Piada do Ano! Barroso, do Supremo, diz que o Estadão tem raiva dele

Barroso assume STF em momento de tensão com parlamentares

Barroso assina um artigo que depõe contra seu equilíbrio

J.R. Guzzo
Estadão

O ministro Luís Roberto Barroso, de tempos em tempos, se propõe a uma missão praticamente impossível: convencer algum habitante do mundo existente além do edifício-sede do STF que o tribunal ora presidido por ele faz alguma coisa boa, ou pelo menos de alguma utilidade, para os brasileiros que vão tirar do bolso quase R$ 1 bilhão para pagar pelo seu sustento no ano de 2025.

É a chamada contradição em termos. O ministro não pode mostrar nada de bom no STF porque não há nada de bom para mostrar no STF.

SEM ESPERANÇA – A última tentativa de resolver esse teorema que propõe a quadratura do círculo foi um artigo do ministro Barroso, publicado há pouco em O Estado de S. Paulo. É uma coisa sem esperança. Num texto que tem as impressões digitais dos assessores de imprensa que o STF mantém em sua folha de pagamento, Barroso (ou os assessores) parecem explorar duas vertentes – uma inútil, e a outra objetivamente errada.

A primeira é um “balanço de obras” do Supremo. Ficou parecendo um desses textos assinados por prefeitos de cidade do interior para falar bem de si mesmos. A outra acusa O Estado, um dos raríssimos órgãos de imprensa brasileiros que não faz adoração automática ao STF, de ter uma postura “raivosa” quanto à nossa “Suprema Corte”, como diz Lula.

E quais seriam essas obras que, na bula do ministro, mostram a intensa operosidade do tribunal – e, pelo que dá para entender, o Estadão esconde?

MELHOR DO MUNDO – Fala-se, ali, na criação de exames para a magistratura e para os cartórios. É citada a “paridade de gênero” nas promoções por mérito. São mencionadas a redução nas ações trabalhistas, aumento na arrecadação municipal e doação de R$ 200 milhões para o Rio Grande do Sul. etc. etc. O STF, a um certo momento, é descrito por Barroso como o tribunal “mais produtivo do mundo”.

O problema, como sempre, é a velha pergunta: “E daí?” O Supremo não é criticado por organizar exames para cartórios, nem por fazer “paridade de gênero”, nem por doar dinheiro para as vítimas de enchentes. É criticado, isso sim, pela conduta objetiva dos seus membros. Ninguém está reclamando da redução das causas trabalhistas.

O problema é a decisão individual de um ministro em perdoar dívidas de cerca de R$ 20 bilhões de empresas que confessaram crimes de corrupção ativa.

OUTROS FEITOS – Um deles é criar aberrações integrais como o “flagrante perpétuo”, ou a necessidade de fiança para crimes inafiançáveis. É conduzir há quase 6 anos um inquérito penal sem data para ser encerrado e que investiga tudo.

Não é a discordância em relação ao teor das sentenças, como alegam os ministros, que causa as críticas. Não é o que eles decidem. É o que fazem. O STF considera normal que mulheres dos ministros exerçam serviços de advocacia em causas sob a apreciação de seus maridos. Fica irritado quando se estranha que façam conferências em português, no exterior, em “eventos” patrocinados por empresas que também têm causas no tribunal.

Acha que é um “ataque ao sistema de justiça” contar ao público que um ministro vai ver um jogo de futebol no exterior levando um segurança pago pelo Erário – ou que esse ministro foi reprovado duas vezes no concurso para juiz de direito.

TER RAIVA DELE? – A outra abordagem de Barroso não melhora em nada o conjunto da obra. Como poderia resultar alguma coisa de positivo da acusação de que o jornal teria “raiva” dele? Não tem nenhum cabimento o magistrado supremo do Brasil fazer uma acusação dessas a um órgão de imprensa, ou a ninguém que possa vir a ter uma causa a ser julgada por ele – ou mesmo que não venha a ter nunca.

O presidente do STF tem de ser imparcial. Não é uma opção; é obrigatório. De mais a mais, a acusação não faz nexo. Quando, precisamente, o Estadão foi “raivoso” com o ministro? Em que matéria? O que o jornal escreveu, em letra de forma, manifestando “raiva” contra ele? Em suma: qual é a prova da acusação?

A única atitude decente que os magistrados do STF poderiam ter em relação à sua “imagem” junto à opinião pública é não dar entrevistas à imprensa, ou coisas correlatas. O Brasil ganharia imensamente se eles falassem exclusivamente nos autos. É tudo o que não querem fazer.

14 thoughts on “Piada do Ano! Barroso, do Supremo, diz que o Estadão tem raiva dele

    • Amigão,
      Você achava que o baú se encontrava no Brasil?

      Aqui estava o bauzinho, tipo caixa de sapatos, pra pagar “menas imposto”, lá fora tá guardado o grandão e deve ter outros espalhados pelos paraísos fiscais.

      Eu pago imposto porque sou pobre.

      Milionário não paga imposto porque é rico e cheiroso.

      O 🦁 é um gatinho com essa gente!

      Um abraço,
      José Luis

      • Amigão,

        A receita é um gatinho com essa gente, mas um leão com o povo sofrido que ainda leva este Páis nas costas..

        Quantos milhões de dólares o Homem do Golpe do Baú levou para fora., será que o Leão sabe quantos foram?

        E ainda querem pegar a Dona Maria que é diarista ……

        Tem também aquele caso das Malas do Porcão Geddel com 52 milhões nas malas achadas no apartamento….

        Onde estava a dona receita federal.?

        aquele abraço

  1. Sinceramente, está-se parecendo muito puris os nossos oligarcas patrmonialista da Velha República Tardia.

    O Painho veio, de novo, com o lenga-lena que a Democracia está em risco no mundo, como se ele não fosse um entusiasta da “Democracia Relativa”, e seus surrados conceitos de fascismo, nazismo, desrespeito d aos Direitos Humanos.

    Insistem em manterem-se na sua ridícula realidade paralela e com o dircursinho mequetrefe pra seus seguidores fanáticos fundamentalistas, que escasseiam a olhos nus.

    Estão em conflito catastrófico com a realidade, a Sociedade Civil, as forças produtivas nacionais e internacionais.

    Por muito menos a Dilma foi impichada.

    ___________

    Vejam a pérola do mundinho delirante em que se encontram.

    https://www.google.com/search?q=pix&client=firefox-b-d&sca_esv=865d6c36e0c51f09&udm=7&source=lnt&tbs=qdr:h&sa=X&ved=2ahUKEwjR54XSjvuKAxUuHrkGHe-oBhAQpwV6BAgBEBM&biw=1366&bih=643&dpr=1#fpstate=ive&vld=cid:64803691,vid:Bl4fC52wEbw,st:0

    Parece que esqueceu que é Presidente do Brasil.

    Que falta um Palocci faz!

    Não há solução pra esta gente.

  2. Do Barroso não sei, mas da classe média e do povão brasileiro tenho certeza que o Estadão nutre ódio profundo.
    Não precisa ser nenhum gênio para perceber.

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