
Charge do Edin (Arquivo Google)
Diogo Schelp
Estadão
A frase é do filósofo político e jurista italiano Norberto Bobbio (1909-2004), em texto de 1994: “Eu sou um moderado, porque estou plenamente convencido da máxima antiga de que in medio stat virtus (‘no meio-termo está a virtude’). Com isso não quero dizer que os extremistas estão sempre errados. Eu não faço isso, porque afirmar que os moderados estão sempre certos e os extremistas estão sempre errados seria pensar como um extremista.”
Ou seja, é autoprejudicial, além de ineficaz, combater grupos radicais adotando como postura rejeitar tudo o que eles dizem. Eles podem ter razão em algumas questões específicas, ainda que pelos motivos errados.
TESE BOLSONARISTA – Nos últimos tempos, a direita radical, representada por Jair Bolsonaro e seus aliados e seguidores, vem reivindicando para si a bandeira da defesa das liberdades em geral e, mais especificamente, da liberdade de expressão.
Os bolsonaristas são paladinos seletivos do direito à manifestação do pensamento. Seus líderes escondem mal o fato de que, para eles, a liberdade de expressão é uma ferramenta democrática muito útil para minar a própria democracia. E se tivessem sido bem-sucedidos no intento de interromper no nascedouro o atual mandato presidencial de Lula, certamente encontrariam meios de calar as vozes contrárias.
Saber de tudo isso, porém, não justifica fechar os olhos para o avanço da censura no Brasil. Não é o suficiente para fazer da nossa realidade uma ditadura, como dizem os radicais, mas sem dúvida tem o poder de enfraquecer a democracia.
CENSURA JUDICIAL – Não é de hoje que o problema se apresenta. Quem trabalha com jornalismo já tem que lidar há décadas com a censura judicial, resultante da proliferação de processos de crimes contra honra que, muitas vezes, acabam caindo nas mãos de juízes despreparados para lidar com casos que dizem respeito à liberdade intelectual e de expressão.
Sentenças baseadas na noção, falsa, de que o direito à honra se sobrepõe ao direito à informação se tornaram comuns. Mas, por muito tempo, condenações abusivas nesse território — inclusive aquelas que promoviam censura prévia — eram derrubadas em instâncias superiores do Judiciário.
Não mais. O Supremo Tribunal Federal (STF), antes um anteparo para a liberdade de expressão, agora dá o mau exemplo e toma decisões com consequências profundamente danosas para o livre mercado de ideias.
IDEIAS A COIBIR… – Um consenso insidioso começou a se formar na Corte máxima do país e passou a se esparramar nos tribunais inferiores: o de que há ideias “perigosas” em circulação que precisam ser coibidas, nem que para isso seja preciso impor mecanismos de remoção de conteúdo online em massa ou calar seus potenciais autores a priori (por exemplo, por meio da suspensão dos seus perfis nas redes sociais).
Se até a censura prévia encontra amparo nos votos de ministros do STF, como esperar equilíbrio dos magistrados de primeira instância ao julgar casos envolvendo liberdade de expressão?
Condenações como a recebida pela jornalista gaúcha que revelou o salário acima do teto de uma juíza ou pelo humorista que contou piadas ultrajantes se tornarão cada vez mais corriqueiros.
CENSURA, NUNCA MAIS – Pode parecer tentador aceitar interpretações da lei que evitem a divulgação de ideias e opiniões que nos parecem odiosas.
O problema é que censura é como creme dental: depois que saiu do tubo, é impossível colocá-lo de volta. Passa a fazer parte da cultura jurídica e política do país, servindo a diferentes propósitos, e uma hora se vira contra quem a aplaudiu.
Se hoje aqueles que dizem defender a liberdade de expressão o fazem por motivos escusos, essa é uma outra questão, a ser combatida dentro das regras do jogo democrático. Afirmar que extremistas estão sempre errados seria pensar como um extremista. Usar a censura para calá-los seria agir como eles.
General Mourão muda completamente o tom após o interrogatório de Bolsonaro
https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/70780/general-mourao-muda-completa-o-tom-apos-o-interrogatorio-de-bolsonaro
O senador Hamilton Mourão mudou o completamente o tom moderado sobre o inquérito do golpe.
Em suas redes sociais, o General detonou:
“O Brasil precisa parar e refletir seriamente…
Nos depoimentos que vimos na 1ª Turma do STF, nos dias 9 e 10 de junho de 2025, restam claras algumas verdades, a saber:
– falta muita consistência nas narrativas acusatórias;
– faltam provas irrefutáveis nas diferentes denúncias;
– ações em completo desacordo com o Código de Processo Penal, geram críticas no meio jurídico;
– decisões judiciais exageradas e controversas compõem um quadro, no mínimo desaconselhável, à aplicação da justiça;
– a liberdade de expressão, apanágio da democracia e do Estado de Direito, vem sendo sufocada, configurando um sério risco;
– vê-se que discordar agora pode ser crime;
– vê-se que conversas informais e desabafos entre amigos, agora podem ser rotulados de atentados; e
– por derradeiro, vê-se que protestar, sem armas e sem apoio das Forças Armadas, agora pode ser golpe de Estado.”
Como enganar o povo dizendovque a Organização Petusta putrefata, decadente miral, civilizacional e temporal seja repositária do Bem, da Verdade e da Democracia?
Censurando a realidade.
Delírio que nunca se concretizará.
A decadênciaeleitoral da Seita é irreversível.
A menos que criem o elixir da Vida Eterna.
Como enganar o povo dizendo que a Organização Petista putrefata, decadente moral, civilizacional e temporal seja repositária do Bem, da Verdade e da Democracia?
Censurando a realidade.
Delírio que nunca se concretizará.
A decadência eleitoral da Seita é irreversível.
A menos que criem o elixir da Vida Eterna.
As ratazanas tratam de devorar o que podem antes do naufrágio.
Tomar grandes medidas estruturantes pra resolver pequenas questões conjunturais é de elevado custo benéficio. Nodatamente quando há sujetividades comó parâmetros.
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As redes terão que censurar alguém que chame Hamas e o PCC de terroristas?
O quiproco jurídico será muito divertido.
“Olha lá o golpe!!!!”
“É mentira!!!!!!”
Em clima de QUADRILHA DE FESTA JUNINA o Judiperdulário brasileiro nos protege heroicamente contra o golpe, porque o golpe já foi dado.
Santo deus na Terra e Rei Sol não é Leão XIV, é Luís XIV reencarnado em juiz no Brasil.
Majestades de toga imposta ao povo que assiste à censura e à escravidão bestializado.