O que virá com Trump será o início de um novo e longo ciclo político

Trump politiza incêndios na Califórnia com desinformação e ataques a  governador | Blog da Sandra Cohen | G1

Neste mandato, Trump quer criar uma nova era política

Maria Hermínia Tavares
Folha

Os professores estrangeiros contratados por Harvard receberam carta da administração sugerindo que, se tivessem passado os feriados de fim do ano no exterior, tratassem de voltar antes de 20 de janeiro. A influente universidade, considerada a melhor do mundo, teme as medidas anti-imigração prometidas por Donald Trump que, nessa data, assumirá a Casa Branca.

Nos Estados Unidos —e não só ali—, os especialistas especulam como será o segundo mandato que as urnas entregaram ao republicano.

PROMESSAS – Em especial, o que se pergunta é se ele terá musculatura política suficiente para levar a cabo suas extremadas promessas de campanha depois de uma acachapante vitória eleitoral que lhe deu de uma só tacada a Presidência e o controle das duas Casas Legislativas.

Some-se a isso uma Suprema Corte de maioria reacionária para justificar os prognósticos de que muitos dos freios e contrapesos institucionais à concentração de poder no governo federal —típicos da democracia legada pelos pais fundadores— bastem para limitar os impulsos autocráticos desse vocacionado manda-chuva.

A questão não interessa apenas aos yankees, nem se limita à profundidade das mudanças previsíveis nas instituições domésticas e nas políticas públicas, com a passagem do governo federal dos democratas para os republicanos convertidos ao radicalismo de direita.

A ERA TRUMP – O cientista político europeu Ivan Krastev entrevistado no podcast “The Good Fight” (A Boa Briga) por Yascha Mounk, seu colega igualmente respeitado, argumentou que a volta ao governo do populista de extrema direita marca um ponto de virada e o início de um novo ciclo político: a Era Trump.

Trata-se de mutação nas políticas domésticas e na atuação internacional de Washington, tão profunda e notável como as que caracterizaram a Era Roosevelt ou a Era Reagan, e cujas marcas se prolongaram muito além dos mandatos do democrata (1933-1945) e do republicano (1981-1989).

No plano externo, para além das bravatas e da retórica intimidatória do futuro presidente —ao ver de muitos, bizarra estratégia a fim de extrair benefícios de aliados ou adversários—, cabe perguntar quais poderão ser os efeitos de uma postura mais agressiva e isolacionista e menos comprometida com soluções multilaterais, para a chamada ordem internacional liberal.

TEMPO DE PAZ – A ordem liberal diz respeito aos arranjos formais e informais que surgiram ao final da Segunda Guerra, organizando as relações entre Estados do ponto de vista dos fluxos econômicos e da segurança, e de acordo com princípios que privilegiavam a negociação em vez da força bruta.

Seus pilares, como se sabe, foram as instituições de Bretton Woods —FMI; Banco Mundial; GATT, que mais tarde daria origem à OMC (Organização Mundial do Comércio); e a constelação de organizações e regimes que formaram o sistema ONU. Com o tempo, outros organismos a ele se juntaram.

Esse conjunto de regras, nem sempre equilibrado, nem consistentemente liberal, é produto do Ocidente democrático e teve nos Estados Unidos um fiador —embora às vezes reticente ou oportunista transgressor de suas normas. Difícil, porém, imaginar seu futuro se, na Era Trump, a América se dedicar a sabotá-lo.

6 thoughts on “O que virá com Trump será o início de um novo e longo ciclo político

  1. Ouçamos o que acha nossa Oligarquia Estatal Patrimonialista sobre esta Era Trump:

    – “Lula sugeriu que uma vitória do candidato republicano Donald Trump significaria uma volta do fascismo e do nazismo”;

    – “Sidônio afirma que a desinformação trouxe a extrema direita de volta, “sumida” desde o fim do nazifascismo”;

    – “Lula: ‘se não enfrentarmos mentiras, a democracia pode cair em nome do fascismo e do nazismo'”

    Nossos heróis da democracia vão varrer da face da Terra o perigo nazi-fascista, dano viva ao Irã, Rússia, Venezuela.

    Conclusões:

    – “Transtorno delirante é uma condição mental séria onde você não consegue diferenciar o que é real do que não é”;

    – “Delírio de perseguição ou paranoia : o portador deste tipo de delírio acredita que está sendo vítima de uma perseguição, e afirma que há inimigos que estão querendo matar, envenenar, difamar ou que querem lhe fazer algum mal, sem que isto seja verdade”;

    – “Delírio de grandeza: Neste caso, a pessoa acredita que é superior às outras pessoas, por ter um cargo importante ou por ter habilidades fantásticas”;

    Em outros termos:

    “Ou nós paramos o Lula ou ele para o Brasil!”

    _________________

    Que papelão do delirante Grupo Prerrogativas, apoiadores do assassinato da Lava Jato:

    https://www.gazetadopovo.com.br/republica/prerrogativas-nikolas-ferreira-justica-video-pix/

    Vejam bem quem são estes caras!

  2. Trump sabe, ao menos, que não será o dono do mundo: começa beijando a mão de Xi Jinping.

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    Ninguém mais acredita no governo Lula

    O governo Lula deu uma inacreditável demonstração de covardia ao revogar a normativa da Receita Federal sobre o Pix (…).

    O presidente petista mostra-se incapaz de defender até mesmo suas decisões mais comezinhas. Lula deu claros sinais de que já não governa – ao contrário, é governado.

    Os brasileiros já se convenceram de que o único propósito do governo Lula é arrancar o suado dinheiro dos contribuintes para aumentar a capacidade do Estado de lhes atrapalhar a vida.

    Lula está perdido, a reboque dos acontecimentos e se limita a reagir a eles de maneira confusa e desorganizada. E isso acontece porque não tem projeto para o País.

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Opinião, 17/01/2025 | 03h00 Por Editorial

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