William Waack
Estadão
Desde sempre historiadores tentaram resumir em poucas palavras o fenômeno de decisões políticas (e/ou militares) que levaram a grandes desastres, embora claramente previsíveis. Duas obras de enorme sucesso foram “A Marcha da Insensatez”, de Barbara Tuchman (de Tróia ao Vietnã), e “Os Sonâmbulos”, de Christopher Clark (como a Europa “tropeçou” para dentro da Primeira Guerra Mundial).
Não há nada de sonâmbulo na marcha de Lula 3 no caminho da insensatez fiscal, que arrisca provocar uma crise política justamente quando seria menos desejável – isto é, num cenário eleitoral. Ao contrário, o presidente não transmite em privado ou em público qualquer sinal de que entenda a questão fiscal como insustentável.
FALSAS AVALIAÇÕES – A principal assessoria econômica do Ministério da Fazenda produz avaliações do seguinte teor: “nós estamos no caminho certo da consolidação, uma consolidação fiscal feita com baixíssimo desemprego, crescimento econômico, distribuição de renda e combate à pobreza. Sempre foi nosso objetivo: conduzir uma política econômica capaz de consolidar as contas públicas ao mesmo tempo que promove o crescimento e a distribuição de renda”.
É prosseguindo nessa trilha que o governo bateu um recorde histórico na terça feira, quando passou a pagar IPCA + 7,94% para remunerar papéis de dívida de curto prazo.
Com números dessa ordem, não espanta que agentes de mercado (sim, esses vilões) considerem que a atual situação política impeça Lula de adotar medidas capazes sequer de estabilizar a dívida pública, quanto mais reverter sua trajetória de crescimento.
MOMENTO POLÍTICO – Por “situação política” leia-se a cabeça de Lula e o que faz do “Zeitgeist” (espírito de uma época) ou “vibe” ou como se queira chamar o momento político e sua direção.
A combinação de descrédito quanto às políticas do governo e o enorme tsunami representado por Trump (do comércio à geopolítica, passando pela guerra cultural) são componentes bastante visíveis de uma realidade política extraordinariamente difícil e desafiadora para qualquer governante.
Realidade tornada ainda mais grave quando tudo é visto sob a perspectiva do marketing, uma ferramenta política capaz de produzir resultados apenas localizados, e da qual agora tudo se espera.
MAIS DO MESMO – Nesse sentido, Lula piorou a tarefa de seu novo chefe de propaganda política, Sidônio Palmeira.
O que tem a oferecer é mais do mesmo (gasto é vida) e promessas pontuais de “intervenção” para mitigar inflação de preços de alimentos, e seu devastador efeito na popularidade de qualquer governo.
Miopia também é uma boa palavra para se descrever como um dirigente político fabrica uma crise para si mesmo. É o que Lula está fazendo agora.
É simbólico que, por ignorância ou dominação idológica pra sustentar o papo-furado de que seja um governos dos pobres, Lules detona com o “mercado”, no caso o financeiro, que está segurando sua onda ainda, comprando os tais títulos da Dívida. Cada vez mais difíceis, logo tendo que aumentar a sua remuneração.
Esta bagaça não vai dar certo. Lules cospe no prato que come!
quanto mais cuspidas, mais tira-se dos pobres pra encher a pança da burguesia financista.
Painho, pai dos pobres e mãe mineira do “mercado”!
O articulista fala mais do mesmo. Quando a dívida não cresceu?
Além do mais, cortar despesas onde?
Será que é a favor da saída mais fácil? Que é o que o tal mercado quer: corte nos benefícios sociais, fim da valorização do SM e mais, desvinculação da Previdência. Diminuição das despesas obrigatórias .
Nenhuma palavra contra as isenções fiscais, os supersalários, a elisão fiscal, a sonegação, coisas que dependem da aprovação do Congresso.
Mas é isso mesmo. Criticar é muito mais cômodo que analisar com profundidade um assunto.
Coisa de agentes(LOCUPLETOS mercenários) sabotadores e subversivos: O plano khazariano, é DESESPERAR multo mais que meio mundo!
Otimista eu dou crédito ao Barba, ele está levando a classe pobre a detonar picanha às arrobas.
Os marqueteiros dele descobriram o caminho para minas de Ofir do Rei Salomão.
O que vale é a propaganda e a narrativa.
O estranho não é que o Lula não se aperceba de nada, o egocentrismo isola o bom senso, o estranho é que não tenha um familiar ou amigo não político, para alertá-lo de que está na hora de uma saída honrosa, se for possível, já que de aqui para a frente só lhe aguardam decepção e humilhação.