relevante e de vital importância e de interesse de todos os brasileiros, pois afeta diretamente a vida de cada um de nós. Aguardemos e rezemos para que, mais uma vez, não sejamos feitos de otários!

Bolsa brasileira sobe, dólar cai a R$ 4,89, após dados fracos de emprego nos EUA

Charges | Brasil 247

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

José Carlos Werneck

A Bolsa de Valores registrou alta de mais de 2% no início das negociações desta sexta-feira, acompanhando os índices americanos, enquanto o dólar operava abaixo dos R$ 4,90, após a divulgação de dados de emprego mais fracos que o esperado nos Estados Unidos.

De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, a abertura de vagas fora do setor agrícola do país subiu para 150 mil postos em outubro, e os números de setembro foram revisados para baixo, de 336 mil para 297 mil vagas criadas.

JUROS AMERICANOS – Os investidores ainda temem uma possível nova alta nos juros americanos neste ano. Com sinais de desaceleração da economia, a tendência é que o Federal Reserve, o banco central americano,ache que um novo aperto monetário não será necessário.

“Os investidores interpretaram o fraco relatório de emprego de hoje como um sinal de que a demanda no mercado de trabalho está diminuindo”, afirmou Richard Flynn, diretor-gerente da Charles Schwab UK. “Para os banqueiros centrais, um mercado de trabalho mais flexível é outra razão para evitar novos aumentos das taxas de juros, algo que os investidores podem ver como uma fresta de esperança”, informou.

FERIADO NO BRASIL – Além de tudo, a Bolsa também era apoiada por um movimento de correção da véspera, quando não houve atividade no Brasil por conta do feriado de Finados.

Na quarta-feira, o Federal Reserve manteve os juros dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50%, o que apoiou os ativos de risco globais. Os principais índices acionários americanos fecharam em alta, e ao final, a Bolsa brasileira subiu 1,68%, aos 115.052 pontos.

No câmbio, o dólar registrou forte queda ante o real, pressionado justamente pelos juros americanos. Após o anúncio da decisão do Fed, os rendimentos dos títulos americanos, os chamados “treasuries”, caíram para 4,76%.

RENDA VARIÁVEL – Quedas nos rendimentos dos títulos costumam pesar contra o dólar e favorecer a renda variável, pois diminuem a atratividade da renda fixa americana, o que faz com que investidores aloquem seus recursos em ativos de maior risco, como o mercado de ações e países emergentes. Com isso, a moeda americana recuou 1,38%, cotada a R$ 4,970.

E além se todo este cenário colorido, o Governo Lula já avisou, para o desespero dos esquerdistas e alívio dos super-ricos,quer dizer, os riquíssimos, que não cogita em taxar as grandes fortunas.

Como se vê o Brasil não virou Venezuela, como previam os bolsonaristas, na última eleição presidencial.

Valdo Cruz ainda acha que Haddad vai insistir no déficit zero para 2024

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

José Carlos Werneck

Segundo informou o jornalista Valdo Cruz, em seu Blog em “O Globo”, o Ministério da Fazenda vai insistir na meta fiscal de 2024 com déficit zero. O jornalista diz que Fernando Haddad começou a semana em desvantagem, com a ala que defende um déficit de 0,25% do PIB para evitar cortes ganhando a disputa, mas vai terminando com novos adeptos e aliados, e a tendência é que a meta fiscal seja mantida.

Valdo Cruz diz que Lula deve voltar a discutir o tema nesta sexta-feira, com seus ministros. Ele quer saber se há viabilidade de o Governo conseguir aprovar as medidas de aumento de arrecadação para garantir zerar o rombo das contas públicas no ano que vem.

NOVAS PROPOSTAS – O artigo assinala que Haddad quer apresentar novas propostas para gerar aumento de receitas em 2024. Se tudo for possível, ele decidirá pela meta zero.

Segundo assessores do presidente da República, Haddad realmente ganhou força ao longo da semana, depois de ficar em desvantagem nessa discussão após o chefe ter praticamente jogado a toalha e dito que não quer cortar gastos.

Dentre os que defendem que não sejam feitos cortes no Palácio do Planalto, estão os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Esther Dweck, da Gestão.

MEXER NA LDO – Valdo Cruz vai além e diz que Lula vai ser aconselhado a não enviar uma mensagem modificativa do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) alterando a meta fiscal. O governo tem prazo até o início da semana que vem para tomar essa decisão, porque o relator da LDO, deputado Danilo Forte, vai apresentar seu relatório para ser votado ainda na primeira quinzena de novembro.

O relator espera os cálculos da equipe de Fernando Haddad sobre as perdas da União com as subvenções de ICMS concedidas pelos governadores, que derrubam a arrecadação federal desde 2017.

Antes, Haddad quer aprovar a MP 1185, que limita em 25% os efeitos das subvenções na arrecadação de IR e CSLL. O governo espera arrecadar R$ 35 bilhões com a MP. Até lá, o Ministério da Fazenda vai manter a sua meta de déficit zero. Se perder a batalha interna, a equipe de Haddad ainda vai manter o trabalho para tentar zerar o déficit no ano que vem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Valdo Cruz é um jornalista de coragem. Enquanto toda a imprensa aponta numa direção (traçada por Lula), ele aposta na direção contrária. Disse que Haddad tem “novos adeptos e aliados”, mas não mencionou nenhum deles. (C.N.)

Uma pausa para relembrar “Os Maias”, a obra maior do escritor Eça de Queirós

Frases Eça De Queiroz - ENSINOJosé Carlos Werneck

Eça de Queiroz, que depois passou a assinar Eça de Queirós, é sem dúvida alguma, um dos maiores nomes da literatura luso-brasileira. O escritor português, filho do brasileiro José Maria de Almeida Teixeira de Queirós e da portuguesa Carolina Augusta Pereira d’Eça, é autor de muitos romances, porém, “Os Maias” é considerada sua obra maior.

A narrativa de Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX, e conta a história de três gerações da família.

NO RAMALHETE – Começa no Outono de 1875, quando Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete com seu neto recém-formado em Medicina. Neste momento faz-se uma longa descrição da casa , “O Ramalhete”, cujo nome deriva de um painel de azulejos com um ramo de girassóis.

Afonso da Maia é o personagem mais simpático do livro e aquele que Eça mais valorizou, pois não se lhe colocou defeitos. Descrito como um homem de caráter, culto e requintado. Quando jovem, aderiu aos ideais do Liberalismo e foi obrigado, por seu pai, a sair de casa e a instalar-se em Inglaterra. Após a morte do pai, regressa a Lisboa para se casar com Maria Eduarda Runa, mas pouco tempo depois escolhe o exílio por força de motivos políticos.

Do casamento nasceu apenas um filho, Pedro da Maia, que tinha um temperamento nervoso, fraco e grande instabilidade emocional.

CRISES DE MELANCOLIA – Afonso queria educá-lo à inglesa, mas Maria Eduarda, católica fervorosa, cujo fanatismo mais se exacerba ao viver na Inglaterra, país protestante, não permite e Pedro é educado por um padre mandado vir de Lisboa.

Pedro cresce, muito ligado à mãe e após a morte dela, ficou inconsolável, tendo crises de melancolia, só se recuperando quando conhece a bela Maria, Monforte. Apaixona-se e, apesar da oposição do pai, devido a rivalidade entre as famílias Maia e Monforte, casa-se, o que o afasta do convívio paterno

O casal parte para Itália e com dois filhos: Maria Eduarda e Carlos Eduardo, vivem em meio a muito luxo e requinte. Logo depois do nascimento do segundo filho, Maria Monforte apaixona-se por um príncipe italiano que estava abrigado na casa, após Pedro ferí-lo acidentalmente num acidente de caça, e um dia, Pedro chega em casa e descobre que a mulher fugiu com o italiano, levando a filha. Desesperado, refugia-se em casa do pai, levando o filho, ainda bebê. Nessa mesma noite, depois de escrever ao pai uma longa carta, se suicida com um tiro.

DEDICADO AO NETO – Afonso da Maia então dedica a sua vida ao neto a quem dá a educação inglesa, forte e austera, como a que sonhara para o filho. Num capítulo do livro, essa educação, considerada a ideal, é contraposta à que umas vizinhas, as senhoras Silveira dão ao filho e sobrinho Eusébio.

Passados alguns anos, Carlos contra a vontade de todos, exceto de seu avô, tornou-se médico (profissão que, ainda nos finais do século XIX, era considerada suja e indigna de um homem de bem), monta um luxuoso consultório e manda construir um laboratório, onde pretende dedicar-se à pesquisa.

Após várias aventuras, um dia conhece uma mulher chamada Maria Eduarda e apaixona-se por ela, mas supõe que fosse casada com um cavalheiro brasileiro, Castro Gomes.

AMANTES – Carlos e Maria tornam-se amantes. Carlos, com exceção da sua viagem no fim do curso, viveu sempre em Portugal, pensando que a sua irmã e a mãe morreram, e Maria Eduarda apenas se lembra de que teve uma irmãzinha, que morreu em Londres.

De volta a Lisboa e desagradado com os boatos de que a sua «mulher seria amante de Carlos, Castro Gomes revela a este que Maria não era sua esposa, mas apenas uma mulher a quem ele paga para viver com ele. É assim que Carlos descobre que Maria lhe mentiu sobre o seu passado.

Ela conta-lhe o que sabe sobre a sua vida e ele a perdoa. Resolvem fugir, mas vão adiando o projeto, pois Carlos receia magoar o avô, que já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo, com o seu gato, o “Reverendo Bonifácio”, a seus pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país.

PRINCÍPIOS MORAIS – Afonso é generoso para com os amigos e os necessitados, ama a natureza. Tem altos e firmes princípios morais, quer ajudar quem é pobre.

A verdade surge, quando um tio de um amigo de Carlos, Guimarães, por acaso revela a Ega, o grande amigo de Carlos, que Maria é irmã deste. Embora Ega seja cauteloso ao dar a notícia a Carlos, este leva um grande choque, mas não consegue imaginar Maria como irmã e continua a ser seu amante. Ao descobrir a verdade, Afonso morre de um AVC. Carlos e Maria separam-se e ele vai dar uma volta ao mundo.

O romance termina quando Carlos, depois de 10 anos, retorna, de visita, a Lisboa. O final é ambíguo, como foi a ação de Carlos e João da Ega ao longo da história, pois embora ambos afirmem que “não vale a pena correr para nada” e que tudo na vida é ilusão e sofrimento, acabam por correr desesperadamente para apanhar um transporte público que os leve a um jantar para o qual estão atrasados.

“Balas de Estalo”, um excelente livro, que reúne belas crônicas de Machado de Assis

Livro: Balas de Estalo de Machado de Assis - Heloisa Helena Paiva de Luca | Estante Virtual

Livro reúne crônicas escritas com pseudônimo

José Carlos Werneck

O livro “Balas de Estalo” reúne interessantes crônicas de Machado de Assis. “Balas de Estalo” era o nome de uma coluna publicada pelo jornal Gazeta de Notícias, de 3 de abril de 1883 até 29 de dezembro de 1886. Vários escritores se revezavam na coluna, usando pseudônimos: Blick (Capistrano de Abreu), João Tesourinha (Francisco Ramos Paz), José do Egito (Valentim Magalhães), Lélio (Machado de Assis), Lulu Sênior (José Ferreira de Araújo, um dos fundadores do jornal), Público (Dermeval da Fonseca), e Zig-Zag (Henrique Chaves).

Em 25 de setembro de 1883, o jornal de escândalos “Corsário”, de Apulcro de Castro, revelou a identidade dos diversos colaboradores das Balas de Estalo.

SÉRIE DE CRÔNICAS – “Balas de Estalo” foi uma das mais prolíficas e duradouras séries de crônicas do jornalismo brasileiro no século XIX, publicada, quase que diariamente na Gazeta de Notícias, à época um dos periódicos de maior tiragem do Rio de Janeiro, num revezamento intenso de mais de uma dezena de narradores-personagens, resultando em várias centenas de textos ao longo de seus três anos de duração (1883-1886). Seus narradores acompanharam os principais assuntos do dia na década de 1880.

Segundo Ubiratan Machado, autor do Dicionário de Machado de Assis, “Balas de Estalo” “correspondem a um momento extremamente feliz da prosa machadiana, livre, solta, maliciosa, com alguma coisa da irreverência de um moleque de rua e a forma apurada de um clássico”.

Machado de Assis publicou 125 crônicas, de 2 de julho de 1883 até 22 de março de 1886. Além dessas, existe uma crônica de 15 de setembro de 1883 assinada coletivamente por José do Egito, Décio, Zig-Zag, Lélio, Publicola, Blick e João Tesourinha.

O PSEUDÔNIMO – Machado assinava-se como Lélio (“Lélio dos Anzóis Carapuça”, como revela na crônica de 17 de janeiro de 1885), que se refere a um personagem da Commedia dell’arte italiana, retomado por Molière.

Nestas crônicas, o escritor ironiza a política com suas sucessivas crises ministeriais (“Escrevo sem saber o que sai hoje dos debates da Câmara. Uns dizem que sai o projeto, outros que o Ministério, outros que nada” (14/4/1885); revela-se também um libertário (“… hasteemos audazmente a bandeira da liberdade” (30/11/1885); brinca com a astronomia e suas dimensões vertiginosas (“A astronomia é, com efeito, uma bebedeira de léguas. As léguas são as polegadas do espaço” – 22/8/1885); usa e abusa do nonsense como no “Diálogo dos Astros” entre Dom Sol e Mercúrio (20/6/1885).

E esbanja sabedoria (“o cinismo, que é a sinceridade dos patifes, pode contaminar uma consciência reta, pura e elevada, do mesmo modo que o bicho pode roer os mais sublimes livros do mundo” (14/3/1885).

PREVÊ A REPÚBLICA – Machado diz ser iminente “a revolução triunfante, o imperador embarcado, e as aclamações na rua – Viva a república!” (9/9/1884); mostra-se contrário à taquigrafia pois, “se todas as asneiras proferidas fossem registradas, o

mundo se tornaria um inferno” 15/7/1884[6]; aborda a inusitada venda de um tigre (“o tigre vende-se na rua do Hospício [atual rua Buenos Aires], como o chá preto e as cadeiras americanas” 26/4/1884); escreve uma crônica engraçada em que sua alma sai do corpo e comparece a uma sessão de espiritismo (“Desde que li em um artigo de um ilustre amigo meu, distinto médico, a lista das pessoas eminentes que na Europa acreditam no espiritismo, comecei a duvidar da minha dúvida” (5/10/1885).

É um livro muito agradável e de fácil leitura, como todas as obras do grande autor, e merece ser apreciado.

PT cessa todos os ataques a Campos Neto após a conversa dele com Lula e Haddad

Campos Neto nem acredita na mudança que está havendo

José Carlos Werneck

O início da trajetória de queda dos juros e o encontro do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro, estancaram a fúria desenfreada do PT contra o responsável pela autoridade monetária.

Desde a reunião, com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o PT não mais publicou em seu site nenhuma nota ou editorial crítico ao presidente do BC. Durante todo o mês de setembro, foram apenas três ataques ao presidente do BC.

ARREFECIMENTO – No auge das críticas, ocorrido no mês de maio, foram 20 textos atacando Campos Neto, mesmo patamar de março. Desde então, houve uma redução gradual na agressividade, com 19 em junho, 10 em julho e 6 em agosto.[CN1] 

O PT chegou a chamar Campos Neto de “lacaio” e “capacho” do sistema financeiro, além de compará-lo aos golpistas de 8 de janeiro.

Como se vê, as coisas mudam. Felizmente, neste caso para melhor, provocando total desespero nos esquerdistas de plantão. E já podemos constatar que a pauta econômica do governo Lula vem ao encontro dos anseios dos aplicadores do mercado financeiro, tanto dos que investem em renda fixa e na Bolsa de Valores, que continuam oferecendo muitas oportunidades para os mais diferentes perfis.

UMA CONSTATAÇÃO – Ninguém gosta de miséria, exceto os pseudos intelectuais de esquerda, que continuam dando vazão a seus complexos e frustrações e esbravejando contra tudo e contra todos.

Para desgosto da chamada esquerda festiva, felizmente o Brasil não virou nem vai virar Venezuela, Nicarágua ou Cuba, países cujos governos agradam ao PT.

E viva o capitalismo! Apesar de todos os seus enormes defeitos, é claro.

Lula diz que não há obrigatoriedade de indicar mulher ou negro para Supremo

De olho no STF? Veja charges do Tacho sobre a Justiça - Entretenimento -  Jornal NH

Chsrge do Tacho (Jornal NH)

José Carlos Werneck

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que não pretende adotar o gênero ou a cor como critério para escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Perguntado sobre a indicação, disse ter “várias pessoas na mira” e que definição será feita “no momento certo”

“O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo de escolher uma pessoa que possa atender os interesses do Brasil. Uma pessoa que tenha respeito pela sociedade brasileira. Que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Sem precisar ficar votando pela imprensa. Já tem várias pessoas em mira. Não precisa perguntar questão de gênero ou de cor. No momento certo vão saber quem eu vou indicar”, ressaltou o presidente.

PROCURADORIA – Sobre a sucessão na Procuradoria-Geral da República, em que ele também precisa decidir um nome, disse que ainda está mantendo entendimentos. Por enquanto a procuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos está ocupando interinamente o cargo.

“Vou escolher tudo no seu tempo. Estou ouvindo, conversando para tomar uma decisão”.

Lula tem sido cobrado por indicações de mulheres e negros para a Suprema Corte. A pressão aumentou após Lula demitir a ministra Ana Moser dos Esportes e reduzir o número de mulheres no primeiro escalão. Antes disso, indicou o advogado Cristiano Zanin para a vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski no Supremo.

UM GRANDE NOME – A hora das indicações está chegando, as pressões aumentam a cada dia e em Brasília se comenta que Lula já fez sua escolha.

Bem que ele poderia escolher alguém como Márcio Thomaz Bastos, que foi ministro da Justiça durante seu primeiro mandato e durante três meses do segundo, e que morreu em 20 de novembro de 2014, em São Paulo.

Márcio Thomaz Bastos, uma escolha pessoal de Lula, era um jurista brilhante, que honrou a Pasta por ele ocupada. Precisamos torcer muito para que o presidente acerte em suas indicações, tanto para o STF quanto para a PGR.

Brasil continua a ter uma cruel distribuição de Renda, que realimenta a criminalidade

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Charge do Jean Galvão (Arquivo Google)

José Carlos Werneck

O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, recuou para 0,518 em 2022, melhor resultado da série histórica iniciada em 2012. Após um empobrecimento recorde dos brasileiros no segundo ano da pandemia de covid-19, a metade mais pobre da população teve um aumento de renda em 2022, tanto pela recuperação na geração de vagas do mercado de trabalho quanto pela redução do número de habitantes e pela expansão de programas de transferência de renda em meio à corrida eleitoral.

O salto na renda dos mais pobres reduziu a desigualdade no País. Mesmo assim, esses dados continuam péssimos.

SITUAÇÃO PERVERSA – Nossa distribuição de renda continua sendo uma das piores do Mundo. Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 17.447,00 em 2022, queda de 0,3% ante 2021.

Ainda assim, esse pequeno grupo ganhava uma renda média real mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população. Mas houve evolução em relação a 2021, quando essa distância era de 38,4 vezes. E transferências de renda e emprego injetaram mais R$ 24 bilhões às famílias em um ano, segundo dados do IBGE.

“A desigualdade, por mais que você tenha tido uma melhora, ela é muito estrutural. Você tem um componente muito grande da desigualdade no País”, disse, recentemente, Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O DRAMA DE SEMPRE – A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 18,0% em

2022 ante 2021, para R$ 537,00 mensais, por ter sido um ano eleitoral.

Mesmo assim, apesar da melhora, cerca de 107 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 17,90 por dia no ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua, divulgados recentemente pelo IBGE.

Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,7 milhões de pessoas que contavam com somente R$ 2,90 por dia em 2022, ou R$ 87,00 por mês por pessoa da família. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 102,3% em relação a 2021.

POLÍTICAS SOCIAIS – Segundo Alessandra Brito, analista do IBGE, as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 deram um alívio à população mais vulnerável em 2020. No entanto, em 2021, com o enxugamento do Auxílio Emergencial, a renda per capita desceu ao pior resultado da série histórica iniciada em 2012.

Eu, particularmente, acho que é muito cruel saber que mais de 100 milhões de brasileiros viviam com menos de R$ 17,90 por dia, em 2022.

Com esses dados impressionantes não é difícil concluir quais são as causas de nossos índices crescentes de violência e de um mercado interno muito aquém da nossa população. Enquanto houver tamanha desigualdade social, as políticas de segurança continuarão fracassando, por óbvio.