Novo consignado não será a saída para resolver a questão do consumo

Charge do Nani (nanihumor.com)

Pedro do Coutto

Muito bom o artigo de Demétrio Magnoli na edição de ontem de O Globo, apontando as contradições do empréstimo consignado que o governo está liberando para os trabalhadores e servidores públicos. As contradições são flagrantes. Em primeiro lugar, os recursos estão sendo mobilizados para os consignados são do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, uma poupança do trabalhador.

E os que fizerem o consignado agora estarão pagando um juro de 1,89% ao mês, um valor muito alto. São recursos do próprio trabalhador que está pagando juros sobre uma poupança forçada, mas que é seu patrimônio. Como bem destaca Demétrio Magnoli, o FGTS já não pertence ao trabalhador.

CARÊNCIA – Para se ter uma ideia sobre como a carência da população brasileira é alta, basta dizer que nos primeiros dias em que foi aberto o processo de crédito consignado, cerca de 1,5 milhão de pessoas já tomaram a iniciativa de recorrer ao crédito. É possível que desse número, uma parcela substancial não possa ter acesso, pois o limite de comprometimento do salário é de 35%. Mas isso mostra a necessidade que tem a população de acessar crédito para as suas vidas.

Além disso, a taxa de 1,89% ao mês representa juros sobre os próprios recursos que o trabalhador possui. A preocupação também é acrescida pela capacidade de arcar com as taxas do empréstimo. Em inúmeros casos, não haverá margem para que os trabalhadores tenham acesso ao crédito, conforme dito.

BANCOS –  Inclusive, o consignado será mobilizado por recursos dos bancos que assim serão os grandes credores, e os grandes beneficiados. As instituições que se habilitarem terão acesso à folha de pagamento dos trabalhadores, o que é uma contradição.

Os bancos esperam que os empréstimos sejam liberados através de suas redes operacionais. Como o crédito é consignado, o risco do não pagamento é praticamente zero. Os recursos durarão pouco, na medida em que decorrem de uma emergência e de uma vontade de pagar outras contas com essas que serão assumidas com a consignação.

O consignado induz a uma saque que não vai adiantar nada para os trabalhadores. O dinheiro recebido vai se evaporar rapidamente e não significa apoio nenhum ao consumo ou ao pagamento de dívidas existentes.

9 thoughts on “Novo consignado não será a saída para resolver a questão do consumo

  1. Este crédito consignado é um verdadeiro assalto estelionatário , (digo, … é um possível…, viu censores!) dinheiro do trabalhador.

    Como funciona:

    – os bancos pegam o dinheiro do trabalhador, que, sendo seu, não tem livre acesso a ele (a desculpa paternalista é que pode gastar sem consiciência e parcimônia,
    – emprestam o dinheiro do trabalhador para ele mesmo,
    – impõem uma taxa de juros, que advem do serviço possibilitado pelo “direito” dado pelo “Governo dos trabalhadores e do povo mais humilde” de movimentarem o dinheiro PERTENCENTE AO PRÓPRIO TRABALHADOR.

    Cara, é muiro nonsense, absurdo, pilantrangem esta bagaça.

    O custo de o trabalhador sacar seu FGTS para pagar suas dívidas e comprar café, picanha e ovo diretamente seria de juros zero.

    O PT, maior fraude política da História, prova mais uma vez que é um mero office-boy das elites ex-clepto patrimonialistas que diz odiar.

    Esta subserviência do PT aos setores mais abjetos da burguesia foi escancarada pela Lava Jato, cujo assassinato fora justamente pra esconder este aspecto político.

    Vejam a quem o PT fora subserviente (só famélicos que sobrevivem da esmola do bolsa-família). Com uma esquerda desta pra quê “extrema-direita”?

    https://valor.globo.com/politica/noticia/2024/03/06/lava-jato-empresarios-alvos-operacao.ghtml

  2. O problema dessa gente é o karma, vieram para serem ladrões ou parasitas.
    Ou
    O rato comeu o cordão umbilical deles; minha avó dizia par tomar cuidado para que o rato não comesse o cordão umbilical das crianças recém nascidas, pois viravam ladrões.

  3. A grande maladrangem, digo sacanagem, está na possibilidade do uso de 100% das verbas rescisórias quando o trabalhador for demitido.

    Assim perderá suas verbas rescisórias e poderá ter que arcar com as parcelas do montante não coberto por elas..

    O Painho é tão bonzinho! Pa burguesia financeira, é claro.

  4. Dois anos de governo e a lista é grande:
    1. Picanha
    2. Telefone por cerveja
    3. Picanha por abóbora
    4. Carne por ovos
    5. Ovos por ossos
    6. Pé-de-meia
    7. Janja
    8. Consignado do Lula
    9. Selic: 14,25%
    10. Inflação: acima da meta
    11. Parar de comprar o que está caro: tudo está caro

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