Bela Megale
O Globo
Desde a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, no sábado, Jair Bolsonaro tem sido procurado por aliados para saber a chance de uma eventual delação premiada de seu ex-ministro e candidato a vice de sua chapa em 2022 prosperar. Nas conversas, o ex-presidente tem sido enfático ao dizer que não crê que o militar fará um acordo com a Justiça.
Bolsonaro ainda tem saído em defesa do militar, reforçando os argumentos que publicou nas redes sociais na noite da prisão. O ex-presidente disse a pessoas próximas que considera a detenção do seu aliado “descabida” e “extemporânea”.
DÚVIDA PROCEDENTE – Na noite de sábado, Bolsonaro foi às redes e publicou a seguinte mensagem: “Há mais de 10 dias o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”.
Segundo a apresentadora da GloboNews Andréia Sadi, a postagem do ex-presidente foi vista por militares como um aceno para que o general não faça delação premiada.
Braga Netto desponta no inquérito da Polícia Federal como um dos principais artífices do plano de golpe de Estado.
DINHEIRO VIVO – A investigação diz que o general entregou dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, em embalagens de vinho.
Segundo o relatório da Polícia Federal, o recurso seria usado para financiar os supostos planos de golpe, como o planejamento de assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É triste presenciar esse momento da política brasileira, em que a economia está grave risco, com o dólar subindo e a Bolsa de Valores despencando, juros em alta, mas o assunto mais discutido é a prisão de um general por obstruir um inquérito oficialmente encerrado há 23 dias, o que é uma espécie de “crime impossível”, tipo matar um cadáver. Por óbvio, se o inquérito está encerrado, como poderá ser obstruído? Dá vergonha assistir a isso. Mas quem se interessa? (C.N.)
Concordo contigo CN, em número, gênero e grau. Mas a jumentada bate palmas.
O que o Agente Barba AINDA pensa sobre Palocci?
Abrólhos! (Parte I – Capítulo I)
“Fomos nós os primeiros que, já na antigüidade (7), lançamos ao povo as palavras “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” (8), palavras repetidas tantas vezes pelos papagaios inconscientes que, atraídos de toda a parte por essa isca, dela somente tem usado para destruir a prosperidade do mundo, a verdadeira liberdade individual, outrora tão bem garantida dos constrangimentos da multidão. Homens que se julgavam inteligentes não souberam desvendar o sentido oculto dessas palavras, não viram que se contradizem, não repararam que não há igualdade na natureza (9), que nela não pode haver liberdade, que a própria natureza estabeleceu a desigualdade dos espíritos, dos caracteres e das inteligências, tão fortemente submetidos às suas leis ; esses homens não sentiram que a multidão é uma força cega ; que os ambiciosos que elege são tão cegos em política quanto ela ; que o iniciado, por mais tolo que seja, pode governar, enquanto que a multidão dos não-iniciados, embora cheia de gênio, nada entende da política. Todas essas considerações não abrolharam no espírito dos cristãos ; entretanto, é nisso que repousa o princípio dinástico dos governos ; o pai transmite ao filho os segredos da política, desconhecidos fora dos membros da família reinante, a fim de que ninguém os possa trair. Mais tarde, o sentido da transmissão hereditária dos verdadeiros princípios da política se perdeu. O êxito de nossa obra aumentou.
Todavia, no mundo, as palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade puseram em nossas fileiras, por intermédio de nossos agentes cegos, legiões inteiras de homens que arvoraram com entusiasmo nossos estandartes. Contudo, tais palavras eram os vermes que roíam a prosperidade dos não-judeus, destruindo por toda a parte a paz, a tranqüilidade, a solidariedade, minando todos os alicerces de seus Estados. Vereis pelo que se segue como isso serviu ao nosso triunfo ; isso nos deu, entre outras cousas, a possibilidade de obter o triunfo mais importante, isto é, a abolição dos privilégios, a própria essência da aristocracia dos cristãos, o único meio de defesa que tinham contra nós os povos e as nações. (10). Sobre as ruínas da aristocracia natural e hereditária, elevamos nossa aristocracia da inteligência e das finanças. Tomamos por critério dessa nova aristocracia a riqueza, que depende de nós, e a ciência, que é dirigida por nossos sábios.
Nosso triunfo foi ainda facilitado pelo fato de, nas nossas relações com os homens de quem precisamos, sabermos tocar as cordas mais sensíveis da alma humana : o cálculo, a avidez, a insaciabilidade dos bens materiais, todas essas fraquezas humanas, cada qual capaz de abafar o espírito de iniciativa, pondo a vontade dos homens à disposição de quem compra sua atividade.
A idéia abstrata da liberdade deu a possibilidade de persuadir ás multidões que um governo não passa de gerente do proprietário do país, que é o povo, podendo-se mudá-lo como se muda de camisa.
A removibilidade dos representantes do povo coloca-os à nossa disposição ; els dependem de nossa escolha.”
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – subscrevo…
Prisões ilegais, inquéritos inconstitucionais, decisões judiciais tipo “comédia stand-up” (abalando – todos os dias – o país) e políticos “pequenos” (senadores e deputados). Muitos parvos mesmos, outros infames (patifes). Existem exceções, mas raras, muito raras…
O advogado constitucionalista, de conduta ilibada e notável saber jurídico, Ives Gandra, argumenta contra a legalidade da detenção, destacando preocupações sobre seu impacto na democracia e no papel das Forças Armadas.
Alexandre de Moraes embarcou em presunções ao decretar prisão preventiva de Braga Netto, segundo o desembargador aposentado Maierovitch, também de conduta ilibada e notável saber jurídico.
Por que temos situações no país onde indivíduos escrevem livros defendendo belas teses em defesa da democracia (e suas instituições) e, num belo dia, no exercício de determinada pública resolvem seguir caminhos de conflito social, provocando perigosos atritos institucionais e maculando a democracia?
Por que temos tantos parlamentares paspalhos no Congresso Nacional e, inclusive, comandando as Casas (nesse sistema bicameral) de modo egoísta e defendendo interesses grupais em detrimento do público?
Interesse público (se personificado) diria: esqueceram de mim…
Esqueceram de que interesse público entende-se como existir como sendo o verdadeiro interesse a que se destina a Administração Pública.
Yes, nós temos estilingues e bola de gude.
O que se passa na cabeça de Alexandre, não o Grande, o Pequeno, quer destruir toda a direita na canetada?
O poder de canetas não anula a ‘Última Ratio’