Trump vai exigir redução dos juros e desafia independência do BC americano

Trump dominou a edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos

Pedro do Coutto

Donald Trump discursou na última quinta-feira, em vídeo, no Fórum Econômico Mundial de Davos, voltando a defender o uso de combustíveis fósseis para impulsionar a economia e disse que vai exigir o corte das taxas de juros nos Estados Unidos. O presidente americano disse que o mundo testemunhou uma revolução do bom senso nos últimos dias, criticando o antecessor, Joe Biden, principalmente pelo aumento da inflação e pela forma como lidou com a imigração.

Na área ambiental, Trump listou as medidas que já tomou para barrar iniciativas sustentáveis e promover a exploração de combustíveis fósseis. “Os Estados Unidos têm a maior reserva de petróleo e gás do planeta. E vamos usá-la”, disse. O presidente americano afirmou que vai pedir à Arábia Saudita e à Organização dos Países Exportadores para reduzirem o preço do petróleo.

CORTE – “Se o preço caísse, a guerra entre Rússia e Ucrânia acabaria imediatamente”, disse, sem entrar em detalhes. Trump disse que depois dessa redução no preço do petróleo, vai exigir o corte imediato das taxas de juros dos Estados Unidos, um desafio ao Banco Central americano, que é historicamente independente, e acrescentou que elas deveriam estar caindo no mundo inteiro.

Na área econômica, o presidente americano prometeu cortes de impostos para as empresas que se instalarem nos Estados Unidos. Trump também disse que espera um relacionamento justo com a China, reclamou do déficit comercial com a União Europeia e voltou a ameaçar os aliados históricos com mais taxação sobre importações. Foram quatro dias de expectativas em Davos de olho nos próximos quatro anos de governo Donald Trump. Não há dúvidas: mesmo à distância, o presidente americano dominou esta edição do Fórum Econômico Mundial. Direta ou indiretamente, Trump passou pelos debates e discursos.

Os preços do petróleo foram para o território negativo com o discurso de Trump, enquanto o euro caiu e o dólar oscilou entre ganhos e perdas em relação a uma cesta de moedas fortes. Algumas de suas críticas mais duras foram reservadas aos tradicionais aliados dos EUA, o Canadá e a União Europeia, que ele ameaçou novamente com novas tarifas, ao mesmo tempo em que repreendeu suas políticas de importação, culpando-os pelo déficit de produtos comerciais dos EUA com esses parceiros. “Uma coisa que vamos exigir é o respeito de outras nações. Canadá. Temos um déficit enorme com o Canadá. Não vamos ter isso em lugar nenhum”, disse.

CRÍTICAS – Ele também criticou duramente seu antecessor Joe Biden e as políticas que dominam Davos há anos, desde as políticas de mudança climática até a diversidade. O ex-secretário de Estado dos EUA John Kerry, que serviu sob o comando de Biden, ficou visivelmente constrangido enquanto ouvia o discurso. Trump prometeu reduzir a inflação com uma combinação de tarifas, desregulamentação e cortes de impostos, juntamente com sua repressão à imigração ilegal e o compromisso de tornar os Estados Unidos um centro de inteligência artificial, criptomoedas e combustíveis fósseis.

O fórum de Davos deu a alguns executivos a oportunidade de questionar publicamente o presidente sobre questões que afetam seus negócios ou, em alguns casos, seus investimentos, projetos e interesses específicos. Trump repetiu uma série de falsidades conhecidas – que os EUA tinham o ar e a água mais limpos durante seu primeiro mandato, que ele venceu por grande número de votos nos Estados Unidos, e que havia um Green New Deal nos EUA que ele havia revogado.

Trump agiu rapidamente para reprimir a imigração, expandir a produção doméstica de energia e ameaçou impor tarifas pesadas à União Europeia, China, México e Canadá. Ele também retirou os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde e do acordo do clima de Paris. Ele disse que renomeará o Golfo do México como Golfo da América, embora outros países possam não adotar o novo nome. Ele também ameaçou retomar o Canal do Panamá do Panamá.

PERDÃO – O presidente ainda perdoou mais de 1,5 mil partidários que atacaram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, em um esforço fracassado para reverter sua derrota nas eleições de 2020, causando indignação entre parlamentares e policiais cujas vidas foram colocadas em risco. Trump está se movendo para desmantelar os programas de diversidade dentro do governo dos EUA e está pressionando o setor privado a fazer o mesmo. Isso fez com que algumas pessoas em Davos procurassem novas palavras para descrever práticas no local de trabalho que, segundo elas, são essenciais para seus negócios.

Em poucos dias, Trump tem promovido grandes reflexos internacionais com as suas declarações. Saber se serão efetivadas é outra questão, uma vez que muitas das ações se confrontam com a legalidade e os limites constitucionais do seu próprio país.

11 thoughts on “Trump vai exigir redução dos juros e desafia independência do BC americano

  1. Olha aí, enfim, um ponto de convergência entre Trump e Lula. Os dois criticam a política de juros altos do Banco Central dos respectivos países.

    Mas, tem um detalhe e o diabo mora neles. Quando Lula crítica os juros aqui, o dólar sobe. Quando Trump crítica os aumentos de juros lá, o dólar cai igual rabo de cavalo.

    Outra convergência entre Lula e Trump: Os dois criticam os aumentos de preços do petróleo.
    Trump quer baixar drasticamente o preço dos combustíveis na bomba e já peitou a Arábia Saudita tá e a OPEP. Se não baixarem, vai taxar todos os produtos que entram na América.
    Lula quer estacionar os preços da gasolina. Se falar em baixar, o mercado brasileiro pressiona pela subida do dólar.

    Durma com um barulho desses.

  2. Por que será que não proliferaram comentários contra o Stalinácio e sua obsessão em controlar o BC?
    Será por que fez escola e influenciou o Imperador Trump, o Mercadoria Paraguaia.

    • Lula, assim como Requião, aprendeu política com Jânio Quadros.
      ” O povo não ama unido; odeia unido “.
      Lula elege um inimigo ( herança maldita de FHC) e fica martelando. Depois, troca e vai martelar outro inimigo ( taxa de juros do Campos Neto).

  3. É muito engraçado como a imprensa não consegue entender o Trump e cai sempre nas suas hipérboles. Se Trump disser que amanhã a vaca vai pro brejo, no outro dia estará a imprensa na beira do brejo esperando a vaca passar…. Hahaha…

  4. Sr. Pedro.

    Acho que o quadrilhao do ladrão estão lendo minhas mensagens aqui no blog da Tribuna.

    Mandei algumas mensagens com vários aumentos de preços, e em especial da laranja, virou artigo de luxo e só rico que tem condições de comprar a fruta..

    Veja o que disse o sinistro da casa senil, aquele que compra fazendas e mansões de frente para o mar com o salário de governador.

    “Contra inflação, Rui Costa sugere que o povo troque laranja por outra fruta”.

    “Fala de Rui Costa sobre substituir laranja por outra fruta vira meme”.

    Declaração foi dada pelo ministro na sexta, depois do anúncio de medidas para diminuir o valor dos alimentos no Brasil”.

    Sr. Pedro, não estou entendendo mais nada, na entrevista o sinistro diz que o estado de são Paulo é o maior produtor de laranjas do Brasil..

    Não tem como trocar a fruta, todas as frutas estão com preços nas alturas.

    O governo do ladrão acabou desde o primeiro dia do mandato…

    Como disse o ladrão” O Agro negócio é fascista e direitas”.

    E o ladrão o que é,?

    Aquele abraço.

    Ainda estamos na torcida para o senhor jogar a toalha.

    “Se não tem pão, que comam brioches”

    • PS.

      O próximo projeto do desgoverno corrupto será.

      “Como aproveitar os restos de comida no lixo”

      Picanha, lagosta, camarão pra mim , restos de comida para vocês.

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