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Nada mudou e os ricos gostam mesmo é de ostentação
Mario Sabino
Metrópoles
Existe o jornalismo e existe o mundo real, e existem poucos vasos comunicantes entre um e outro. O jornalismo agora tirou do seu boné puído a história de que rico deixou de se comportar como rico. A historieta surgiu no jornalismo americano e está sendo reproduzida pelo jornalismo nacional.
A adesão ao “subconsumo”, com o perdão da palavra, estaria bem documentada em comunidades nas redes sociais que praticariam este novo hobby de rico: o de viver como pobre — pobre, aqui, entendido como alguém de classe média.
FRANCAMENTE… – É o “menos é mais”. Ricos teriam renunciado a comprar roupas de grife, passado a dirigir carros usados e descoberto o prazer de cozinhar pratos à base de alimentos congelados, muito mais em conta. Francamente…
Sempre houve rico disposto a não parecer tão rico. Sempre foi uma minoria insignificante e sempre será. Em geral, são ricos mais intelectualizados, de fortuna mais antiga.
Eles estão longe de comportar como se fossem de classe média, mas não ostentam tanto a sua riqueza como milionário árabe, oligarca russo, empresário comunista chinês e essa gente do agronegócio brasileiro que acha que São Paulo é igual a Nova York, com a vantagem de não ter de saber inglês.
RECORDE NA CRISE – Se rico está deixando de se comportar como rico, o jornalismo deveria explicar como é possível que a LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo, pertencente ao bilionário francês Bernard Arnault, tenha tido um lucro recorde de 84,7 bilhões de euros em 2024, apesar do contexto mundial difícil.
Aqui neste fim de mundo, o jornalismo teria de explicar também como é possível que se multipliquem em São Paulo, nos “bairros nobres” da cidade, lançamentos de prédios com apartamentos vendidos a R$ 40 mil o metro quadrado ou mais.
Não é possível que jornalistas achem que apartamentos como esses serão decorados com móveis da Tok&Stok ou equipados com eletrodomésticos comprados no Magazine Luiza.
EXIBIR A RIQUEZA – É intrínseco a gente rica mostrar a sua riqueza. Eram de ricos as joias exibidas nos museus de arte romana e medieval. Eram de ricos, principalmente, as casas com arquitetura, afrescos e mosaicos maravilhosos de Pompeia, na Itália, ou de Delos, na Grécia.
Vem sendo assim desde a aurora dos tempos, e o motivo é humano, demasiado humano, como resumido pelo ensaísta e analista de riscos libanês-americano Nassim Taleb, no livro “A Cama de Procusto”:
“As pessoas o invejarão pelo seu sucesso, por sua riqueza, por sua inteligência, por sua aparência, por seu status — mas raramente por sua sabedoria”.
GOSTO DO DINHEIRO – Outro aforismo de Nassim Taleb: “Você é rico se o dinheiro que você recusa tem um gosto melhor do que o dinheiro que você aceita”.
O tal “subconsumo”, a modinha restrita que o jornalismo acha que é tendência geral, parece ter esse gosto para os seus adeptos.
Mas eles voltarão ao velho normal no lançamento da próxima bolsa Hermès (e, por favor, pronuncie o “s” final do nome da marca).
Em muitas coisas nesse País, viraram um copy e poste da imprensa estrangeira
Lula não tem legitimidade moral para chamar a atenção de Trump
Não consegue cuidar do Brasil e quer dar lição aos Estados Unidos.
Nas cordas, o petista tenta encontrar um inimigo para guerrear como forma de diversionismo divisionista.
Internamente, com Jair Bolsonaro na lona, e uma oposição mequetrefe, hoje limitada a tiktokers, e a oportunistas de ocasião como Pablo Marçal e Gusttavo Lima, o chefão petista não conseguiu encontrar um alvo real, de carne e osso.
Após moderação inicial e cautela por parte do governo, Lula deu um cavalo de pau e passou a atacar, dia sim, outro também, o presidente americano.
Lula está a caminho de se tornar um fiasco nas eleições de 2026 e “fará o diabo” (lembram-se da Dilma?) para reverter a situação.
Não consegue cuidar do Brasil e quer dar lição aos Estados Unidos. E ainda tem coragem de falar em democracia o amigão de Chávez, Maduro e companhia.
Lula não tem legitimidade moral para chamar a atenção de Trump. Nem sobre gestão nem sobre diplomacia, muito menos sobre democracia. Melhor se tomasse conta do próprio país.
Fonte: O Antagonista, 18.02.225 09:00 Por Ricardo Kertzman
Faça o que eu digo e não o que eu faço. Frase imortalizada pelo Lula.
Embora possa até ser interessante, “rico gosta de bancar o pobre” é matéria típica de Seção de Passatempo.
E se o problema de Lula não for apenas a inflação?
Fonte: Correio Braziliense, 16/02/2025 Por Luiz Carlos Azedo
https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/e-se-o-problema-de-lula-nao-for-apenas-a-inflacao/
Luiz Carlos Azedo procura explicar, nesse artigo, o isolamento atual do presidente Lula, prisioneiro de uma pequena Corte, com base no livro “O líder sem Estado-Maior” de Carlos Matus, ex-ministro do Planejamento chileno.