Jornalismo de memória bisonha esquece papel de Bernardo Cabral na Constituinte

USS (Univassouras) 2019/1 Na charge, Henfil (1944-1988) representa algumas das - Estuda.com ENEM

Charge do Henfil sobre a Constituinte (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Inacreditável, página inteira do Correio Braziliense (23/06) sobre a Constituição, sem registrar nenhuma referência ao relator-geral da Constituinte, o então deputado Bernardo Cabral. Jornalismo capenga e incompleto.  É o fim da picada. O texto também chama Nelson Jobim de ex-ministro do STF. Na verdade, Jobim é ministro aposentado da Suprema Corte. 

 Muita conversa fiada nas letrinhas. Diversos personagens citados. ânsia danada de aparecerem. Bernardo Cabral foi eleito relator-geral, em eleição pelo voto, disputando a função com os constituintes Pimenta da Veiga e Fernando Henrique Cardoso.

José Fogaça, ex-senador e ex-deputado federal, trabalhou com Cabral como relator adjunto, juntamente com Antônio Carlos Konder Reis e Adolfo Oliveira. Ambos no céu.  Fogaça testemunhou, diária e noturnamente, os esforços de Bernardo Cabral para o bom êxito dos trabalhos. Seria correto se o jornalista Vanilson Oliveira, autor da matéria, procurasse ouvir Bernardo Cabral, faz muito tempo morando no Rio de Janeiro. Certamente o depoimento de Cabral enriqueceria o trabalho do repórter. 

PIOR DA COPA – As televisões estão repletas de pavorosas chatices. Torturam a alma e a paciência. Como desgraça é pouca, apareceu agora outra porcaria chamada “Central da Copa”, na Globo. Canal que adora ter o monopólio de tudo que não presta. Ainda ganha prêmios. Incrivelmente ruim. Com um bando de cavalinhos medonhos e intragáveis, emprestados do Fantástico.

Tadeu Schmidt tenta ser engraçado. Não consegue. Faz caras e bocas, as mesmas que costuma fazer na série BBB. Há quem goste. Embrulha para servir com pipocas.  Com ele, um obscuro Paulo Nunes, ex-jogador destalentado. Analista pior ainda. Forma boa dupla de horror com Tadeu.

Completando o fiasco de apelações, enfiaram no ar um mágico. Deus do céu! Ninguém merece. Poderia fazer algo de bom no tal programa de última, já que se diz mágico, e fazer desaparecer os deploráveis cavalinhos. Quem sabe, com mais um pouco de esforço, sumir também com Paulo Nunes e Tadeu Schmidt.

COMÉRCIO EM ALTA – Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice da Intenção de Consumo das Famílias apresentou crescimento de 0,5% em junho, já descontando os efeitos sazonais.

O percentual representa o melhor resultado mensal registrado desde maio de 2024, embora na comparação anual permaneça a trajetória de queda. Com o nono mês consecutivo de retração, a variação atingiu o patamar de -1,3% no comparativo com o mesmo período no ano passado.

O maior destaque positivo no mês foi o aumento de 2,5% no componente Acesso ao Crédito, que avançou 2,2% na variação anual. Esta é a quinta alta mensal consecutiva desse indicador, impulsionada por medidas que ampliaram a liquidez no mercado financeiro. De acordo com o estudo, 32,6% dos consumidores percebem maior facilidade para obter crédito, o maior pico desde abril de 2020.

Se for eleito presidente, Tarcísio pretende dar indulto a Bolsonaro?

Tarcísio diz que trabalho da Infraestrutura é 'técnico' e com 'tolerância  zero à corrupção' | Jovem Pan

Tarcísio trabalha para ter forte apoio do eleitor evangélico

Geovani Bucci
(Broadcast)

A declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de que o candidato à Presidência apoiado pelo pai deve fazer “uso de força” com o Supremo Tribunal Federal (STF) e conceder indulto ao capitão reformado, deu voz a uma expectativa já embutida no cálculo político de líderes estaduais com ambições ao Planalto.

Cotado como o nome favorito do mercado financeiro para 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que mantém boa relação com ministros do STF —, terá de “beber desse cálice” se quiser herdar o espólio bolsonarista e viabilizar sua candidatura.

COMO ESCOLHER? – Bolsonaro vai escolher quem apoiar não tanto pela lógica eleitoral — ou seja, quem tem mais chances de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reeleição —, mas, sim, por quem conseguir preservar seu poder político e, de alguma forma, amenizar seus problemas jurídicos, especialmente no caso de uma eventual condenação que o leve à prisão.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já declarou que, caso seja eleito presidente, seu primeiro ato será livrar o capitão de responsabilizações criminais e conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A mesma tentativa de conquistar o eleitorado fiel ao ex-presidente foi adotada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que se disse “totalmente favorável” ao indulto. Embora não tenha se pronunciado especificamente sobre Bolsonaro, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), já endossou com veemência a pauta da anistia.

DISCRETAMENTE – Tarcísio também evita posicionamentos diretos sobre o tema — assim como ainda não afirmou que pretende disputar a Presidência. No entanto, uma reportagem do Estadão revelou que Tarcísio já recebeu um sinal de apoio do ex-presidente, em uma eventual chapa encabeçada pelo governador com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice.

Apesar de defender Bolsonaro, o governador DE São Paulo adota uma postura cautelosa de aplicar rigorosamente a agenda bolsonarista, mas com concessões ao centro — como ao recuar da retirada das câmeras nos uniformes policiais, gesto que evidenciou seu diálogo com o STF, o que rendeu elogios públicos do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, na época.

Nesse sentido, há uma percepção dentro do próprio bolsonarismo de que a candidatura de Tarcísio representaria, na verdade, o mainstream — incluindo eventualmente o apoio do mercado financeiro e da elite política tradicional.

PRECISA SUPERAR – Essa desconfiança é algo que o governador de São Paulo precisa superar, de acordo com o cientista político e sócio da Tendências Consultoria, Rafael Cortez.

“A percepção de que Tarcísio é uma versão mais moderada do bolsonarismo me parece muito mais ligada ao estilo — ao jeito de discursar, de se apresentar em público — do que a qualquer diferença real de conteúdo programático”, diz Cortez.

A chave de 2026 está em saber se a candidatura de Tarcísio conseguirá oferecer a Bolsonaro e ao seu núcleo a segurança de algum prestígio político no pós-eleição — caso ele esteja condenado —, ao mesmo tempo em que se sustenta como um projeto da centro-direita com respaldo do establishment.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente análise de Geovani Bucci, mas o futuro é duvidoso, já dizia Cazuza. Há outras variáveis importantíssimas, como a saúde de Bolsonaro, que continua batendo pino, e a idade avançada de Lula, com prazo de validade totalmente vencido. Se Lula não disputar, haverá muitos candidatos de direita, favorecendo seu substituto na chapa petista, que deve ir ao segundo turno junto com o direitista mais forte, que parece ser mesmo Tarcísio de Freitas, que está trabalhando para ter expressivo apoio evangélico.  (C.N.)

Israel e Irã respeitaram o cessar-fogo, mas Gaza e Ucrânia seguem em guerra

Guerra na Ucrânia: Veja mapas e fotos das batalhas mais importantes do 1º  ano do conflito | Mundo | Valor Econômico

Enquanto isso, na Ucrânia, nada de novo no front ocidental

Jamil Chade
do UOL

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou nesta terça-feira Israel e Irã de violarem o acordo de cessar-fogo. Segundo a Casa Branca, ele teria ligado do Air Force One, nave que o transportava para a cúpula da OTAN, ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dando uma mensagem “direta” sobre a necessidade de suspender os ataques.

“O primeiro-ministro entendeu a gravidade da situação e as preocupações expressas pelo presidente Trump”, disse a Casa Branca. Em seguida, Netanyahu anunciou que seu país se abstém “de novos ataques”.

EXPECTATIVAS – “Na ligação, o presidente Trump expressou seu profundo apreço por Israel, dizendo que o país havia alcançado todos os objetivos da guerra. Ele também expressou confiança na estabilidade do cessar-fogo”, disse o comunicado do governo dos EUA.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que respeitará o acordo de trégua se Israel também o fizer. ”Se o regime sionista não violar o cessar-fogo, o Irã também não o violará”, afirmou durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, de acordo com o site da presidência.

Fontes diplomáticas confirmaram ao UOL, entretanto, que o status do cessar-fogo “é uma grande incógnita”. A esperança de negociadores é de que as acusações e disparos da madrugada desta segunda-feira sejam apenas um esforço político de ambos os lados para ter “a última palavra” antes de os canhões silenciarem.

TRAGA SEUS PILOTOS – Diante das acusações mútuas entre Israel e Irã, Trump foi às redes sociais e ordenou que Israel parasse os ataques. “Israel, não jogue essas bombas. Se vocês fizerem isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa agora”, disse. Minutos depois, o presidente afirmou que Israel não atacaria o Irã. “Todos os aviões vão fazer a volta e ir para casa”, afirmou, reassegurando a validade do cessar-fogo.

Na segunda-feira, para a surpresa da comunidade internacional, Trump afirmou que tanto Israel como o Irã tinham aceitado o acordo e que ele iria entrar em vigor seis horas depois daquela declaração, à meia-noite do horário de Washington.

Os dois países, porém, se mantiveram em silêncio e houve dúvida se o acordo existia de fato. Mas, no horário estabelecido, o governo israelense confirmou que concordou com a proposta, 12 dias após dar início ao conflito militar direto com o Irã.

CONFIRMAÇÃO – “Israel agradece ao presidente Trump e aos EUA por seu apoio na defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”, disse o governo.

“Em vista da realização dos objetivos da operação e em total coordenação com o presidente Trump, Israel concordou com a proposta do presidente para um cessar-fogo bilateral”.

O acordo, porém, foi atingido depois de Israel ter “alcançado todos os objetivos da operação, removendo a dupla ameaça existencial imediata de si mesmo – tanto no campo nuclear quanto no de mísseis balísticos”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Temos uma oportuna e fugaz esperança de paz, até porque Israel e Irã já estavam ficando sem munição. Infelizmente, porém, seguem os ataques em Gaza, porque Israel não recua do sonho da usurpação de todo aquele litoral. E neste eterno mundo cão, nada de novo no front ocidental. (C.N.)

Ao pretender regular redes sociais, STF acabou caindo numa armadilha 

Polarização política é armadilha para STF ao regular as redes sociais, diz professor da ESPM | WWDeu na CNN

O Supremo Tribunal Federal (STF) se colocou em uma situação complexa ao direcionar o debate sobre a regulação das plataformas digitais para questões que polarizam a sociedade. Esta é a avaliação do advogado Marcelo Crespo, professor e coordenador do curso de Direito da ESPM, durante sua participação no programa WW Especial, da CNN.

O programa, apresentado pelo William Waack, abordou a responsabilização de plataformas digitais por conteúdos postados por usuários. O assunto é tema de julgamento no Supremo, que deverá retomá-lo nesta quinta-feira, dia 25.

POLARIZAÇÃO – Segundo Crespo, o debate no STF acabou se concentrando em aspectos que pressionam a sociedade de forma midiática, resultando em uma polarização entre esquerda e direita.

“É bastante comum a gente ver pessoas discutindo esse tema, dizendo que se você defende o Supremo você está defendendo a esquerda, e se você defende a liberdade de expressão você está defendendo a direita”, explica o professor.

O especialista destaca que o STF acabou amplificando o debate sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que estabelece a necessidade de decisão judicial para remoção de conteúdo. “É uma tese muito ingrata você discutir se um dispositivo legal criado por meio do Congresso Nacional, debatido na sociedade, e que demanda uma decisão judicial para a remoção de conteúdo, estabelecer que isso é inconstitucional”, pondera Crespo.

EM OUTRO CONTEXTO – Na visão do professor, se esse debate ocorresse em outro contexto, fora da polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) e dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o Supremo poderia ter adotado uma postura mais cautelosa.

“Me parece que eles entraram numa espécie de armadilha, estão amplificando a aplicação do que eles vão ter que modular para algo muito mais amplo do que seria o ideal num debate sobre a constitucionalidade do artigo 19”, afirma.

Crespo ressalta que o modelo que será colocado à prova não tem paradigmas, o que dificulta a previsão das principais consequências. O professor conclui que o STF terá que modelar sua decisão, mas questiona como fazê-lo, se esse debate está acontecendo nos bastidores e como o ministro Barroso está buscando alinhar os votos para alcançar um consenso sobre a liberdade de expressão.

A homenagem de Luiz Gonzaga que anima todo ano a Festa de São João

Os Grandes Momentos de Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga, o rei do Baião

Paulo Peres
Poemas & Canções

A festa de São João (24 de junho), ápice dos festejos juninos, com a trezena de Santo Antônio (13 de junho) e São Pedro (29 de junho), inspirou o sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989), o popular Rei do Baião, a compor em parceria com José Fernandes a música “Olha Pro Céu Meu Amor”, cuja letra retrata uma estória de amor numa noite de São João.

Essa “marcha joanina” foi gravada por Luiz Gonzaga em 1951, pela RCA Victor.

OLHA PRO CÉU MEU AMOR
José Fernandes e Luiz Gonzaga

Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo

Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João

Havia balões no ar
Xote, baião no salão
E no terreiro
O teu olhar,
que incendiou
Meu coração!

Tarcísio acha possível ser um político de direita sem agir como bolsonarista

O governador de São Paulo tenta mostrar que é possível ser um político bolsonarista sem agir como uma bolsonarista. O resultado é uma espécie de agente duplo às claras.

Tarcísio ganha força e sabe que não pode perder Bolsonaro

Diogo Schelp
Estadão

O presidente Lula está em seu pior momento político. Pior até do que quando esteve na cadeia — ao menos entrou e saiu de lá nos braços do povo, bem ao gosto de qualquer populista. Seu governo, neste terceiro mandato, não chega a ser odiado. É mais grave do que isso: é alvo de decepção ou de indiferença. Lula 3 não consegue empolgar nem a própria militância.

A quase um ano do início da campanha presidencial em que poderá buscar a reeleição, Lula empata nas pesquisas com um monte de gente à direita do PT. Ou seja, há um amplo leque de opções viáveis no centro, na centro-direita e na direita radical para derrotar Lula. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é um dos mais citados para concorrer, apesar de fingir que não está interessado.

NÃO PODE TRAIR – Visto como cria política do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem deve a eleição em São Paulo, Tarcísio provavelmente enterraria sua carreira pública se resolvesse alçar voo solo. Por mais que venda a imagem de gestor eficiente, de tocador de obras, dificilmente sobreviveria à pecha de traidor do bolsonarismo.

É diferente de outros nomes da direita, como Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Jr. (PSD), respectivamente governadores de Goiás e do Paraná. Esses ganhariam votos se tivessem o apoio de Bolsonaro, mas não devem fidelidade a ele como ocorre com Tarcísio.

O governador de São Paulo tenta mostrar que é possível ser um político bolsonarista sem agir como uma bolsonarista. O resultado é uma espécie de agente duplo às claras. Tarcísio posa e troca elogios com Lula em um momento e, no seguinte, sobe em carro de som com meia dúzia de pessoas que conspiraram ou torceram pela derrubada de Lula.

NÃO É BOLSONARETE – Orgulha-se de construir pontes com o Supremo Tribunal Federal, mas faz do Palácio dos Bandeirantes hospedagem do réu Jair Bolsonaro, que lá se prepara para depor no STF em seu julgamento por tentativa de golpe de Estado. Quando está ao lado do padrinho, o bajula o quanto pode, porque sabe o quanto ele gosta disso, mas quando está longe procura adotar um estilo sóbrio de governar. Não o imita, ao contrário de outros bolsonaretes.

Há pragmatismo na dança do apadrinhamento de Tarcísio com Bolsonaro. Sabe que não poderá concorrer sem estar atrelado a ele — se o ex-presidente não puder subir no seu palanque fisicamente, colocará um parente do seu lado (fala-se na ex-primeira-dama Michelle como possível vice).

O senador Flávio Bolsonaro andou avisando que qualquer candidato que venha a receber o apoio de seu pai terá que prometer um indulto a ele. Mais do que isso, precisará estar disposto a enfrentar o STF, com o uso da força, se necessário, caso o Supremo derrube medida que leve à extinção de uma eventual pena recebida pelo ex-presidente.

REFÉM DOS RADICAIS – Por isso, Tarcísio ao lado de Bolsonaro jamais será uma opção moderada. Ele será refém dos radicais do PL e da gangue familiar, mais do que Lula jamais foi dos radicais do PT ou de movimentos sociais de extrema esquerda. Não só porque precisará passar pano para golpistas e uma borracha em seus crimes, mas porque em tudo o que fizer sofrerá a pressão para radicalizar. Não vai ser suficiente colocar um Guilherme Derrite da vida no Ministério da Justiça e Segurança Pública para posar de durão com os bandidos.

Terá de oferecer apoio tácito a um Senado, possivelmente controlado pelo PL, em campanha para promover o impeachment de ministros do STF, a começar por Alexandre de Moraes. Terá de transformar a própria presidência em plataforma de relançamento do projeto de poder da família do padrinho — senão do próprio.

Os Bolsonaros vão ver Tarcísio como uma escada para voltar ao Palácio do Planalto como cabeça de chapa na eleição seguinte. Uma imitação com escalas da trajetória traçada por Donald Trump, no Estados Unidos, de um retorno “heroico” para terminar o serviço que o “sistema” emperrou da primeira vez. Sabemos o que isso significa.

Missão Impossível! Gleisi tenta atrair líderes evangélicos para apoiar Lula

Lula diz ser “mais factível” que STF regule redes, e não o Congresso |  Metrópoles

Lula rejeitado por 61% dos evangélico, dizem as pesquisas

Jeniffer Gularte
O Globo

Em nova ofensiva do governo para se aproximar do público evangélico, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, passou a liderar a estratégia do Palácio do Planalto para dialogar com o setor.

Principal articuladora política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra tem promovido encontros com lideranças religiosas e elabora um cronograma de reuniões com ministros do governo e pastores.

ALTA REJEIÇÃO – Lula tem rejeição de 61% nesse público, de acordo com Datafolha de 14 de junho. O mesmo levantamento mostra que 25% rejeitam o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma das conversas, Gleisi recebeu um documento de pastores considerados “progressistas” com uma série de demandas e sugestões de conduta para o governo. O objetivo é tentar quebrar resistências e diminuir a rejeição do presidente até o pleito de 2026, quando pretende disputar a reeleição.

Esses religiosos têm insistido na importância de um encontro de Lula com lideranças evangélicas. Também defendem que a gestão petista deve apostar em anúncios de ações do governo voltados à família e ter uma assessoria especializada em evangélicos. A ideia é ter uma espécie de secretaria para assuntos religiosos, que pudesse, inclusive, avaliar riscos na comunicação do governo.

SEM DEFINIÇÃO – O Palácio do Planalto ainda não se comprometeu com esses pedidos, mas as lideranças consideram que as demandas estão na mesa para serem aprofundadas. Procurada, Gleisi não quis se manifestar.

Outro ponto considerado chave para o governo conseguir avançar nessa aproximação, segundo as conversas, é não se envolver em disputas políticas com pastores considerados adversários do governo. Isso porque é preciso reconhecer a autonomia do público e tentar uma abordagem direta com os fiéis.

A coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Nilza Valéria Zacharias, que participou da conversa com a ministra, afirma que é um equívoco achar que há uma figura hierárquica central que represente um campo tão diverso. “É importante que o diálogo seja feito a partir da massa evangélica e não apenas com seus líderes”.

EM CRESCIMENTO – O Censo Demográfico de 2022 revelou que a população evangélica no Brasil atingiu 26,9% da população, o que equivale a mais de 47 milhões de pessoas. Este número representa um crescimento em relação ao censo anterior, mas com um ritmo menor em comparação com os censos anteriores.

O calendário de encontro dos ministros de Lula com pastores está sendo montado pela equipe de Gleisi. Evangélico, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é um dos principais interlocutores de governo com esse segmento e já tem sido escalado para as cerimônias mais importantes e receber pessoas ligada às igrejas. Messias representou o governo, na quinta-feira, na edição paulista da Marcha para Jesus. Lula divulgou uma carta enaltecendo o evento.

Na quinta-feira, na edição paulista da Marcha Para Jesus, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para disputar a eleição presidencial de 2026, foi um dos protagonistas. O ex-ministro de Bolsonaro chegou a posar para fotos com a bandeira de Israel, país em guerra com o Irã e na Faixa de Gaza, e a cantar um louvor ao lado de pastores.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Aproximar Lula dos evangélicos é missão impossível sem Tom Cruise. (C.N.)

OAB cria comissão para “reformar” o Judiciário e “conter” o Supremo

Tribuna da Internet | Decisão do Supremo que derruba o marco temporal  desmoraliza missão do Congresso

Charge do Alpino (Yahoo Noticias)

Rayssa Motta
Estadão

A comissão de estudos criada pela seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) para debater uma reforma ampla do Poder Judiciário se reúne pela primeira vez nesta segunda-feira, 23, na sede da entidade, em São Paulo, para definir um cronograma de reuniões e trabalho.

A expectativa é que as propostas estejam prontas dentro de um ano para serem entregues ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Estão no radar da comissão temas sensíveis, como o funcionamento do STF e a conduta de seus ministros, e questões relacionadas à administração da Justiça.

CRISE DE CREDIBILIDADE – Antes da reunião, na cerimônia de instalação do grupo de trabalho, no auditório da OAB de São Paulo, os membros da comissão endereçaram suas principais preocupações. A crise de credibilidade do Poder Judiciário foi mencionada em todos os discursos.

“O momento é exatamente adequado para que nós trabalhemos sobre esse tema porque o Judiciário se encontra sob crítica violenta de todos os lados. Não consegue agradar a ninguém”, afirmou a ministra Ellen Gracie, aposentada do STF, uma das integrantes do grupo de trabalho.

O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. também vai fazer parte da comissão. Ele defendeu que o STF é um dos objetos de “preocupação” do grupo de trabalho. “Seja com relação à sua competência, seja com relação ao seu regimento interno, seja com relação à sua imagem. Para a preservação de sua imagem como um órgão neutro, imparcial e íntegro”, afirmou o ex-ministro.

CORREÇÃO DE RUMOS – A ex-presidente da OAB de São Paulo, Patrícia Vanzolini, conselheira federal da Ordem dos Advogados, disse que a comissão vai propor “correções de rumos” para “fortalecer” o STF.

A cientista política Maria Tereza Sadek afirmou que as críticas ao Judiciário têm “muito fundamento” e mencionou como exemplo a atuação de ministros e juízes.

“Nós temos que reconhecer que vivemos difíceis, momentos de crise, em que o Judiciário tem sido atacado por vários setores da população”, afirmou. “É nosso dever tentar fazer uma reflexão séria e consistente sobre a situação atual.”

CÓDIGO DE CONDUTA – Uma das propostas em debate preliminar é a criação de um código de conduta para magistrados, inclusive ministros de tribunais superiores, com regras claras de imparcialidade.

Hoje, juízes, desembargadores e ministros seguem as normas previstas na Lei Orgânica da Magistratura (Loman), o estatuto dos magistrados, em vigor desde 1979 (Governo João Figueiredo, último general na Presidência durante o regime de exceção) – antes, portanto, da promulgação da Constituição.

Os membros da comissão consideram que é necessário atualizar as regras. O primeiro passo é traçar um diagnóstico dos problemas e definir prioridades.

SEM REVANCHISMO – A comissão nasce como um espaço para debater reformas no Judiciário, mas há uma preocupação interna em se contrapor a iniciativas consideradas revanchistas contra o STF, como projetos de lei de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para restringir prerrogativas dos ministros. “É uma comissão a favor da Justiça, não é uma comissão contra a Justiça, mas é uma comissão crítica”, afirmou o professor Oscar Vilhena, da FGV, que também compõe o grupo de trabalho.

O critério para escolha dos membros foi a pluralidade. Além de juristas, há ministros aposentados do STF e ex-ministros de Estado que participaram dos governos Lula, Dilma e FHC.

Outra proposta que começou a ser debatida envolve a restrição do televisionamento das sessões plenárias do STF. Estudos mostram que o tempo de voto dos ministros aumentou sensivelmente desde a criação da TV Justiça. A comissão avalia propor que apenas julgamentos de questões constitucionais continuem a ser transmitidos em tempo real. Nesse caso, ações criminais, por exemplo, como os processos da trama golpista, poderiam ser acompanhadas apenas presencialmente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Antes tarde do que nunca. Outras ideias são a proposta de mandato para ministros do STF, como ocorre em países da Europa, como Itália, França, Alemanha, Espanha e Portugal, e a redução da competência criminal da Corte. A restrição do foro privilegiado, por exemplo, é quase consenso no grupo. O certo é que, como está não pode ficar. (C.N.)

Trump anuncia e comemora aceitação de um cessar-fogo entre Israel e Irã

Foto-montagem mostra Ali Khamenei, Donald Trump e Benjamin Netanyahu - Metrópoles

Foto-montagem de Khamenei, Donald Trump e Netanyahu

José Augusto Limão
Metrópoles

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou, na tarde desta segunda-feira (23/6), que foi acordado um cessar-fogo entre Israel e Irã. Os países envolvidos no conflito não confirmaram a informação. O republicano fez o anúncio em sua rede social, a Truth Social. Trump afirmou que o cessar-fogo se iniciaria no início da madrugada desta terça-feira.

O Irã seria o primeiro que encerraria os ataques, em seguida Israel também aceitaria o cessar-fogo. O presidente dos EUA também parabenizou Irã e Israel por terem “resistência, coragem e inteligência” para encerrar o que ele definiu como “a guerra de 12 dias”.

TRUMP FESTEJA – “O fim oficial da guerra de 12 dias será saudado pelo mundo. Durante cada cessar-fogo, o outro lado permanecerá pacífico e respeitoso”, disse Trump.

Apesar do anúncio de Trump, Israel voltou a lançar ataques aéreos contra o país, nesta segunda-feira (23/6), com “intensidade sem precedentes” ao “coração de Teerã”, capital do Irã, tendo como alvo a sede da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC),

Segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, os alvos incluiam o quartel-general de Basij; a Prisão de Evin, “para presos políticos e opositores do regime”; o relógio da Destruição de Israel, localizado na Praça Palestina; e o quartel-general de segurança interna da Guarda Revolucionária.

IRÃ LANÇA MÍSSEIS – Em resposta, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã realizou, nesta segunda-feira (23/6), a 21ª operação com mísseis desde o início do conflito com Israel, no último dia 13 de junho. A ação adota nova tática ao lançar um ataque combinado de mísseis e drones contra múltiplos alvos em outras regiões de Israel.

Os iranianos também lançaram mísseis em direção a uma base americana no Catar, mas o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que não houve feridos.

De acordo com um comunicado oficial do IRGC, foram usados mísseis de propulsão sólida e líquida, além de drones suicidas, para atingir áreas estratégicas espalhadas de norte a sul do território israelense.

EUA NA GUERRA – No sábado passado (21/6), os Estados Unidos entraram oficialmente na guerra, depois de bombardear três instalações nucleares do Irã.

O Iêmen anunciou a entrada no conflito “contra Israel e EUA”, ao lado do Irã, e diz estar de “prontidão para participar do ataque a navios de guerra norte-americanos no Mar Vermelho, caso o inimigo americano lance uma agressão em apoio ao inimigo israelense contra a República Islâmica do Irã”.

RESPOSTA MUITO FRACA -Mais cedo nesta segunda, Trump definiu os ataques do Irã a uma base militar norte-americana no Catar como uma “resposta muito fraca” à ofensiva norte-americana contra instalações militares e nucleares iranianas no último sábado.

Em retaliação aos ataques dos Estados Unidos no sábado (21/6), o Irã lançou mísseis em direção ao Catar. O alvo era Al Udeid, conhecida por ser a maior base militar dos EUA no Oriente Médio.

Em comunicado, um porta-voz do governo catari condenou os ataques.

DISSE O PORTA-VOZ – “O Irã respondeu oficialmente à nossa destruição de suas instalações nucleares com uma resposta muito fraca, o que esperávamos e que combatemos com muita eficácia. Foram disparados 14 mísseis – 13 foram derrubados e um foi “liberado” porque estava direcionado para onde não causaria danos. Tenho o prazer de informar que nenhum americano foi ferido e quase nenhum dano foi causado. Mais importante ainda, eles se livraram de tudo e, com sorte, não haverá mais ódio”, disse Trump.

Trump ainda agradeceu ao Irã por “avisar com antecedência” sobre os ataques, “o que possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido”.

O presidente dos EUA, em seguida, falou em paz. “Talvez o Irã possa agora prosseguir rumo à paz e harmonia na região, e eu encorajarei Israel com entusiasmo a fazer o mesmo.

Acareação de Cid e Braga Netto a portas fechadas é grave erro do STF

Acareação de Cid e Braga Netto a portas fechadas é erro do STF

Será que conseguiremos saber qual dos dois está mentindo?

Josias de Souza
do UOL

A imprensa acompanhou os depoimentos das testemunhas da tentativa de golpe em tempo real. Os interrogatórios de Bolsonaro e seus cúmplices foram ainda mais transparentes, com transmissão ao vivo da TV Justiça. Inexplicavelmente, Alexandre de Moraes decidiu fechar as portas da Primeira Turma do Supremo durante o tête-à-tête de Mauro Cid com o general Braga Netto, marcado para esta terça-feira.

A acareação destina-se a elucidar duas divergências cruciais entre as versões do ajudante de ordens e do vice de Bolsonaro. Delator seletivo, Cid fez duas revelações tardias sobre Braga Netto.

POUCA MEMÓRIA – Numa, contou que o plano Punhal Verde e Amarelo foi esmiuçado numa reunião na casa de Braga Netto, em novembro de 2022.

Noutra, Cid ajustou a delação original para revelar que o general lhe entregou, no Palácio da Alvorada, uma caixa de vinho com dinheiro para financiar os kids pretos que se encarregariam de monitorar e executar Moraes, Lula e Alckmin. Alegou não se lembrar de quanto havia na embalagem nem do dia em que recebeu os recursos.

Sabe-se que algum dinheiro circulou nas mãos dos kids pretos, pois a Polícia Federal documentou a aquisição de celulares usados por oficiais do Exército que monitoraram os movimentos de Moraes sob a camuflagem de codinomes frios. Em mensagem trocada com Cid, o tenente-coronel Rafael de Oliveira falou sobre dinheiro. Coisa de R$ 100 mil.

CID MENTE? – Braga Netto alega que Cid mente. Por isso pediu a acareação. Preso preventivamente há seis meses, o general foi autorizado a viajar a Brasília. Fez questão de confrontar o delator cara a cara.

Moraes proibiu a presença da imprensa também em outra acareação marcada para esta terça, do ex-ministro da Justiça Anderson Torres com o ex-comandante do Exército Freire Gomes.

Pior do que um erro, só dois equívocos. As acareações pedem luzes acesas, não portas fechadas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente análise de Josias de Souza. Em países democráticos, a Justiça e caracteriza pelas portas abertas e pela transparência de seus atos. Aqui no Brasil é ao contrária. O todo-poderoso Alexandre de Moraes permite a divulgação do julgamento, mas na hora H, quando o respeitável público saberá quem está mentindo, o ministro tem uma recaída e esconde debaixo do tapete. Francamente, não tem a menor vocação para ser juiz. Mas quem se interessa? (C.N.)

É preciso reequilibrar a composição de forças entre os três Poderes

Tribuna da Internet | Brasil hoje é governado com base no rancor e vingança  entre os Poderes

Charge do Duke (Arquivo Google)

Hélio Schwartsman
Folha

O governo levou outra surra no Congresso. Parlamentares derrubaram vários vetos que o presidente Lula apusera a projetos de lei. É sintoma de uma mudança tectônica na política nacional.

Nos ainda recentes e longínquos anos 1990, tínhamos uma Presidência imperial, com poderes até para legislar sozinha através da reedição ilimitada de medidas provisórias (MPs). Enquadrar parlamentares era ainda mais fácil, já que o Executivo tinha total discrição para definir se liberaria ou não o dinheiro para emendas individuais.

CONGRESSO FORTE – Hoje a situação é outra. Seria exagero falar em Presidência decorativa, mas o Parlamento se tornou bem mais poderoso. É a tal da faca de dois gumes. Se ficou mais difícil para governantes eleitos implementarem suas políticas, também ficou mais difícil para líderes autoritários ou ensandecidos imporem suas preferências.

Parte desse rearranjo de forças se deve a mudanças legislativas, como as que alteraram o trâmite de MPs e de emendas parlamentares. Outra parte, porém, pode ser descrita como o Congresso descobrindo um poder que sempre teve, mas não usava.

Um bom exemplo é justamente o das derrubadas de veto presidencial. Elas passaram de raríssimas nos anos 1990 a corriqueiras agora, mas a única mudança legislativa nesse mecanismo foi que as votações deixaram de ser secretas —o que em tese facilitaria a vida do governo.

HAVER CONSENSO – O Parlamento é um órgão multifacetado, que reúne gente com diferentes ideologias, agendas e prioridades. Isso significa que ele só consegue se impor quando há relativo consenso em torno da matéria. E isso só tende a ocorrer em pautas corporativistas ou no esquema “eu o ajudo com o seu projeto e você me ajuda com o meu”. Ambos os modelos favorecem o paroquialismo de curto prazo.

Não penso que seja possível — e talvez nem mesmo desejável — retornar ao “status quo” dos anos 1990. O caminho para encontrar um ponto de equilíbrio mais saudável passa por fazer os parlamentares responderem mais por suas decisões. Só não me perguntem como fazer isso.

Disputa das verbas públicas se acirra com o Supremo entrando em campo

Independência e harmonia entre os Poderes

Charge do Nani (nani.humor.com)

Marcus André Melo
Folha

Há aparentemente dois paradoxos no comportamento do Executivo e do Congresso em relação à política fiscal. O primeiro diz respeito à suposta inversão observada em relação ao padrão austeridade no início do mandato e expansão de gasto no fim. Seria o proverbial ciclo político na política fiscal. O segundo é que o Congresso seria conservador, e o Executivo, expansionista.

Um olhar atento revela que a questão é mais complexa. No início do mandato, o governo patrocinou uma expansão fiscal inédita. E isso ocorreu em virtude da natureza própria da eleição apertada e de seu caráter hiperminoritário.

PEC DA TRANSIÇÃO – Sua extrema vulnerabilidade levou-o a antecipar a expansão do gasto com a PEC da Transição. Ao mesmo tempo deflagrou ataques ao Bacen, como estratégia de deslocar responsabilidades. O aumento recente da Selic expõe a inconsistência do discurso e da prática.

A expansão do gasto no ano eleitoral tem sido a tônica no país. Em 2006, foi de 10,3%, alcançando impressionantes 15,3% em 2010, na eleição de Dilma. Foi elevada em 2014 (6,3%) e 2022 (6%), quando Bolsonaro recorreu inclusive aos precatórios para gerar caixa.

A exceção foi 2018 e tem explicação clara. Sob Temer o gasto cresceu meros 1.8%. Isso é o que acontece nos raros casos em que o presidente não é candidato e não mobiliza o gasto em prol de nenhuma candidatura.

ETERNA GASTANÇA – O conflito atual entre o Congresso e o Executivo é também fácil de explicar. O fato é que o governo nunca abdicou do gasto. O arcabouço fiscal foi uma autorização para sua expansão. Mas o governo não antecipou seus efeitos dinâmicos.

Daí a política seletiva de austeridade: mira os ministérios que estão à míngua sinalizando contenção. Ao mesmo tempo, surge o pacote oportunístico de bondades. Ele inclui programas de crédito subsidiado e iniciativas como o Minha Casa, Minha Vida e o Pé de Meia que não estão no orçamento. E medidas como isenção na conta de luz e distribuição de botijões de gás, dentre outras.

Somam-se a isso o uso importante de estímulos parafiscais e a antecipação de benefícios como o 13º salário, em clara contradição com a política monetária. A alternativa de maior custo político —reduzir subsídios e isenções— é abandonada.

PELA REELEIÇÃO – É a viabilização desses programas e medidas que está em disputa quando o Congresso —cujas principais lideranças estão alinhadas a candidaturas presidenciais rivais— impõe obstáculos ao aumento da receita. Ao mesmo tempo, a maioria congressual também busca a reeleição, o que transforma o orçamento em campo de disputa, num jogo de soma zero.

Pela sua composição, o Congresso tem imposto, ao longo da última década, uma forte restrição fiscal assimétrica aos governos: veto para aumento de receita, mas não para a despesa de interesse da maioria legislativa.

A socialização dos custos desta dinâmica de relações Executivo-Legislativo tem limites. A inflação é um deles. No entanto o que vemos já há décadas é um equilíbrio político perverso, ancorado na concessão de benefícios setoriais para grupos e setores com forte influência sobre o jogo. O Executivo é seu árbitro. Mas o jogo tornou-se mais complexo com a entrada do STF em cena. O resultado é que a capacidade de arbitragem pelo Executivo das perdas e dos ganhos envolvidos tem se exaurido.

Ataque dos EUA ao Irã aumenta importância da cúpula dos Brics 

O vice-presidente e o presidente dos Estados Unidos, JD Vance (à esquerda) e Donald Trump (à direita)

O vice JD Vance e Trump discutem o alcance do ataque

Beatriz Bulla
do UOL

A escalada do conflito no Oriente Médio, com o ataque dos Estados Unidos ao Irã na noite de sábado, tende a jogar luz sobre a próxima cúpula dos Brics, que acontecerá daqui a duas semanas no Brasil. Isso porque, diferentemente de outras cúpulas multilaterais, como o G-7, o Brics reúne o próprio Irã, dois de seus principais aliados, China e Rússia, e importantes aliados regionais dos Estados Unidos, como Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes.

Um comunicado do grupo, portanto, terá de balancear as nuances regionais do conflito e, na visão do governo brasileiro, terá maior legitimidade perante a comunidade internacional do que as manifestações de grupos de atores que estão distantes do conflito.

BLOCO IMPORTANTE – Concebido inicialmente para congregar Brasil, Rússia, Índia e China, o Brics se expandiu nos últimos anos e atualmente é formado por onze países membros. Além dos quatro primeiros, o grupo reúne África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Se a cúpula fosse hoje, a tendência seria um comunicado com condenação aos ataques dos Estados Unidos e de Israel, com grande ênfase na contenção da escalada. A diplomacia brasileira avalia, no entanto, que daqui até a cúpula, prevista para os dias 6 e 7 de julho, muita coisa pode acontecer no enfrentamento entre EUA e Irã.

A avaliação atual do governo brasileiro é de que a posição do Irã dentro dos Brics tende a ser balanceada pelo posicionamento dos aliados dos EUA no Oriente Médio – Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes – e que China e Rússia tendem a apoiar a contenção da escalada.

MUITAS DÚVIDAS – Rússia e China têm se colocado ao lado do Irã, mas há dúvida entre analistas internacionais a respeito do quanto os dois países irão se envolver diretamente na guerra. Moscou, Pequim e Teerã tentam formar um eixo global que se contraponha ao dos americanos. Os russos, no entanto, enfrentam uma guerra contra a Ucrânia e os chineses não demonstram apetite para se envolver para além da retórica nos conflitos do Oriente Médio.

Há receio por parte de Pequim também sobre os efeitos do fechamento do estreito de Ormuz, já que uma parte significativa das importações chinesas de petróleo vem dos países do golfo pérsico.

A decisão de Donald Trump, presidente dos EUA, de atacar instalações nucleares do Irã não surpreendeu o governo brasileiro.

JUSTIFICATIVA FRÁGIL – Integrantes da diplomacia consideram que a justificativa do americano foi frágil e contradiz informações da própria inteligência americana que informou que não há evidências de que o Irã estivesse desenvolvendo uma arma nuclear. O ato, segundo diplomatas, foi ilegal e cabe ao Brasil condenar — o que o Itamaraty fez através de nota neste domingo.

Dentro do governo, a avaliação é de que o conflito pode fortalecer a linha dura no Irã e a guerra tende a escalar após a entrada dos Estados Unidos. Há uma segunda preocupação dentro do governo brasileiro, com o efeito da guerra nos preços do petróleo e dos alimentos ao redor do mundo.

Daí a importância do próximo encontro dos Brics.

Visitar Cristina Kirchner na Argentina será mais uma burrice política de Lula

Cristina Kirchner já esperava que seria presa e apoiadores reagem | Brasil 247

Condenada por corrupção, Cristina está em prisão domiciliar

Eliane Cantanhêde
Estadão

O presidente Lula está tentado, mas deveria pensar muito bem e ponderar prós e contras antes de visitar a ex-primeira dama e ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que foi condenada pela Justiça e está em prisão domiciliar, de tornozeleira, em Buenos Aires. Os problemas diplomáticos são o de menos, o que pode complicar muito essa visitinha é a repercussão aqui no Brasil.

A desde sempre polêmica Cristina, que se apresenta como “de esquerda”, não está presa por “perseguição política” ou coisas do gênero, mas pela velha corrupção que grassa lá, na Argentina, como cá, no Brasil. Lula prestando solidariedade a uma – aliás, mais uma − condenada por corrupção? Não parece uma boa ideia.

REUNIÃO DO MERCOSUL – Pela primeira vez desde a posse de Javier Milei, Lula vai à Argentina nos dias 2 e 3 de julho, para a Cúpula de presidentes do Mercosul, quando vai assumir a presidência pró-tempore do bloco, e pensa aproveitar para confraternizar, se solidarizar e tirar fotos sorridentes com Cristina Kirchner, da varanda do apartamento dela, para uma multidão em Buenos Aires. Mas o maior sucesso dessas fotos será no Brasil.

A primeira lembrança que os bolsonaristas tratarão de alardear é que o próprio Lula também foi condenado e preso, no caso do triplex do Guarujá, depois apagado pelo STF.

A segunda é que Lula já apanhou muito nas redes sociais por mandar um avião da FAB resgatar a ex-primeira dama do Peru Nadine Herédia… que não só foi condenada pela Justiça por corrupção, mas por corrupção envolvendo a antiga Odebrecht da Lava Jato.

PENA POR CORRUPÇÃO – Outra questão delicada: visitar uma condenada por corrupção como se ela fosse vítima de “perseguição política” pode soar na Argentina e ressoar no Brasil como confrontação à Justiça e, portanto, ingerência em assuntos internos de outro País. Justamente quando o governo brasileiro reclama – com razão, aliás − que os Bolsonaro atiçam os EUA contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, e o próprio Milei considera Bolsonaro “perseguido judicial”.

Uma visita de Lula a Cristina também será assimilada como uma provocação a Milei e gerar muxoxos do lado argentino, mas isso já não faz sentido, porque, há exatamente um ano, Milei desdenhou e trocou a cúpula do Mercosul em Assunção, no Paraguai, por um fórum conservador em Santa Catarina com…. Jair Bolsonaro.

Um encontro de Lula com Cristina seria interpretado como uma vingança pessoal, mas Milei não pode reclamar. Elas por elas. Política da mesquinharia.

PÉSSIMAS RELAÇÕES – Nada disso, porém, muda a relação entre Lula e Milei, que já é ruim e vai continuar ruim, nem as relações diplomáticas e comerciais, que mantêm uma certa normalidade, porque os governos e as empresas privadas dos dois países fingem que não veem o azedume político e vão tocando a vida, os interesses, negócios e acordos comuns. Isso basta.

São Sidônio, que entrou no governo para salvar a Pátria e a lavoura, mas não faz milagres, deve prevenir Lula de que ninguém vai dar a menor bola para Mercosul, discursos e acordos. Só vai se falar, publicar e criticar o encontro com Cristina Kirchner.

Mais uma vez, Lula não ganha nada, mas pode perder muito com um erro de cálculo ou, pior, uma vingança boba. Detalhe: Kirchner jamais visitou Lula nos seus 580 dias preso.

Augusto dos Anjos, que morreu jovem, queria correr em busca do seu futuro

Se algum dia o amor vier me procurar,... Augusto dos Anjos - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, professor e poeta paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914) mergulha suas fantasias no soneto “Insânia” e parte em busca do passado para alcançar o futuro.

 INSÂNIA
Augusto dos Anjos

No mundo vago das idealidades
Afundei minha louca fantasia;
Cedo atraiu-me a auréola fulgidia
Da refulgência antiga das idades.

Mas ao esplendor das velhas majestades
Vacila a mente e o seu ardor esfria;
Busquei então na nebulosa fria
Das ilusões, sonhar novas idades.

Que desespero insano me apavora!
Aqui, chora um ocaso sepultado;
Ali, pompeia a luz da branca aurora.

E eu tremo entre um mistério escuro:
– Quero partir em busca do Passado,
– Quero correr em busca do Futuro.

Ação de R$ 100 bilhões contra Petrobras expõe fantasmas de Lula e do PT

Prestes a dar um calote bilionário, Sete Brasil esbanja em benefícios -  ÉPOCA | Tempo

Prejuízo da Sete Brasil será totalmente pago pela Petrobras

Caio Junqueira
da CNN

A petroleira estatal já tentou um acordo de cerca de R$ 1 bilhão com a Sete Brasil, mas a negociação não evoluiu, e a ação bilionária que a empresa move contra a Petrobras expõe todos os fantasmas do PT. Primeiro, o fantasma da má-gestão. A ação cobra os prejuízos pela Petrobras ter desistido de construir navios para explorar o pré-sal, uma boa ideia mal executada.

Segundo, o fantasma da corrupção. A suspensão do projeto ocorreu porque um delator da Lava Jato, ex-gerente da Petrobras, admitiu propinas nas negociações.

OUTRO FANTASMA – A Petrobras já tentou um acordo de cerca de R$ 1 bilhão com a Sete Brasil, mas ele não evoluiu. E agora é alvo de uma ação que pode fazer com que tenha que pagar mais de R$ 100 bilhões. Expondo o terceiro fantasma: o das decisões erradas.

Credores envolvidos diretamente na bilionária ação movida pela Sete Brasil contra a Petrobras relataram à CNN que os valores a serem despendidos pela estatal podem superar os R$ 100 bilhões e causar um rombo nas contas da estatal.

Na ação judicial distribuída em fevereiro deste ano, o valor da causa atribuído pela Sete Brasil é de R$ 36 bilhões decorrentes do que considera prejuízos gerados pela estatal no projeto de construção de 28 sondas para explorar o pré-sal. Nenhuma foi entregue.

VALOR DEFASADO – Mas os credores relataram à CNN que o valor está desatualizado e que em valores atualizados é pelo menos o triplo disso. O processo já é considerado no meio jurídico um dos maiores contenciosos empresariais em curso no país, levantando questionamentos entre quem acompanha a estatal.

Primeiro, se não seria o caso de tentar um acordo. Essa possibilidade já foi debatida na estatal na gestão do general Silva e Luna, durante o governo Jair Bolsonaro, e tinha o apoio da gestão de Jean Paul Prates, já no governo Lula.

Por mais de uma vez chegou-se a avaliar um acordo ao redor de US$ 190 milhões, mas houve reação de parte do Conselho de Administração.

R$ 25 BILHÕES – Hoje, segundo os credores, um acordo não sairia por menos de R$ 25 bilhões.

Segundo, se não seria o caso de incluir a possibilidade desse possível passivo judicial no balanço da Petrobras, algo que poderia afetar seu desempenho na distribuição de dividendos aos acionistas e seu desempenho na Bolsa. Afinal, muitos investidores estão comprando ações da Petrobras desconhecendo a existência desse vultoso passivo.

A CNN procurou a Petrobras e não teve resposta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A criação da Sete Brasil foi um escândalo. A empresa não conseguiu fabricar nenhuma broca de perfuração, obrigando a Petrobras a continuar importando essas peças, que seriam usadas justamente no pré-sal. A Petrobras tomou um baita prejuízo e agora tem de pagar a conta. É bonito isso? (C.N.)

O ataque dos EUA ao Irã e grande o risco de uma escalada global

Teologia da Prosperidade enfrentará nas urnas a Teologia da Libertação 

Voto evangélico

Charge do Helio Ribeiro (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

Se juntarmos a multidão de milhões de evangélicos reunida na Marcha para Jesus com a pesquisa DataFolha que mostra que a maioria dos brasileiros prefere o trabalho independente a ter carteira assinada, teremos um bom retrato da realidade brasileira.

A esquerda brasileira não entendeu ainda o que se passa na cabeça dos brasileiros de classe média, que procuram um sentido de prosperidade pessoal em seu trabalho e em sua religião.

BOLSONARISTAS – A maioria dos que preferem um trabalho autônomo para ganhar mais é de eleitores do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro.

O último censo mostrou que os evangélicos continuam crescendo, e a Teologia da Prosperidade, vendida por pastores menos ortodoxos, encontra mentes ávidas por uma saída do cotidiano de precariedade.

A esquerda brasileira, especialmente o PT, nascida da Teoria da Libertação, não encontrou o respaldo permanente na Igreja Católica e, juntamente com ela, perdeu espaço no seio dos desvalidos.

POLITIZAÇÃO – Da mesma maneira que a Igreja Católica refreou a Teoria da Libertação por sua politização, a politização das igrejas evangélicas está chegando a tal ponto que provoca uma evasão de fiéis para igrejas mais tradicionais, que vendem a espiritualidade em vez da prosperidade inatingível.

A Marcha para Jesus é exemplar de um movimento religioso aparelhado por pastores políticos e políticos populistas que misturam a fé religiosa com objetivos eleitorais.

Defesa de Anderson Torres aposta em recuo do ex-comandante do Exército

Tribuna da Internet | Category | Geral

Freire Gomes “inventou” a presença de Torres em reuniões

Eduardo Barretto
Estadão

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação do golpe que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), está confiante de que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, vai recuar nas acusações feitas contra Torres. A avaliação é que Freire Gomes não conseguirá detalhar as suspeitas contra Torres. A pedido do ex-ministro, os dois farão uma acareação no STF na próxima terça-feira, 24.

Nesse procedimento, pessoas que deram versões conflitantes em um processo judicial ficam frente a frente para esclarecer os fatos. Freire Gomes disse que Torres participou de reuniões de teor golpista, o que o ex-ministro rechaça. A principal aposta da defesa de Torres é porque o ex-comandante atenuou sua versão durante o depoimento ao STF.

SERÁ AO VIVO – Na terça-feira, 17, o ex-comandante do Exército solicitou ao STF que a acareação com Torres acontecesse por vídeo. Alegou que o deslocamento de Fortaleza, onde mora, até Brasília seria “excessivamente oneroso”. O general tem um salário de R$ 38 mil mensais. Um dia depois do pedido, contudo, Freire Gomes recuou: informou que irá à Corte.

A principal aposta da defesa de Torres se baseia no fato de que o ex-comandante atenuou sua versão durante o depoimento ao STF.

Em 2024, o general disse à Polícia Federal (PF) que Torres dava “suporte jurídico” à trama golpista no governo Bolsonaro. Também afirmou, na ocasião, que a “minuta golpista” discutida pelo então presidente e comandantes militares era a mesma apreendida pela PF na casa de Torres.

NÃO TEM CERTEZA – No entanto, Freire Gomes, em depoimento ao Supremo no mês passado, como testemunha de acusação, disse não ter certeza se a minuta era a mesma. O general também não detalhou quantas vezes Torres participou das reuniões de teor golpista.

Para mostrar que os documentos são diferentes, a defesa apresentará uma perícia ao STF. A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal.

“A perícia vai demonstrar que a minuta do Google, encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, nada tem a ver com a minuta do golpe, supostamente discutida com os comandantes militares”, disse o advogado de Anderson Torres, Eumar Novacki, à Coluna do Estadão.

MINUTA DO GOOGLE – No interrogatório, Torres também se referiu ao documento encontrado em sua casa como “minuta do Google”, ressaltando que o material estava disponível na internet antes da apreensão.

A esse respeito, o ministro Moraes já determinou que o Google informe quem inseriu o ofício na internet.

“Não é a minuta do golpe. Eu brinco que é a minuta do Google, né? Porque está no Google até hoje. Isso foi uma fatalidade. Eu nunca trabalhei isso. O documento era muito mal escrito. Não sei quem fez, não sei quem mandou fazer e nunca discuti esse tipo de assunto”, disse o ex-ministro a Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O advogado do general Estevam Theóphilo está de bobeira e não pediu acareação com Freire Gomes. A acusação é de que o general Estevam seria a favor do golpe, mas ninguém diz ter certeza a respeito nem há provas nos autos. A informação surgiu porque o general foi chamado por Bolsonaro para ir sozinho ao Palácio da Alvorada, sozinho. Estevam confirma ter ido à reunião e haver saído direto para a casa de Freire Gomes, onde teria relatado a conversa ao comandante. Ao depor, porém, Freire Gomes não confirmou. Disse que não se lembra de Estevam ter ido à sua casa, o que é uma grossa mentira. Como um chefe do Exército pode ter “esquecido” de reunião tão importante, em sua casa, à noite, sem agenda? O que se diz é que Freire Gomes teria ficado furioso por Estevam ter aceitado ir ao Palácio sem lhe pedir autorização. Se ficou melindrado ou não, Freire Gomes erra ao possibilitar a condenação de outro general que ele sabe ser inocente. É difícil acreditar que isso esteja acontecendo. (C.N.)

Acredite se quiser! Ainda há quem defenda a honra e a dignidade de Lula

Charge do Alecrim (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Fui citado pelo alegre e saltitante Roberto Dufrayer (O Globo – 22/06) porque no dia anterior destaquei no jornalão carioca nomes da chamada direita que, unidos em torno de um deles, poderão dar dor de cabeça ao patético e indecoroso candidato do PT, Lula da Silva, nas eleições de 2026. O gaiato Dufrayer debocha do nome do governador Ratinho. Humorista ruim.  O Brasil sabe que se trata de um ratinho competente e honesto.

Nunca se envolveu em maracutaias de apartamento triplex ou sítio “presenteado”. Muito menos foi condenado, como Lula, a 12 anos de cadeia. Mas foi solto, 580 dias depois, graças à cretina e hipócrita justiça brasileira.

O governador Ratinho. ao contrário de Lula, não é esmerado em viagens inúteis ao exterior e gastos exorbitantes, acompanhado de numerosa comitiva de parasitas engomados. Não tem esposa destrambelhada ao lado, muito menos irmão envolvido em roubos a aposentados. 

Lula vai de mal a pior nas pesquisas eleitorais. Colhe as barbaridades que planta. Defende ditadores como Nicolas Maduro e, próximo mês, vai a Argentina, visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, condenada por corrupção.  Se encontra o presidente Javier Milei por lá, será mandado de volta, aos pontapés. Vai baixar no Sírio Libanês. Merecidamente.