No Brasil e na África do Sul existem as testemunhas que não viram nada…

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Charge do Benett (Folha)

Luís Ernesto Lacombe
Timeline

De militar de alta patente a jornalistas enviesados, há um bando que chafurda na mentira. É uma nova e triste era. Os acusadores agora estão liberados do ônus da prova. Suas mentiras podem ser mal encaixadas em narrativas esdrúxulas, para transformar alvos previamente escolhidos em criminosos.

As defesas, apegadas aos fatos, despejam provas de verdade, concretas, irrefutáveis, e mais provas, e mais provas… Mesmo assim, as condenações vão sendo impostas. A realidade é picotada, estraçalhada, numa série sem fim de abusos, arbítrios e ilegalidades. Chegaram ao cúmulo de inventar as testemunhas que não testemunharam nada, que nada viram e nada ouviram.

“TENTATIVA DE GOLPE” – O brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandou a Aeronáutica na gestão de Jair Bolsonaro, é uma dessas figuras. Na última quarta-feira, ele depôs por cerca de uma hora e meia à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo sobre a tal “tentativa de golpe de Estado”.

O processo todo é uma baboseira. Se Jair Bolsonaro estudou dispositivos constitucionais para evitar que um condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro voltasse à presidência da República, Dilma Rousseff fez o mesmo em 2016, quando estava com a corda do impeachment no pescoço. E ela nunca foi acusada de ser golpista.

E tudo o que houve de quebra-quebra na Praça dos Três Poderes em Brasília em 2006, 2013, 2014, 2016 e 2017 não teve nada a ver com golpe de Estado? Congresso invadido, depredado… O Palácio do Itamaraty, a sede do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto atacados… Tentativa de incendiar prédios de pelo menos quatro ministérios… Carros e ônibus destruídos pelo fogo… Dezenas de policiais feridos…

TURMA DO AMOR – Mas era a turma do amor, a turma do Lula, dos partidos comunistas e socialistas, das centrais sindicais, do MST. Não havia golpistas, nem terroristas, nem selvagens que merecessem ser extirpados. Muito pelo contrário, foram todos protegidos, como se democratas e respeitadores das leis fossem.

Voltando ao brigadeiro Baptista Júnior, ele confirmou essa semana que houve uma reunião dos comandantes das Forças Armadas com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, depois do segundo turno das eleições de 2022. E o que foi discutido? O uso de “algum instituto previsto na Constituição” para impedir a posse de Lula. Esses meios seriam uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou a implementação de um Estado de Defesa ou de Sítio.

Ou seja, seria um “golpe” com base na Constituição… Baptista disse que testemunhou o planejamento de uma “ruptura institucional”, que ele preferiu não denunciar.

NÃO SOUBE DIZER – O ex-comandante da Aeronáutica, uma “testemunha de cativeiro”, como definiu o advogado Jeffrey Chiquini, não soube dizer se o ex-ministro da Justiça Anderson Torres participou da tal “reunião do golpe”, mas afirmou que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, não estava no encontro. E, destruindo-se como testemunha, ele disse que não chegou a ver a tal “minuta do golpe” porque se retirou da reunião. O brigadeiro contou que decidiu ir embora porque “não compactuava com nada daquilo”, mesmo sem saber exatamente o que era “aquilo”, já que não leu o documento que foi apresentado…

A nova velha imprensa também está cheia de gente como o brigadeiro, gente que não sabe de nada, mas sabe de tudo.

ATÉ NA GLOBONEWS– Em debate com Eliane Cantanhêde na GloboNews sobre as sanções do governo americano contra Alexandre de Moraes, Guga Chacra disse, de certa forma, que compreendia a reação dos Estados Unidos contra a tirania do ministro do Supremo.

Falando especificamente sobre dois perseguidos por Moraes – os jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo –, Guga afirmou que acompanha as redes sociais deles e que nunca os viu fazer ameaças ou mentir:

“Se alguém comete crime de calúnia e difamação, você pode processar a pessoa, mas calar é algo muito forte. Eu fico muito preocupado que as pessoas não possam exercer a liberdade de expressão”.

DEFESA DA CENSURA – Eliane Cantanhêde, que já afirmou que “criticar o governo é crime”, como mais uma “testemunha ocular” que nada vê e nada ouve, acusou Constantino e Figueiredo de mentir e ameaçar ministros do Supremo e seus parentes, defendendo a perseguição e a censura que eles sofrem.

Cantanhêde não teve vergonha de dizer que não acompanha o trabalho dos jornalistas, que não acessa os conteúdos produzidos pelos dois, que “não teria paciência para isso”, mas declarou que eles fazem, sim, ataques, mentem e “instigam a sociedade contra as instituições, as autoridades, as eleições e a Constituição”.

Talvez ela seja uma reencarnação da Mãe Dinah… Se a jornalista não quer saber do que eles escrevem e dizem, em que se baseia para acusá-los?

OUTRO EXEMPLO – No bando de testemunhas com vendas nos olhos e tampões nos ouvidos da GloboNews também está Marcelo Lins. “Comentando” o encontro, no Salão Oval da Casa Branca, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o jornalista disse o seguinte:

“Não tem nenhum órgão de imprensa independente, sério da África do Sul ou de fora que fale que esteja havendo perseguição sistemática, muito menos genocídio contra a minoria branca da África do Sul. Isso é uma mentira criada por grupos contrários ao governo. Isso beira o inacreditável… Esse é um tema fake, que não aguenta uma checagem bem feita”.

O vídeo exibido por Trump ao presidente sul-africano prova o contrário. Nele, o político Julius Malema, que já foi do partido que governa a África do Sul, grita “mate o bôer”, que é o descendente dos colonizadores holandeses, dinamarqueses, alemães e franceses.

BRANCOS COVARDES – O Tribunal Constitucional do país, há cerca de dois meses, liberou o slogan, afirmando que aquelas palavras não devem ser interpretadas literalmente. Ou seja, segundo o STF sul-africano, “mate o bôer” não quer dizer “mate o bôer”…

O próprio presidente Ramaphosa já fez discurso zombando dos brancos que deixam o país com medo de serem atacados e mortos. Ele disse: “Brancos covardes, fiquem e aceitem as coisas como homens”.

Para piorar, Cyril Ramaphosa incluiu na comitiva dele na visita aos Estados Unidos cinco jogadores de golfe sul-africanos brancos. Um deles, Retief Goosen, disse a Trump que os fazendeiros brancos vivem protegidos por cercas elétricas e que, mesmo assim, amigos do pai dele, que também tem uma fazenda, já foram mortos.

PERSEGUIÇÃO – O jogador Goosen afirmou que a perseguição aos produtores do campo é constante e que muitas áreas rurais são atacadas, queimadas e que máquinas agrícolas são roubadas.

Marcelo Lins não quer saber de nada disso, e ele ainda acha que o governo da África do Sul pode defender os terroristas do Hamas e acusar Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza… É mais uma “testemunha ocular” que confia apenas nos jornalistas enviesados como ele, nos organismos internacionais globalistas, em terroristas e, claro, no Lula, no Alexandre de Moraes, em toda a turma xexelenta do STF.

E ficamos assim, revoltados com os donos da “verdade” construída mal e porcamente. Eles tomaram conta de tudo, mas é da revolta justamente que vem a força maior para reagir contra isso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importante artigo enviado por Mário Assis Causanilhas. Mostra que a Tribuna da Internet está no caminho certo, sob o signo da liberdade, ao abrigar o livre debate de ideias. É certo que o país está num momento difícil, dominado por fake news de ambos os lados. Somente quando a poeira baixar é que a nitidez mostrará em que estágio de democracia estamos. (C.N.)

2 thoughts on “No Brasil e na África do Sul existem as testemunhas que não viram nada…

  1. Há 65 anos que a poeira em Cuba, o paraíso dos socialistas petralhas, só aumenta e, junto com ela, a miséria social.

    Por aqui, a poeira está na fase da roubalheira geral, com impunidade e segredos centenários garantidos, pois ainda há muito para se roubar e uma classe média produtiva para ser extorquida. Com a Justiça aparelhada, um Congresso corrupto e um bando de jornalistas desprezíveis, vamos comer poeira por muitos anos.

    Lacombe é mais um perseguido político que se mandou para outras terras, antes de ser preso.

  2. Somente quando a poeira baixar é que a nitidez mostrará em que estágio de democracia estamos. (C.N.)

    Sr. Newton

    Uma coisa é certa, por enquanto não estamos em qualquer tipo de democracia…., talvez uma “demogracinha”.

    Alguns trazem de volta 1.964..

    Outros querem o 1.917. e outros o 1.959..

    Mas democracia mesmo, nada….

    aquele abraço…

    E Viva El Comandante.!!

    E Viva El Ráton!…

    E Viva o SUS.!

    E Viva o IOF…!

    E Viva o Tiradentes..!!

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