Guerras e extremismo afastam a esperança de dias melhores neste ano

Moradores de Gaza rezam para que novo ano traga paz após “destruição” de  2023 | CNN Brasil

Pode haver paz sem a formação de um Estado palestino?

Janio de Freitas
Poder360

E diziam que verde é a cor da esperança, e simbólica neste momento mundial é a sensação de esperança vinda com a notícia de acordo de paz em Gaza. Mero fruto de desejo, não de promessa confiável.

O extermínio humano e material da Palestina pelo poder israelense não é defesa. É guerra de conquista. Avanço do plano de Grande Israel que embala o fundamentalismo religioso e o extremismo direitista dominantes no país.

SEM ESTADO – A fúria exterminadora sobre Gaza e Cisjordânia tem as mesmas origens e finalidades que a recusa israelense ao Estado palestino previsto, também, na criação de Israel pela ONU.

Os palestinos, por seu lado, não podem fugir a profundo ódio e expectativa de vingança, pelo terror que arruína seus filhos, mães e pais, irmãos, casa e bens, cidade e futuro. Sua dor e seus ímpetos são inapagáveis.

A corrida por um acordo, que os israelenses limitaram a uma trégua, foi a primeira vitória do Trump redivivo. Veio da pressão de Biden para ter o papel pacificador, sem o deixar a Trump e sua promessa de dar fim à guerra.

BIDEN CULPADO – Mais do que o papel desejado, Biden deixa o governo como co-autor, indissociável, dos crimes de governantes e militares de Israel contra Gaza. A finalidade das bombas e munições que mandou, em levas enormes e incessantes, foi sempre do conhecimento, e, portanto, da aprovação de Biden.

Com o poder norte-americano em mãos, Biden também não buscou meio algum de evitar a guerra na Ucrânia. Prometeu armá-la, e de fato municiou-a, mas para usá-la contra a Rússia.

Desde o início da guerra, Biden negou apoio a todas as tentativas de intermediação para a paz.

SEM ESPERANÇAS – Hoje, norte-americanos concluem que a Ucrânia não pode ter esperanças no conflito. Daí, decorre uma situação quase humorística.

Se alguém tem esperanças em Trump, não é governante de país europeu filiado à Otan. Meteram-se na guerra de Biden contra a Rússia, nisso têm empenhado fortunas – e agora?

Trump diz que encerrará a guerra: os estadunidenses caem fora e os europeus da Otan ficam com os problemas. Entre eles, as relações muito agravadas com o temerário Putin. E o próprio Trump a repetir Putin e querer pedaços da Europa para os Estados Unidos.

MADURO Ainda bem que temos Nicolás Maduro para nos associar ao mundo. E nos dissociar no óbvio. O governo brasileiro prestigiou a posse de Maduro com uma representante. Sem admitir a legalidade da eleição de Maduro, impôs a ideia de ser aquele um ato de Estado.

Para encurtar, ou recomeçaríamos dos gregos e romanos: posse ilegal e ilegítima não é, jamais será, ato de Estado. Pode ser fraude ou ato de força (não necessariamente militar). Maduro juntou as duas formas.

Na impossibilidade de que a combinação suscite alguma esperança, entre militares brasileiros circula uma expectativa: esclarecimentos sobre o relato de grupos militares venezuelanos nas proximidades da sua fronteira com a Guiana. Em direção a Essequibo, a região do vizinho que Maduro ameaçou invadir, a pretexto de um dia ter sido venezuelana. A esperança só é a última que morre porque é a primeira que corre…

3 thoughts on “Guerras e extremismo afastam a esperança de dias melhores neste ano

  1. Lula é irrelevante internacionalmente

    “O trem de Lula passou”. Ele perdeu o papel para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, afirmou Zelensky hoje, no Fórum de Davos, na Suíça.

    Lula é só conversa fiada, papo furado, blábláblá.

    21/01/2025

  2. “E diziam que verde é a cor da esperança.”
    PS. Desde que gradativamente pintaram a esperança de vermelho, ela está morrendo muito antes de nós todos, sem dúvida!

  3. Houve um tempo de ufanismo, em que tínhamos orgulho de ver o Brasil progredir com o desenvolvimento resultante do trabalho de muitos de nós.

    Mas, hoje, com o país estagnado, parece não haver mais a possibilidade de esperança num futuro melhor para os brasileiros, exceto para os privilegiados de sempre.

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