Marinho era como Silvio Santos e fazia tudo por dinheiro
Vicente Limongi Netto
São muito importantes os relatos de Carlos Newton sobre Roberto Marinho e O Globo etc. Tenho boas lembranças do sempre lúcido Moacyr Padilha e do Henrique Caban, tipo pauteiro da matriz para sucursal. Luís Lobo era grande companheiro.
Já o Evandro Carlos de Andrade era um boçal, pernóstico. Certo dia um burocrata do Ministério das Comunicações me ligou na Sucursal de Brasília. “Queremos que troque o setorista-credenciado”. Motivo: faz perguntas inconvenientes ao ministro Higino Corsetti.
“Não vou trocar. Quem faz o jornal conosco é nosso repórter, não são vocês”, retruquei.
SEM TROCA – A queixa chegou ao Evandro Carlos de Andrade, que me mandou obedecer. “Evandro, ninguém aí no Rio é mais jornalista do que minha equipe aqui”, afirmei.
Perdi a chefia de redação, mas mantive a coerência e a dignidade. Estava casado há pouco tempo. Perdi grana da gratificação do cargo, minha mulher ficou uma arara.
Mas fiquei amigo dos irmãos do Evandro, ambos jornalistas: José Carlos, da Última Hora, e Fernando, que trabalhava com o Ibrahim Sued.
ABISMO FINAL – Batalha política tomou conta da atribulada quadra brasileira. Bolsonaro caminhando para o abismo final. Filho fujão aparentemente continuará solto, nas barras das calças do padrinho norte-americano. A violência do palavreado subindo o tom. Antevejo levantes ruidosos no país. Misturados com fogos juninos.
Trump, por sua vez, continua apontando armas pesadas contra o Brasil. São 200 anos de convivência harmoniosa Brasil-Estados Unidos indo para o ralo da intolerância. Mas do que nunca a serenidade precisa entrar na rinha para acalmar ânimos e espíritos. Democracia e constituição não podem ser rasgadas.
HAVELANGE E ARIAS – Vigilante, solidário e competente, o veterano e respeitado jornalista Aristóteles Drummond registrou, na coluna que tem no semanário “Sol”, de Lisboa, a sugestão deste repórter, aqui na Tribuna da Internet, para que na próxima copa do mundo de clubes, em 2029, seja criada e incluída a taça João Havelange.
Ainda no futebol, o monstro Arias merece. Perto dos 30 anos. precisa mesmo sonhar com voos maiores. Deixará imensas saudades. Mas vida de jogador de jogador profissional é feita de etapas e decisões. O craque colombiano do Fluminense deixará saudades. Joga muito. Lustrou e encantou o futebol brasileiro. Aplaudo, de pé, o grande Arias.
OUTROS TEMPOS – Meus sonhos não sorriem mais para o infinito do vento. Não acenam mais para vestidos brancos. Agora meus sonhos dormem na porta dos recados apressados. Nas lembranças das brincadeiras de infância.
Provocam ladeiras que comovem a alma. Meus sonhos não despertam mais agonias prazerosas. Não acariciam mais rostos com lenços perfumados. Sumiram dos rios doces que banhavam meu coração. Meus sonhos desprezavam rancores. Enfeitam espíritos amordaçados pelo tédio.
1) Graças a um primo, conheci o Dr. Evandro Carlos de Andrade, então comecei a fazer resenhas literárias aos domingos, no Segundo Caderno, eu tinha me formado na Faculdade de Letras da UFRJ, bons tempos…
Caro Limongi
O paragrafo final me emociononou.
Me tocou como um relato poético e sentido das mudancas que percebemos e sentimos ao longo de nossas vidas.
Podemos simplesmente lamentar ou fazer poesia sobre isso.
Parabéns
Grato, Duarte. Parabéns pela tua sensibilidade.
É preciso comemorar os 100 anos do jornal O Globo sem falsidades. “Marinho era como Silvio Santos e fazia tudo por dinheiro”, SENTENCIA a legenda MORTAL.
Sem PS hoje.
Que Deus nos proteja!
O meu amigo, Aristóteles Drumond, de sua cidadela em Portugal, corrobora uma justa homenagem ao saudoso presidente da FIFA, João Havelange.
Daqui do Rio, saúdo o escritor Aristóteles Drumond e informo que seu novo livro, Cartas de Lisboa, bomba em todos os lugares.
Uma pena, que Aristóteles, morando em Lisboa, não possa almoçar mais no Restaurante do Mosteiro, na Praça Mauá, na companhia do Relator da Constituinte, Bernardo Cabral.
O dono deixou esse mundo, mas, gerentes e garçons assumiram a gestão do Mosteiro, mantendo a excelência do Restaurante.
O advogado e escritor Castro Neves, recém eleito membro da ABL e detentor de uma biblioteca de mais de 20 mil livros, a maioria sobre William Shakespeare, concedeu entrevista ao repórter do Valor Econômico, publicado na sexta-feira, no Restaurante do Mosteiro.
O tarifaço de Trump contra o Brasil, tem múltiplas motivações. A liderança do Brasil nos BRICs, a aproximação do Brasil com a China, país importante para o Brasil em termos econômicos, pois temos superávit com os chineses da ordem de 20 bilhões, enquanto desde 2015, a balança comercial brasileira tem déficit comercial que já alcança 400 bilhões.
O senador Hamilton Mourão, entrevistado hoje para a GloboNews, culpou o presidente Lula, pelas declarações anti americanas na reunião do BRICs no Rio de Janeiro. Se manifestou contra as tarifas e pediu diálogo.
Em nenhum momento, citou o pedido de ANISTIA para Bolsonaro como condição para revogar as tarifas.
O tempo, Vicente Limongi, sempre é o senhor da razão. Aos poucos, Trump começa a verbalizar os verdadeiros motivos do tarifaço:
1 – PIX, que compete contra os cartões de crédito de bandeiras americanas,
2 – Desmatamento, que aumenta as áreas para a agricultura, prejudicando os produtores americanos do Agro,
3- O comércio desleal da Primeiro de Março, famosa rua de produtos importados de São Paulo.
Ficou só nesses três motivos. E Bolsonaro? Ficou em segundo plano.
Há o tempo, que dizem ser o nosso pior inimigo.
Roberto Nascimento, destacando e saudando Aristoteles Drummond e Bernardo Cabral ilumina meu coração de emoção e minha alma da certeza de que o mundo conturbado tem cura.
Roberto Nascimento destacando e saudando Aristóteles Drummond e Bernardo Cabral ilumina meu coração de ternura e minha alma da certeza de que o mundo conturbado tem cura.