Eduardo Bolsonaro conseguiu dar uma “travada” no ministro Moraes

STF arquiva investigação contra Eduardo Bolsonaro por falta de provas,  decide Alexandre de Moraes

Moraes respondeu rápido ao posicionamento de Eduardo

Mario Sabino
Metrópoles

No xadrez infantil da política brasileira, a uma semana do julgamento no STF que tornará Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe, Eduardo Bolsonaro deu um xeque em Alexandre de Moraes.

Poucas horas depois de o filho do ex-presidente anunciar que se licenciaria do cargo de deputado federal para se refugiar nos Estados Unidos, onde pediria asilo político, ameaçado que estava de ter o passaporte apreendido e até mesmo de ser preso, Alexandre de Moraes arquivou a representação de parlamentares do PT que pediam a apreensão do documento de viagem de Eduardo Bolsonaro, alegando que ele feria a soberania nacional — e chegaria mesmo a lesar a Pátria, salve, salve — ao denunciar a arbitrariedade (sempre suposta, por favor) do STF no exterior.

NA ÚLTIMA HORA – O ministro se baseou na manifestação igualmente tempestiva, por assim dizer, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que certamente não se comunica com os ministros do tribunal para combinar prazos das suas respostas oficiais, mas que deixou a impressão contrária, dado que a coisa estava parada havia quase um mês na PGR e se moveu imediatamente para o desenlace após o anúncio de Eduardo Bolsonaro.

Coincidência ou não (peço ao leitor que entenda a minha prudência jornalística), Eduardo Bolsonaro livrou-se da ameaça de apreensão do passaporte e lançou outra sombra de suspeição sobre Alexandre de Moraes, o STF e o PGR, que, vejam só, gringos, como a cronologia do episódio demonstra, agiriam mesmo politicamente contra o seu pai, contra a sua família, contra os bolsonaristas em geral.

Convenha-se que é um reforço narrativo perfeito a, repetindo, uma semana do julgamento no STF que tornará Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe.

NÃO O SUBESTIMEM…  – Apesar do recuo de Alexandre de Moraes, Eduardo Bolsonaro deve permanecer nos Estados Unidos.

O deputado se articula com políticos da base de Donald Trump, de quem é amigo, não subestimemos o Bananinha, para que o governo americano imponha sanções a Alexandre de Moraes e ao seu entorno policial por atentarem contra os direitos humanos, e a humanidade inclui bolsonaristas para desgosto dos petistas e vice-versa.

As sanções iriam desde o cancelamento do visto de entrada nos Estados Unidos até uma “pena de morte financeira”, segundo declarou o deputado aos jornalistas do programa Oeste Sem Filtro, da revista Oeste.

SANÇÃO A MORAES – Se o desejo de Eduardo Bolsonaro concretizar-se, “Alexandre de Moraes não vai conseguir sequer ter um cartão Visa ou Mastercard para comprar uma blusinha da Shein, que venha da China”, de acordo com as palavras do próprio deputado. Já pensou?

O STF vai condenar Jair Bolsonaro, o resultado do jogo foi antecipado com suprema imparcialidade, mas o filho do ex-presidente deu um xeque em Alexandre de Moraes e, por extensão, no tribunal.

No tabuleiro eminentemente pessoal, o xeque no ministro pode vir a ser mate. Esperemos que não sobre sanção americana contra a pátria, salve, salve, a de verdade, porque não temos nada a ver com isso tudo, embora queiram que acreditemos que sim.

23 thoughts on “Eduardo Bolsonaro conseguiu dar uma “travada” no ministro Moraes

  1. Mas nada impede que o podre volte à carga, alegando “motivos supervenientes”.

    Por falar em saída do país, o ladrão tem cidadania italiana, às custas de Dª Marisa (esta, pelo menos, tinha seu próprio dinheiro, devido à sua notável carreira como revendedora da Avon, segundo o ingrato larápio).

  2. Judicializam tudo, ligação direta com o e$$eteefe. São do legislativo, mas se levantam contra as decisões do legislativo. Deveriam ter os seus mandatos cassado. Como fazem parte da coligação partidaria petê-e$$eteefe-impren$ae$tatal esta tudo bem, tudo dominado.

  3. Na guerra pelo Poder, “quem ri por último, ri melhor”

    Ao mandar arquivar rapidamente o pedido de apreensão do passaporte de Eduardo, após este anunciar que estaria se refugiando nos EUA, Moraes não deixou também de dar um ‘chapéu’ no Bananinha, que ficou sem o principal argumento para um eventual pedido de asilo, qual seja, ‘o de ter o passaporte apreendido’.

    Uma grande vitória que Alexandre comemorou oferecendo um ostentoso jantar em sua casa, à noite, para colegas da Corte e integrantes do governo Lula e da cúpula do Congresso Nacional, horas após negar a apreensão do passaporte do Bananinha.

    • Uma penca de covardes:

      Anistiados políticos chegam ao poder
      CLÁUDIA TREVISAN
      https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc23089911.htm

      Há exatos 20 anos, o comerciante de Cruzeiro d’Oeste (PR) Carlos Henrique Gouveia de Mello estava prestes a resgatar sua real identidade e se transformar em José Dirceu, nome que havia abandonado cinco anos antes, quando passou a viver clandestinamente no país.
      Vinte anos depois, Dirceu é um dos 513 deputados federais brasileiros e um dos principais líderes do maior partido de oposição do país, o PT. A seu lado na Câmara, estão pelo menos outros oito parlamentares punidos durante o regime militar e beneficiados pela Lei da Anistia, sancionada em 28 de agosto de 1979.
      Os anistiados também chegaram ao poder no Executivo, a começar do próprio presidente Fernando Henrique Cardoso. Aposentado compulsoriamente na USP (Universidade de São Paulo) em 1969, FHC resgatou há 20 anos o direito de voltar a dar aula em universidades públicas.
      As restrições sofridas pelo presidente durante o regime militar foram bem menores que as impostas a dois de seus colaboradores atuais, Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, que viveram no exílio a maior parte do período militar.
      Atual secretário-geral da Presidência da República, Ferreira tinha 23 anos em 68, quando partiu para a França -país do qual só voltaria 11 anos depois, com a aprovação da anistia.
      Condenado à revelia a três anos de prisão em 72, Ferreira tinha como advogado outro integrante do governo federal, o ministro da Justiça, José Carlos Dias, que também defendeu o secretário da Ciência e Tecnologia de São Paulo, José Anibal. Anibal saiu do país em 73, aos 25 anos, e voltou em agosto de 79.
      Serra, ministro da Saúde de FHC, era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 64, quando começou o regime militar. No ano seguinte, exilou-se no Chile, passou um período nos Estados Unidos e retornou ao Brasil em 77. Apesar da volta, seus direitos políticos continuavam suspensos, em razão de condenação a três anos de prisão que ele havia recebido em 1966.

      Legislativo
      Enquanto os tucanos dominam a cena entre os anistiados do Executivo, os petistas são maioria no Poder Legislativo.
      Dos pelo menos 9 deputados anistiados, 5 são filiados ao PT: José Dirceu, José Genoino, Milton Temer, Nilmário Miranda e Waldir Pires. Os deputados Sérgio Miranda e Aroldo Lima integram o PC do B, Fernando Gabeira, o PV e Neiva Moreira, o PDT.
      Desse grupo, Lima é o único que estava na prisão no dia em que a Lei da Anistia entrou em vigor. Depois de ter vivido como clandestino por dez anos, ele foi preso em 76, quando integrava a direção do PC do B. No ano seguinte, recebeu a condenação a dez anos de prisão. Ganhou a liberdade no último dia de agosto, aos 39 anos.
      Genoino foi para a clandestinidade em 69 e, em 70, passou a integrar a guerrilha do Araguaia, organizada pelo PC do B. Preso em 72, cumpriu integralmente sua pena, até 77, mas só recuperou seus direitos políticos em 79.
      Seu colega de partido José Dirceu era candidato à presidência da UNE em 68, quando foi preso com os cerca de mil estudantes que participavam do congresso da entidade em Ibiúna (SP).
      No ano seguinte, foi trocado pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, que havia sido sequestrado, entre outros, por Fernando Gabeira.
      Banido pelo regime militar, Dirceu voltou clandestinamente ao país em 74 e foi viver em Cruzeiro d’Oeste, com o nome de Carlos Henrique Gouveia de Mello. Casou, teve um filho e só revelou a real identidade à então mulher no dia em que saiu a anistia.
      Gabeira participou do sequestro do embaixador norte-americano como integrante do MR-8. Preso, acabou sendo trocado em 1970 por outro embaixador sequestrado: Ehrenfried von Holleben, da Alemanha. Voltou ao Brasil em 79, depois de quase dez anos no exílio.
      Consultor-geral da República do governo João Goulart, Waldir Pires entrou na primeira lista de cassações. Exilou-se em Paris, voltou ao Brasil em 1970 e só recuperou seus direitos políticos com a anistia, quando tinha 52 anos.
      Neiva Moreira era deputado federal e, como Pires, entrou na primeira lista de cassações. Saiu do país em 64 para só voltar 15 anos depois, aos 62 anos.

      Militares
      O petista Milton Temer estava entre os cerca de 7.500 militares cassados pelo regime de 64. Expulso da corporação, ingressou no Partido Comunista e, em 73, exilou-se na ex-União Soviética.
      Condenado duas vezes sob acusação de prática de atividades subversivas, Sérgio Miranda viveu como clandestino grande parte do regime militar. Em 79, aos 31 anos, livrou-se das condenações e pôde voltar a seu Estado natal, o Ceará, onde não punha os pés desde o início da década.
      Atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Nilmário Miranda viveu como clandestino a partir de 69. Preso em 72, cumpriu pena de três anos e meio.

  4. Deixa ver se este velho caquético entendeu, se o Xandão examina o pedido de apreensão do passaporte do Bananinha, ele é um desgraçado de um ditador, mas…se declara que não achou provas para tal, ele é um cagão com medo do Trump. É isso?

  5. O traficante Boca de Veludo é ‘professor’ numa famosa universidade americana, por isso está enlouquecido com a possibilidade de sofrer sanções do Tio Sam. O pedantismo e a vaidade do advogado de terrorista está solapando a ‘harmonia’ da corte dos supremos traficantes federais (stf).

  6. O importante é que perdemos um grande político, um que sempre discutiu pautas prioritárias, com propostas que visavam o desenvolvimento do Brasil.

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