O boné de Lula é o nada absoluto deste país sem nada na cabeça

Lula com boné criado por seu marqueteiro

Lula com o boné criado por seu ministro-marqueteiro

Mario Sabino
Metrópoles

Você tira férias e o que acontece no Brasil? Piora. É o caso perfeito de um país que piora permanecendo como sempre foi, e você pode escolher o ângulo que quiser para definir o nosso imutável estado de coisas.

Agora, temos o ângulo do boné inventado pelo marqueteiro de Lula, usado pelo presidente da República e por ministros e outros acólitos petistas.

AME-O OU DEIXE-O – Sai o boné do MST, vermelho como a alma companheira, entra o boné azul, para fazer contraste, com o slogan “O Brasil é dos brasileiros”, de notável afinidade eletiva com o “Brasil: ame-o ou deixe-o” da ditadura militar.

Parece que é uma apropriação petista de um mote de campanha da oposição, que dizia que o Brasil não era do PT, mas dos brasileiros, segundo publicou o colega Paulo Cappelli. Uma forma de “provocar a oposição, que usou adereços vermelhos para exaltar a posse de Donald Trump nos Estados Unidos”.

Criou-se, assim, esta não menos do que ridícula guerra dos bonés. Em resposta, opositores usaram bonés com inscrições críticas ao governo e com propaganda eleitoral do inelegível Jair Bolsonaro.

POBRES BRASILEIROS – Porta-vozes bolsonaristas na imprensa também fizeram litanias sobre o Brasil, na verdade, não pertencer aos brasileiros, já que os coitados dos brasileiros não mandam no próprio país, são explorados por uma elite assim e assado e por aí vai. Como se os bolsonaristas estivessem muito preocupados com essa verdade.

E é assim que, a quase dois anos da eleição presidencial de 2026, o Brasil está outra vez sob os eflúvios do marketing eleitoral. Para quê?

Para eleger os mesmos nomes de sempre, que não têm projeto nenhum de país, certo ou errado que seja, a não ser satisfazer as próprias ambições de poder e do seu corolário, a cobiça pelo vil metal. Para o Brasil, enfim, piorar, permanecendo como sempre foi.

ESTILO MACHADIANO – Ao me informar sobre a guerra dos bonés, depois das minhas férias romanas, lembrei-me do conto de Machado de Assis, aquele autor muito citado e pouco lido hoje, intitulado “O Capítulo dos Chapéus”, a meu ver elucidativo sobre a atual guerra dos bonés.

A certa altura, um dos personagens do conto, de quem a mulher gostaria de mudar o chapéu baixo, que julgava pouco elegante, explica como um chapéu é o prolongamento de quem o usa:

“A escolha do chapéu não é uma ação indiferente, como você pode supor; é regida por um princípio metafísico. O princípio metafísico é este: o chapéu é a integração do homem, um prolongamento da cabeça, um complemento: ninguém o pode trocar sem mutilação.”

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P.S.
– O boné criado pelo marqueteiro de Lula não tem significado, não expressa ideias, não aponta caminhos. É um complemento do nada absoluto de um país que não tem nada na cabeça. (M.S.)

12 thoughts on “O boné de Lula é o nada absoluto deste país sem nada na cabeça

  1. Esta colocando o boné onde não pode apanhar.

    Este Sidónio é mais um zero à esqurrda no Ministério, que só falta ganhar o reforço da Amante da esculhambação fiscal.

  2. É tipo o chapéu do “passarinho especial” do Pedro Malazartes, que escondia um cagalhão, sujador de curiosas mãos, conforme contado por Nhô Victor, meu saudoso avô materno!

  3. Nada poderia ser mais brasileiro do que o boné do Lula. Afinal, o Brasil pertence aos brasileiros e não ao STF como querem agora. O Lula deveria dar um boné para cada um dos onze ministros.

  4. Brasil está sem rumo e sem diálogo nas relações com os EUA

    Brasília não é relevante em Washington (leia-se: Governo Lula é irrelevante para o governo Trump)

    Pela primeira vez desde a redemocratização, o governo brasileiro não tem “canais abertos” em Washington. Há empresários tentando uma aproximação, ainda incerta.

    Até agora, o Brasil de Lula se mostra sem rumo e sem diálogo nas relações com os EUA. O governo transparece falta de preparação para reagir, por exemplo, ao cenário provável das “tarifas recíprocas”.

    Entre outros, está o risco de uma eventual escalada na desconfiança entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que já estão em rota de colisão. É jogo com um único vencedor: a China.

    xxxxxxxx

    Trump ensaia uma guinada radical dos Estados Unidos a partir do funeral de uma era de capitalismo liberal, que foi liderada por Washington desde a Segunda Guerra.

    Esta semana começou com Trump decretando sobretaxa (de 25%) nas importações de produtos de aço e de alumínio.

    O efeito no Brasil é a desorganização da produção e do mercado desses insumos industriais, empregadores e contribuintes urbanos relevantes.

    Fonte: Revista Veja, Política, 11 fev 2025, 16h21 – Por José Casado

  5. Malandro é o gato, que já nasceu de bigode!

    “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o texto do decreto”.
    Fonte: Metrópoles

    José Luis

  6. Lula tem é que ‘pegar o boné”. Já passou da hora.

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    Mas não era o Lula que ia – ‘com sua grande liderança internacional’ – promover a Paz na guerra entre a Rússia e Ucrânia?

  7. Assessores de Janja e os 4 salários-mínimos em diárias de viagem

    Tem se tornado cada vez mais constrangedora, e eu diria insustentável, a atuação de Janja, a “primeira-blogueira”, atualmente primeira-dama do Brasil, obviamente apoiada e incentivada pelo próprio marido, atualmente presidente da República, Lula.

    Fonte: O Antagonista, Opinião, 13.02.2025 09:00 Por Ricardo Kertzman

    https://oantagonista.com.br/analise/assessores-de-janja-e-os-4-salarios-minimos-em-diarias-de-viagem/

  8. P.S. – O boné criado pelo marqueteiro de Lula não tem significado, não expressa ideias, não aponta caminhos. É um complemento do nada absoluto de um país que não tem nada na cabeça. (M.S.)

    Na cabeça do Ladrão tem muita coisa…..

  9. Mário Sabino vai ao ponto, quando escreve: “E é assim que, a quase dois anos da eleição presidencial de 2026, o Brasil está outra vez sob os eflúvios do marketing eleitoral. Para quê?”.
    O brazuca, nessas horas, olha para o outro lado e se faz de desentendido. Teima em repetir o erro para continuar levando o troco no r… , na cabeça e o país para a casa de mãe joana.

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