
Juiz James Boasberg tenta conter os abusos de Trump
Deu no Estadão
O juiz federal James Boasberg cobrou nesta segunda-feira, 17, o governo de Donald Trump a dar explicações sobre o descumprimento de uma ordem judicial que exigia o retorno aos EUA de voos de deportação de imigrantes para El Salvador, no caso que se converteu em uma queda de braço entre poderes em Washington e elevou o grau de tensão constitucional no país.
O voo carregava mais de 200 deportados expulsos dos EUA sem o devido processo legal. Para expulsá-los, a Casa Branca invocou uma legislação de guerra de 1798 e negou agir fora da lei.
EM EL SALVADOR – No fim de semana, Boasberg bloqueou temporariamente as deportações para considerar as implicações do uso da lei e disse no tribunal que quaisquer aviões já no ar com os migrantes deveriam retornar aos EUA. Mas o governo Trump respondeu que os 250 deportados já estavam sob custódia de El Salvador, que se ofereceu para recebê-los.
Segundo o Washington Post, os dois primeiros voos partiram do Texas durante a audiência que discutia o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros para deportar venezuelanos, acusados de pertencer ao grupo narcotraficante Trem de Arágua.
O terceiro avião decolou, também do Texas, após a decisão da Justiça, que foi proferida às 18h47 e entrou no sistema às 19h26, pelo horário de Washington.
JUIZ INSISTE – Mais cedo, o chamado czar da fronteira do presidente Trump, Thomas Homan, indicou que o governo planejava continuar tais deportações apesar da ordem do tribunal. “Não me importa o que os juízes pensam, não me importa o que a esquerda pensa. Estamos chegando”, disse ele em uma entrevista na Fox News.
O juiz Boasberg então marcou uma audiência ontem para avaliar se a Casa Branca havia violado a ordem do tribunal. O governo pediu que a audiência fosse cancelada. O juiz rejeitou imediatamente o pedido e exigiu que o governo comparecesse para explicar suas ações.
Faltando apenas duas horas para o início da audiência no Tribunal Distrital Federal em Washington, os procuradores enviaram a posição do governo em um documento e disseram que não havia razão para ninguém comparecer à Corte porque a administração não forneceria mais informações sobre os voos de deportação.
NOVO PRAZO – O juiz deu um novo prazo para que eles se apresentem nesta terça-feira, 18, ao tribunal. Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça escreveu uma carta ao tribunal de apelações que supervisiona Boasberg, pedindo que o retirasse completamente do caso, por considerar seus “procedimentos altamente incomuns e impróprios”, que ameaçavam se tornar uma crise constitucional.
As duas iniciativas ocorreram em um dia de resistência extraordinária ao tribunal por parte do governo, que disse não ter violado a ordem do juiz, mas também que ele não tinha, em primeiro lugar, autoridade para emiti-la.
A batalha jurídica sobre a remoção dos imigrantes é o mais recente – e segundo jornais americanos, um dos mais sérios – ponto crítico até agora entre os tribunais federais, que tentam coibir muitas das ações executivas de Trump, e um governo que chegou perto de se recusar a cumprir ordens judiciais em várias ocasiões.
TRUMP RESISTE – O próprio Trump expressou ceticismo sobre uma decisão da semana passada de um juiz federal na Califórnia ordenando que a administração recontratasse milhares de trabalhadores em estágio probatório demitidos. Trump disse no domingo que o juiz estava “se colocando na posição do presidente dos EUA, que foi eleito por quase 80 milhões de votos”.
Para especialistas jurídicos americanos, os voos de deportação marcam uma escalada dramática na resistência do governo aos tribunais. Para eles, elas representam um colapso no frágil equilíbrio entre os poderes em Washington.
BRIGA DE PODER – Steve Vladeck, professor de direito da Universidade de Georgetown, disse que o país está vendo “um grau sem precedentes de resistência, intencional ou não, a mandatos judiciais contra o governo federal”.
“É difícil imaginar que isso vai melhorar antes de piorar”, disse Vladeck. “Se o governo estiver correto de que essas ordens são legalmente falhas, ele deveria apelar, não resistir a elas.”
Michael J. Gerhardt, professor de direito constitucional na Faculdade de Direito da Universidade da Carolina do Norte, disse que a resposta do governo ontem era o início de uma batalha desafiadora contra o Judiciário. “Agora, temos funcionários do governo que estão operando sem lei.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A crise entre poderes é séria. Trump está desconsiderando a Justiça. Se insistir em fazê-lo, mergulhará o país numa crise brutal, algo jamais visto no mundo moderno. Mas quem se importa? (C.N.)
Todos, fomentando as práticas e predicados do “Homem Sem Lei”, vulgo Anticristo!
“Deserção de Eduardo aumenta temor de fuga de Bolsonaro.” (Vera Magalhães)
Pelo fiasco do comício à beira-mar, já seriam muitos os eleitores que começaram a fugir, não para o exterior, obviamente, mas para longe de Bolsonaro.
O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, repreendeu o presidente Donald Trump, por descumprimento sistemático das decisões judiciais.
Trump ignorou decisão judicial, que impedia o vôo que levava imigrantes venezuelanos para El Salvador. Ha uma Lei de 200 anos, que obriga a deportação de estrangeiros para seus países de origem.
Trump descumpriu a ordem judicial e ainda pediu o impeachment do juiz. Uma prática comum de Trump, quando as ordens judiciais contrariam seus desejos.
O presidente do Supremo dos EUA, ministro John Roberts, na repreensão a Trump, declarou que eventuais contrariedades com decisões judiciais, são combatidas através de apelações e que pedir impeachment de juízes, além de intromissão indevida no Poder Judiciário, trata-se de um perigo, que pode romper um dos pilares da Democracia americana: A interdependência dos Poderes.
O Trator Donald Trump, caminha para se tornar um Grande Ditador, acima do Legislativo e do Judiciário.
O que Trump projeta contra as nações soberanas, começando pelo Canadá, a Groelândia, a Faixa de Gaza e o Panamá, pode se voltar contra os pilares da maior Democracia do planeta, os EUA.
O homem pode muito, mas, não pode tudo. Um dia seu castelo de cartas cai e o tombo será grande. Já está começando, com a queda da popularidade e ainda não completou dois meses no cargo.
Que fazer?
Não dar bola pra opositor!
Trumpresident é uma sabotagem.
Fabricada sob encomenda de Putin.