Supremo nega acesso de Bolsonaro às acusações que Mauro Cid lhe fez

PF prevê concluir no início de novembro inquérito sobre Bolsonaro e  tentativa de golpe | Blog da Andréia Sadi | G1

Acusações de Cid a Bolsonaro continuam sob “sigilo”

Wesley Bião
Estadão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira, 18, para recusar recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionados à investigação sobre o vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal (PF) e à solicitação de acesso à delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.

O julgamento ocorre no plenário virtual, com votos contrários aos recursos proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino e Luiz Fux. A Primeira Turma também conta com a participação dos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

DIZ A DEFESA – No primeiro recurso, a defesa de Bolsonaro contesta a decisão de Moraes que autorizou uma análise detalhada da quebra de sigilo dos dados telemáticos do militar, elemento utilizado na investigação sobre o vazamento de dados de uma apuração da PF a respeito de uma suposta vulnerabilidade do sistema eleitoral.

A defesa alega que a decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR), sob a gestão de Augusto Aras, ter solicitado o arquivamento do caso. Porém, o magistrado argumentou que a ordem foi emitida antes desse parecer e que não se trata de nova prova.

No segundo recurso, Bolsonaro busca acesso à delação premiada de Cid, que o envolveu em várias investigações, incluindo uma sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Moraes destacou que não há previsão legal para que delatados tenham acesso ao conteúdo da colaboração enquanto houver investigações em andamento.

DIZ MORAES – O ministro Alexandre de Moraes também afirmou que o Supremo tem um entendimento consolidado sobre as restrições ao acesso a delações premiadas. Ele disse que, no momento adequado do processo, os investigados poderão se manifestar sobre a colaboração, e a Justiça avaliará a eficácia da delação.

“As investigações relacionadas a esses tópicos gerais estão em regular trâmite nesta Suprema Corte, com diversas diligências em andamento, o que, nos termos da fundamentação acima delineada, impede o acesso [por Bolsonaro] aos depoimentos de Mauro Cid no âmbito de colaboração premiada”, escreveu Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não pode ser considerada democrática uma Justiça que põe sob sigilo assuntos aleatórios, de acordo com o humor do ministro-relator. É inconcebível que alguém saiba que está sendo acusado de graves crimes, mas esteja proibido de saber que acusações são estas e como foram feitas. Chama-se a isso cerceamento da defesa. Mas quem se interessa? (C.N.)

5 thoughts on “Supremo nega acesso de Bolsonaro às acusações que Mauro Cid lhe fez

  1. Ué, mas depoimento é sigiloso, não é? Como eles teriam acesso ao conteúdo?
    Na fase judicial ele terá vista de tudo. O advogado dele sabe disso, mas como sempre o gado precisa ser insuflado a achar que é perseguição.

  2. Quando o assunto é Bolsonaro, as coisas são tratadas de forma diferente. O e$$eteefe é um bando de advogados, desqualificados para a função de juíz/ministros do tal $upremo. Transgridem a lei, não garantem direitos, desrespeitam a constituíção, são parciais, praticam a injustiça, agem conforme a ideologia, cometem crimes as pencas, são uma vergonha para o Brasil.

  3. Muito certo o STF. Como vai se liberar o acesso da defesa à delação? Ora, qualquer pessoa de bom senso entenderia que isso não é um pedido razoável.

    Se as informações prestadas pelo delator estão sob investigação ainda, o conhecimento das mesmas pelos investigados poderia atrapalhar em muito o andamento do processo. Depois de consolidadas tais investigações, com a comprovação das acusações, aí sim, a defesa deverá ter o acesso liberado.

  4. (Supremo) salvando a democracia ou tentando salvar-se a si próprio?

    Com o fim da democracia na Venezuela, a Corte local, para continuar de portas abertas, não se ‘aliou’ ao Poder ditatorial que se instalou no país?

    Acorda para o futuro, Brasil!

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