Deu em O Globo
O McDonald’s está processando nos Estados Unidos alguns de seus fornecedores por supostamente conspirarem para vender carne bovina à cadeia de fast-food a preços artificialmente inflacionados, aumentando seus lucros e fazendo com que a empresa pagasse preços muito mais altos, em violação às leis antitruste federais, de acordo com uma nova ação judicial apresentada no último dia 4.
O McDonald’s alega que os fornecedores coordenaram ações para fixar, aumentar, estabilizar ou manter o preço da carne bovina em “níveis superiores aos considerados competitivos”. Os nove fornecedores citados, que incluem empresas como Tyson Foods, JBS e Cargill, violaram a Lei Sherman por meio de sua conduta, afirmou o McDonald’s em sua queixa no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Leste de Nova York.
DENÚNCIA – “Os réus e seus cúmplices implementaram sua conspiração reduzindo de forma conivente o fornecimento de gado pronto para abate e carne bovina, o que, ao longo do tempo, elevou artificialmente o preço da carne que venderam ao Autor e a outros”, disse o McDonald’s.
O McDonald’s deseja um julgamento declaratório que afirme a existência da conspiração, indenizações três vezes superiores ao valor dos danos que sofreu, além de juros pré e pós-julgamento, de acordo com a queixa. Também pede ao tribunal distrital que emita uma liminar permanente para proibir indefinidamente os réus de continuar com sua conduta.
Um representante da JBS se recusou a comentar sobre o assunto. Nenhum dos demais réus respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito no dia 4.
O gigante do fast-food afirma que a conspiração começou em 2015, depois que alguns dos réus enfrentaram margens de lucro em declínio nas vendas de carne bovina após anos de seca, de acordo com a queixa. Os réus responderam concordando em reduzir e gerenciar coletivamente seus volumes de abate, o que resultou em uma diminuição na oferta de carne bovina.
ALTA ARTIIFICIAL – Ao reduzir seus volumes e restringir o mercado, os réus criaram preços de carne bovina artificialmente inflacionados para auxiliar suas margens de lucro, diz a queixa. O McDonald’s alega que alguns réus até fecharam intencionalmente fábricas de produção e se abstiveram de expandir sua capacidade de processamento durante esse período.
“Apenas os frigoríficos coniventes esperariam se beneficiar com a redução de seus preços e compras de gado abatido, porque saberiam que sua conspiração os protegeria da dinâmica de um mercado competitivo”, disse o McDonald’s.
Ao comparar a capacidade de abate e a produção entre os produtores de carne bovina não conspiratórios e os réus, os primeiros estavam aumentando em ambas as categorias durante o mesmo período, de acordo com a queixa.
INTIMAÇÕES – Em 2020, a Tyson Foods, a JBS e a Cargill receberam intimações do Departamento de Justiça dos EUA para investigar a suposta fixação de preços, afirmou o McDonald’s.
Na investigação subsequente, o McDonald’s disse que documentos não lacrados revelaram depoimentos de pecuaristas admitindo a existência da alegada conspiração.
Durante o período da conspiração, os réus tiveram lucros recordes, com a JBS USA reportando uma receita líquida de US$ 27,18 bilhões em 2021, o que representa um aumento de 25,8% em relação aos seus lucros em 2014, segundo a queixa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Duarte Bertolini envia uma matéria da maior importância. Mostra que na matriz USA existem leis e regras de mercado que são respeitadas na defesa da livre concorrência. Aqui na filial Brazil reina a esculhambação jurídica e o compadrismo, num quadro simultâneo de promiscuidade e impunidade. Nos Estados Unidos a Justiça tem problemas semelhantes aos do Brasil em âmbito municipal e estadual. Na Justiça Federal americana, porém, praticamente não há influência externa. Assim, se a JBS e a Cargill tiverem procedido de forma legal, basta provar em juízo. Mas se tiverem repetido lá na matriz USA as malandragens que cometem na filial Brazil, o couro vai comer. (C.N.)
Os problemas do Judiciário brasileiro são incomparáveis.
Aqui juízes são vitalícios, sem nenhum voto, sem controle legal ou social algum, com poder arbitrário e fora da Lei ilimitado.
O Conselho Nacional de Justiça é o grande representante do corporativismo disfuncional.
Juízes que trabalham apenas para seus próprios interesses e para reforçar o próprio poder e os próprios benefícios enquanto categoria.
O país está nas mãos deles.
Por isso a esculhambação reina.
Sr. Maximino,
Não é só por isso, diria, que também, por isso, a esculhambação reina.
Não pense que será diferente se todas as decisões do país, ficarem na mão dos políticos.
Já imaginou o que aconteceria?
Não quero nem pensar.
Acho que deve haver uma reforma política completa e também no judiciário.
O país tem que ser reformado por completo, senão vamos patinar ladeira abaixo por mais quinhentos anos.
O Brasil, atende a poucos e a maioria só paga a conta dos sortudos ladrões.
Um abraço,
José Luis
O processo eleitoral daqui é um retrato da alienação.
Tretas, barracos, polêmicas, performances ridículas, mentiras, trocas de acusações e memes instantâneos de X a dancinhas de Tik Tok.
Só há um caminho: derrubar as regalias, limitar o poder para combater a arbitrariedade.
Mas estamos caminhando em sentido oposto.
Não foi o Estado que sse fortaleceu.
Foi uma côrte caríssima e perdulária que enriqueceu.
O Estado não pode ter donos privados que se colocam acima da Lei e de toda a sociedade.
Se fosse aqui, mandariam arquivar o processo