ONG espanhola envolvida na COP30 corrompeu membros do governo Lula

Leonardo Barchini - Brasília, Distrito Federal, Brasil | Perfil profissional | LinkedIn

Barchini armou o esquema e depois se refugiou no MEC

Carlos Newton

Reportagem de Leonardo Ribeiro na CNN revela que o  líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), pediu ao governo o afastamento de Leonardo Osvaldo Barchini Rosa do cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação, por “indícios” de que ele tenha se utilizado da função para beneficiar a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

Barchini, um dos executivos de maior destaque do PT, é hoje o número dois do Ministério da Educação. Está envolvido até o pescoço no escândalo do favorecimento à ONG espanhola em diversos órgãos do governo, e vai levar junto nesse rolo o atual ministro, Camilo Santana, o primeiro a fechar contrato com a OEI, de R$ 35 milhões, a pretexto de “contribuição Voluntária à Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI)”.

SEM NOVIDADES – As mordidas dos espanhóis da ONG não são nenhuma novidade. Eles estão na área desde 2014, quando o esquema de corrupção começou a operar discretamente com o governo Dilma Rousseff, fechando dois contratos de convênios – um de R$ 9 milhões em 6 de fevereiro de 2014, e outro do mesmo valor (R$ 9 milhões) em 9 de abril de 2014.

Naquela época, com temor da Lava Jato, os espanhóis da OEI interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização.

Assim, em 26 de dezembro de 2018, final do governo Temer, conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um presente ofertado pelo ministro Sérgio Sá Leitão. Dois anos depois, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões do MEC no governo Bolsonaro, em 22 de dezembro de 2020, na gestão do pastor evangélico Milton Ribeiro, outro corrupto que continua impune.

MAIOR OPERADOR – Leonardo Barchini deixou a função de secretário executivo adjunto do MEC em janeiro de 2023, para ser representante da ONG no Brasil. Ficou dirigindo a OEI até 31 de julho de 2024, quando voltou ao MEC como secretário-executivo ou vice-ministro. Neste período que ficou na ONG, deixou acertados seis contratos milionários com o governo.

R$ 35 milhões com o MEC, em 30/09/2024;

R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas, em 18/10/2024;

R$ 8,1 milhões, em 10/12/2024 com a Presidência da República;

R$ 478,3 milhões com a Secretaria Extraordinária da Cop30, em 12/12/2014;

R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas, em 17/12/24;

R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal), em 23/12/2024, às vésperas do Natal, vejam que a desfaçatez dessa gente é uma arte, como diria Ataulfo Alves.

SUBSTITUTO BAIANO – Servidor público federal há mais de 30 anos, Leonardo Barchini só ficou na OEI o tempo necessário para preparar as seis operações e deixou os contratos para serem assinados por seu substituto na direção da ONG espanhola, o advogado baiano Rodrigo Rossi. Com formação na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Direito Privado (IDP) de Gilmar Mendes, Rossi é muito ligado a Rui Costa, chefe da Casa Civil.

A maior tacada da OEI foi justamente na Casa Civil, ao ser contratada sem licitação, por R$ 478,3 milhões, para ser a responsável pela organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que será realizada em novembro no Pará e que já deveria estar mais do que organizada.

Detalhe comprometedor – quando o contrato foi firmado em 12 dezembro, já tinham sido feitos dois pagamentos para a OEI relacionados à COP30 nos meses de agosto e dezembro de 2024, totalizando R$ 20,7 milhões, vejam a que ponto vai a audácia dos corruptos.

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P.S. 1
Se as denúncias estiverem bem fundamentadas, o Tribunal de Contas da União terá de suspender imediatamente os contratos e iniciar investigação de emergência no caso, que representa o maior escândalo de corrupção do governo Lula 3.

P.S. 2 – Há vários dias a CNN tenta contato com a OEI e com Leonardo Barchini, mas ainda não teve resposta, nem terá. Conforme assinalamos aqui, é provável que fujam do país, já com os bolsos cheios. Trata-se do esquema de corrupção mais acintoso desde a Lava Jato, e não faltam provas materiais. Como diz o FBI, basta seguir o dinheiro.  (C.N.)

15 thoughts on “ONG espanhola envolvida na COP30 corrompeu membros do governo Lula

  1. Está no sangue do molusco e também de todo petista no governo desviar recursos. Gostaria de saber do Alkimin o que tem a falar sobre isso

  2. “..Governo Lula não conversa com a ‘dona Maria’ que o elegeu, diz sociólogo…””

    Ora bolas, Seu sociólogo duma figa, como se dizia antigamente. (só podia ser sociólogo.)

    O seu Latrocida de estimação nunca conversou com a Dona Maria, nem com a Dona Vamércia, nem com a Dona Cleide…, nem com a Dona Toinha….

    Aliás, seu Presidiário de estimação nunca pisou numa favela nesses seus 50 anos de mentiras, roubalheira. e quando o fez foi somente em 4 e 4 anos nas campanhas cheias de cachaças e muitas mentiras contadas.

    Lembra da picanha com cerveja.?

    Agora já era, Seu sociólogo , que também nunca pisou numa favela, as Donas Marias não aguentaram tantas mentiras do seu Ladrão e deram o troco nas eleições para as prefeituras..

    E vai derreter mais…..

    aquele abraço

      • “”…Há uma frustração crescente, especialmente com as políticas econômicas liberais do ministro Haddad, que não atendem às demandas da base eleitoral de Lula. O governo Lula está com ‘a perna quebrada’ e não sabe como reagir. Ele anunciou mudanças no ministério, mas são trocas que não empolgam ninguém.
        Rudá Ricci, sociólogo autor de livro sobre “lulismo”… ..

        Sr. Newton

        Ao invés de fazer um livro sobre as Donas Marias, ou, sobre os pretos, brancos pobres favelados, o “sóciologo de araque” faz um livro sobre o Ladrão e o lulismo …..

        Santa Paciência, Batman..!!!

  3. Sr. Newton

    Perguntar não ofende…

    Cadê o Merval e a Dona Eliana Tucananhede falando sobre o assunto naquele jornaleco falido da Rede Goebbells ou em artigos nos jornais da casa e do Esquerdão.??

    Uma roubalheira desse nível de corrupção dentro do Palácio do Planalto e nem um pio….

    Silêncio sepucral…

    Estou estranhando esse fato….

    Será que eles não estão lendo a Tribuna da Internet.??

    aquele abraço

  4. Culpar antecipadamente, sem provas, parece não ser coisa de jornalismo sério.

    Criticar é preciso, porque como escrevo sempre, há de ser privilegiada sempre as empresas nacionais que sejam capacitadas.Daí a escrever que há corrupção sem provas que corroborem a afirmação, é uma distância considerável.

  5. Vão dizer que é culpa do governo espanhol que não fiscaliza essas montagens e falcatruas, o que não deixa de ser verdade, pois também mancha o sóbrio passado daquela nação!

    • A “Teoria do Cavalo Morto” é uma metáfora satírica que reflete como algumas pessoas, instituições ou nações enfrentam problemas evidentes que são impossíveis de resolver, mas em vez de aceitar a realidade, se agarram a justificá-los.

      A ideia central é clara: se você descobrir que está montando um cavalo morto, o mais sensato é descer e deixá-lo.

      No entanto, na prática, muitas vezes acontece o contrário. Em vez de abandonar o cavalo morto, medidas como:

      • Comprar uma nova sela para o cavalo.
      • Melhorar a alimentação do cavalo, apesar de ele estar morto.
      • Mudar o cavaleiro em vez de abordar o problema real.
      • Despedir o gerente dos cavalos e contratar alguém novo, esperando um resultado diferente.
      • Organizar reuniões para discutir como aumentar a velocidade do cavalo morto.
      • Criar comitês ou equipes de trabalho para analisar o problema do cavalo morto de todos os ângulos. Estes comitês trabalham durante meses, levantam relatórios e finalmente concluem o óbvio: o cavalo está morto.
      • Justificar os esforços comparando o cavalo com outros cavalos mortos semelhantes, concluindo que o problema foi falta de treino.
      • Propor cursos de treinamento para o cavalo, o que significa aumentar o orçamento.
      • Redefinir o conceito de “morto” para se convencer de que o cavalo ainda tem possibilidades.

      Lição: muitas pessoas e organizações preferem negar a realidade e desperdiçar tempo, recursos e esforços com soluções inúteis, em vez de aceitar o problema desde o início e tomar decisões mais inteligentes e eficazes.

      Dica: Thiago Henrique Bona

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