
Charge do Laerte (Folha)
Leonardo Corrêa
Brasilagro
“Em Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll nos apresenta uma figura tão excêntrica quanto tirânica: a Rainha de Copas. Soberana de um reino sem lógica, ela governa por impulsos, irrita-se com perguntas e sente prazer em ordenar, a cada contrariedade, a execução sumária de seus súditos. Seu grito de guerra — “Cortem-lhe a cabeça!” — não depende de culpa, de provas, nem mesmo de contexto. Bastam um olhar enviesado, uma palavra mal colocada ou um simples gesto de autonomia para que a sentença seja proferida antes mesmo do julgamento. O processo, ali, é uma encenação. A rainha não ouve: ela decreta.
A Rainha de Copas não é má apenas por ser cruel. Ela é perigosa porque transforma a autoridade em capricho. A lei, em sua corte, não é um limite — é um enfeite. O ritual da justiça serve apenas para legitimar o comando que já foi emitido antes da audiência começar. “Cortem-lhe a cabeça!” substitui o veredito. E o veredito, como tudo em seu reino, é proferido com a leviandade de quem nunca foi contestado.
REBELO DEPONDO – Foi impossível não evocar essa figura ao ler a matéria publicada pelo G1, em 23 de maio de 2025, sobre o depoimento do ex-ministro Aldo Rebelo na ação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado.
Segundo o jornal, o ministro Alexandre de Moraes interrompeu a oitiva e ameaçou prender a testemunha por desacato, caso ela “não se comportasse”. Nenhuma ofensa foi registrada. Nenhum desrespeito à ordem. Apenas uma divergência interpretativa. Rebelo, como é de seu perfil público, expôs uma leitura crítica sobre os fatos do 8 de janeiro, sugerindo que foram superdimensionados por conveniência política. A resposta do ministro foi imediata — e reveladora.
Alexandre de Moraes: “O senhor está aqui como testemunha, e não como comentarista político. Se não se comportar como testemunha, será preso por desacato. O senhor está aqui para responder objetivamente ao que for perguntado.”
Aldo Rebelo: “Ministro, estou respondendo com objetividade.”
Alexandre de Moraes: “Não está. Está fazendo ilações e comentários. A audiência não é o lugar para isso.”
DOMESTICAÇÃO – O que se vê aqui não é a preservação da ordem processual — é a domesticação da palavra. A testemunha é tolerada enquanto confirma a versão oficial. Quando ousa pensar, transforma-se em ameaça. E como no reino da Rainha de Copas, o veredito vem antes da escuta. A sentença é prévia: “Comporte-se ou será preso.” A divergência já é suspeita. A consciência crítica, quase subversiva.
Não houve quebra de decoro. Houve, sim, quebra de narrativa. E é isso que não se perdoa no reino das copas togadas. No mundo jurídico que se desenha, onde o processo tornou-se rito de confirmação, o dissenso é tratado como disfunção.
A testemunha que ousa falar fora do script institucional é imediatamente chamada à ordem — não à ordem da lei, mas à ordem da submissão. “Comporte-se ou será preso” é apenas a versão jurídica de um velho brado: Cortem-lhe a palavra!.
PROCESSO LEGAL – A Constituição brasileira, no entanto, não foi escrita para agradar soberanos de temperamento instável. O artigo 5º, inciso LIV, estabelece o devido processo legal como pedra angular da República.
Isso implica respeito à imparcialidade do juiz, à liberdade das partes — inclusive das testemunhas — e à distinção entre julgar e acusar. O juiz que ameaça prender uma testemunha por expressar uma leitura divergente dos fatos, sem provocação do Ministério Público, não atua como garantidor: atua como parte. Mais que isso: atua como dono da sala, do processo e da verdade.
Há decisões que protegem o Estado de Direito. E há decisões que protegem o Estado contra o Direito. Saber distingui-las não é rebeldia — é responsabilidade republicana.
MP É CÚMPLICE – O silêncio do Ministério Público, se confirmado, é cúmplice por omissão. Quando o órgão acusador abdica da sua função, e o juiz assume o comando do espetáculo, o processo penal deixa de ser instrumento de Justiça e passa a ser ritual de domesticação. Testemunhas passam a ser personagens. E o julgamento, uma peça escrita para legitimar o desfecho previamente desejado.
Essa fusão entre o Estado que acusa e o Estado que julga não é nova — é, na verdade, uma das fórmulas clássicas dos regimes autoritários. Nos sistemas em que o poder se fecha sobre si mesmo, a distinção entre quem investiga, quem denuncia e quem condena desaparece. O processo se torna teatro. E o juiz, longe de ser árbitro, torna-se diretor e protagonista da narrativa de poder.
A ameaça de prisão não foi jurídica — foi pedagógica. Serviu de aviso a todas as futuras testemunhas: digam o que esperamos ouvir ou preparem-se para sanções. O que se exige, agora, não é apenas que se respondam às perguntas — é que se confirmem as teses. A verdade já não é o objetivo. Ela é o obstáculo.
JUIZ NÃO É REI – Contra isso, a resposta não pode vir da teatralidade ou da indignação. Ela precisa vir do texto, da Constituição. Porque juiz não é rei, nem rainha. A toga não confere infalibilidade, mas responsabilidade. O poder de punir não autoriza o poder de intimidar. E quando o Estado passa a tratar a divergência como insubordinação, ele rompe com os fundamentos da República e abraça a lógica das cartas marcadas.
No mundo real, não há “cortem-lhe a cabeça!”. Mas há algo talvez mais cruel: o “cortem-lhe o microfone”, o “cortem-lhe o sentido”, o “cortem-lhe a liberdade”. E nesse jogo de copas, quem perde não é a testemunha — é a Justiça.
E nós? Que papel nos cabe nesse tribunal onde a palavra é vigiada e o silêncio é conveniente? Não seríamos, por acaso, os súditos da Rainha de Copas, tão habituados à encenação que já confundimos justiça com espetáculo? Talvez o grito não seja mais “cortem-lhe a palavra”, mas algo mais manso e eficaz: “sigam assistindo”. Sem cabeças rolando — mas com o Estado de Direito, lentamente, sendo cortado pela raiz.”
Sr. Newton
Sem a participação dos ‘banqueiros” nada disso poderia ter o tamanho desse roubo aos velhinhos aposentados indefesos.
Áudios: aposentados são enganados por parceiro do BMG em consignado
Áudios mostram como atendentes convencem aposentados a confirmarem seus dados para depois editar ligação e firmar empréstimo fraudulento
Gravações telefônicas revelam como um correspondente do banco BMG citado na operação da Polícia Federal (PF) contra o esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social enganou aposentados com o objetivo de obter a confirmação de seus dados e declarações de aceite para fraudar desde empréstimos consignados até filiações a associações envolvidas na farra do INSS, revelada pelo Metrópoles.
Ex-funcionários da Balcão das Oportunidades, que é correspondente do BMG na venda de produtos financeiros, relataram à reportagem que atendentes da empresa ligam para aposentados com a falsa promessa de redução de juros, ou mesmo estorno de valores indevidos, para, em seguida, editar a gravação e fazer montagens nas quais os beneficiários do INSS aparecem dando “sim” a filiações a sindicatos e associações ou aval a novos consignados.
Além do caso da aposentada, o Metrópoles obteve outros quatro áudios nos quais aposentados são induzidos da mesma forma a fornecer seus dados. Em outras gravações, aposentados pedem para seus netos atenderem ao telefone.
Convencidos os parentes, o aposentado volta ao telefone e confirma seus dados. “Não gera nenhuma despesa a mais para ela, não tô aqui vendendo empréstimo consignado. Eu tô ligando para ela apenas para confirmar a informação e depositar o dinheiro”, diz o atendente ao neto de uma aposentada.
Procurado pelo Metrópoles, o BMG afirmou que “repudia, com veemência, a abordagem contida no áudio” enviado pela reportagem e “reforça que a conduta do correspondente bancário não condiz com as práticas determinadas pelo banco”. “Diante do ocorrido, o BMG informa a suspensão imediata da Balcão das Oportunidades como correspondente do banco e da corretora de seguros para averiguação dos fatos”, afirma.
https://www.metropoles.com/sao-paulo/audios-aposentados-sao-enganados-por-parceiro-do-bmg-em-consignado
PS.
O Sr. tem alguma informação se o Irmão Ladrão do Narco-Aberração de Nove Dedos já foi preso.?
aquele abraço
Hoje na Terra da Garoa frio intenso….
chuva e ventos…
PS. 2
Não podemos esquecer que tudo começou no ano de 2.003 quando a Facção Criminosa do Narco-Latrocida tomou o Páis de assalto…
aquele abraço
Disparatadamente marchamos para um Brasilzuela: na Venezuela, o ditador manda nos 3 poderes; aqui, uma corte com déspotas está suprimindo o colegiado elaborador das leis…
“Charles Dodgson foi um professor de matemática e autor de livros sobre matemática, mais conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll. Ele é conhecido especialmente por Alice no País das Maravilhas” (https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Dodgson/).
Hoje sabemos que Lewis Carrol foi uma das mentes matemáticas mais brilhantes que já existiram no Reino Unido.
Nada novo no front: no judiciário brasileiro, salvo raríssimas exceções, juízes comportam-se como diretores e protagonistas da narrativa de poder que eles se atribuem.
Ainda vamos sentir saudade do AI-5? Pelo menos, naquele tempo, tínhamos um STF para nos defender e a justiça, ainda que pouca, estava do lado do cidadão.
Rebelo errou. Como testemunha, ele não pode interpretar algo, somente se ater aos fatos.
Nós temos o nosso Roland Freisler.
A Rainha de Copas do STF corta a palavra dos advogados de defesa e decepa a cabeça dos réus. Tudo com a cumplicidade da OAB.
CASO CUPERTINO: O BRASIL ASSISTE ESCANDALIZADO MAIS UM SHOW DE HORRORES DO JUDICIÁRIO GARANTISTA DE IMPUNIDADE, SOB O DOMÍNIO DOS ADVOGADOS DO DIABO! As canalhices, os maus-caracteres, a criminalidade hedionda da ‘’Justiça’’ brasileira não encontra guarida em nenhum outro espaço e tempo na história da humanidade, nem mesmo nos tempos de Kublai Khan, em que prisioneiros eram se esquartejados vivos para intimidar o inimigo; ou na idade das trevas do cristianismo, onde a Santa Inquisição Cristã também torturava, abria barrigas de hereges para ver caírem tripas, queimava livres pensadores, cientistas e ateus, para manter o controle o absolutismo teocrático cristão. O espetáculo circense de terror sob a direção e patrocínio da Justiça cega brasileira e seu dominador, o advogado do diabo, está causando arrepios de medo na população brasileira, já que o facínora maldito do Cupertino, essa besta-fera monstruosa, decide tomar à frente do seu espetáculo trágico-burlesco, com manobras oportunistas, fisiologistas, para proteladoras, mesmo após 3 foragido, como os demais 310 mil foragidos do Judiciário, sem falar nas centenas de milhares de canalhas ainda não considerados oficialmente fugitivos, ou seja ainda estão no âmbito das ‘’anotações policiais’’! A impunidade garantista na Constituição Brasileira foi programada e garantida por canalhas constitucionalistas indultados, perdoados, anistiados, mas ainda ressentidos por sintomas ou transtornos psíquicos pós-traumáticos. Assim sendo, decidiram declarar impunidade ‘’humanista’’ ampla, geral e irrestrita, não somente para os políticos anistiados que doravante teriam o monopólio do poder ‘’democrático’’ absolutista, que garantiria a impunidade somente para políticos, para ricos, famosos, e todo aquele que pudesse pagar por bons advogados do diabo, com acesso à cadeia judiciária de instâncias recursivas, até seu mais alto poder supremo, o STF, isto é, o Monte Olimpo dos Deuses políticos, idiossincráticos nas suas interpretações legislativas; majestosos, divinamente peculiares em suas hermenêuticas, homiléticas, exegéticas. Mas isso não é surpresa para aqueles que conhecem a lerdeza, a incompetência, a lentidão, a moleza, a preguiça, dessas divindades brasileiras andaram em círculos por 125 anos para dar o último passo, na última instância no processo do Palácio Guanabara. Até a implantação da Audiência de Custódia, em 2015, o povo gritava a plenos pulmões que a ‘’Justiça’’ brasileira só valia para os ‘’Três Ps’’, isto é, pretos, pobres e putas! Aí, então, por tal desaforo da ‘’ralé’’, e dos humanistas formadores de opinião, o Conselho Nacional de Justiça decidiu ‘’abrir a porteira’’ e soltar todo mundo: políticos corruptos, ricos, pobres, pretos, putas e assemelhados. Então, os Deuses do Olimpo, enfurecidos, com olhos vermelhos de ódio e vingança: ‘’Bora, advogados do diabo, tomem o front da nova lei: criminosos pobre, pretos e putas igualmente só serão oficialmente considerados como tal após 50, 90, 100, ou mais passagens pela polícia, depois de 10 ou 20 anos foragidos da Justiça, depois de morto pela polícia’’! Para cumprir a Lei humanista e dos direitos humanos de ‘’Abuso de Autoridade’’ a cara dos criminosos só poderá aparecer borrada Grande Mídia, ou, então, explícita só após 5, 10, 20 ou mais anos, quando do Trânsito em Julgado! Se o assassino enterrar sua vítima e se entregar após 20 anos, ele será livre, de acordo com o que prevê a Lei! Se o promotor, o juiz, o desembargador, o ministro forem ladrões, corruptos, mercadores de sentenças e ilusões, ‘’melhor para eles’’, pois sairão de férias permanentes por conta do povão! Se um homem inocente passar vários anos preso, se for por todos esses anos estuprado por 60 marginais asquerosos, repugnantes, malacafentos, brutais, contaminado pelo HIV, não tem problema algum, o povo pagará a indenização do Estado, se for o caso, via precatórios; a Ditadura falha, mas não tarda; a democracia falha e tarda! Não importa, os Deuses do Olimpo, são sempre dotados da mais completa, superior e absoluta imunidade! ‘’Mas, o que vai dizer a Grande Mídia fofoqueira, meus Senhores, grandes deuses do povo?’’; ‘’Não se preocupe, a Grande Mídia arrombada, promíscua, oportunista, bem como Zé Povinho cristão sempre perdoa, eles vivem de ‘’Boas Novas’’! Adoram o ‘’Extra, Extra, Extra’’! jornalístico! ‘’O Rei está morto, vida longa ao Rei!’’. LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Senhor gesse , lembre-se que essas anomalias e intromissão do judiciário nos demais poderes , são alimentadas e de interesse dos membros do executivo e legislativo , pois se assim não fosse eles não teriam aprovado a indicação de pessoas desqualificadas para o STF e demais tribunais do país , através de acordos espúrios e criminosos .