Em apenas um ano, Israel conseguiu “apagar” Gaza do mapa do Oriente

Satélites mostram que Gaza foi 'apagada' do mapa em um ano

Pode-se dizer que Gaza praticamente toda virou pó

Jamil Chade
Do UOL

Praticamente um ano depois da eclosão do conflito entre o Hamas e Israel, um levantamento realizado pela ONU usando satélites revela uma destruição generalizada de Gaza, a aniquilação de 90% dos ativos agrícolas, a queda de 81% no PIB do local e o fechamento de oito de cada dez empresas. “A velocidade e a escala da matança e da destruição em Gaza são diferentes de tudo o que aconteceu em meus anos como secretário-geral”, afirmou António Guterres, chefe da ONU há uma década. Mais de 40 mil pessoas morreram, enquanto outros 100 mil foram feridos.

Os informes estão sendo publicados enquanto o mundo caminha para marcar um ano dos ataques do Hamas de 7 de outubro e que deram início a uma operação sem precedentes por parte de Israel.

INFORME DA ONU – No total, 66% de edifícios foram danificados na Faixa de Gaza e representam um total de 163.778 estruturas. “Isso inclui 52.564 estruturas que foram destruídas, 18.913 gravemente danificadas, 35.591 estruturas possivelmente danificadas e 56.710 moderadamente afetadas”, indicou o informe da ONU. A análise tem como base as imagens de satélite de altíssima resolução coletadas em 3 e 6 de setembro de 2024.

A região mais afetada em geral é a província de Gaza, com 46.370 estruturas atingidas. A Cidade de Gaza foi notavelmente afetada, com 36.611 estruturas destruídas.

O Centro de Satélites das Nações Unidas (Unosat), em colaboração com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), também divulgou dados que revelam a destruição no campo. “Aproximadamente 68% dos campos de cultivo permanentes na Faixa de Gaza apresentaram um declínio significativo em termos de saúde e densidade em setembro de 2024”, afirmou.

FALTA APOIO – “As análises baseadas em imagens de satélite realizadas pela Unosat documentam a destruição generalizada e destacam a necessidade de apoio da população afetada”, alertou o informe.

Nikhil Seth, diretor executivo do departamento da ONU, destaca que as imagens apresentam “análises objetivas” e “têm sido vitais para os esforços de resposta humanitária e para melhorar a compreensão da comunidade global sobre o impacto do conflito na infraestrutura civil.

De acordo com a ONU, a destruição não é só física. O impacto combinado da operação militar em Gaza e suas repercussões na Cisjordânia provocaram um “choque sem paralelo” sobre a economia palestina.

SEM PRODUZIR – “No início de 2024, entre 80% e 96% dos ativos agrícolas de Gaza – incluindo sistemas de irrigação, fazendas de gado, pomares, maquinário e instalações de armazenamento – haviam sido dizimados, prejudicando a capacidade de produção de alimentos da região e piorando os já altos níveis de insegurança alimentar”, alertou a entidade.

A destruição também atingiu duramente o setor privado, com 82% das empresas danificadas ou destruídas. “Os danos à base produtiva continuaram a se agravar à medida que a operação militar persiste”, diz.

Como resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) de Gaza despencou 81% no último trimestre de 2023, levando a uma contração de 22% em todo o ano. Em meados de 2024, a economia de Gaza havia encolhido para menos de um sexto de seu nível de 2022.

11 thoughts on “Em apenas um ano, Israel conseguiu “apagar” Gaza do mapa do Oriente

  1. “THE WORLD IS ON FIRE”

    Afirma Donald Trump

    Aljazeera: 01/10/2024

    O candidato republicano e ex-presidente dos EUA culpou a administração Biden pela escalada em partes do Médio Oriente, prometendo restaurar a paz no conflito.

    O mundo está em chamas e fora de controle.

    Não temos liderança, ninguém governa o País.

    Temos um presidente inexistente, Joe Biden, e uma vice-presidente completamente ausente, Kamala Harris”, disse Trump em comunicado.

    Ele acrescentou que “o Irã estava sob controle” quando era presidente.

    Embora Trump tenha imposto pesadas sanções ao Irão depois de rejeitar um acordo nuclear multilateral histórico, Teerã continuou a armar e a financiar os seus aliados na região durante o seu mandato.

    Biden continuou a aplicar sanções da era Trump ao Irã e acrescentou mais sanções contra Teerã nos últimos três anos.

    Trump reiterou, sem provas, que o ataque de 7 de Outubro liderado pelo Hamas contra Israel não teria acontecido se ele estivesse no poder.

  2. Israel não respeitou a soberania do Líbano.
    Bombardeou o Sul do Líbano e até destruiu prédios nos subúrbios da capital, Beirute, matando o líder do Hesbolha e o comandante militar.
    Ontem, entrou no Líbano com a força terrestre para destruir os líderes do Hesbolha.

    Será que Netaniyau vai ordenar um massacre no Sul do Líbano, como fez em Gaza? Já mataram 40 mil palestinos, a maioria, mulheres e crianças.

    Está havendo um êxodo de sírios, e libaneses, na zona de guerra, na fronteira do Líbano com Israel.

    Essa é uma guerra insana, ninguém tem razão, todos estão com sangue nos olhos para que? Para nada, além do sofrimento da população do Oriente Médio, principalmente as mulheres, as crianças e os idosos.

    • “Todos estão com sangue nos olhos” … mas tu só apontas o dedo para Israel.
      Lembra-te, o ladrao traficante Lula da Silva, para quem fizestes campanha eleitoral, tem negócios escabrosos com os narcoterroristas do Reboláz.

  3. Eu entendo que quando se verifica um conflito bélico dessa envergadura, confuso, sem parâmetros ou objetivos definidos, onde os diagnósticos são passionais e aleatórios, só cabe uma pergunta: Quem começou?

  4. O Líbano tem 6 milhões de habitantes e já foi considerado a Suíça do Oriente Médio. Hoje, enfrenta uma crise economica avassaladora.
    O Exército e formado pela maioria católica, os druzos e os sunitas. A Milícia Armada do Hesbolha, considerada a maior do mundo, tem o apoio do Irá e está situada no Sul do Líbano.

    No Parlamento, o Hesbolha só pode ter 21 representantes.

    Os libaneses não gostam da milícia, por causa da violência de seus membros. A entrada das forças do Exército israelenses no Sul do Líbano, vai agravar a crise econômica no país.

    Para se ter uma ideia da ocupação militar em Gaza, mais de 80% dos prédios foram destruídos, a infraestrutura das empresas privadas e da produção de alimentos foi inutilizada, em torno de 82%. O cenário em Gaza é de terra arrasada.
    Quantas famílias, algumas inteiras foram desfeitas?
    Os órfãos, que sobreviveram as bombas, estão a deriva, em meio aos destroços.

  5. Há questões nessa insistência do primeiro ministro de Israel em continuar com as invasões em Gaza e agora no Líbano, além de recusar qualquer proposta de cessar fogo, relacionadas a eleição para presidente dos EUA em novembro.

    Netaniyau, trabalha para a derrota do Partido Democrata, portanto, deseja a vitória de Trump contra Kamala Harris. Trump é um aliado de Donald Trump. O ogro americano, já está lacrando nas redes sociais, dizendo que ele resolveria o conflito rapidamente, destruindo a máquina de guerra iraniana. Trump diz, que Biden é incapaz de liderar os EUA e que Kamala é pior ainda. Só ele, Donald Trump, tem as condições de colocar a China e a Rússia nos seus devidos lugares, diante da força militar e nuclear dos Estados Unidos.
    E tem gente, que acredita na capacidade cognitiva de um ser, que só pensa em ganhar dinheiro e mentir para o gado, que o acompanha e diz, amém para todas as asneiras ditas por ele.

    A humanidade está no Rio da navalha, com esses loucos como Trump, Milei e etc…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *