Pedro do Coutto
Em São Paulo, o candidato Pablo Marçal resolveu apostar em manobras questionáveis para manter seus conteúdos nas redes sociais. Ocorre que a Justiça Eleitoral determinou a suspensão temporária dos perfis do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, usados para monetização.
Cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral-SP e o candidato disse que irá recorrer. A liminar foi concedida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, após ação movida pelo PSB, partido da candidata Tabata Amaral. Na representação, a legenda solicita a abertura de um inquérito contra Marçal por pagar seguidores que distribuem cortes de seus vídeos nas redes sociais.
“CORTES” – “Destaco que não se está, nesta decisão, a se tolher a criação de perfis para propaganda eleitoral do candidato requerido, mas apenas suspender aqueles que buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”, afirmou o juiz. No documento, ele ainda sustenta que “monetizar cortes” equivale a disseminar continuamente uma imagem “sem respeito ao equilíbrio que se preza na disputa eleitoral.”
Agora, após a suspensão temporária de suas redes, o influencer desafia a Justiça Eleitoral e começou a criar “perfis reservas” de uma série de contas em todas as redes sociais. Enquanto participava de motociata com apoiadores, neste sábado, as redes do candidato começaram a compartilhar uma série de imagens informando os novos perfis do ex-coach.
RESTRIÇÃO – A ideia é que, mesmo se o ele não conseguir reverter a decisão, ou se a restrição for expandida, Marçal mantenha uma presença digital, seu principal meio de comunicação, já que o candidato ficará de fora do horário eleitoral gratuito na Rádio e TV. As contas no Instagram, Twitter, Telegram, TikTok e Gettr já começaram a reunir, em poucas horas de divulgação, milhares de seguidores
Mesmo que as novas investidas de Marçal criem ainda mais problemas, no fundo da questão, talvez seja essa a sua estratégia, pois assim se mantém no foco dos noticiários, evidenciando-se também através de ataques e discursos pesados contra os seus adversários, muitas vezes pautados pela desinformação. Afinal, essa estratégia ofensiva, ao que tudo indica, o alavancou nas últimas pesquisas, levando-o a um avanço de sete pontos, ultrapassando até mesmo Ricardo Nunes.