A anistia está na mesa para negócio, e Bolsonaro, por enquanto, fica fora 

Anistia | Charge | Notícias do dia

Charge do Frank (Arquivo Google)

Carlos Andreazza
Estadão

A anistia está para negócio. Com Bolsonaro, por ora, sobrando. Ele já sacou o que vai em curso. É sujeito transparente. Só aceita a anistia “ampla, geral e irrestrita.” Anistia para si, pois. Os casos de Débora e de outros condenados a sanções desproporcionais lhe servindo de escada à própria impunidade. Já não lhe servem mais. Não exclusivamente. Bandeira doravante disputada.

Bolsonaro sacou que a escada agora é outra: a própria anistia. Escada àquilo – o justo – que não quer de jeito algum: a redução das penas dos agentes depredadores do 8 de janeiro. Acomodação – com o Supremo, com tudo – que não o contemplaria. (Não com vistas a 2026.)

JÁ EM CURSO – A negociação, liderada pelo presidente da Câmara, está deflagrada – e é a isso que Bolsonaro reage. O discurso é autoexplicativo:

“Agora, tivemos um ponto de inflexão. Enchendo a bola da minha esposa aqui, que falou muito bem na Paulista, dirigindo-se ao ministro Fux. Ali, no meu entender, foi uma fissura que apareceu. Um outro lado que parecia impossível. A modulação não nos interessa. Redução de penas não nos interessa. O que nos interessa, sim, é anistia ampla, geral e irrestrita”.

Acione-se a tecla de tradução do blá-blá-blá: “Não estou instrumentalizando o flagelo desses sorveteiros-pipoqueiros, gastando meus domingos em manifestações, para ficar de fora do arranjo”.

SEM FISSURA – O arranjo foi encaminhado. Não há fissura, nem um suposto racha no tribunal sendo mera expressão do desejo de Bolsonaro. Xandão não deixa. Não está autorizada a divergência na corte constitucional – para que não se arrisque a unidade da bancada.

Ponto de inflexão, sim. Arma-se um acordo: em vez do perdão geral, o ajuste da dosimetria conforme os crimes cometidos.

A intervenção de Fux ensejou as tratativas entre STF, Parlamento e governo. É pela “modulação”, que não interessa a Bolsonaro; que perdeu o controle da manipulação da injustiça encarnada em Débora. A inflexão de Fux abrindo terreno ao esvaziamento da carga pela anistia, em troca da revisão de penas. Tem jogo.

PT DE ACORDO – Gleisi Hoffmann, articuladora política de Lula, lê os ventos e já disse que toparia discutir a possibilidade, desde que os líderes do movimento golpista – Bolsonaro e seus helenos – não fossem perdoados. Recuaria mais tarde. Recado dado: a bola – para reduzir as punições – está com o Supremo e não haveria grandes resistências.

Teatro dos tarcísios à parte, também a direita – boa parte dos governadores que lhe sobem aos palanques – projeta um porvir sem o ex-presidente na urnas. Ninguém morrerá abraçado à causa impopular – a da anistia – percebida como fachada a agenda egoística, em prol de Bolsonaro, o inelegível.

A inelegibilidade do cara dá mais futuro à turma, hoje oposição engessada, que perde tempo em pauta descolada das aflições do povo, que não explora politicamente nem a violência nem a inflação, enquanto Lula, grato, reorganiza-se.

11 thoughts on “A anistia está na mesa para negócio, e Bolsonaro, por enquanto, fica fora 

  1. A oposição bolsonarista é muito fraca, ruim e vacilante. Está com a faca e o queijo de Minas nas mãos e , ainda uma boa goibada cascão, e não detona logo o teatrinho da brincadeirinha de “Justiça” da Velha República Tardia.

    Ora um monte de descondenados, ex-criminosos, ex-assaltentes do povo dando uma de santa no lupanário.

    Deve ser consequência do voluntarismo suicida do Bolsonaro ao passar pano pra lama da pocilga.

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54472964

  2. Falando nisso, eis:
    “Hoje temos boas notícias, ações maravilhosas acontecendo que não estão na mídia e estão mudando o planeta e a humanidade.
    Enquanto a mídia social está cheia de negatividade, devemos dissolvê-la com notícias e fatos mais agradáveis:

    Os noruegueses decidiram não perfurar poços de petróleo nas Ilhas Lofoten (com 53 bilhões de dólares em reservas de petróleo) para preservar o ecossistema das ilhas.

    Pela primeira vez na história do Malauí, uma mulher foi eleita oradora do parlamento do país. Esther Challenge cancelou 1500 casamentos de menores de idade e os enviou de volta à escola.

    Os doadores suecos recebem um texto de agradecimento cada vez que seu sangue salva pessoas.

    Graças à lei das espécies ameaçadas de extinção, a população de tartarugas marinhas quase extintas aumentou em 980%.

    Os supermercados tailandeses desistiram dos sacos plásticos e começaram a embrulhar suas compras em folhas de banana.

    A Holanda tornou-se o primeiro país sem cães vadios.

    A Coréia do Sul organiza festas de dança para pessoas depois de 65 anos, para combater a demência e a solidão.

    Em Roma, você pode pagar uma passagem no metrô usando garrafas plásticas. Assim, 3.500.000 garrafas já foram coletadas.

    A Califórnia restringe a venda de cães, gatos e coelhos nas lojas para que as pessoas possam levar animais de estimação dos abrigos.

    Os produtores de arroz em todo o mundo estão começando a utilizar campos de patos em vez de pesticidas. Os patos comem insetos e beliscam ervas daninhas sem tocar o arroz.

    O Canadá aprovou uma lei que proíbe o uso de golfinhos na indústria do entretenimento

    A Holanda planta os telhados de centenas de pontos de ônibus com flores e plantas especificamente para abelhas.

    A Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar a igualdade de remuneração entre homens e mulheres.

    Os circos alemães, ao invés de animais, usam seus hologramas para impedir a exploração de animais nos circos.

    O robô submarino LarvalBot semeia o fundo da Grande Barreira de Corais com corais microscópicos cultivados especificamente para a restauração do ecossistema.

    Para reduzir o número de suicídios, a Suécia montou a primeira ambulância psiquiátrica do mundo.

    4855 pessoas fizeram fila durante horas na chuva para testar células-tronco para salvar a vida de um menino de cinco anos.

    Uma aldeia indígena celebra o nascimento de cada menina plantando 111 árvores. 350.000 árvores já foram plantadas até o momento.

    Graças à proibição de caçar baleias jubarte, sua população cresceu de várias centenas para 25.000 animais.

    A Holanda construiu cinco ilhas artificiais especificamente para a conservação de aves e plantas. Dois anos depois, já há 30.000 aves vivendo lá e 127 espécies de plantas estão crescendo.

    Os satélites da NASA registraram que o mundo tornou-se mais verde do que era há 20 anos.

    Desde 1994, o número de suicídios diminuiu em 38% no mundo.

    VAMOS AUMENTAR O CLIMA POSITIVO!

    Vamos compartilhar e difundir o positivo, o bom, o criativo. É uma boa maneira de combater o mal com o bem e de promover bons hábitos e boas ações em nosso mundo de hoje.
    Existe um informativo chamado “só notícia boa”. É maravilhoso! Nos tira destes jornais sanguinários e aumenta a nossa esperança em dias melhores! 👏👏👏
    Importante Divulgar!! Tomarmos consciência e termos criatividades e iniciativas!”

  3. O retroceder da Velha República Tardia, é quase que espontânea, O nível de contradiçoes internas do sistema está o levando pra uma enorme entropia.

    Ainda que, tendo-se uma oposição frágil, externamente o trem não tá bão pra turminha.

    Que falta faz uma cavala, digo, uma Kamala dirigindo a maior economia do mundo!

  4. Há dois longos anos o narcotraficante iMoraes está prendendo, torturando e assassinando pessoas humildes, que exerciam o seu direito constitucional de se manifestar em locais públicos. Durante todo este tempo, o tucanalha Carlos Andreazza NUNCA criticou a tirania suprema. Agora, diante da comoção nacional contra as barbaridades e a favor da anistia, o vagabundo venal critica o ato por puro ódio ao Bolsonaro. Andreazza não passa de uma cadela do consórcio PT/STF.

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