Jornalismo do silêncio no genocídio de Israel e na sabotagem a oleoduto russo

Janio de Freitas | Jornalismo do silêncio

O jornalismo pode realmente ser considerado livre?

Janio de Freitas
Poder360

Atividade mal concebida, o jornalismo. Campo minado por contradições, com poucas e raramente utilizadas armas para dissolvê-las, tem princípios tão rígidos quanto descumpridos. Apaixonante, mais vício do que consciência, exala presunção. O jornalismo é isso ou nada disso, na sua total dependência do modo de fazê-lo.

A liberdade de expressão e impressão é a maior bandeira do jornalismo. A ponto de ser dada pela evidente maioria dos empreendimentos e profissionais dessa atividade como definidora de regimes políticos. Sem que tamanha rejeição a censuras evite omissões e exclusões que, deliberadas, se confundem com censura.

É UM DEVER – A seletividade, em variadas formas, é própria do jornalismo, sim, na relação com a validade para o público destinatário. Mas o direito de expressão transforma-se em dever no jornalismo. O comum é que as contradições correspondam a conveniências identificáveis. Também, de tão absurdos, são ininteligíveis.

O forte vazamento no gasoduto submarino da Rússia à Alemanha, por exemplo, foi tratado na mídia como escândalo mundial. Com a aproximação do inverno, a falta de gás levava a União Europeia ao pânico. E, pasmo adicional, os indícios eram de explosão por sabotagem.

Como de praxe, a Rússia foi posta sob suspeita, apesar do seu prejuízo e de estar na iminência de inaugurar novo gasoduto submarino, outro para a Europa Ocidental. Mas Putin é Putin, e os Estados Unidos levavam seus aliados europeus a apoiar a Ucrânia contra a invasão russa.

SEM DIVULGAÇÃO – As investigações preliminares, de diferentes países, souberam da presença de um barco de lazer na região do vazamento. Há uns 10 dias, sucinta notícia e foto informaram o encontro do barco. Três dias depois, outra notícia modesta mencionou a identificação do dono do barco. Um ucraniano. Foragido. E nada mais…

O acompanhamento dos noticiários de TVs estrangeiras só ofereceu uma oportunidade de encontrar, em breves passagens, as duas notícias: a TV oficial da Espanha. Nem mesmo a DW, da Alemanha, mais ferida pela sabotagem, concedeu a divulgação da notícia nos seus jornais daqueles dias. Por aqui, claro, nada.

Segunda sabotagem, portanto. Esta, à informação do mundo e sugestiva de difícil censura internacional. Por quê? A partir de onde se formou a adesão aparentemente planetária? Uma insignificância sob tanto sigilo é, ou um absurdo de estupidez, ou um mistério de causas também absurdas, de outra maneira.

OMISSÃO GRITANTE – Na linha da omissão com causas e fins perceptíveis, a agressão à responsabilidade do jornalismo é gritante. Assunto atual: sob o título cauteloso de “Luta pela terra”, um documentário de alta importância, e igual qualidade, mostrou pela alemã DW-Internacional (18.8) um dos lados protegidos por silêncio na infeliz Palestina.

É a ação do terrorismo de “colonos israelenses”, como são chamados os que expulsam à força os moradores de casas e terrenos vizinhos de Israel, e fora da zona de guerra.

Moradias são invadidas para destruição e saques, com especial volúpia pelos quartos das crianças e material escolar.

DESUMANIDADE – Casas são atacadas a bala, apossadas ou demolidas para construção ao gosto de um terrorista. Os rebanhos de ovelhas são assaltados, às vezes levada toda a criação. Safras de azeitona, de grãos e ervas, meio de vida anual das famílias, são colhidas por bandos de colonos terroristas antes que os lavradores possam fazê-lo.

A escola foi destruída e atos terroristas repelem o ensino. O rabino Asherman pontua o documentário com observações sobre a desumanidade dessa violência. E o que conta vem de anos. Mas são muito raras, e sempre ligeiras, as referências da mídia a “incidentes” com os colonos terroristas. Nem os extermínios vencem a sonegação na mídia internacional sobre essa extensão do genocídio no Oriente Médio…

7 thoughts on “Jornalismo do silêncio no genocídio de Israel e na sabotagem a oleoduto russo

  1. Ou Maduro resolve satisfazer “as partes”, dividindo o almoço e a janta, ou será khazarianamente”vaporizado”, em musical e “RockFellerá”!

  2. Israel é protetorado dos Estados Unidos da América.

    E isso não é pouca coisa.

    Para derrotar Israel, tem que derrotar os Estados Unidos primeiro.

    Nesse ponto, Trump oferece mais segurança e proximidade com Netanyahu.

    O que ninguém entende é a Ucrânia também se tornar um protetorado.

    Com todas as nações e economias europeias ocidentais no alvo, trata-se de uma guerra antiga.

    É a velha Guerra Fria.

    Um século XX que não terminou.

    A derrota da União Soviética durou pouco e há uma memória forte e a personificação de Putin.

    Putin foi aliado no Iraque, no Afeganistão e demonstrou diplomacia e eficiência nas duas primeiras décadas deste século, em longa parceria com os erros e os acertos dos Estados Unidos.

    A Rússia está sendo atacada de forma sucessiva em seu território numa provocação sem precedentes, inclusive contra Moscou.

    É muita certeza e confiança do bloco irresponsável dos Clinton-Obama-Kamala de que não haverá reação à altura.

    Putin já falou: “Trump é a única esperança para que não haja uma Terceira Guerra Mundial”.

    Na terceira década do século XXI, as sementes da guerra nuclear estão sendo plantadas como nunca antes.

    Falta responsabilidade.

  3. Esse cara da nojo, só pode trabalhar na folha. Por que não fala das perseguições na China, do que acontece na Venezuela, Coreia do Norte e em muitos países islâmicos em que as mulheres não têm o mínimo de liberdade.

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