Jamil Chade
do UOL
Se o medo ronda os imigrantes nos EUA, a perspectiva de uma deportação em massa por parte de Donald Trump leva empresas e o comércio a avaliar o impacto de ficar sem a mão de obra barata que, hoje, garante parte importante da economia americana.
Num país onde um quarto das faxineiras não têm documentos, a repercussão da ofensiva e dos anúncios de que a prisão de Guantánamo pode ser usada para alojar imigrantes já afetam as atividades de restaurantes, hotéis e centenas de negócios pelo país.
HÁ VAGAS – 75% dos eleitores dos EUA admitiram, em outubro, que os imigrantes indocumentados fazem trabalhos que os cidadãos americanos não estão dispostos a desempenhar, segundo um relatório da Pew Research.
Em alguns estados, o déficit de mão de obra é motivo já de crise, antes mesmo da operação de Trump. Em Nebraska, por exemplo, para cada cem empregos, há apenas 39 trabalhadores, de acordo com a Câmara de Comércio dos EUA. A imigração, portanto, é uma das saídas diárias para as empresas da região.
Mas um levantamento realizado pela American Immigration Council concluiu que se a promessa do republicano for implementada, ela conduziria a um abalo na economia dos EUA, com a contração do PIB e uma perda de quase US$ 1 trilhão, o equivalente à metade do PIB brasileiro.
IMPACTO PROFUNDO ´- O impacto seria mais profundo que a quebra do Lehman Brothers, em 2008, e que quase levou a economia mundial ao colapso. Entre 4,2% e 6,8% do PIB americano poderiam ser perdidos.
Com os recursos usados para a operação sem precedentes prometida pelo presidente, o estudo estima que poderiam ser construídas 40,4 mil novas escolas ou 2,9 milhões de casas. Também haveria recursos para pagar a universidade de mais de cinco milhões de pessoas.
Para realizar a deportação de 13 milhões de imigrantes de uma só vez, o governo teria de gastar cerca de US$ 315 bilhões.
FAÇA AS CONTAS – Isso inclui: US$ 89,3 bilhões para realizar prisões suficientes; US$ 167,8 bilhões para deter imigrantes em massa; US$ 34,1 bilhões em processamento legal; US$ 24,1 bilhões em remoções.
De forma mais realista, porém, a deportação em massa teria de ocorrer ao longo de vários anos. Um dos cenários seria o de conduzir a deportação de um milhão de imigrantes por ano, o que custaria US$ 88 bilhões anuais, incluindo a construção de campos de detenção.
“Seriam necessários mais de dez anos e a construção de centenas a milhares de novas instalações de detenção para prender, deter, processar e remover todos os 13,3 milhões de imigrantes visados —mesmo supondo que 20% dessa população sairia voluntariamente durante qualquer esforço de deportação em massa de vários anos”, diz o estudo.
QUASE 1 TRILHÃO – O custo total em 10,6 anos seria de US$ 967,9 bilhões. E outro obstáculo se refere à organização da operação.
“Para realizar mais de 13 milhões de prisões em um curto período, seriam necessários entre 220.000 e 409.000 novos funcionários do governo e agentes da lei, o que seria praticamente impossível, considerando os desafios atuais de contratação em todos os órgãos de aplicação da lei”, alertou.
“Até mesmo a realização de um milhão de prisões em liberdade por ano exigiria que o ICE contratasse mais de 30.000 novos agentes e funcionários policiais, tornando-o instantaneamente o maior órgão policial do governo federal”, indicou o levantamento.
SEM EMPREGADOS – Entre empresários e donos de lojas, o temor é já o de ficar sem mão de obra. Em 2022, quase 90% dos imigrantes sem documentos estavam em idade de trabalhar, em comparação com 61,3% da população nascida nos EUA com idade entre 16 e 64 anos.
“A perda desses imigrantes indocumentados em idade ativa pioraria os graves desafios da força de trabalho com os quais muitos setores já vêm lutando nos últimos anos”, disse o estudo.
Segundo o levantamento, a deportação em massa prejudicaria vários setores importantes dos EUA que dependem muito de trabalhadores sem documentos.
MAIS AFETADOS – “Os setores de construção e agricultura perderiam pelo menos um em cada oito trabalhadores, enquanto no setor de hospitalidade, cerca de um em cada 14 trabalhadores seria deportado devido ao seu status de indocumentado”, afirma.
A deportação em massa removeria mais de 30% dos trabalhadores dos principais setores de construção, como os responsáveis pelo gesso, telhados e pintores; quase 28% dos niveladores e classificadores de produtos agrícolas.
SEM DOCUMENTOS – No setor de serviços, o mesmo estudo indica que um quarto de todas as faxineiras não tem documentos. E o impacto também seria sentido na arrecadação de impostos por parte do governo americano.
Entre os deportados estariam um milhão de pequenos empresários imigrantes sem documentos, que geraram US$ 27,1 bilhões em renda total de negócios em 2022.
“A perda de 157.800 empreendedores imigrantes sem documentos em empresas de bairro levaria a interrupções nos serviços que se tornaram parte integrante da vida comunitária e proporcionam empregos locais para os americanos”, diz o documento.
PREVIDÊNCIA – Juntos, esses migrantes empreendedores contribuem com US$ 22,6 bilhões para a Previdência Social e US$ 5,7 bilhões para o Medicare, a rede pública de saúde dos EUA.
“A deportação em massa privaria os governos federal, estadual e municipal de bilhões em contribuições fiscais locais de famílias sem documentos. Somente em 2022, as famílias de imigrantes sem documentos pagaram US$ 46,8 bilhões em impostos federais e US$ 29,3 bilhões em impostos estaduais e municipais”, explicou o estudo.
Bem vindos a Atlantic City!
José Luis
Os corruptos brasileiros estão a favor que Trump superlote Guantanamo, impedindo os seus futuros translados e sujeitando essas vagas a ampliação do então receptivo espaço!
Tem um provérbio bem antigo que diz: “cada porco no seu chiqueiro, cada pinto no seu poleiro”.
Esse cara deveria ser contratado para ser ministro da Fazenda. Em pouco tempo fez esses cálculos para todos setores da economia americana
1) Existe em língua Páli (a língua que o Buda falava, uma variante do sânscrito) a palavra “anítia” cuja tradução é “impermanência”…
2) Um ditado popular é: “Quem pariu Mateus que o embale”…
3) Ou seja, vire-se presidente Trump…
Mais um articulista blábláblá pago pela Secon para fazer cortina de fumaça com propaganda anti Trump. Como se o problema brasileiro não fosse o Lula, ou Lule ou Ladrão.
Corruptos presos é segurança e economia!
Jamil Chade para presidente dos Estados Unidos.
Ele faria o contrário do Trump, importaria mão de obra barata para enriquecer mais o Tio Sam.
As pesquisas não mentem.
Jamil Chade incorporação da Mãe Dinah. Pense num cabra mentiroso 🤥.