
Charge do Genildo (Arquivo Google)
Joel Pinheiro da Fonseca
Folha
O primeiro Oscar para um filme brasileiro produziu a catarse nacional. Infelizmente, nem todo mundo entrou na festa. Muita gente da direita brasileira não celebrou. Se falam do filme, é para fazer alguma ironia ou crítica da política atual. Por quê?
O teor de muitas dessas manifestações é o de comparar a ditadura militar à suposta ditadura atual: a do Supremo. É um paralelo fraco, por mais que os inquéritos do Supremo possam e devam ser criticados. Não há semelhança entre as pessoas presas por tentarem um golpe de Estado que derrubaria a democracia —há penas, sim, excessivamente longas— com a prisão, tortura e assassinato de pessoas que lutavam pela democracia.
HÁ DIFERENÇAS – Os golpistas de hoje têm julgamentos públicos e são defendidos por advogados —além de podermos falar livremente deles na imprensa e nas redes. Os democratas dos anos 1970 eram censurados, torturados e mortos.
E mesmo aceitando o paralelo, o repúdio ao filme não faz sentido. Se o que vivemos é digno de protesto, então a ditadura militar — que foi muito além do que vivemos hoje — é ainda mais. Celebremos, portanto, “Ainda Estou Aqui”!
O real motivo para tanta gente torcer o nariz para Walter Salles e Fernanda Torres —e que também é o motivo de defenderem com unhas e dentes os golpistas de 2022 e 23— é outro, e seu nome é Bolsonaro.
TUDO ERRADO – Bolsonaro fez da sua carreira uma luta pela memória do regime militar. Tinha no gabinete de deputado um cartaz com a frase “quem procura osso é cachorro”, sobre os esforços de se investigar os crimes da ditadura. Cuspiu no busto de Rubens Paiva no Congresso. Quando presidente, conspirou e tentou persuadir generais a embarcarem em seu plano de golpe de Estado.
É por causa de Bolsonaro que governadores como Ratinho Jr, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas silenciaram sobre o Oscar brasileiro. Outros governadores de direita ou centro-direita — como Ronaldo Caiado e Eduardo Leite — postaram homenagens. Mostram sua independência.
Enquanto Bolsonaro for a grande referência da direita, ela não poderá ter a democracia como um valor inequívoco seu.
ERRO DE SALLES – O próprio Walter Salles, é verdade, esticou a corda da polarização ao redor do filme ao dizer, numa entrevista, que “…durante quatro anos, o país virou para a extrema direita e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período”. Não explicou, contudo, qual ato do governo Bolsonaro inviabilizaria a filmagem.
A história que Salles contou com maestria é muito maior do que a disputa eleitoral brasileira. Os valores que ele traz deveriam ser universais. De um lado, sequestro, tortura e assassinato extrajudiciais, efetuados por agentes não fardados e sem qualquer registro burocrático.
Do outro, Eunice Paiva, enfrentando o regime e buscando a verdade, não com luta armada e atentados, mas por meio da educação e do ativismo. Tudo isso, lembremos, em defesa da família. Tem que se esforçar muito para ver problema.
TUDO É POLÍTICA? – Num mundo em que “tudo é política” —e política partidária—, você não pode nem ir ao cinema impunemente. Há alguns anos, havia quem se recusasse a torcer pela Seleção de Neymar.
Arte, talento, orgulho nacional e mesmo valores universais são sacrificados no altar da disputa política. Não sejamos assim.
Direita, ouse celebrar o bom e o belo onde ele estiver. Aí, sim, você estará ajudando a civilização.
Não explicou, contudo, qual ato do governo Bolsonaro inviabilizaria a filmagem
Acho que Rouanet foi por debaixo dos panos, sem deixar rastros …
Luciana Arrighi foi a primeira brasileira a ganhar o Oscar. Nasceu no Rio de Janeiro.
https://www.google.com/search?q=luciana+arrighi&oq=&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqCQgGEEUYOxjCAzIJCAAQRRg7GMIDMgkIARBFGDsYwgMyCQgCEEUYOxjCAzIJCAMQRRg7GMIDMgkIBBBFGDsYwgMyCQgFEEUYOxjCAzIJCAYQRRg7GMIDMgkIBxBFGDsYwgPSAQsyMjI5MjI4ajBqN6gCCLACAfEFmw7GXLqp3Vs&sourceid=chrome&ie=UTF-8
Sinceramente fiquei indiferente a essa premiação. Porque no final só focou um lado. E o outro lado dos mortos pelos terroristas e aqueles que foram que foram assassinados pelos seus próprios amigos terroristas.
Pode visitar https://www.acidadeon.com/tudoep/tudo-cult/viu-essa/quem-e-luciana-arrighi-vencedora-do-primeiro-oscar-do-brasil/?fbclid=IwY2xjawI2dMpleHRuA2FlbQIxMQABHXjSgNJP7ypU3g54Bk_Vpg_cL9ROg1KC07MGnHVSLmKxGO8VdjgkTkOtYw_aem_T2VUyybtCFVwBI0KWn9w_g ?
Estamos muito mal de “defensores da Demo-cracia”.
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/brasil-recua-seis-posicoes-em-ranking-de-democracia-aponta-the-economist/
Os Moreira Salles continuam faturando com a Ditadura.
https://bancariosdf.com.br/portal/fernanda-torres-e-walter-salles-triunfam-no-globo-de-ouro-mas-o-legado-da-familia-moreira-salles-expoe-uma-contradicao-historica/
O “combate ao perigo nazi-fascista”, alegoria idealista, é uma mercadoria capitalista, manipulada pelos nossos “defensores da Democracia”, de elevadíssimo valor agregado.
Prodz mais valia absolutíssima aos monte.
Ainda que possa gerar obras de arte de altíssimo nível.
Sim há uma diferença conforme diz na frase:
“Os democratas dos anos 1970 eram censurados, torturados e mortos.”
A ditadura lutava contra grupos terroristas que queriam implantar no Brasil um comunismo como foi feito em Cuba e com o apoio da URSS. Não vi nenhum destes “democratas” dizer que lutava pela democracia , esta é a diferença.
Oh! Gloriosa Revolução de 64, tão ofendida, deturpada e vilipendiada, que até de Ditadura te chamaram, tudo porque heroicos e patrióticos generais eliminaram o perigo marxista leninista que vinha das pampas gaúchas liderado pelo sanguinário agitador comunista, o fazendeiro milionário, João Goulart.
Nunca um movimento de aperfeiçoamento democrático foi tão difamado, imaginem, chegaram a divulgar que teria censura e até tortura nos Centros de Reeducação Cidadã, que foram chamados depreciativamente de DOICODIs.
Foi muita maldade contra os patriotas de ontem, que ao exemplo dos patriotários de hoje, só buscam a paz e o progresso para o País.
Ontem a Deusche Welle da Alemanha soltou uma reportagem no mínimo curiosa.
A reportagem foi sobre o motivo da juventude europeia esta se lançando em massa no apoio a extrema direita no continente.
A visão distorcida da esquerda ainda não conseguiu
ver o óbvio da questão. Os europeus estão se sentindo invadido e empobrecido pelas massa de miseráveis que chega a aquele continente, trazendo apenas as suas necessidades.
Do jeito que vai, alguma coisa acontecera, e não será boa.
Oportuna sua notícia e preocupante sua conclusão, preocupante não, assustadora, como assustador é o estudo publicado no X pelo Professor Stephen Kanitz:
https://x.com/StephenKanitz/status/1897363434808774938