Paulo Peres
Poemas & Canções
A romancista, contista, tradutora, jornalista e poeta cearense Rachel de Queiróz (1910-2003), em “Geometria dos Ventos”, mostra a poesia livre, sem limites de idioma, espontânea.
GEOMETRIA DOS VENTOS
Rachel de Queiróz
Eis que temos aqui a Poesia, a grande Poesia.
Que não oferece signos nem linguagem específica,
não respeita sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio. como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada –
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável da sua lapidação.
Onde se conta uma história, onde se vive um delírio;
onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério
ao mesmo tempo fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.
Falar do quê?
Falar de mim e você
Das flores na janela
Da comida na panela
Do amor que não nasceu
Da virgem que se perdeu
Do andar lento do gado
Do crime bem planejado
Do político que não morreu
Prefiro deixar a vaidade de lado
E com meu ego destroçado
Enterrar o poema que nem nasceu
1) Licença…o poema fala em “loucura”… de fato é uma loucura o Senador que disse em “enforcar” a Ministra Marina…
2) De acordo com os cânones do Budismo que fala em reencarnação, ele deve voltar na próxima vida com sintomas de asma, mesmo que não tenha realizado o seu intento…
3) Enforcador reencarna asmático… falta de ar…