
Moraes ironiza narrativa de velhinhas com Bíblias nas mãos
Josias de Souza
do UOL
A exemplo de Lula, Alexandre de Moraes parece convencido de que suas decisões são mal comunicadas. Torpedeado pelo bolsonarismo, o relator-geral dos casos sobre a sublevação antidemocrática incorporou o espírito marqueteiro de Sidônio Palmeira.
Incisivo, Moraes não deixou dúvida quanto à conversão em réus de Bolsonaro e dos sete cúmplices incluídos no “núcleo crucial” da denúncia da Procuradoria da República: a materialidade dos crimes ficou comprovada, disse o ministro relator na sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
REPLAY DO VANDALISMO – Marqueteiro de si mesmo, Moraes passou a caprichar no audiovisual. Nesta quarta-feira, injetou na transmissão ao vivo do julgamento da denúncia sobre a trama golpista um vídeo com replay do quebra-quebra de 8 de janeiro e das ações terroristas que eletrificaram Brasília nos dias que antecederam a posse de Lula.
Na véspera, Moraes já havia exibido material didático expondo os dados que reuniu para se defender dos ataques que sofre nas redes bolsonaristas. Chamou de “narrativa mentirosa” a tese segundo a qual o Supremo estaria condenando velhinhas com bíblia na mão, que passeavam num domingo ensolarado pela sede dos Poderes.
O relator mostrou que, das 497 condenações impostas à turma do 8 de janeiro, metade teve penas inferiores a três anos de cadeia, substituídas por penas alternativas. Informou que apenas 43 receberam castigos superiores a 17 anos. As mulheres são 32% dos condenados. Os idosos, menos de 9%.
PASSAR BATONZINHO – Surrado nas redes sociais por condenar a 14 anos de cadeia a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, Moraes fez referência direta ao caso. “Querem criar uma narrativa de velhinhas com Bíblias na mão, de pessoas que estavam passeando e foram lá passar um batonzinho na estátua” da Justiça.
OUTRAS CENAS – O vídeo exibido por Moraes inclui cenas de carros e ônibus incendiados na região central de Brasília em 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula no TSE. Exibe também a ameaça de explosão de um caminhão-tanque nas imediações do aeroporto da Capital, na véspera do Natal daquele ano. “Nenhuma Bíblia é vista e nenhum batom é visto nesse momento”, disse o ministro.
O ministro não mencionou, mas os dois golpistas que tentaram explodir o caminhão de combustível foram condenados na primeira instância da Justiça Federal de Brasília a penas mais brandas do que aquela que deseja impor à cabeleireira do batom, presa desde março de 2023.
Um pegou nove anos e oito meses de cadeia, o outro, cinco anos. Já estão soltos, em liberdade condicional.
PUNIÇÕES EM SÉRIE – São eloquentes as provas reunidas contra os golpistas. Num instante em que Bolsonaro e seus cúmplices graúdas chegam ao banco dos réus, a sociedade espera que o Supremo continue produzindo punições em série —de preferência sem fornecer aos golpistas material para atacar a legitimidade dos processos.
Moraes demorou a perceber que, nas decisões judiciais, como na vida, o problema começa nas explicações. Agora, só falta ajustar a dosimetria de certas penas e o conteúdo do que deseja comunicar.
Golpe de Estado: a tese de Bolsonaro não resiste a uma simples pergunta
Ao ex-presidente, encalacrado até o pescoço por abundância de provas e alegando que tudo não passa de narrativa, pergunto:
– O senhor foi ameaçado, ou não, de prisão pelo então comandante do Exército, General Marco Antônio Freire Gomes?
– Se sim, por quê?
Fonte: O Antagonista, Opinião, 27.03.2025 15:43 Por Ricardo Kertzman
https://oantagonista.com.br/analise/golpe-de-estado-a-tese-de-bolsonaro-nao-resiste-a-uma-simples-pergunta/
“Moraes (…), falta ajustar a dosimetria de certas penas (…).
Que a pena da cabelereira está superdimensionada …se a culpa se imitar ao crime do batom, não há como negá-lo conscientemente e já deve ser o assunto que rendeu mais publicidade, discussões, narrativas e controvérsias da historia da processualística mundial.
O que eu não vi até agora foi a versão do outro lado da moeda, o estado de espírito e condição psicológica humana para emitir julgamentos de um juiz atacado, ofendido, vilipendiado, por milhões de nacionais e até por bilionários e governos estrangeiros por, simplesmente, ter vetado a manobra criminosa de um presidente incapaz, que vendo sua inexorável derrota eleitoral por inconsequente, incompetente, ergofóbico e criminoso, patrocinou uma virada de mesa incentivando uma campanha nacional contra as urnas eletrônicas que no passado lhe deram uma vitória avassaladora.
Sejam honestos uma vez na vida, se fossem vocês, estariam com serenidade para refletir sobre a dosimetria da pena aplicada ou mirariam na exemplificação do castigo.
Não basta ser um velho na janela. Além de tudo é cego e mal intencionado.
Não deu para entender? É Dow? Não posso te ajudar.
Ah! Entendeu e não aceita a verdade?
Foda-se!!!
Moraes põe “bridão” em Kassab, após ele manifestar apoio à anistia de Bolsonaro
“A nova arma de Moraes para pressionar Kassab contra a anistia do 8/1
Em meio a debate sobre anistia, ministro Alexandre de Moraes mandou investigação contra Gilberto Kassab voltar da 1ª instância para STF
A decisão foi assinada por Moraes no último dia 19 de março e tem por base a recente mudança de entendimento do Supremo sobre o foro privilegiado.
O despacho é visto, nos bastidores do Congresso e do STF, como uma “arma” de Moraes para pressionar Kassab e o partido comandado por ele a não apoiarem o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro (leia-se: da anistia a Bolsonaro).
A investigação contra Kassab
O inquérito alvo da decisão de Moraes é oriundo da delação dos donos da JBS no âmbito da Lava Jato e investiga Kassab por ao menos três crimes: corrupção passiva, caixa 2 e lavagem de dinheiro.
A investigação tinha sido enviada pelo próprio Moraes à Justiça Eleitoral de São Paulo em 2019. Em 2021, a denúncia do Ministério Público contra Kassab foi aceita pela Justiça, o que tornou o presidente do PSD réu no caso.
Agora, anos depois, Moraes mandou a investigação contra Kassab voltar para o STF, onde voltará a ser novamente relatada pelo ministro, que também é relator do chamado inquérito do golpe.
A decisão foi dada por Moraes três dias depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro relatar, durante o ato pró-anistia no Rio de Janeiro, que se reuniu com Kassab e que o cacique apoiaria a anistia.
“Há poucos dias tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse Bolsonaro no comício que ocorreu em Copacabana dia 16 de março.”
Fonte: Metrópoles, Política, 27/03/2025 16:53Por Igor Gadelha
“Esperteza, quando é muita, come o dono”, teria dito Tancredo.
Mais um jornazista delirando mas pago pelo Secom. Aliás, eles são centenas de milhares e podem chegar a mais de milhão. Só observar as redes sociais com as postagens idênticas mas com nomes diferentes.