Ato no 7 de Setembro pode sugerir que o bolsonarismo nas ruas esfriou?

Bolsonaro participa de ato na Avenida Paulista; acompanhe - SBT News

Bolsonaro e Tarcísio, no ato organizado por Malafaia

Bruno Boghossian
Folha

Por alguns anos, as manifestações convocadas por Jair Bolsonaro foram termômetro e ferramenta de coesão da direita radical. Levaram às ruas bandeiras autoritárias, deram forma a causas excêntricas como o anticomunismo e foram essenciais para cultivar o caldo golpista. Os protestos indicavam até onde o ex-presidente estava disposto a ir e dava uma pista de quanta gente topava acompanhá-lo.

O último 7 de Setembro sugere que alguma coisa mudou. Os atos se tornaram mais previsíveis, demonstram capacidade de mobilização mais limitada e, mesmo quando têm combustível à disposição, produzem menos calor.

PIOR QUE LULA – Bolsonaro levou ao trio elétrico na avenida Paulista um repeteco de discursos passados. Estavam lá o atentado de 2018, o pedido de anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023 e um favorito de sua turma: a classificação de Alexandre de Moraes como ditador.

A frase mais emblemática apareceu num formato novo e ajuda a explicar o estado das coisas. Ao pedir que o Senado vote o impeachment do ministro do STF, Bolsonaro disse que Moraes “faz mais mal ao Brasil do que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”.

A hierarquia revela um ex-presidente que enfrenta um risco real de condenações criminais. A briga pela sobrevivência é exibida de maneira nua, deixando uma causa política mais ampla e agregadora em segundo plano.

EFEITO MARÇAL – Nesse sentido, a divisão provocada por Pablo Marçal aparece como sintoma. Para uma parte do público de direita, o surgimento de uma alternativa na praça torna menos urgente e aflitiva a luta para salvar a pele de Bolsonaro.

Além disso, a maneira como o bolsonarismo distorce a defesa da liberdade de expressão já ofereceu ao ex-presidente resultados melhores. A manifestação de domingo esteve longe de ser um fracasso de público, mas outros protestos levaram muito mais gente às ruas ou tiveram um grau de octanagem maior, capaz de incendiar políticos e apoiadores.

Atos anteriores mostraram força suficiente para dar tração a convocações políticas até fora de bolhas radicais. Agora, o protesto gerou pouca novidade e não fez o barulho necessário para mudar o ânimo de senadores diante do pedido de impeachment de Moraes.

7 thoughts on “Ato no 7 de Setembro pode sugerir que o bolsonarismo nas ruas esfriou?

  1. O único risco que corre o sistema implantado multilateralmente no Brasil pela “Máfia Khazariana” e seu diversificado “Sindicato Internacional do Crime Organizado” concentra-se na figura de Pablo Marçal!

  2. Sr. Newton

    Dá série .; As Queimadas do Amor Parte II

    “…Cada vez mais seco, rio Madeira sofre com volta de dragas gigantes do garimpo após ação da PF

    Em 100 km de rio, mais de cem embarcações operam na mineração ilegal ou estão em reconstrução, num momento em que nível da água é inferior a 1 metro….””

    PS.

    Estou aguardando uma musiquinha ´para salvar a Amazõnia daqueles pseudos artistas vagabundos sugadores da Lei Roubanet….

    Bora , fazer música, cambada de vagabundos imundos

  3. O bolsonarismo esfriou na manifestação do sete de setembro e a parada militar tradicional literalmente pegou fogo, foi a apoteose.
    Assim falava Bruno, o Peremptório, Zaratrustra já era, a gasolina que queimava no motor do ex é de baixa octanagem, já foi maior para desgosto do farisaísmo escrito e falado.
    Pensei em colocar Bolsonaro no lugar do José do Carlos Drummond de Andrade, mas achei lugar melhor, e do mesmo autor, a pedra no caminho.
    e no meio do caminha tinha uma pedra…e a pedra era Bolsonaro.
    Trump, Milei e Netanyahu são as pedras em seus respectivos países

  4. Quem realmente se preocupa com sua família, seu país e o mundo, deveria ler “Tambores ao Longe” de Joe Mulhall, para ter uma ideia clara do risco da extrema direita mundial levar a humanidade para uma tragédia apocalíptica.

    Comentário que acabei de postar a uma reportagem do Antagonista sobre o alarme causado por vitórias significativas nas eleições estaduais alemãs de partidos da direita radical e neonazistas. Me referia ao livro de Joe Mulhall, analista e consultor inglês da tradicional organização britânica antifascista e antirracista HOPE not hate – HNH, onde narra dez anos de acompanhamento, investigação e análise do comportamento político de células de extrema direita em todo o mundo e suas atividades xenofóbicas, anti-imigratporias, misóginas, homofóbicas, negacionistas e supremacistas de raça e religião, concluindo com três ameaças ao equilíbrio harmónico mundial, Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro no Brasil e Modi na Índia, as três democracias mais populosas do mundo.

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