Abusos cometidos no Supremo já passaram a ser notícias no mundo inteiro

O WSJ publicou duas matérias denunciando Moraes

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

 
Documentários e textos jornalísticos estão divulgando no exterior os arbítrios cometidos pelo STF. A política brasileira, incluindo as “extravagâncias” do Judiciário, como qualificou o ministro aposentado do Supremo Marco Aurélio Mello, já ultrapassou os limites da Praça dos Três Poderes e ganha o mundo. Além do futebol e carnaval, temos as “extravagâncias”.

O editorial da edição de domingo de The Wall Street Journal confirma essa expansão para o mundo. É o diário de maior reputação nos Estados Unidos, sendo conhecido como The Journal. Ou seja, é “o jornal”, publicado pelos produtores do índice Dow Jones, e tem a idade da nossa república.
VAREJO DO STF– Pois o editorial entrou no varejo do Supremo, com o caso Filipe Martins, instando Donald Trump a investigar com transparência a falsificação da entrada de Martins nos Estados Unidos.
Na Europa, será lançado em agosto um documentário com cerca de duas horas sobre o Supremo brasileiro, produzido pelo jornalista português que ficou detido quando veio participar de manifestação na Paulista.
Volta e meia o Washington Post dá opinião criticando a suprema corte brasileira. E Trump dá ao Brasil um tratamento especialmente duro, deixando claro que é por causa da “caça às bruxas”, uma perseguição à direita brasileira, e por falta de transparência na apuração de eleições.

LEI MAGNITSKY
– Estamos às vésperas de vigorar a tarifa de 50% sobre as importações americanas do Brasil e, além disso, paira sobre algumas cabeças como espada de Dâmocles a Lei Magnitsky – nome que todo jornalista já pronuncia com familiaridade.
Por aqui, vamos ajudando a inflar esse noticiário estrangeiro. O presidente, todos os dias, desafia, debocha, provoca o presidente dos Estados Unidos. Parece desejar ter uma desculpa para todos os males provocados pela administração Lula, desde a falta de picanha até os juros, a dívida gigantesca e os déficits.

No Supremo, o ministro Alexandre de Moraes recrudesce a cada dia. Até nos detalhes, como não admitir militar fardado em audiência. Se a intenção do deputado Helio Lopes, ao acampar na Praça dos Três Poderes, era jogar uma isca para ver se Moraes a abocanharia, funcionou: o ministro a mordeu e arrastou a Constituição.
RIGOR ILEGAL – Moraes não deu a mínima para os pétreos direitos de reunião, manifestação, de ir e vir, e mandou o governador tirar de lá o deputado, ainda que tivesse de tirá-lo da cama, como aconteceu. Não foi inédito; esses direitos já haviam sido infringidos na pandemia – e por prefeitos.

A retirada do deputado Hélio Lopes das proximidades da Câmara Federal passou a fazer parte do inquérito das “fake news”, de 2019. Profético, o ministro Marco Aurélio Mello o chamou de “inquérito do fim do mundo”.
As inconstitucionalidades são conhecidas há meia dúzia de anos; conhecidas da mídia, da OAB, dos juristas, dos professores – mas são escondidas nas consciências.

PELO MUNDO
– Vergonha nossa estarem nos principais jornais norte-americanos e europeus, mas não nos nossos, com a veemência com que devem ser tratadas infrações graves a direitos fundamentais. Vergonha nossa estarem na boca do secretário de Estado e do presidente norte-americano, mas não na boca do presidente da OAB nacional ou do presidente de um Senado omisso.

Alguns senadores foram pedir socorro a Trump. Alegamos que Trump ataca nossa soberania, mas não mostramos soberania suficiente para defender nossa própria Constituição, a maior das leis, a que limita o poder do Estado para que a nação seja livre para pensar, debater, criticar, fiscalizar, eleger.

Agora temos uma extravagância histórica: um chefe de Estado estrangeiro defendendo nossa Constituição sem ter jurado defendê-la – como jurou Lula.
(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Problema de Moraes é grave, porque envolve sua “isenção” como ministro

Visto cancelado? Entenda projeto de lei nos EUA que tem Alexandre de Moraes  na mira

Deputada americana perguntou: “É socialista ou um tolo?”

Deu em O Globo

O anúncio da sanção do governo americano contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por meio da aplicação da Lei Magnitsky, repercutiu na imprensa internacional. A decisão ocorre após a escalada da crise entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governo e Judiciário brasileiros.

A Bloomberg noticiou que a sanção ocorre no momento em que os EUA intensificam a “perseguição” ao juiz relator das ações judiciais que têm como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro, que “tentou um golpe após sua derrota nas eleições de 2022”.  Reuters contextualizou o anúncio da sanção com o tarifaço de Trump. “O presidente dos EUA, Donald Trump, vinculou as novas tarifas ao Brasil ao que chamou de ‘caça às bruxas’ contra seu aliado de direita”, segundo a agência de notícias.

MAIS REPERCUSSÃO – O argentino La Nacion noticiou que a “punição do juiz faz parte da repressão do governo Trump ao governo brasileiro devido ao julgamento em andamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe”.

Em Portugal, a RTP afirmou que a decisão representa mais uma “escalada da guerra comercial e diplomática” que o governo Trump iniciou contra a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, “a dois dias das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil entrarem em vigor”.

‘Supremo deve ser respeitado não só no Brasil, mas em todo mundo’, diz Lula ao New York Times sobre sanções de Trump a ministros. A decisão de Trump mostra um retrocesso na tentativa de diálogo entre os governos do Brasil e dos EUA para um acordo comercial, afirmam interlocutores do governo brasileiro ouvidos pelo GLOBO. A avaliação é que foi dado “um passo atrás” na crise entre os dois países escalou e os desdobramentos são imprevisíveis.

DEFESA PELA AGU – Ministros do STF defendem que a Advocacia-Geral da União (AGU) conteste nos tribunais internacionais a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes. Na avaliação desses magistrados, essa ação pode ser tanto na Justiça dos Estados Unidos quanto em outras Cortes internacionais. Nesta quarta-feira, o governo Donald Trump anunciou ter incluído o magistrado na lista de pessoas alvo de sanções previstas na legislação do país.

A AGU já acompanha o caso envolvendo Moraes nos EUA. O órgão responsável pela defesa jurídica dos Três Poderes acionou seu escritório em solo americano para acompanhar ações movidas pelas plataformas Rumble e a Trump Media & Technology Group contra o magistrado.

Na ação judicial, as empresas acusam o magistrado de violar a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, ao ordenar a remoção de contas de influenciadores brasileiros de direita na Rumble e por outras “tentativas de censura”.

ATO ADMINISTRATIVO – Para integrantes da Corte brasileira, os Estados Unidos descumprem a própria lei ao aplicar as sanções ao ministro do Supremo. A Magnitsky é aplicada por decisão do Executivo, sem necessidade de condenação em processo judicial, e prevê uma série de sanções que, na prática, extrapolam as fronteiras dos EUA.

A rigor, basta um ato administrativo do governo americano, que pode ou não ser lastreado em informes de autoridades e organismos internacionais. No caso, já existe investigação contra Moraes na Câmara dos Deputados.

Há expectativa de que os ministros do Supremo se manifestem sobre as sanções dos Estados Unidos a Moraes na reabertura dos trabalhos da Corte, nesta sexta-feira.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A investigação contra Moraes partiu inicialmente da Câmara dos Deputados americana, ainda no governo de Joe Biden. A gestão de Trump viu o cavalo passar encilhado e montou em cima dele, ampliando as investigações, ao nelas incluir empresas do atual presidente Trump. Agora a coisa virou bola de neve, com as acusações da Lei Magnitsky, e não faltam violações de direitos humanos a serem investigadas pelos três poderes dos Estados Unidos – Executivo, Legislativo e Judiciário. Com a foto de Moraes nas mãos, a deputada republicana Maria Salazar perguntou: “Ele é socialista ou um tolo?”. E a resposta certa seria: “Sim, e ambos”. (C.N.)

O agro já está pronto para reconhecer que Bolsonaro não é o seu campeão?

Lula defende eleição em 2017 e diz 'nós voltaremos' em ato do MST -  11/01/2017 - Poder - Folha de S.Paulo

Lula defende os sem-terra e também os latifundiários

Diogo Schelp
Estadão

O sentimento antipetista predominante entre empresários do campo era perfeitamente compreensível. Os tempos das frequentes invasões de propriedades por movimentos sem-terra, apoiados pelo PT, estão vivos na memória de produtores rurais e alimentam a sensação de insegurança que muitos sentem até hoje.

As primeiras gestões petistas também ficaram no imaginário de agricultores e pecuaristas como o ápice da “indústria da multa”. Cada um deles tem pelo menos uma história para contar sobre algum excesso cometido pelos órgãos fiscalizadores ambientais.

ERAM FASCISTAS – A retórica petista sempre endossou essas percepções, ao tratar o pessoal do agro em geral como latifundiário, improdutivo, desmatador e reacionário. Não é preciso ir muito longe no tempo. Em 2022, na qualidade de candidato, e em 2023, já como presidente, Lula usou a palavra “fascista” para se referir a integrantes do agronegócio.

O ex-presidente Jair Bolsonaro sempre foi hábil em capitalizar para si o sentimento antipetista, mas nunca fez nada de muito extraordinário em favor do agro.

À parte o cacoete ideológico e da militância radical, contudo, Lula e o PT não rasgam dinheiro. Eles sabem que o agro é a locomotiva da economia brasileira, responsável pela entrada de divisas e pela geração de empregos. Por isso, nunca faltaram estímulos ao setor nos governos petistas.

BOLSONARO AVANÇOU – O ex-presidente Jair Bolsonaro sempre foi hábil em capitalizar para si o sentimento antipetista, mas nunca fez nada de muito extraordinário em favor do agro. O número de invasões de terra, por exemplo, já havia caído para menos de 15 no último ano do governo de Michel Temer — e manteve-se nesse patamar ao longo do mandato de Bolsonaro.

O total de crédito rural concedido no Brasil em 2023 por Lula, por sua vez, superou em mais de 13% o montante que foi disponibilizado para os produtores em qualquer ano durante a gestão Bolsonaro.

Também houve grande fanfarra em relação às multas ambientais, além de toda a conversa sobre “passar a boiada”, mas as verdadeiras dores dos ruralistas nunca foram efetivamente enfrentadas.

MADEIREIROS ILEGAIS – Quem se beneficiou, mesmo, foram os poucos que andavam fora da linha, como os madeireiros ilegais. Afinal, a esmagadora maioria dos produtores rurais respeita as leis ambientais.

No ano passado, por exemplo, todo o desmatamento ilegal registrado no país ocorreu em apenas 1% das propriedades.

A ideia de que Bolsonaro é o campeão do agro é uma ilusão. Agora que sua família está em campanha para que os exportadores brasileiros sejam punidos com sanções americanas, fica claro que os interesses dos homens e das mulheres do campo nunca estiveram no centro das suas preocupações.

Lula, o pequeno ditador, sonha em criar a Sociedade das Ideias Mortas

Arquivos #HistóriadeBrasília - Página 57 de 168 - Blog do Ari CunhaJ.R. Guzzo
Revista Oeste

Menos de 80 anos atrás, como lembra o artigo de capa de Adalberto Piotto na última edição de Oeste, o Brasil era um país ficha limpa na comunidade das nações. Mais que isso: era o exemplo do bom elemento, como dizia a polícia da época, um sujeito decente o necessário para presidir os trabalhos da sessão da ONU que criou o Estado de Israel.

O tempo passa, o tempo voa, e o que acontece? Em vez de melhorar, como melhorou a maioria dos membros da ONU, o Brasil piorou tanto que virou um país-bandido.

OFICIALMENTE LADRÃO – Como poderia ser diferente? O presidente da República é um corrupto passivo e lavador de dinheiro condenado em três instâncias, e por nove juízes diferentes, na Justiça Penal brasileira. Nunca foi absolvido dos seus crimes; é o único presidente oficialmente ladrão entre os quase 200 chefes de Estado que há hoje no mundo.

É o único semianalfabeto entre eles todos. O seu governo está morto e a sua política externa tem sido um crime serial. Somos hoje o aliado do terrorismo, do crime e das ditaduras mais sórdidas do planeta.

É duro, mas também é o que dizem os fatos. O Brasil que entrou para a história como um dos fundadores de Israel é hoje seu inimigo de morte — não por decisão dos brasileiros, mas por ter um governo antissemita e empenhado, como propõem as tiranias muçulmanas, no genocídio do povo judeu.

DEFESA DA SELVAGERIA – Lula, a extrema esquerda e as classes culturais jogaram o Brasil na defesa da selvageria. Sai Oswaldo Aranha. Entram Celso Amorim e os seus anões, como essa nulidade que executa ordens no Itamaraty. Deu nisso.

Não sobrou, no fim dessa história, nem o filé Oswaldo Aranha — quem, em sã consciência, poderia imaginar um filé Celso Amorim? Não dá. O governo Lula e a gente que está nele não têm o nível mínimo que é preciso para criar nada; tem o ministro Sidônio e os seus bilhões, mas está em processo de morte cerebral, e quando fica assim nada resolve.

DÉCADAS PERDIDAS – O Brasil que poderia ter resultado do que fomos em 1947 não existe. Foi, de colapso em colapso e de naufrágio em naufrágio, roído por 40 anos de política em torno, em função e em reação permanente a Lula.

Não poderia ter dado em nada de diferente do que deu — quatro décadas seguidas, desde os anos 1980, de um câncer em metástase. Como na Itália fascista de Mussolini ou na Argentina de Perón, o Brasil vive há 40 anos de Lula, Lula e mais nada.

UMA DITADURA – Vive, agora, a pior fase desses 40 anos. Na frente de todo mundo, e sem nenhuma preocupação em disfarçar o que quer, Lula está enfim construindo o que sempre quis: uma ditadura no Brasil.

Se vai conseguir ou não é coisa que ainda não está resolvida, mas a tentativa nunca foi tão intensa como agora. É um golpe de Estado em fases. A primeira, com o STF no papel que normalmente é do Exército, foi tirar Lula da cadeia, sem julgamento algum, e entregar a ele a Presidência da República — “missão dada, missão cumprida”, disseram eles mesmos.

A fase atual é a anulação do Congresso como Poder independente e a elevação do consórcio Lula-STF à posição de Poder Supremo.

PEQUENOS TIRANOS – Não é apenas um golpe de Estado, com a cumplicidade das Forças Armadas — ou com a sua escalação para o papel de pintar calçadas, o que dá na mesma. É o esforço para criar toda uma doutrina fascista no Brasil. Como diz a ministra Cármen Lúcia, num grande outdoor do pensamento oficial, ter uma opinião pessoal é crime — coisa de “pequenos tiranos”, diz ela.

Os deputados eleitos são “inimigos do povo”, prega o governo na internet. “Todos aqui admiramos o modelo da China”, diz o ministro Gilmar.

É a confirmação do apronto, como se dizia antigamente no turfe. Lula sempre disse essas coisas em público — e a cada vez que dizia o comentário era: “Ah, coitado, o Lula é só um idiota, deixa ele”. Mas o que Lula tinha na cabeça, o tempo todo, era a ditadura que hoje desfila na avenida. “Sempre soube que a gente não chegaria ao poder pelo voto”, disse ele.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Lula reforça a briga com Trump para agradar seu eleitorado de esquerda

Imagem colorida mostra Lula e Trump - Metrópoles

Lula desafia Trump o tempo todo, e Trump jamais responde

Mario Sabino
Metrópoles

A entrevista de Lula ao New York Times, que foi publicada nesta quarta-feira, não é nada além do que ele já disse, só que traduzido para o inglês e com um título jornalístico que reforça o enfrentamento com Donald Trump. O título é “Ninguém desafia Trump como o presidente do Brasil”. Perfeito para vender a imagem eleitoreira de nacionalista resistente; péssimo para negociar um acordo sobre o tarifaço que atenue o desastre para exportadores brasileiros, com todas as consequências que a paulada implica.

Aparentemente, o assunto Brics não estava na pauta dos jornalistas que o entrevistaram. Não há menção à provocação de Lula aos Estados Unidos, no âmbito do bloco que serve de instrumento à China e à Rússia, de substituir o dólar como moeda de referência do comércio internacional. A entrevista se detém sobre a exigência de Donald Trump de que seja encerrada o que seria a “caça às bruxas” contra o aliado ideológico Jair Bolsonaro.

TRUMP PROCESSADO – Lula, então, repete que se “se o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio tivesse ocorrido no Brasil, Trump estaria enfrentando um processo judicial, assim como Bolsonaro”.

Tem-se, assim, o presidente brasileiro chamando praticamente o presidente americano de criminoso nas páginas do principal jornal dos Estados Unidos — com o qual, aliás, Donald Trump vive às turras. Não parece uma boa forma de Lula mostrar a sua suposta vontade de negociar com o sujeito. É porque ela não existe. O título da entrevista é revelador do que Lula quer: explorar eleitoralmente a disputa com Donald Trump.

Na mesma edição, o New York Times noticia que o presidente americano anunciou que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 25% aos produtos importados da Índia por não estar satisfeito com o andamento das negociações entre os dois países. Donald Trump também afirmou que os indianos pagariam uma tarifa adicional, ou secundária, por comprar petróleo da Rússia, sancionada pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia.

FULO COM PUTIN – Isso porque o inquilino da Casa Branca está fulo com o tirano russo Vladimir Putin, que não dá a menor importância aos seus ultimatos para que cesse a agressão aos ucranianos, e as tarifas secundárias são uma forma de intensificar as retaliações econômicas e comerciais a Moscou.

Muito bem, se Donald Trump impuser tarifa secundária à Índia, deverá fazê-lo também em relação ao Brasil. Sob Lula, o país se tornou o maior importador de diesel da Rússia, o que nos coloca na honrosa posição de financiadores indiretos das barbaridades cometidas pelo exército de Vladimir Putin na Ucrânia. Lula renunciará a comprar diesel do companheiro de Brics?

Os esforços do presidente brasileiro para tentar impedir o tarifaço continuam a ser comoventes, e os prognósticos são excelentes, como se vê.

Supremo responde ao governo Trump e demonstra solidariedade a Moraes

Sanção: Barroso é impedido de participar de compromissos nos EUA

Barroso distribui nota do Supremo que apoia Moraes

Ana Pompeu
Folha

O STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou nesta quarta-feira (30) que não se desviará de seu papel de fazer cumprir as leis e a Constituição Federal. A nota oficial em nome da corte ressalta, ainda, que todas as decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções pelo governo Donald Trump, foram referendadas por outros magistrados.

“O Supremo Tribunal Federal não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo”, diz o texto. A corte também manifesta, na nota, solidariedade ao ministro.

GRAVES VIOLAÇÕES – Nesta quarta, os EUA anunciaram sanções financeiras a Moraes por meio da chamada Lei Magnitsky. A legislação trata de graves violações aos direitos humanos.

A medida foi publicada em site do Tesouro americano, que registrou a inclusão do ministro sob uma sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Por meio dessa decisão, o governo Trump determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que Moraes tenha nos Estados Unidos e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com uma pessoa sancionada. Isso inclui as bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo.

PLANO DE ASSASSINATO – Em razão da decisão de Trump, o Supremo se pronunciou citando o julgamento em curso sobre a trama golpista de 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Lula (PT).

“No âmbito da investigação, foram encontrados indícios graves da prática dos referidos crimes, inclusive de um plano que previa o assassinato de autoridades públicas. Todas as decisões tomadas pelo relator do processo foram confirmadas pelo colegiado competente”, diz o STF.

O texto não cita nominalmente nem Donald Trump, os EUA ou mesmo Jair Bolsonaro (PL), mas afirma estar em curso ação penal em que a PGR (Procuradoria-Geral da República) imputou a um conjunto de pessoas, inclusive a um ex-presidente da República, uma série de crimes, entre eles, o de golpe de Estado.

ATENTADO À DEMOCRACIA – “O julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país, no exercício independente do seu papel constitucional.”

Presidente da corte, o ministro Luís Roberto Barroso diz que a preocupação é de “não escalar o conflito” e que a nota divulgada é “tão sóbria quanto possível”.

“Ele [conflito] faz mal ao país. É uma nota que esclarece que o Supremo cumpriu sua Constituição. Todos têm o direito de defesa. Nós estamos fazendo um julgamento público e transparente, dentro da legalidade de padrões internacionais, de uma denúncia oferecida pelo procurador-geral da República. É uma defesa do que o Supremo faz sem procurar conflitos com ninguém”, disse Barroso.

SEM VISTO – Em 18 de julho, o governo Donald Trump anunciou a proibição da entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, de parentes, e de “seus aliados” na corte.

A punição ocorre após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter feito um périplo por Washington em busca de punições ao ministro do STF nos últimos meses.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em rede social. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, disse.

Dia de luz, festa do sol, um barquinho a deslizar no macio azul do mar…

O Barquinho": o imprevisto de barco que inspirou uma dos sucessos da Bossa  Nova

Menescal e Bôscoli, compositores geniais

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, produtor musical e compositor carioca Ronaldo Fernando Esquerdo e Bôscoli (1928-1994) foi um dos porta-vozes de uma tendência musical que surgiu no Rio de Janeiro no final da década de 50: a Bossa Nova.

No documentário Coisa Mais Linda – História e Casos da Bossa Nova, Roberto Menescal conta de onde veio a inspiração para compor  “O Barquinho”, sua mais famosa canção, feita em parceria com Ronaldo Bôscoli.

Segundo o artista, durante um passeio no mar, próximo às cidades de Cabo Frio e Arraial do Cabo, um barco tripulado por ele, Bôscoli e outros amigos teve um problema e ficou à deriva no Oceano Atlântico. Após várias tentativas para religar o motor, sem sucesso, Menescal começou a dedilhar uma melodia em seu violão, inspirado justamente pelo ruído feito pelo motor que não pegava.

Mais tarde, com o sol quase se pondo, felizmente apareceu um outro barco para rebocá-los até a costa. Satisfeitos, os tripulantes foram cantarolando: “O barquinho vai… A tardinha cai”. Na ocasião, a música ficou só nisso.

No dia seguinte, porém, Menescal e Bôscoli se encontraram novamente e começaram a recordar o fato. Para nossa sorte, conseguiram transformar aquele episódio quase trágico em um “dia de luz, festa do sol”. A música foi gravada por Maysa no LP O Barquinho, em 1961, pela Columbia.

O BARQUINHO
Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli

Dia de luz
Festa do sol
Um barquinho a deslizar
No macio azul do mar

Tudo é verão
Amor se faz
Num barquinho pelo mar
Que desliza sem parar

Sem intenção
Nossa canção
Vai saindo desse mar
E o sol
Vejo o barco e luz
Dias tão azuis

Volta do mar
Desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar

Céu tão azul
Ilhas do sul
E o barquinho coração
Deslizando na canção

Tudo isso é paz
Tudo isso traz
Uma calma de verão e então
O barquinho vai
A tardinha cai
O barquinho vai

Jornalismo da GloboNews torce pela prisão de Jair e Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro diz que PF joga reputação no lixo no caso das joias

Pai e filho querem usar a política em benefício próprio

Vicente Limongi Netto

Sábios de proveta da GloboNews tontos, batendo cabeças, trêmulos com a punição do governo americano contra o ministro Alexandre de Moraes. O governo brasileiro é tão medíocre que, se bobear, Trump enfia as garras no amado Pix dos cidadãos. Alguns acreditam que Trump decretará feriado nacional nos Estados Unidos.

Merval Pereira sentencia, com sangue nos olhos, cuidadoso para não sujar o fardão, que Bolsonaro será condenado e preso. Ah, adorável acaciano! Valdo Cruz vai na onda, claro, do chefe. Repete até as vírgulas.

Nessa linha, creio que minhas considerações são válidas e necessárias porque tudo que a turma da GloboNews insiste em enfiar na cachola dos telespectadores com o timbre de novidades, furos e exclusivas, eu venho batucando, afirmando e antevendo nos meus artigos na Tribuna da Internet.

Analiso, não torço nem distorço. Acredito, inclusive, sem cabotinismo, que fui o primeiro nas redes sociais a bater o martelo sobre o assunto. Na coluna do dia 12, repito, dia 12, disse expressamente: “Ministros da má, péssima ou boa suprema corte, ficaram furiosos com os excessos verbais de Trump.

Motivo: é mais munição para os severos e vingativos ministros esfolarem os dois Bolsonaros, Jair e Eduardo.  Em praça pública. Quanto mais abrem a boca para declarar amor e paixão por Trump, dão motivos para o STF concluir o que sempre quis: condenar e prender a insuportável dupla”.   Os arquivos não mentem. 

Lei Magnitsky no rabo dos outros é refresco  e Moraes precisa de defesa

Conrado Hübner Mendes
Folha

“Mineiro só é solidário no câncer.” A máxima brejeira era atribuída a Nelson Rodrigues, que dizia ser de Otto Lara Resende, que desmentia. O silêncio de Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça diante da revogação dos vistos americanos dos outros oito ministros do STF parece mostrar que ministro do STF é solidário nem no câncer, é colegial nem no colapso institucional. Pelo menos o carioca, o piauiense e o paulista. A medida abusiva do governo americano veio com requinte pré-moderno: a punição pelo suposto pecado foi aplicada não só à pessoa do pecador, mas também a familiares.

No tribunal do cada um por si, a coesão momentânea só emergiu quando o míssil golpista e, depois soubemos, o plano de assassinato, mirava o STF. Não pareceu solidariedade nem colegialidade em nome da instituição, mas união casuística por autoproteção.

NOVA CHANCE – Ministros do STF têm agora uma nova chance de questionar e falsear essas hipóteses baseadas em fatos reais. De mostrar que ali existe algum princípio forte o suficiente para levá-los a exercer o desapego individual, alguma consideração institucional. De surpreender observadores que ali só enxergam malícia e ilusionismo debaixo do linguajar jurídico e do cenho franzido.

A nova chance veio com a punição da “Lei Magnitsky” aplicada a Alexandre de Moraes. A sanção se propõe a induzir “morte financeira” em indivíduos considerados inimigos do governo americano. Moraes teria cometido “sérios abusos de direitos humanos”, segundo o secretário Marco Rubio. Para o secretário Scott Bessent, teria promovido uma “campanha opressiva de censura”.

Eduardo Bolsonaro, emissário da Câmara dos Deputados, que se recusa a cassá-lo por ausência ao trabalho, vem lutando por essas sanções ao Brasil: “Ninguém quer um país próspero economicamente ao custo do sofrimento de pessoas inocentes”. Que o bolsonarismo negocia o empobrecimento do país e a ruptura democrática em troca do enriquecimento familiar sempre soubemos. A novidade de hoje é a explicitação filosófica de sua malignidade.

SÓ O COMEÇO – Paulo Figueiredo afirmou ser este “só o começo” e ameaçou Gilmar e Barroso de sanção similar se não se renderem: “Caso contrário, vamos ter que queimar a floresta inteira para pegar o bandido”.

Patriotas contra a pátria não são só idiotas ou cínicos. Cometem crimes, produzem prova pública de seus crimes e tentam manter vivo o plano de 8 de Janeiro por outras vias.

Cabe ao STF, como instituição acima de ministros, reagir não só performativamente. Deve agir juridicamente e ordenar a empresas americanas que atuam em solo brasileiro o cumprimento da lei nacional. Mastercard, Visa, Meta, Microsoft, PayPal etc. não podem recusar seu serviço a Alexandre de Moraes dentro do país sob pena de sanção.

PEGAR NO TELEFONE – Aos que sugeriram a Lula “grandeza” de pegar no telefone e ligar para Trump faltou não só entender como funcionam telefonemas entre presidentes. O não telefonar tem nada a ver com ideologia ou vaidade, autorrespeito ou orgulho próprio, mas com estratégia pragmática de negociação com um bully que não está interessado em conversa racional.

Enquanto isso, que Moraes faça bom uso do Pix. E que o Pix, essa façanha da engenhosidade financeira nacional, torne nossos cartões de crédito disfuncionais, caros e dispensáveis. O que é um cartão Visa para quem tem Pix? Há coisas que o dinheiro não compra.

Tarifaço e interesses comerciais: o xadrez das negociações entre Brasil e EUA

EUA estuda tarifa zero para alimentos não produzidos no país

Pedro do Coutto

A poucas horas da entrada em vigor das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, o cenário internacional se vê imerso em um jogo geopolítico de interesses comerciais explícitos. Em meio à perplexidade causada pela taxação de 50% sobre produtos brasileiros, surge uma proposta inesperada do secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick: a adoção de tarifa zero para produtos não fabricados nos EUA, como o café e o cacau.

A sugestão, apresentada em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, destaca a complexidade e a volatilidade das decisões comerciais da administração Trump. A proposta de Lutnick, revelada nesta semana, inclui uma exceção estratégica que beneficiaria diretamente o Brasil.

SINALIZAÇÃO – O país é responsável por cerca de um terço da produção mundial de café e tem no produto uma de suas principais fontes de exportação. A adoção de tarifa zero nesse contexto representaria não apenas um alívio econômico para os produtores brasileiros, mas também uma sinalização de que, mesmo diante de um tarifaço generalizado, os Estados Unidos ainda distinguem suas prioridades com base em critérios de interesse nacional.

O problema é o contraste gritante entre a proposta de taxação de 50% e a isenção total em itens específicos. Essa disparidade cria um ambiente de incerteza para exportadores brasileiros, que ainda não sabem exatamente quais produtos serão atingidos e quais escapariam da nova política. Além disso, a falta de transparência nas negociações causa desconfiança e desorganiza o planejamento do comércio exterior.

Lutnick sugeriu que “produtos que não são cultivados ou produzidos em território americano poderiam ser isentos das tarifas”, abrindo uma brecha para acordos bilaterais por produto, e não por setor ou por país. Essa abordagem fragmentada reforça a ideia de que os EUA estão conduzindo sua política comercial não com base em princípios consistentes, mas sim em táticas pontuais para preservar cadeias de abastecimento internas e responder a pressões do mercado doméstico.

SAÍDA DIPLOMÁTICA – Por sua vez, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que se encontra em missão oficial nos Estados Unidos, tenta articular uma saída diplomática que reduza os impactos do tarifaço para o Brasil. No entanto, até o momento, as conversas não renderam frutos concretos. A ausência de anúncios oficiais ou vazamentos positivos na imprensa é um indicativo de que as negociações estão estagnadas ou enfrentando forte resistência.

A situação também traz à tona um debate ainda mais amplo: o papel do Brasil na nova ordem comercial global. Enquanto os Estados Unidos endurecem seu protecionismo, o Brasil se vê obrigado a reposicionar sua estratégia externa. Uma das respostas em estudo, segundo fontes do governo, seria a intensificação do debate sobre a taxação das big techs — empresas como Google, Amazon e Meta, que operam amplamente no Brasil com baixa contribuição tributária.

A eventual taxação dessas empresas poderia servir tanto como contrapeso nas negociações com os EUA quanto como instrumento de justiça fiscal no ambiente digital. No entanto, essa discussão ainda é incipiente e dependerá de articulação política interna, além de resistência previsível das gigantes tecnológicas e de Washington.

UNILATERALISMO – O pano de fundo de toda essa movimentação é o avanço de uma política comercial norte-americana marcada por unilateralismo, sob o comando do presidente Donald Trump. A lógica do “America First” continua a guiar decisões, mesmo que em detrimento de parceiros históricos como o Brasil. E o mais grave: ao mesmo tempo em que pressiona com tarifas elevadas, o governo norte-americano oferece brechas seletivas, como a proposta de isenção para o café, que podem dividir setores e enfraquecer a coesão da frente comercial brasileira.

Enquanto isso, o agronegócio — setor vital da economia nacional — segue apreensivo. As decisões que forem tomadas nos próximos dias terão impacto direto sobre preços, empregos e previsibilidade do setor exportador. O café é apenas um exemplo entre muitos produtos cuja competitividade depende de margens já apertadas e de relações comerciais estáveis.

O momento exige mais do que habilidade técnica: requer diplomacia firme, leitura estratégica e articulação global. O Brasil precisa afirmar seus interesses sem ceder à lógica de exceções que só favorecem os mais fortes. Caso contrário, continuará refém de um jogo em que as regras mudam a cada rodada — e quase sempre em desfavor dos países do Sul global.

Bancos avaliam que toda transação em dólar está proibida para Moraes

Entenda o que é a Lei Magnitsky usada contra Alexandre de Moraes

Bancos estão avaliando as proibições atingindo Moraes

Roseann Kennedy
Estadão

Tão logo o governo de Donald Trump aplicou nesta quarta-feira, 30, a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os bancos acionaram seus departamentos jurídicos. A Coluna do Estadão conversou com banqueiros e representantes de compliance de três instituições, e a leitura inicial é de que qualquer transação que envolva dólar vai estar proibida para o magistrado.

Os representantes do setor financeiro analisaram casos concretos da aplicação dessa punição pelos EUA a indivíduos de outros países e concluíram, no entanto, que pode haver gradações. O entendimento é de que, como a determinação em relação a Moraes foi genérica, sem especificar quais operações são impactadas, neste momento só atinge transações que envolvam o uso de dólar. Mas admitem que o caso pode ser ainda mais grave.

HÁ GRADAÇÕES – Ao compararem com outras ordens executivas, perceberam que existem gradações de punições que poderiam até alcançar a moeda local. Um grau maior de punição significaria que Alexandre Moraes não poderia ter relacionamento bancário em nenhum local do mundo em qualquer instituição que tenha transação com os EUA. Bancos que têm negócios nos EUA aguardam análise dos seus departamentos de lá.

No entanto, a decisão sobre Moraes não chega a toda essa extensão de maneira explícita. A certeza inicial é de que vai afetar qualquer transação que envolva câmbio no Brasil. Há operações, contudo, que mesmo feitas em outra moeda em algum momento são liquidadas em dólar. No momento em que ocorre essa conversão, seriam bloqueadas.

Isso afeta, por exemplo, compras com cartões de crédito e débito do ministro, ou seja, tudo que passe pelo dólar.

CARTÃO DE CRÉDITO – Os banqueiros deram o seguinte exemplo: com um cartão de débito ou crédito nacional, Moraes pode fazer compras em sites estrangeiros. Nesse caso, com a aplicação da punição de Trump, o ministro não poderia realizar essas transações porque seriam liquidadas em dólar.

Há dúvida, contudo, se o simples fato de a bandeira do cartão ser americana, como Mastercard e Visa, geraria um bloqueio.

O dispositivo legal acionado pela Secretaria do Tesouro dos EUA impõe sanções financeiras a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Procurado, o STF não se manifestou.

Extradição de Zambelli leva ao menos 1 ano e meio, diz investigador do caso Pizzolato

Carla Zambelli é presa na Itália | VEJA

Zambelli terá amplas condições de defesa na Itália

Aguirre Talento e Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

Vladimir Aras, professor da Universidade de Brasília (UnB), procurador regional da República e ex-secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), projeta que o processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) da Itália para o Brasil pode levar de um ano e meio a dois anos, na melhor das hipóteses do ponto de vista da Justiça brasileira. Aras ressalta que fala como estudioso do tema e não como procurador, já que não atua no caso da deputada.

“Na pior das hipóteses, ela estará solta em breve devido ao espaço para decisão política, como é comum em extradição”, disse Aras ao Estadão.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa nesta terça-feira, 29, na Itália Foto: Wilton Júnior/Estadão

CASO PRECEDENTE – Aras foi o secretário de cooperação internacional da PGR quando o Brasil conseguiu, em 2015, a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que fugiu para a Itália após ser condenado no Mensalão. Vladimir Aras também é professor de direito processual penal na Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Direito Penal Internacional.

Zambelli foi presa na Itália nesta terça-feira, 29. Com dupla cidadania, ela fugiu para o país em junho após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter pedido a um hacker a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Aras explica que o próximo passo é o equivalente ao Ministério da Justiça italiano decidir se pede ou não a confirmação da prisão de Zambelli. Em caso positivo, caberá a Corte de Apelação em Roma tomar uma decisão sobre o caso.

45 DIAS – Em seguida, o Brasil terá prazo de 45 dias para formalizar a extradição. O Ministério Público italiano e a defesa de Zambelli se manifestam no processo e a Corte de Apelação decide sobre a extradição. Os advogados da deputada têm defendido que ela sofre perseguição política no Brasil.

Quem perder ainda pode recorrer a Corte de Cassação. “Se tudo correr bem, o Ministério da Justiça italiano decide se realmente vai entregá-la ao Brasil. É uma decisão política. Se optar pela extradição, a defesa pode impugnar a decisão no Tribunal Administrativo Regional de Lazio e em seguida no Conselho de Estado”, explicou Aras.

Pizzolato fugiu do Brasil para a Itália em 2013. Ele foi preso no país europeu em fevereiro de 2014. A Justiça italiana chegou a negar o pedido de extradição e soltá-lo em outubro do mesmo ano. A decisão foi revertida após recurso. A extradição do ex-diretor do Banco do Brasil foi concretizada em outubro de 2015.

REGRAS DIFERENTES – Professor de Direito Internacional da USP, Alberto do Amaral Júnior explica que a Justiça italiana analisará se os crimes pelos quais Zambelli foi condenada no Brasil – invasão de dispositivos de informática e falsidade ideológica – também são puníveis pelo sistema jurídico italiano.

Segundo ele, as regras para extradição são diferentes no Brasil e na Itália. A Constituição brasileira não permite a extradição de nacionais. “Na Itália é diferente. Isso aconteceu justamente com o Pizzolato, que tinha cidadania italiana e foi extraditado a pedido da Justiça Brasileira”, declarou.

O jurista Wálter Maierovitch afirma que em casos de dupla cidadania, o procedimento é verificar qual delas é a prevalente. No caso de Zambelli, segundo ele, é a brasileira, porque ela construiu sua vida no Brasil e não teve atividade relevante na Itália.

RESPALDO POLÍTICO  – Ele afirma que os crimes cometidos por Zambelli têm equivalentes no sistema jurídico italiano e que a parlamentar não conseguirá respaldo político do governo da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.

O governo italiano é formado por uma coalizão de três partidos: a Liga Norte, comandada por Matteo Salvini – próximo do bolsonarismo, que culpa Zambelli pela derrota na eleição de 2022 –, o Força Itália, sigla de centro-direita fundada e presidida pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi até a sua morte em 2023, e o Irmãos de Itália, da própria Meloni.

“A última palavra é do Executivo, mas a Meloni teve um problema recente em relação à extradição do chefe de uma prisão da Líbia. Ela não vai se meter em outra confusão relacionada a extradição”, analisou Maierovitch.

DEPORTAÇÃO – Segundo a BBC, a primeira-ministra é investigada pela decisão de deportar Osama Najim, chefe de polícia e diretor de presídio na Líbia e procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.

Najim foi preso em janeiro na Itália, liberado pela Justiça dias depois e deportado pelo governo italiano. Ele chegou em liberdade ao seu país de origem.

Para o jurista, outro ponto que pesa politicamente contra Zambelli é o fato de parlamentares e senadores italianos terem se manifestado pela cassação da cidadania da deputada sob o argumento de que ela usa a condição para alcançar a impunidade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGPortanto, comprem pipocas, comprem pipocas(C.N.)

Mauro Cid afirma que Gonet é desleal e tenta prejudicá-lo ao criticar delação

O tenente-coronel Mauro Cid, em evento em São Paulo

Mauro Cid não fez uma delação premiada, apenas embromação

Rafael Moraes Moura
O Globo

Peça central das investigações de uma trama golpista para impedir a posse do presidente Lula, o tenente-coronel Mauro Cid rebateu nesta terça-feira (29) as duras críticas que recebeu do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e acusou a PGR de tentar descartá-lo e violar “o princípio da lealdade processual” ao criticar os benefícios acertados em sua delação.

Nas alegações finais enviadas ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro rebate o parecer enviado há duas semanas por Gonet, para quem a omissão de “fatos graves” e a adoção de uma “narrativa seletiva” por parte de Mauro Cid provocou “prejuízos relevantes ao interesse público”, o que exige uma “criteriosa ponderação” quanto à concessão de eventuais benefícios ao militar.

MANTER O POSTO – O delator também pediu a Moraes que seja absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou condenado a uma pena inferior a dois anos de prisão, em um esforço para manter o posto e a patente e não correr o risco de ser expulso das Forças Armadas.

“A colaboração de Mauro Cid conferiu densidade, narrativa interna e autenticidade a diversos aspectos estruturais da organização criminosa”, rebate a defesa de Cid, criticando a postura de Gonet de promover uma “tentativa absurda de desqualificação da colaboração”.

“Mesmo diante de omissões pontuais levantadas pela acusação, que se deram por absoluto desconhecimento das eventuais ações planejadas, Mauro Cid jamais retirou sua adesão ao acordo ou se insurgiu contra sua validade. Ao contrário, reafirmou a espontaneidade e voluntariedade de sua decisão diversas vezes perante a Polícia Federal e essa Corte, acompanhado de defensores técnicos”, sustenta a defesa do delator.

AMBIGUIDADE – Gonet criticou a “ambiguidade do comportamento” do delator e os depoimentos “superficiais” sobre sua própria atuação na trama para impedir a posse do presidente Lula.

“Em um Estado Democrático de Direito, aquele que decide falar a verdade — especialmente quando isso lhe custa a reputação, a carreira, a segurança e o vínculo com os círculos de poder — deve ser protegido, e não descartado, como quer a PGR”, dizem os advogados do militar.

A defesa de Cid enviou na noite desta terça-feira as alegações finais no âmbito da ação penal na qual ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outros cinco réus são acusados de integrar o “núcleo crucial” da trama golpista. Eles podem ser condenados por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.

DELAÇÃO PREMIADA – Em 2023, Mauro Cid fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, homologado por Moraes, com uma cláusula que previa perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a dois anos. Em tese, todos os crimes imputados a Cid podem levar a uma condenação de 43 anos de prisão.

Para o time jurídico de Cid, a PGR “em um linha muito tênue entre a realidade e a deslealdade processual, utiliza-se de todas as informações e provas colhidas a partir da colaboração premiada, ancorado nela a base de toda a sua acusação, sustentando, ao final da instrução em suas razões, que o Colaborador não merece o prêmio ajustado no acordo, uma vez que ele ‘resistiu ao reconhecimento de sua efetiva participação nos eventos sob investigação’, como se um dos termos acordados, exigisse e obrigasse o colaborar confessar crimes para obter seus benefícios, ainda que deles não tivesse qualquer participação”.

Na avaliação de Gonet, a redução da pena para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deve ser fixada em “patamar mínimo” – com a diminuição de apenas ⅓ da pena. Na prática, o parecer de Gonet pavimentou o caminho para Cid perder posto e patente no âmbito da Justiça Militar, caso a posição da PGR seja acolhida pelo Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Mauro Cid fez uma delação fantasiosa que não leva sequer a provas circunstanciais. Em termos de provas materiais, conforme exige a lei, não há nada, rigorosamente nada, apenas o desejo de expulsar Lula do poder, o que não pode ser classificado de crime, porque é sentimento acalentado pela maioria dos brasileiros. Mauro Cid devia perder o prêmio da delação, que não vale um dólar furado. (C.N.)

Tarifaço afeta café e carnes, mas deixa de fora laranja, celulose e até Embraer.

Que tal amaciar carne usando café? | Café Utam

Desta vez, a picanha e o café podem ficar mais baratos

Deu no Estadão

Decreto do governo americano traz 694 exceções ao aumento da tarifa para 50%; entrada em vigor será daqui a sete dias. Foram três semanas de tensão entre empresários, associações setoriais e o governo, desde que o presidente americano Donald Trump anunciou, em 9 de julho, que as exportações brasileiras seriam taxadas em 50% – o que praticamente inviabilizaria a venda de boa parte dos produtos nacionais.

Foi um período de conversas, negociações, lobbies, promessas, tudo na tentativa de amenizar o máximo possível os efeitos da taxação para os negócios no Brasil. Nesta quarta-feira, 30, veio o anúncio oficial do governo americano, que gerou um misto de alívio entre os setores que ficaram de fora e de muita apreensão entre os que não conseguiram escapar.

EXCEÇÕES À BEÇA – É uma longa lista de exceções – são 694 itens. Entre eles estão alguns produtos importantes na lista de exportações brasileira, como o suco de laranja, a celulose e aviões da Embraer. Por outro lado, alguns produtos de peso na balança, como café, carnes e frutas passarão a ter uma alíquota extra de 40% – que se soma à de 10% atualmente em vigor, chegando à taxa de 50%. A medida entrará em vigor dentro de sete dias.

Uma estimativa preliminar da Leme Consultores avalia que as exceções ao tarifaço atingem mais de 40% das exportações brasileiras para os EUA. De janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou US$ 20 bilhões para os Estados Unidos. Desse total, US$ 8,2 bilhões (41%) são de produtos que figuram na lista de exceções de Trump, enquanto US$ 11,81 bilhões são produtos que foram atingidos (59%).

Mesmo com as exceções, o impacto das tarifas de Trump para o Brasil será “muito grande”, segundo o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral. “Uma taxa de 50% é muito alta mesmo. A situação do Brasil é bem pior do que a da Europa e a do Japão, por exemplo, que foram taxados em 15%. Vai afetar muito o País, inclusive produtos em que o Brasil compete com outros, como a carne.”

COM ALÍVIO – Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, uma avaliação preliminar da medida, feita logo após a divulgação, indicava que o cenário de impacto com o tarifaço dos EUA não era “o pior possível”. Os setores que ficaram de fora, claro, comemoraram. Entre eles, os exportadores de suco de laranja. O diretor executivo da associação CitrusBR, que abriga as grandes empresas do setor, Ibiapaba Netto, disse ter recebido a notícia “com alívio e responsabilidade”.

‘Lista de exceções mostra que tarifaço é negociação comercial, e não política’, diz especialista. Porém, mesmo desidratado em relação ao que se esperava, ainda assim a taxação é extremamente alta para muitos setores, o que deve provocar problemas graves em muitas empresas, provavelmente até com fechamentos de unidades e demissões.

Cecafé diz que trabalhará para incluir o café na lista de exceções ao tarifaço de Trump. ‘Governo tem de nos socorrer’, diz presidente de entidade do setor de pesca, enquanto José Velloso, presidente executivo da Associação Brasileira de Máqunas (Abimaq), observou que o setor não foi contemplado na lista de exceções. A visão dele é de que Trump beneficiou apenas produtos que terão impacto sobre a economia americana e, no caso das máquinas, o Brasil é visto como um concorrente. Ele disse, contudo, que houve pelo menos a boa notícia de que os produtos já em trânsito para os EUA não serão tarifados.

PRÓXIMOS PASSOS – Com esse cenário colocado, logo após o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com um grupo de ministros para discutir os próximos passos. Entre os presentes, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

O texto da ordem executiva assinada por Trump para justificar a taxação ao Brasil trouxe um tom muito mais político do que econômico. Ataca o governo brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e faz uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de “milhares de seus apoiadores” como alvos de “violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.

No texto, a Casa Branca informa: “Hoje, o presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Trump está mais surpreendente do que nunca. Como será uma longa novela, com péssimos atores,  o jeito é comprar mais pipocas. (C.N.)

Mestre das palavras, Aurélio Buarque de Holanda soube usá-las em versos

Tribuna da Internet | Um soneto romântico de Aurélio Buarque de Holanda,  que entendia de palavrasPaulo Peres
Poemas & Canções

Mestres das palavras e seus significados, o crítico literário, lexicógrafo, filólogo, professor, tradutor e ensaísta alagoano Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989), também soube usá-las para, nos belos versos do soneto “Amar-te”, exaltar seu amor por sua filha.

AMAR-TE
Aurélio Buarque de Holanda

Amar-te – não por gozo da vaidade,
Não movido de orgulho ou de ambição,
Não à procura da felicidade,
Não por divertimento à solidão.

Amar-te – não por tua mocidade
– Risos, cores e luzes de verão –
E menos por fugir à ociosidade,
Como exercício para o coração.

Amar-te por amar-te: sem agora,
Sem amanhã, sem ontem, sem mesquinha
Esperança de amor, sem causa ou rumo.

Trazer-te incorporada vida fora,
Carne de minha carne, filha minha,
Viver do fogo em que ardo e me consumo.

Na Itália, vice-premier é da extrema direita e vai visitar Zambelli na prisão

Itália: Salvini é inocentado em caso de barco de migrantes - 20/12/2024 - Mundo - Folha

Vice-premier quer saber se Zambelli é perseguida

Caio Ramos
Metrópoles

O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, manifestou desejo de visitar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na prisão. De acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera, a informação foi divulgada pela assessoria de Salvini. A parlamentar foi presa nessa terça-feira (29/7) pela polícia italiana em um apartamento em Roma.

Zambelli disse ao jornal italiano que Flávio, o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se comunicou com Salvini, político de extrema direita, sobre a situação de sua prisão. Flávio teria dito que a deputada licenciada sofre perseguição política no Brasil.

ESPERAVA MAIS – “Sei que Flávio Bolsonaro, filho do presidente, conversou com Matteo Salvini sobre a minha situação. Mas não sei se Salvini lhe prometeu alguma coisa. Mas não somos amigos. Eu esperava algo mais”, afirmou Zambelli em entrevista.

Matteo Salvini é também ministro de Transportes e Infraestrutura e uma das principais figuras políticas de extrema direita na Itália. Líder do partido “Liga”, o vice-premiê já criticou a União Europeia e defende a soberania nacional, tendo ideologias populistas, nacionalistas de direita, além ser contra a imigração.

A Justiça da Itália terá um prazo de 48 horas para decidir se mantém Zambelli presa no país, se a solta ou se extradita para cumprir pena no Brasil, como pediu o governo Lula

PROBLEMAS DE SAÚDE – Em entrevista ao jornal Repubblica sobre sua sentença de 10 anos no Brasil, Zambelli alega inocência. “Sou inocente, fui condenada por motivos políticos. Fui incriminada por esse hacker. Vim para a Itália porque sou italiana e gostaria de continuar morando aqui, mas tenho muitos problemas de saúde e o atendimento médico nos Estados Unidos é muito caro”, disse.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nessa terça-feira (29/7) em Roma, na Itália.  Em nota, a PF afirmou que contou com a ajuda de autoridades italianas e da Interpol para localizar e prender a parlamentar.

A informação foi anunciada terça-feira pelo deputado italiano Angelo Bonelli. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Informei o endereço à polícia e, neste momento, os policiais estão identificando Zambelli”, escreveu em sua conta no X.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
E agora? Bem, como a questão correrá na Itália, pátria de origem do Direito Romano, Zambelli terá total direito de defesa. Não será como aqui no Brasil, onde Alexandre de Moraes faz o que bem entende. Isso significa que o processo vai demorar. Portanto, comprem pipocas. (C.N.)

Sem medo do ridículo, Lula montou o palanque eleitoral antes da hora

Se ele estiver trucando, vai tomar um seis", diz Lula sobre tarifaço de Donald Trump - Agora MT

Desde o inicio, Lula adotou um posiicionamento de confronto

Vicente Limongi Netto

Homens públicos renomados dialogando, procurando caminhos, suando a camisa. Esperançosos em boas conversas e soluções. Enquanto Lula vocifera, ameaça, berra, xinga. Faz blagues tolos e infames. Baixa o nível. Montou palanque eleitoreiro muito antes da eleição e dele não se afasta.

Os capachos vibram, enquanto Trump nada diz e não retruca destrambelhos de Lula. O tempo que deu para adotar o tarifaço de 50% está acabando. Agonia da nação. Permanecendo a taxação alta e absurda, fica a amarga lição para Lula e os brasileiros: Trump dobrou um incompetente governo e um chefe da nação falastrão.

CRAQUE NEYMAR – Brilhante, como sempre, o jornalista Marcos Paulo Lima (Correio Braziliense – 26/07) afirma que Neymar precisa parar, de uma vez por todas, de ficar se trocando, passando recibo, com torcedores e adversários. Ultimamente até com os árbitros e auxiliares. Sabe que agindo assim, em Copa do Mundo, é cartão vermelho sem dó.

Se desgasta emocional e fisicamente. Neymar mais do que nunca é atleta fundamental para o Brasil na disputa do hexa, na Copa de 2026. Mostra em campo que está bem fisicamente. Tem jogado a partida toda. Craque não desaprende. Marcos Paulo LIma aconselha Neymar:

“Mostre-se superior aos gestos passionais, alguns até infantis, de arquibaldos descontrolados. Dar palco a fãs nem sempre sóbrios, é baixar ainda mais o nível”.

CLAMOR AMOROSO – Por fim, um minipoema em lembrança de quem me acompanhou por 54 anos:

Meu perfume é a vida
meu aroma é o amor
meu destino é te amar

Trump aplica sanções financeiras a Moraes e agrava crise com o Brasil

Quem é Alexandre de Moraes, o novo ministro do STF - BBC News Brasil

Moraes foi incriminado na Lei Magnitsky (direitos humanos)


Julia Chaib
Folha

O governo Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (30) sanções financeiras ao ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), por meio da chamada Lei Magnitsky. A legislação trata de graves violações aos direitos humanos. Por meio dessa decisão, o governo Trump determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que Moraes tenha nos Estados Unidos, e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com uma pessoa sancionada. Isso inclui as bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo.

A punição ocorre depois de o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados terem feito um périplo por Washington buscando sanções ao ministro do STF.

VIOLAÇÃO DE DIREITOS – O parlamentar e alvos de Moraes nos EUA, como o ex-comentarista político da Jovem Pan Paulo Figueiredo, encamparam a autoridades americanas o discurso de que o magistrado do STF é responsável por censurar residentes e empresas no país e cometer violações aos direitos humanos.

A Lei Magnitsky faz referência a um advogado russo que morreu numa prisão de Moscou em 2012. Ela permite que o governo americano adote sanções, inclusive econômicas, contra pessoas que cometam “grandes violações de direitos humanos reconhecidos internacionalmente”.

Ao Uol, o professor de direito da Universidade Nacional da Austrália, Anton Moiseienko, um dos maiores estudiosos da Lei Global Magnitsky, diz que a sanção não é uma pena de morte, mas uma “camisa de força financeira”. Apontada desde fevereiro como uma medida iminente contra Moraes pelos aliados de Bolsonaro, a medida foi alvo de questionamentos dentro do governo Trump. O imbróglio girou em torno do embasamento jurídico que seria usado para justificar a aplicação da lei. Integrantes do Tesouro americano avaliaram, por volta de maio, que o argumento ainda não era suficiente para implementar a punição.

DECISÕES DE MORAES – O Secretário do Tesouro será responsável por implementar e fiscalizar o cumprimento da ordem, podendo estabelecer novas regras e regulamentos. Um relatório inicial com nomes adicionais a serem sancionados deve ser entregue ao governo em até 60 dias. Investida de Trump em defesa de Bolsonaro passa por Lula, Moraes e tarifas

Um dos fundamentos da aplicação seriam decisões tomadas por Moraes contra empresas americanas, como Rumble e o X, e aliados de Trump e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em território americano.

Um relatório que está nas mãos dos integrantes do governo citam ações contra 14 pessoas, entre elas Jason Miller, que, numa visita em setembro de 2021, acabou detido para questionamentos pela Polícia Federal, no contexto do inquérito das fake news. Cita também Elon Musk, dono do X, e Chris Pavlovski, CEO do Rumble. O Rumble e a Truth Social, rede social do presidente Donald Trump, recentemente adendaram com novas informações e pedidos uma ação contra Moraes em um tribunal federal da Flórida.

SEGUNDA SANÇÃO – A aplicação da lei é um passo adiante da medida tomada no último 18 de julho, quando, diante da decisão de Moraes de determinar o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, o governo Trump resolveu proibir a entrada de Moraes e de “seus aliados da corte” nos Estados Unidos.

Segundo a Folha apurou, só 3 dos 11 ministros teriam sido poupados: Luiz Fux, André Mendonça e Kassio Nunes Marques — os dois últimos indicados por Bolsonaro ao tribunal.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi englobado na restrição de vistos, segundo pessoas que participaram da discussão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGMoraes pensou (?) que poderia punir e emitir outras decisões a empresas estrangeiras, sem base legal, e Trump reagiu à altura. Se Moraes não tivesse feito tantas ilegalidades, Trump não poderia agir agora a favor de Bolsonaro.  Comprem pipocas pensem em quem causou essa baita confusão, agravada por Lula, que voltou a desafiar Trump às vésperas do tarifaço. (C.N.)    

Um país em que não se pode xingar mandatários do poder não é democracia

BELA, RECATADA E ENVERGONHADA" SOBRE A CHARGE ACIMA RESPONDA: O SIGNIFICADO  DA PALAVRA DEMOCRACIA ESTÁ - brainly.com.br

Charge do Duke ~\2

Luiz Felipe Pondé
Folha

Vivemos, hoje, no Brasil, um cenário de conflito entre duas formas de política totalitária. Uma do bolsonarismo, mais óbvia, tosca e amante de um golpismo “démodé” típica dos anos da Guerra Fria na América Latina. E outra, aparentemente mais sutil e com a cara do século 21, aquela praticada pelo PT e seu aliado, o Supremo Tribunal Federal.

“Disclaimer”: identificar o risco autoritário no PT e no STF não implica evidência de inocência de Jair Bolsonaro.

Antes, um reparo metodológico. Contenha-se, pelo menos até o fim da argumentação que se segue —a fim de apontar a possibilidade de que haja, também, elementos autoritários no PT e no STF—, antes de berrar que estou do lado do Bolsonaro.

POLARIZAÇÃO – O mesmo reparo vale quando se aponta para a óbvia vocação autoritária do Bolsonaro e seus aliados. Não se deve berrar, comunista! A polarização é um circo de regredidos.

Aliás, esse é um dos piores sintomas da condição regredida da polarização. O enquadramento imediato dos argumentos numa das duas posições miseráveis e reinantes na política brasileira nos últimos anos, ou você é bolsonarista, ou você é petista. E neste quadro de regressão, engana-se quem assume que esse erro seja típico do senso comum.

Não, gente com pós-doutorado ou livre docência, além de outras marcas da realeza acadêmica, incorre na mesma regressão cognitiva, só que com uma linguagem e jargões da academia que só engana quem não é do ramo.

CENSURA JURÍDICA – Quando o ministro do STF Luiz Fux discordou do colega Alexandre de Moraes acerca das medidas restritivas aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro —tornozeleira eletrônica, proibição de qualquer emissão de conteúdo nas mídias, inclusive de terceiros—, chamando mesmo a atenção para o risco de censura jurídica do Estado sobre a liberdade de expressão, logo se tornou objeto de chacota nas bolhas dos petistas e simpatizantes.

Também levantou suspeitas de que, por não ter tido seu visto americano revogado por Trump —nem ele, nem outros dois ministros do STF, Kassio Nunes Marques e André Mendonça—, estaria a serviço do Trump e Bolsonaro.

Hoje, aliás, não sentir o odor de contaminação política ou ideológica no STF pode indicar problemas no sentido do olfato. A temporada de dúvida com relação à pureza jurídica do STF está aberta.

ENFORCAMENTO – Não se considera, nem por um minuto, a possibilidade de que exista algum argumento racional contra qualquer decisão do ministro Alexandre de Moraes contra o Bolsonaro. Poderíamos mesmo supor que, caso fosse ordenado o enforcamento em praça pública de Bolsonaro, haveria um carnaval na Paulista em nome da defesa da democracia.

Alexandre de Moraes virou o faraó do Brasil. E o argumento “em defesa da democracia” virou um sofisma para enganar as pessoas. A retórica política sempre teve vocação a lata de lixo, mas hoje está pior ainda.

A entrevista do ex-presidente do STF Marco Aurélio Mello ao jornal O Estado de S. Paulo, vai na mesma direção de apontar exageros do “espírito de corpo” dos ministros do STF, por não colocarem nenhum freio aos impulsos um tanto inconsistentes juridicamente —na opinião do entrevistado— do ministro Alexandre de Moraes no seu “inquérito do fim do mundo”, o inquérito das fake news, assim como na sua conduta no caso de Bolsonaro. Marco Aurélio Mello chega mesmo a questionar a atribuição do caso ao STF diretamente. No caso da prisão do Lula, o fato de ter sido na primeira e segunda instâncias, pode ser anulada pelo STF sem saia justa.

Evidentemente, as bolhas dos petistas e simpatizantes verão nessa crítica a fala de um “ex-ministro bolsonarista do STF”. De novo, para a esquerda não há racionalidade possível fora do apoio a tudo que o ministro Alexandre de Moraes fizer contra Bolsonaro.

PODER CORROMPE – Resumindo a ópera: a tradição mais comum da boa filosofia política sempre suspeitou que o poder, quando absoluto, corrompe absolutamente quem o possui. Mas, devia ser evidente —pelo menos para aqueles que praticam a palavra pública profissionalmente— que um país em que não se pode xingar livremente os mandatários do poder não é uma democracia plena, como o Brasil hoje.

O famoso argumento em favor da honra é sempre um argumento em favor da censura. Sócrates foi condenado à morte pela democracia ateniense também sob a acusação de ferir a honra de pessoas de “reputação ilibada”. Num mundo como o nosso, onde não há honra —só em sociedades guerreiras a virtude da honra é fato—, qualquer argumento em nome da honra é falso.

A luta no Brasil, hoje, é para não deixarmos o país virar um galinheiro de quintal, dominado pelo canto de três ou quatro galos enfeitados.

Lula volta a desafiar Trump: “Não quero brigar, mas, se quiserem, vai ter”

O presidente Lula da Silva (PT) voltou a defender negociações com os Estados Unidos sobre tarifas de importação, mas disse que, se quiserem continuar brigando com ele, “vai ter”. “Minha vida é essa. Eu não quero brigar. Mas se quiser continuar brigando comigo, ainda não quero brigar. Mas se quiser continuar brigando comigo, aí vai ter”, disse, em um evento em Osasco (SP).

Lula ainda comparou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a Joaquim Silvério dos Reis, traidor de Tiradentes, disse que deputados aliados “têm que tomar uma atitude” com relação a ele e afirmou que o presidente dos Estados Unidos implementou a sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros porque “foi induzido a acreditar em uma mentira”.

JULGAMENTO – Lula reafirmou que, caso a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos tivesse ocorrido no Brasil, Trump seria julgado da mesma forma que Jair Bolsonaro (PL) está sendo.

“[Tiradentes] ia fazer um movimento para fazer a independência. Apareceu um cara, que parecia amigo dele, que chamava Silvério dos Reis, e esse cara traiu o Tiradentes. Por conta dessa traição, Tiradentes foi preso e foi enforcado”, continuou.

“Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional estão agora agarrados na bota do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer intervenção no Brasil. Numa total falta de patriotismo. Junta a falta de patriotismo com traição”, afirmou.

TRUMP NÃO LIGOU – “Se o presidente Trump tivesse ligado para mim, eu certamente explicaria para ele o que está acontecendo com o ex-presidente. Eu explicaria, porque tenho boa relação com todo mundo. Se ele me ligasse, mas não. Ele foi induzido a acreditar em uma mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido.”

Lula disse ainda que foi alvo de mentiras durante a Operação Lava Jato, mas optou por enfrentar o processo judicial, e ironizou Bolsonaro, obrigado na semana passada a colocar uma tornozeleira eletrônica.

“Quando foram me propor um acordo para eu ir para casa de tornozeleira, eu disse para eles que não troco minha dignidade pela minha liberdade. Não vou colocar tornozeleira porque não sou pombo-correio.”

TÊM DE RESPEITAR – Ainda tratando da crise com Trump, Lula reagiu mais uma vez à carta do norte-americano em que o anúncio da sobretaxa foi feito.

“Todos os dados brasileiros sobre saúde, sobre educação, tudo, está nas mãos de quem? Está nas mãos dos americanos. Nós gastamos com eles no ano passado 23 bilhões [ele não disse em qual moeda]. Então, se você pegar serviços e comércio, eles têm um superávit, em 15 anos, de US$ 410 bilhões. Então, quem deveria estar reclamando éramos nós. E nós não estamos reclamando, estamos querendo negociar”, afirmou.

CELULAR SEGURO – Lula abordou outros temas, falando do programa Celular Seguro, que pretende combater o roubo e furto de celular, mas disse que este crime é cometido por um “pobre desgraçado” contra outro nas periferias.

“O que é que leva uma pessoa que mora na periferia a votar num cara rico? Ora, porque quando a gente vota num cara rico significa que a gente está colocando uma raposa para tomar conta do galinheiro. Vocês acham que a raposa vai tomar conta do galinheiro?”, disse Lula.

Ele ainda rebateu críticas a estratégia “nós contra eles” adotada pela comunicação do governo. “Não é nós contra eles, é ‘eles contra nós’.”