Assassinato em Aeroporto de Guarulhos demonstra a força do crime em SP

Empresário faria delação envolvendo bandidos e policiais

Pedro do Coutto

O brutal assassinato do empresario Antônio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeropoto de Guarulhos, em São Paulo, mostrou, mais uma vez, a forte presença da organização criminosa Primeiro Comando da Capital. O advogado do empresário disse que o acordo de delação premiada fechado pelo cliente com as autoridades foi “a sentença de morte dele”. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do PCC.

Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos. Na delação, o empresário falou sobre envolvimento do PCC, com o futebol e o mercado imobiliário.

INFORMAÇÕES – O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção. O advogado Ivelson Salotto disse ao Estadão que não aprovava a delação do cliente. “Eu havia sido contra a delação porque eu sabia que não ia terminar bem”, disse. “Ele denunciou policiais corruptos e bandidos. Quem poderia matá-lo?”

Vários tiros bloquearam o diálogo que evidentemente colocava pontos de esclarecimentos entre o crime organizado e a Polícia. Cinco policiais militares encarregados da segurança do empresário estão sendo investigados em uma possível conivência entre as revelações que poderiam vir a ser feitas e os vários disparos tiros que cortaram a possibilidade de um relato chave capaz de demonstrar o comprometimento entre o esquema do PCC com órgãos do estado.

Além deles, outro homem, que seria uma espécie de “faz tudo” de Gritzbach, a namorada dele e um amigo da família do empresário também foram ouvidos. Os celulares de todos foram apreendidos. A polícia também recolheu dois veículos que pertenciam a equipe de segurança do empresário. O carro que foi utilizado pelos executores do ataque também foi encontrado abandonado em uma comunidade de Guarulhos ainda na noite de sexta-feira. Havia coletes balísticos e munições de fuzil dentro do Gol.

IMPREVISTO – Quatro dos policiais militares que faziam a segurança de Vinicius deveriam buscá-lo no aeroporto. Porém, o carro em que os PMs estavam teria supostamente quebrado no meio do caminho. Três dos seguranças decidiram então parar em um posto de gasolina, onde permaneceram com o veículo.

O outro PM seguiu para o aeroporto — em outro carro— junto com o filho de Gritzbach e o amigo da família. Contudo, antes deles chegarem ao local, o empresário foi executado a tiros na saída do Terminal 2 do aeroporto, o maior da América Latina. Gritzbach voltava de Goiás com a namorada.

O empresário possuía, evidentemente, graves informações a transmitir, tanto que custaram a sua própria vida. Não foi o único caso. No Rio de Janeiro, o episódio de Marielle Franco é bastante comprometedor quanto a um elo entre os criminosos e os que temem a revelação de ações devastadoras. Incrível, mas os agentes da ordem se transformam em elementos do crime. O poder público tem que agir profundamente, pois caso contrário outros assassinatos acrescentarão números que registrarão atos contra os que se dispõem a ficar ao lado da lei contra os que a violam diariamente.

14 thoughts on “Assassinato em Aeroporto de Guarulhos demonstra a força do crime em SP

  1. Porque tanta ” demora e embromação ” por parte das autoridades envolvidas , em se colher ” informações cruciais ” em curto espaço de tempo para se elucidar e desarticular várias entidades criminosas , expondo criminosamente os colaboradores de ” delações premiadas ” , ou seja , as próprias autoridades não tem interesse em resolver tais problemas e são responsáveis pelo assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeropoto de Guarulhos, em São Paulo.

  2. Quem é o culpado disso tudo é o governo, seja quem for. Pois, nunca encararam de frente esse mal. Não só aqui o crime organizado está ficando cada vez mais forte

    • Sr. Conrado,
      O governo, seja qual for, não vai encarar esse mal.

      Porque?

      Porque essas facções já estão inseridas nos governos, seja ele qual for.

      Tem muita gente eleita nos três poderes com a grana da facção.

      Então não tem o que fazer.

      Vamos ter que conviver com isso até que caia um meteoro.

      A corrupção é gigantesca, está em todos os poros deste país.

      O nível é Super-hard!

      Simplesmente assustador.

      Um abraço,
      José Luis

  3. A delação desse sujeito, foi de arrasar quarteirões.
    Pegou todo mundo, muita gente da alta esfera e logicamente, a polícia está metida até o talo.

    Esse caso será esquecido pelas autoridades como tantos outros.

    Se bobear foi a própria polícia que eliminou o “empresário” ladrão.
    Um cara muito ousado, porque sabía que estava jurado de morte e continuava morando no Brasil.
    Certamente, um louco!
    Tinha que ter desaparecido do mapa, sair fora e pronto.
    Fazer uma plástica, trocar a identidade e sumir.

    Deu no que deu.

    Aposto que esse caso ficará engavetado pra sempre.

    José Luis

  4. O empresário morto pelos bandidos também atuava no ramo das criptomoedas.
    Um membro do PCC, denominado ” Cara Preta” teria investido na criptomoedas do empresário, a quantia de 100 milhões e não viu a cor dos dividendos do milionário investimento.

    Em 2023, o empresário foi sequestrado pelo comando do PCC por nove horas e liberado bom a promessa de devolução tô dinheiro investido.

    Cara Preta e seu motorista foram assassinados e o mando foi atribuído ao advogado morto.

    A reportagem do Estadão, confirmou que o empresário voltava de Goiás, para cobrar uma dívida. Na sua mala tinha um milhão em jóias.

    Muito dinheiro envolvido, é a receita para os dramas das pessoas envolvidas. Cito o drama da morte de Rene Sena, o ganhador da Lotérica de Rio Bonito, que tinha oito seguranças e apenas um fiel a eleição, os outros seguiam as ordens da mandante e companheira de Sena. Primeiro foi assassinado o policial militar fiel depois o próprio Sena, quando bebia num bar e dois pistoleiros chegaram de moto e dispararam contra ele.

    No governo Marcelo Alencar, no Rio, foi assassinado o prefeito Joca de Belford Roxo. Seguia para uma reunião no Palácio Laranjeiras, quando foi assassinado num engarrafamento no viaduto, 100 m próximo do destino. Seus seguranças, naquele dia, se perderam do carro do prefeito.

    Muito estranho, que no dia da emboscada, no aeroporto de Guarulhos, especificamente no desembarque, os quatro seguranças do empresário morto não estavam lá para proteger Gritzbach, sob a alegação de defeito no carro.

    É sempre o mesmo álibi, que não cola mais.

    Como o crime foi executado na área da atuação da Polícia Federal, no aeroporto internacional, a instituição do Estado entrará no caro, em conjunto com as autoridades polícias de São Paulo.

    OBS; O motorista do Uber, que foi ferido acidentalmente pelos tiros de fuzil, não resistiu nessa manhã.

    • Sr. Roberto,
      Como uma mala cheia de jóias passa sem que ninguém perceba o conteúdo da mala.

      O detector de metais acusaria com certeza.

      Alguém foi subornado no aeroporto de origem.

      Não vejo outra explicação.

      Um forte abraço,
      José Luis

  5. José Luis, as malas em voos nacionais não são revistadas na chegada pela Aduana ( Receita Federal) nem pela Polícia Federal.
    Se o passageiro optar pela bagagem de mão, os pertences passam pelo Raio X na Partida.
    Se optar pelo porão da aeronave não tem revista.

  6. O governador Ronaldo Caiado, afirmou hoje, que o assassinato do empresário foi culpa do governo federal, porque a competência da segurança do aeroporto é da Polícia Federal.

    Ora, ou é uma burrice sem tamanho, a demonstrar a falta de conhecimento da legislação ou Caiado, tentou faturar no noticiário.
    Como acreditar, que um governador desconheça a competência das suas polícias estaduais ?

    A competência da Polícia Federal nos aeroportos se concentra nas áreas restritas. Os federais investigam o trágico internacional e nacional de drogas e armas e são responsáveis pela imigração, verificando os passaportes na entrada to passageiro no país.

    A Receita Federal é responsável pela Aduana dos Aeroportos, combatendo a importação de mercadorias, além do permitido Lei.

    No setor de embarque e desembarque público, em Aeroportos, a competência da segurança é das Polícias Miliares e da Polícia Civil.
    Um exemplo prático, são as delegacias especializadas da Polícia Civil localizadas na área pública dos Aeroportos, notadamente nos Internacionais.

    Caiado está fora da realidade e causa espécie, ainda querer sentar na cadeira presidencial, sem conhecer o mínimo do mínimo. Um bufão, que acha Goiás, uma ilha de tranquilidade, por isso não quer o apoio das Polícias Federais e Rodoviária no Estado de Goiás.
    No entanto, quando advier uma crise, na Segurança de Goiás, virá como um cachorrinho mimado, pedir apoio em Brasília.

    Caiado é um boquirroto.

    .

    • “Caiado é um boquirroto.”

      E, é também um ladrão!

      “Como governador, Caiado nomeou pelo menos 22 parentes para importantes funções públicas em Goiás, sobretudo, tios e primos.”

      Imagine esse trapo sujo sendo presidente?

      Deus nos livre!

      Um forte abraço
      José Luis

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