Se Lula for candidato à reeleição em 2026, terá de ser na base do sacrifício

Brasil, Bolsonaro ou Janja? Descubra qual palavra o presidente Lula mais  falou em 6 meses de governo - Estadão

Envelhecido, Lula esyá sendo vencido pelo passar do tempo

Merval Pereira
O Globo

Enquanto os médicos, e o próprio presidente, não se esquivam de avaliar como “grave” o acidente doméstico no banheiro que ocasionou um sangramento na cabeça de Lula, muitos petistas tentam tapar o sol com a peneira, garantindo que tudo está bem. Se dependesse desses, Lula teria viajado para a reunião na Rússia, o que seria uma extravagância perigosa.

Já houve época em que políticos não gostavam de revelar as doenças, com medo de prejudicar suas carreiras. O exemplo mais notável historicamente foi o então ministro da Justiça, Petrônio Portella, no governo Figueiredo.

MORREU EM CASA – Grande articulador, fundamental na negociação para a abertura e a anistia aos presos políticos na ditadura, Portella poderia ter sido a saída civil da ditadura militar na abertura do regime, mas se recusou a ir para o hospital quando teve um infarto e morreu em casa.

Felizmente, já vivemos tempo em que a transparência é exigida dos homens públicos, e quem não a adota tem prejuízos, cedo ou tarde.

Fora os desajustados socialmente, que revelam sua estupidez nas redes sociais ironizando o acidente sofrido pelo presidente ou desejando-lhe mal, os cidadãos, mesmo oposicionistas, sabem que não se devem politizar certas situações, como as que envolvem a saúde pessoal de um líder, mesmo adversário. O mesmo aconteceu com a facada do presidente Bolsonaro.

É UM RISCO – O caso de Lula tem aspectos específicos, pois, além de estar atualmente no governo, sua influência na política brasileira é tão ampla que uma eventual saída da disputa política mexe com todo o tabuleiro.

Durante muito tempo, o PT se recusou a fazer alianças fora de seu grupo de esquerda e agora sente falta delas. Em São Paulo, se aliou ao PSOL, que, embora tenha nascido em protesto à crise de corrupção que afetou o partido de Lula em 2005, com o mensalão, acabou virando um partido da área de influência do PT.

Mesmo assim, Boulos tem poucas chances de ganhar a Prefeitura de São Paulo.

CABEÇA DE CHAPA – Foi um avanço na negociação partidária, pois o PT não costumava abrir mão da cabeça de chapa, mesmo sem condições de ganhar. Nas outras capitais em que levou candidatos ao segundo turno, só em Cuiabá tem alguma possibilidade de vitória. Em Fortaleza, Natal e Porto Alegre, está com derrota prevista pelas pesquisas. Mas o problema do PT é maior que esse.

O partido depende de Lula, que, especificamente nesse embate, preferiu ficar fora porque tem aliança grande no Congresso, abrangendo a direita e o Centrão.

Ao contrário dos governos anteriores, quando as alianças do PT com os partidos de direita eram extrativistas — tiravam dos aliados o apoio necessário no Congresso em troca de fisiologia, não de programas —, hoje o PT depende desses partidos e aceita as derrotas que sofre, por impossibilidade de revidar na maioria das vezes.

FORA DE FORMA – Com o acidente doméstico que sofreu no fim de semana, Lula ficará impedido de se empenhar nas campanhas nesta última semana, como pretendia. O futuro do PT pode estar se desenhando sem Lula.

Se for candidato à reeleição em 2026, será quase na base do sacrifício, porque não terá idade para enfrentar uma campanha eleitoral disputada. Mas ele é a única chance de a esquerda ser competitiva.

Se o PT fosse um partido que não tivesse dono, já estaria programando sua reestruturação e seu projeto para 2026. Mas, como lá não se faz nada sem Lula, e porque ele é o grande líder popular do país na esquerda, ficará uma situação difícil. O próprio Lula está mais uma vez à frente dos seus, já defendendo que é necessária uma reforma partidária interna para colocar a esquerda em condições de buscar novamente os votos que lhe vêm sendo tirados pelos partidos de direita.

1 thoughts on “Se Lula for candidato à reeleição em 2026, terá de ser na base do sacrifício

  1. Sr. Newton

    Vamos expor a hipocrisia desses vagabundos comunistas refinados, em especial Sr. Ladrão de Nove Dedos…

    E vamos buscar o fato naqueles que hoje balançam os grãos enrugados do Ladrão….

    “Lula disse em Pernambuco , antes de passar mal, que “até dava vontade de ficar doente só para ser atendido por unidade pública de saúde
    Acabou no Hospital Portuguès, que é privado e um dos melhores do Brasil…”

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como informam todos os sites noticiosos e não precisa ser repetido em detalhes aqui, já está bem, devidamente monitorado por aquilo que de melhor a medicina pode oferecer no mundo. E nós torcemos para que ele se recupere logo. Ao Lula que ficou doente, eu só desejo saúde e sorte. Ao Lula saudável, como sempre, recomendo que tire os pés do pântano do populismo.
    Um dos itens da agenda de Lula, em Recife, ontem, estava ligada à área de saúde: a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As pessoas se aglomeravam para ouvir o presidente — chegou a haver desmaios. Na ânsia de demonstrar que é um homem do povo, mandou ver: “Eu quero ser o primeiro paciente dessa UPA aqui”. Pois é…

    “…Lula passou mal e foi levado ao Hospital Português do Recife, um dos melhores e mais equipados do Brasil. E depois seguiu para São Paulo, onde é cuidado por um equipe de renome internacional.

    Tenho horror ao populismo. Digo com todas as letras: não acho que um presidente da República ou governador do Estado devam se tratar em unidades públicas de emergência, que não podem mesmo contar com todos os recursos que a medicina pode oferecer. Não porque eles “não sejam homens comuns” (como disse Lula a respeito de Sarney), mas porque uma doença grave de um governante ou mesmo a sua morte podem ter repercussão negativa na vida de milhões de pessoas.

    Assim, é correto que o mandatário tenha à disposição o que há de melhor no setor. E é uma tarefa sua, indeclinável, fazer o possível para elevar as condições de atendimento na saúde pública — QUE VIVE UM CAOS NO BRASIL. Ponto parágrafo.

    É preciso parar de tratar o povo como idiota ou como tutelado. A UPA, se e quando funcionar bem, será um benefício para os pobres. E Lula nunca botará os pés ali como paciente.

    “Ah, Reinaldo, ele estava brincando…” É? Sem essa! Nos palanques, Lula divide o país entre “eles” (as elites) e “nós” (o povo). Chama “elite” a seus inimigos, ainda que mais pobres e menos poderosos do que ele próprio; chama “povo” a seus amigos, ainda que sejam alguns potentados da economia — muitos mamando nos subsídios e desonerações fiscais. Ele pode perfeitamente bem inaugurar uma unidade popular de saúde sem o apelo barato de que gostaria de ser atendido ali. Porque ele pertence à categoria dos que jamais serão atendidos ali. Quem recorre a essa linguagem não fala com o povo, mas com a platéia.

    Segue íntegra de sua fala

    “Eu quero ser o primeiro paciente dessa UPA aqui. Eu tava visitando a UPA, e eu quero dizer que ela tá tão bem-organizada, ela tá tão bem-estruturada QUE DÁ ATÉ VONTADE DE A GENTE FICAR DOENTE PARA SER ATENDIDO AQUI. Deus queira que nenhum de vocês, pelo menos hoje, precise ser atendido pela UPA, que vai começar a funcionar amanhã. Eu acho que aquela muiezinha que sofreu um desmaio já tá lá na UPA. Então, já começou a funcionar”

    Por Reinaldo Azevedo – Publicado em 28 jan 2010, 15h12

    A Rede não perdoa a bandidagem….

    Está tudo gravado e escrito nas telas…..

    aquele abraço

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