
Queiroz, 80 anos, de bem com a vida
Paulo Peres
Poemas & Canções
O advogado, publicitário, cantor e compositor baiano Walter Pinheiro de Queiroz Júnior usa várias figuras de linguagem, tornando mais bonito o conteúdo poético da letra de “Pode Entrar”, na qual ele fala da sua casa.
Walter Queiroz gravou a música “Pode Entrar” no LP “Filho do Povo”, em 1975, pela Phonogram.
PODE ENTRAR
Walter Queiroz
A casa escancarada à Lua ali
Meu cachorro nunca morde
Meu quintal tem sapoti
Tem um roseiral crescendo lindo
Quem for louco ou for poeta
Pode entrar, seja bem-vindo
Aqui passa o bonde da Lapinha
Passa a filha da rainha
Passa um disco voador
As vezes ele gira, para e pisca
Como quem quase se arrisca
A parar pra conversar
Mas não me sinto só
Tenho um vizinho
Que é um bêbado velhinho
Que acredita no destino.
Ele mora em cima do arvoredo
Ele tem muitos brinquedos
Ele sempre foi menino
Agora se vocês me dão licença
Eu vou ver um passarinho
Que me chama no quintal
Depois vou me deitar para sonhar
E dançar com a cigana
Que eu perdi no carnaval
Se é para fingir que somos inocente e puros como crianças, lá vai um paraiso encantado onde tudo é inventado:
O Amor da Rosa Branca
———————————-
Num certo mundo encantado havia um beija-flor
Que vivia muito ocupado a voar de flor em flor
Num constante vaivém, em repetidos clamores
Jurava sempre querer bem e amar todas as flores
Mas elas bem que sabiam que ele era louco pelo perfume
De uma rosa branca, o que causava a elas inveja e ciúmes
Um dia, porém, surgiu no jardim uma flor muito formosa
Pequena como o jasmin, e mais perfumada que as rosas
Com todo esse o seu encanto, logo o beija-flor seduziu
E a rosa branca, enciumada, de dor as pétalas tingiu
Seus dias então se tornaram sempre tristes e cinzentos
Sem que nela houvesse ao menos esperança ou alento
Certa manhã, porém, surpresa a rosa branca viu
Enxames de abelhas a voar, e um girassol que se abriu
Viu também milhares de jasmins, begônias, margaridas
Radiantes a festejar a primavera bem-vinda
Primavera! Primavera! Parecia a natureza clamar
E, por toda parte, fragâncias misturavam-se no ar …
De súbito a rosa branca viu num canteiro distante
Um pequenino beija-flor, falando às flores, galante
Um frisson incontido por suas pétalas correu:
Era ele que voltava, afinal, o seu amado Romeu!
Sapo de Toga
Se é para fingir que somos sonhadores, lá vai uma historia da Carochinha para adultos:
O Amor da Rosa Branca
———————————-
Num certo mundo encantado havia um beija-flor
Que vivia muito ocupado a voar de flor em flor
Num constante vaivém, em repetidos clamores
Jurava sempre querer bem e amar todas as flores
Mas elas bem que sabiam que ele era louco pelo perfume
De uma rosa branca, o que causava a elas inveja e ciúmes
Um dia, porém, surgiu no jardim uma flor muito formosa
Pequena como o jasmin, e mais perfumada que as rosas
Com todo esse o seu encanto, logo o beija-flor seduziu
E a rosa branca, enciumada, de dor as pétalas tingiu
Seus dias então se tornaram sempre tristes e cinzentos
Sem que nela houvesse ao menos esperança ou alento
Certa manhã, porém, surpresa a rosa branca viu
Enxames de abelhas a voar, e um girassol que se abriu
Viu também milhares de jasmins, begônias, margaridas
Radiantes a festejar a primavera bem-vinda
Primavera! Primavera! Parecia a natureza clamar
E, por toda parte, fragâncias misturavam-se no ar …
De súbito a rosa branca viu num canteiro distante
Um pequenino beija-flor, falando às flores, galante
Um frisson incontido por suas pétalas correu:
Era ele que voltava, afinal, o seu amado Romeu!
Sapo de Toga