Paulo Peres
Poemas & Canções
O cantor, músico, produtor, escritor, poeta e compositor baiano Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, o genial Caetano Veloso, na letra da canção “Alegria, Alegria” apresentada no III Festival de MPB da TV Record, em 1967, exibia uma das mais belas canções de protesto contra o início do regime militar.
O tempo passou, não há mais ditadura militar, mas a canção continua atualíssima.
ALEGRIA, ALEGRIA
Caetano Veloso
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento,
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não…
Agora não grita contra a corrupção que assola os governos do pt. Tudo a ver, pois a lei Rouanet compra tudo
Bom seria se ele fizesse uma música contra a ditadura do STF afinal, ditaduras são todas iguais. Aliás, nos últimos seis meses a esquerda parece que esqueceu a ditadura de 1964. Será que agora eles gostam daquilo que tanto combateram?