Cabe ao Supremo decidir que tipo de democracia o Brasil quer ser?

Quem são os ministros da Primeira Turma do STF que vão julgar Jair Bolsonaro

STF retoma hoje o julgamento da denúncia contra Bolsonaro

Josias de Souza
do UOL

Transmitidas ao vivo pela TV Justiça, as sessões da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ganham, a partir desta terça-feira, dimensão histórica. Por um desses caprichos do destino, Bolsonaro e seus cúmplices militares e civis descem à grelha da Suprema Corte sob acusação de tramar a abolição do regime democrático e um golpe de Estado no mês em que a redemocratização faz aniversário de 40 anos. É mais uma evidência de que o Brasil não tem uma história. Tem uma série de começos em falso.

O noticiário sobre o golpe mudou de fase. Até aqui, foram condenados 481 envolvidos no 8 de janeiro. São chamados pelo bolsonarismo de “pobres coitados”.

LÍDERES DO GOLPE  – Agora, inauguram-se os julgamentos que levarão ao banco dos réus os integrantes do alto comando do golpe. Abrem a fila Bolsonaro e sete cúmplices. Integram o que o procurador-geral Paulo Gonet batizou de “grupo crucial” da organização criminosa.

No total, são 34 os denunciados da fina flor da engrenagem antidemocrática. Divididos por Gonet em núcleos, eles são submetidos a duas percepções incômodas. Constatam que a notícia má é que não há notícia boa no orquidário do golpe.

Descobrem que a notícia péssima é que o Supremo deseja concluir os julgamentos ainda em 2025, para evitar a intoxicação da conjuntura de 2026.

PRIMEIRA FASE – Nesta semana, inaugura-se a ação penal contra os oito membros do grupo estrelado por Bolsonaro. Nos dias 8 e 9 de abril, devem ser enviados ao banco dos réus militares do Exército e um policial federal do grupo tático. Em 29 e 30 de abril, será recepcionada a denúncia contra os encrencados do grupo operacional.

Na sequência, em data a ser marcada, escalarão o cadafalso os integrantes do grupo acusado de industrializar desinformação.

Em ritmo de linha de montagem, o Supremo não produzirá apenas sentenças. O que a Corte decide nos próximos meses é que tipo de democracia o Brasil deseja ser. Sem defesa capaz de reverter o futuro veredicto, Bolsonaro guerreia no Congresso para obter a anistia e a redução do prazo de inelegibilidade de oito anos previsto na Lei da Ficha Limpa. Não quer uma boa biografia. Sonha com um novo começo em falso.

4 thoughts on “Cabe ao Supremo decidir que tipo de democracia o Brasil quer ser?

  1. Quanta matreirice!
    Nunca se viu tal destrambelhamento e encobrimento!
    Emburreceram a INTELIGENCIA e a segurança do Brasil, que omissiva e célere precipita-se!

  2. Quanta bobagem junta. Um coleção de asneiras, uma sequência de vômitos travestidos de opinião política.

    Observem: “Por um desses caprichos do destino, Bolsonaro e seus cúmplices militares e civis descem à grelha da Suprema Corte sob acusação de tramar a abolição do regime democrático e um golpe de Estado no mês em que a redemocratização faz aniversário de 40 anos.”
    O autor da torpe matéria usa jogo de palavras rasteiras para aumentar o coro daqueles que desconhecem a história e não sabem mesmo o que significa golpe de Estado.

    A falta de vergonha não conhece limites. Portanto, as asneiras continuam: “Sem defesa capaz de reverter o futuro veredicto (…)”. Como é que é? O autor de antemão sabe da existência de um veredicto? Então confessa em seu artigo que existe uma decisão tomada e com a qual ele demonstra concordar…

    Por que então indaga : “Cabe ao Supremo decidir que tipo de democracia o Brasil quer ser?”
    Depreende-se que a democracia seja a ausência de nexo causal, inexistência de ampla defesa e oportunidade de contraditório. É isso mesmo?
    Conclui-se também que está aceita a criatividade por meios de narrativas como possíveis na instrução de peças em processo?

    Sei não…
    Tem gente que não sabe o que fala e, pior, escreve sobre aquilo que não entende.

  3. LENHA NA FOGUEIRA da maldita polarização política nefasta que tanto infelicita a nação não resolve o país, a política e nem a vida do conjunto da população. PREFIRO continuar apostando as últimas fichas que me restam na Democracia Direta, com Meritocracia (concursão padrão, mandatos de no máximo 5 anos, sem reeleição, alternância no poder obrigatória na seara política, aberta à participação de todos independente de partidos, a custo zero para o erário, que me dei ao trabalho intenso de elaborar e burilar, como tenho feito há cerca de 35 anos, no bojo da Revolução Pacífica do Leão, com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, a nova via política extraordinária, alicerçada na paz, no amor, no perdão, na conciliação, na união e na mobilização pela mega solução, via evolução, focada no sucesso pleno do bem comum do conjunto da população, com todos juntos e misturados, que mostra o possível novo caminho para o necessário novo Brasil de verdade, porque evoluir é preciso, para acabarmos de uma vez por todas com a maldita polarização política nefasta gerada e alimentada pela guerra tribal, primitiva, permanente e insana entre o militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, que em termos de mudanças de verdade, sérias, estruturais e profundas, representam apenas o nada e o coisa nenhuma. PORTANTO, EM BRIGA DE IRMÃOS EM ESTÁGIO DE LOUCURA POR PODER, dinheiro, vantagens e privilégios, sem limite$, na seara político-partidária-eleitoral, eu não me meto não, muito menos entre irmãos siameses, simbióticos e autofágicos, até porque no frigir dos ovos, no caldeirão do diabo, ele$ se unem em torno dos próprios interesses e a fatura sobra para os sapos de fora do cercado da lagoa dos me$mo$. Penso, todavia, que em sendo a democracia o poder e governo do povo para o povo, não faz sentido o domínio do monopólio eleitoral nas mãos de donos de partidos…, até porque, na real, quem tem que dizer que tipo de democracia o Brasil quer é o dono de fato do país, da democracia e do monopólio eleitoral, tal seja o povo brasileiro enquanto expressão máxima do Estado que deve ser organizado conforme a sua vontade, necessidades, imagem e semelhança… https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2025/03/24/supremo-decide-que-tipo-de-democracia-o-brasil-quer-ser.htm?fbclid=IwY2xjawJPAPNleHRuA2FlbQIxMAABHSZBbEunw-ePg-lUBsFO_xiVfKH3KZKuwkNoH53QAl8WFJnedYD-8INV1g_aem_9j5umaCgUDda4SWJVAb8tgW

  4. Cabeleireira que escreveu ‘Perdeu, mané’ em estátua virou símbolo espinhoso

    Quatorze anos para uma pichação constituem uma demasia. Débora, mãe de dois filhos menores, está presa desde março de 2023.

    Moraes condena a 14 anos de prisão a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. No dia 8 de janeiro de 2023, ela escreveu com batom “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao STF, em Brasília. Moraes foi acompanhado por Flávio Dino.

    Os 14 anos de Débora seguem uma tendência do STF, que vem impondo punições leoninas à infantaria golpista do 8 de Janeiro.

    Duplicidade. Os réus têm sido condenados duas vezes pelo mesmo crime: quatro anos por atentar contra o Estado Democrático de Direito, mais cinco por tentar um golpe.

    Estão em curso conversas que poderão desembocar na redução das penas.

    Os ministros do Supremo podem muito, mas devem cuidar do respeito ao bom senso.

    Se a senhora do batom merece 14 anos, resta saber quantos merecerá o redator do plano Punhal Verde e Amarelo, impresso no Palácio do Planalto.

    As sentenças impostas à infantaria vândala do 8 de Janeiro levam água para aqueles que propagam o delírio de que o Brasil vive uma ditadura. Débora Rodrigues dos Santos, com seu batom, torna-se um símbolo espinhoso.

    Fonte: O Globo, Opinião, 26/03/2025 00h05 Por Elio Gaspari

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