As pombas de Raymundo Corrêa voltam, mas seus sonhos não voltam jamais…

Biografia dos Patronos: Raymundo Correia

Correa, um dos fundadores da Academia

Paulo Peres
Poemas & Canções

O magistrado, professor, diplomata e poeta maranhense Raymundo da Motta de Azevedo Corrêa Sobrinho (1859-1911) no soneto “As Pombas” cria uma relação entre a rapidez da adolescência e o tempo. Neste sentido, o (pombal) significa as pessoas na adolescência e as pombas são os sonhos destes jovens.

Logo, trata-se de um soneto pessimista, já que aparece a angústia do autor perante a passagem rápida do tempo, tendo em vista os tempos bons e as paixões da adolescência. 

AS POMBAS
Raimundo Corrêa

Vai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
de pombas vão-se dos pombais, apenas
raia sanguínea e fresca a madrugada…

E à tarde, quando a rígida nortada
sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
ruflando as asas, sacudindo as penas,
voltam todas em bando e em revoada…

Também dos corações onde abotoam,
os sonhos, um por um, céleres voam,
como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,
e eles aos corações não voltam mais…

2 thoughts on “As pombas de Raymundo Corrêa voltam, mas seus sonhos não voltam jamais…

  1. Enfim, a Ciência!
    ———————-

    Um dia inventaram crenças
    Para a nossa origem explicar
    O que provocou desavenças
    E levaram uns aos outros matar

    Muito tempo então se passou
    Sob o jugo de uma Santa Sé
    Que muitos inocentes matou
    Por não professaram sua fé

    Julgados, os pobres diabos
    Eram levados á fogueira
    Injustiçados, amaldiçoados
    Como a bíblica figueira

    Foi preciso paciência e luta
    E um terrivel inferno sofrer
    Para ao fim de tudo encontrar
    O caminho certo para o saber

  2. Os sonhos e aspiraçoes mudam com as circunstancias (maturidade, condição social, etc).
    Quando criança eu sonhava com Maria Helena e roubava versos para impressioná-la. Cresci, Maria Helena casou com um cara mais abastado do que eu (que não tinha nada) e pouco a pouco Maria Helena saiu da minha mente e no seu lugar veio a Maria, a Rosinha, e algumas outras que também me fizeram sonhar.
    Sonhei em ser médico mas não deu e me realizei imensamente noutra profissão.
    Portanto, essa história de associar inconstância á mente jovem com respeito aos seus desejos e determinaçoes nao me parece correta – nem em poesia!

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