Meirelles explica por que Lula criou esse “cenário desafiador”

O mercado financeiro e sua influência na ativação econômica, a visão  jurídica e institucional do Brasil e os reflexos na vida do país, e os  pilares da democracia: estas foram as pautas

Na Lide, Meirelles exibiu o tamanho do problema de Lula

Camila Pati
Veja

Se o presidente Lula continua sendo pragmático no campo da política, a sua atuação na área econômica está mais carregada de ideologia. Durante o Brazil Economic Forum, organizado pela empresa Lide, o ex-presidente do Banco Centra, Henrique Meirelles, destacou diferenças importantes entre os governos Lula 1 e 2 e o atual governo.

No primeiro mandato de Lula, houve uma política de maior disciplina fiscal, o que contribuiu para o controle da inflação e permitiu que a economia crescesse de forma sustentável, com média de 4% ao ano e a criação de 11 milhões de empregos.

POLÍTICAS COMPLEMENTARES – Ele lembrou que, na época, as políticas fiscal e monetária eram complementares, mesmo em um cenário de grande desconfiança inicial do mercado, com o dólar acima de R$ 7 e juros elevados para conter a inflação.

“No primeiro mandato de Lula, tivemos uma política fiscal mais restritiva, o que ajudou a controlar a inflação e sustentar o crescimento. Hoje, há uma política fiscal expansionista, o que cria um cenário diferente e pressiona os juros para cima.”

No segundo mandato, segundo Meirelles, também houve uma expansão fiscal mais significativa, mas o Banco Central conseguiu manter a inflação sob controle, o que ajudou o país a continuar crescendo.

AUTONOMIA DO BC – Esse equilíbrio, de acordo com ele, foi possível devido ao compromisso institucional firmado com Lula, que garantiu ao Banco Central autonomia para atuar de forma independente, mesmo sem uma legislação formal à época.

Meirelles apontou que o contexto atual é diferente e explicou que essa expansão fiscal é uma diferença estrutural fundamental em relação ao início dos anos 2000, quando o ajuste fiscal foi prioridade.

“Hoje existe expansão fiscal que não houve naquela época, são fatos”, disse Meirelles.

CENÁRIO DESAFIADOR – Apesar disso, o economista reconheceu que o pragmatismo de Lula continua presente, mas enfatizou que a combinação de política fiscal expansionista e juros elevados cria um cenário distinto e desafiador.

 Ele ressaltou que o Banco Central atual, com sua independência institucional garantida por lei, possui os instrumentos necessários para manter a inflação sob controle, mas ponderou que será necessário observar como o equilíbrio entre política fiscal e monetária será mantido nos próximos anos. “Vamos observar”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se existe uma pessoa que faz falta nesse governo, chama-se Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central nos primeiros mandatos. Na época, como Lula e Palloci nada entendiam de economia, quem comandava o circo era Meirelles, que se saiu muito bem. Foi dele a iniciativa de criar o teto de gastos, para evitar que a dívida pública arrebentasse a boca do balão, como está acontecendo agora, quando o país está gastando R$ 1 trilhão por ano no pagamento da rolagem. Volta, Meirelles, volta! (C.N.)

7 thoughts on “Meirelles explica por que Lula criou esse “cenário desafiador”

  1. Deportação de brasileiros dos Estados Unidos é contínua

    Mais 111 brasileiros deportados dos EUA chegaram ontem de avião e foram largados, desta feita, no Aeroporto de Fortaleza, às 16h06 desta sexta-feira (7).

    Segundo números da Polícia Federal, 94 voos com mais de 7.500 deportados chegaram ao Brasil procedentes dos EUA entre 2020 e 2024, ou seja, no período final do primeiro governo Trump (2017-2020), durante todo o governo Biden (2021-2024) e agora no início do novo governo Trump (2025-…).

    InfoMoney, 07/02/2025 17h41 por Gabriel Garcia

    • Deportação de brasileiros dos Estados Unidos é contínua

      Mais 111 brasileiros deportados dos EUA (trabalhadores na sua grande maioria) chegaram ontem de avião e foram largados, desta feita, no Aeroporto de Fortaleza, às 16h06 desta sexta-feira (7).

      Segundo números da Polícia Federal, 94 voos com 7.637 deportados chegaram ao Brasil procedentes dos EUA entre 2020 e 2024, no final do primeiro governo Trump (2017-2020) e durante o governo Biden (2021-2024).

      InfoMoney, 07/02/2025 17h41 por Gabriel Garcia e Agência Brasil

  2. O problema da “esquerda”, que a tem levado ao fracasso no mundo todo, notadamente a corrupta da América Latina, é que pensam, como um dogma, que riqueza cai do céu, é inesgotável e líquida.

    Desta forma acham que podem roubar o povo e gastar sem medo de ter feliz, esbaldarem-se com as mordomias da uma máquina estatal privatizada, imensa e ineficiente.

    Dizendo-se protetora dos pobres, rouba-lhes o pão.

    Vide ISAID.

  3. Para esses postos, há que ser designado um COLONO, economista, respeitador e amante da terra, da comunidade e da família por sábia e divina natureza!
    PS. Pelo que se viu e se vê, aproveitaram-se dos piores capatazes, para leiloar, vender e entregar as sédes!
    Sabotadores apátridas, é que são!

  4. Como sempre, o pessoal que foi, mas já não é, tem a solucionática da problemática, como um ex-jogador falava.

    Qual a inflação média do país quando ele esteve no BC?

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