
Charge do Wilmar (Arquivo Google)
Maria Hermínia Tavares
Folha
O que explica a ascensão do populismo de extrema direita nas democracias ocidentais? As respostas vão desde as que destacam dimensões socioeconômicas até a fatores culturais e morais. Mas todas parecem concordar que líderes e movimentos populistas exploram os sentimentos de abandono, humilhação e ressentimento antielite nutridos por pessoas e grupos perdedores nas mudanças trazidas pela globalização.
Eis por que os pobres brancos das regiões dos EUA onde o emprego evaporou quando as indústrias migraram para outros países são os mais fiéis eleitores de Donald Trump. O mesmo se dá na França, onde a Frente Nacional (FN) colhe os votos tanto dos operários de áreas economicamente decadentes como da pequena burguesia, uns e outros atemorizados pelos imigrantes de pele escura.
ALEMANHA ORIENTAL – Isso ocorre também na antiga Alemanha Oriental, onde robusta maioria crê que a reunificação do país teria sido imposta pelos ricos conterrâneos do oeste. Na antiga República Democrática Alemã (a RDA) vicejam as bases mais sólidas da extremista Alternativa para a Alemanha (AfD).
As desigualdades exploradas pela extrema direita não são apenas econômicas —de emprego e renda. Há diferenças educacionais, de cultura, estilos de vida e crenças que separam “o povo” das elites —conservadoras ou progressistas. Os “perdedores” não costumam chegar às universidades. Nos EUA, eles têm mais problemas de saúde; são mais propensos a se drogar; vivem menos que os mais escolarizados; têm menos amigos; e mal frequentam redes de convivência.
As explicações que parecem adequadas aos EUA e às democracias europeias não ajudam a entender o populismo de direita no Brasil: não dão conta de explicar a popularidade de Jair Bolsonaro. Precisamos de outras hipóteses e mais estudos sobre o que é original na experiência brasileira.
NÚCLEOS DUROS – Embora o ex-capitão golpista tenha colhido votos em diferentes estratos —o que era de esperar em um pleito majoritário—, o núcleo duro de seus adeptos é formado por homens; brancos; evangélicos; de renda média e alta; educação de nível médio; habitantes do Sul e Sudeste.
Nesse grupo, cerca de 90% declararam em 2018 a intenção de votar em Bolsonaro. Também era alta —ainda é— a simpatia pelo ex-presidente nos estados onde a agricultura de exportação movimenta a economia local.
Assim, os simpatizantes da extrema direita local não são deserdados da sorte, mas, antes, beneficiários —em maior ou menor grau— da bonança econômica da primeira década do século, puxada pelo boom das commodities e pelas políticas de inclusão.
É PRECISO ENTENDER – Aqui o discurso antielitista típico do populismo não parece se alimentar do ressentimento, do sentimento de perda e da expectativa de volta a um passado melhor.
Talvez esteja dando voz a outro tipo de experiência social e apele a uma noção de sociedade e de país baseada na crença no progresso como fruto do esforço individual; no desprezo pelas formas coletivas de ação; no moralismo em matéria de costumes; na rejeição ao setor público, tido como fonte de corrupção e desperdício.
Se assim for, não basta ridicularizar os líderes ou denunciar a demagogia de seus apelos. É preciso entender quem os segue.
Toda a vez temos a mesma discussão entre os que trabalham e produzem e os populistas que vivem do dinheiro público, de cargos governamentais que nada produzem e das benesses do governo sem a contrapartida do trabalho. Não tem como dar certo.
A turma desa jornalista governaram contado desde o governo do fhc, mais dois do molusco atualmente durante 26 anos, é não fizeram nada para acabar com a desigualdade nesse sul global
Deus fez o Jardim do Eden para a esquerda, ai veio a serpente populista da direita e desgraçou com tudo.
A serpente direitista e maliciosa deu uma picanha para Eva, ela comeu e deu a Adão que comeu as duas.
Daí nasceram Caim e Abel, Caim que era capitalista matou Abel que era comunista, vem dessa época mania que a direita tem de matar gente da esquerda, e matam no atacado. Hehehe