Pedro do Coutto
O quadro que se desenha na sucessão presidencial para 2026 está, no momento, muito restrito a duas pessoas, de um lado o presidente Lula da Silva, que concorrerá à reeleição até para preencher um vazio que existe no PT, e o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, que desponta com boas condições.
Mas é possível que Tarcísio opte por uma nova candidatura ao governo do estado, deixando o sonho presidencial para 2030. O cenário desta forma ficaria vazio, pois hoje não há candidatos que vislumbram uma real possibilidade de ocupar espaços para confrontar Lula.
ANISTIA – Nas áreas estaduais não há nenhuma perspectiva nova. A opção que poderá surgir depende da Justiça Federal ao tratar da anistia a Jair Bolsonaro que, vindo a ser efetivada, abriria consequentemente um novo caminho de polarização. Nesta sexta-feira, o ex-presidente reafirmou que será candidato à presidência da República em 2026 e que o seu possível substituto apontado por pesquisas de intenção de voto, Tarcísio de Freitas, não tem projeção nacional para disputar a eleição contra Lula. Bolsonaro afirmou que a condenação à inelegibilidade “não tem cabimento” e que vai recorrer até a última instância para disputar a eleição.
“Eu pretendo disputar 2026. Não tem cabimento a minha inelegibilidade. […] As alternativas são o Parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para registrar candidatura e o TSE que decida. Não sou otimista, sou realista, estou preparado para qualquer coisa”, disse em entrevista à revista Veja.
PROCESSOS – Ele se referiu aos processos a que responde por possível abuso de poder político em virtude de ter se reunido com embaixadores antes do período eleitoral, e o de poder econômico por subir em um carro de som durante uma manifestação do 7 de Setembro. Bolsonaro ainda classificou como “perseguição” a possibilidade de ser indiciado por suposta tentativa de golpe de estado.
O ex-presidente frisou que é candidato mesmo em meio a esses processos e aos que estão por vir, mas que não há na direita nenhum nome de projeção nacional como o dele para concorrer. “Falam em vários nomes, Tarcísio, Caiado, Zema… O Tarcísio é um baita gestor. Mas eu só falo depois de enterrado. Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu”, pontuou.
Apesar das declarações de Bolsonaro, acredito que seja muito difícil uma reversão da sua situação atual. Mantida a sua condição, restariam apenas dois nomes de peso em uma eventual disputa, Lula e Tarcísio de Freitas.
Kassab, que é um gênio da política, não vai deixar Tarcísio abrir mão de uma reeleição certa para embarcar numa aventura sem garantia de êxito. Os candidatos postados, até agora, são Lula e Caiado. Bolsonaro? Provavelmente estará numa confortável acomodação do Hotel Papuda’s Hill!