
Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)
Vicente Limongi Netto
Sábado, em Curitiba, o presidente Jair Bolsonaro não se fez de rogado e novamente acenou para o golpe: “Só Deus me tira do cargo”, ameaçou solenemente. É o jogo eleitoral do mito de barro, que vive a difundir asneiras antidemocráticas para atrair mais irresponsáveis para o lado dele. Jogo sujo. A propósito, escrevi em abril, na Tribuna da Internet e redes:
“Fica cada vez mais claro, na medida em que as eleições de aproximam, que Bolsonaro pretende virar a mesa, ganhar no tapetão, caso venha a ser derrotado por Lula. Resta saber se as Forças Armadas julgam procedentes e democráticas as ameaças do atual presidente”.
BOLO DE NOIVA – Na outra ponta, a pantomima em torno do nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como salvação da ansiada terceira vida é como bolo de noiva, bonito por fora, oco por dentro. A candidatura de Simone, valorizada por políticos acostumados a fracassos eleitorais, não comove nem dentro do próprio partido dela.
Pega mal para o MDB de lutas e conquistas gloriosas a existência de fortes indícios de que o nome da senadora foi ungido dentro do golpe que aparentemente tirou João Dória do jogo.
Pesquisas marotas e vídeos cor de rosa achocolatados não alavancarão a candidatura de Tebet, porque lorotas embrulhadas com clichês e argumentos rasos não atraem eleitores. Quem é realmente Simone Tebet?
TRÊS ASSUNTOS – Não brigo com fatos. Se deixarmos Simone Tebet por alguns momentos sozinha numa praça pública, não acontecerá nada. Não haverá assédio de eleitores em torno dela. Síntese da ópera bufa: Bolsonaro e Lula permanecem absolutos, na passarela eleitoral de outubro.
O segundo assunto mostra os eleitores cariocas numa enrascada dos diabos. Terão que escolher, para o senado, Romário ou Daniel Silveira. Opções medonhas. Entre o roto e o estragado. Se ficar o bicho come. Se correr o bicho pega. Resta a candidatura de Alessandro Molon, ex-petista, hoje no PSB.
Grupo de decaídos e políticos menores, do PL, de acordo com a colunista Denise Rothenburg (Correio Braziliense- 21/05) conseguiram arrancar o competente deputado Marcelo Ramos(PSD-AM), da vice-presidência da Câmara. O presidente Arthur Lira se curvou às pressões e destituiu também Marilia Arraes (Solidariedade-PE) da 2ª Secretaria, e Rose Modesto (União-MS) da 3ª Secretaria. É o jogo sujo do ano eleitoral, em que inveja e hipocrisia corroem a alma dos medíocres.