Paulo Peres
Poemas & Canções
O jornalista, tradutor e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994) poetizou a “Dança” solitária de uma menina.
DANÇA
Mário Quintana
A menina dança sozinha
por um momento.
A menina dança sozinha
com o vento, com o ar, com
o sonho de olhos imensos…
A forma grácil de suas pernas
ele é que as plasma
o seu par de ar, de vento,
o seu par fantasma…
Menina de olhos imensos,
tu, agora, paras,
mas a mão ainda erguida
}egura ainda no ar
o hastil invisível
deste poema!
Tipo república luso-tupiniquim, feita nas coxas, às pressas, provisória, tipo rascunho com o rascunho permaneceu até os dias atuais, e lá se vão 135 anos.
Vai-se, ao fim da vida, a riqueza e a vaidade
Não mais existe passado, presente e futuro
Do outro lado, só o não-ser, o nada, o escuro
Mas não adianta a gente aqui lamentar
Pois o mundo só muda se a gente mudar
Só através de uma luta constante e resoluta
É que o povo poderá ter direitos e bem-estar