Entre a retaliação e a estratégia: A resposta do Brasil ao tarifaço de Trump

Charge do Jôantas(politicadinamica.com)

Pedro do Coutto

Em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos, o presidente Lula da Silva decidiu regulamentar a chamada lei da reciprocidade, um instrumento que pode permitir ao Brasil aplicar medidas semelhantes contra produtos norte-americanos. A iniciativa surge após o presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, anunciar sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros como aço, carne e derivados agrícolas, a partir de 1º de agosto.

A decisão americana é justificada como um movimento protecionista, voltado a reequilibrar a balança comercial, mas é vista no Brasil como uma ação agressiva, com fortes impactos sobre as exportações nacionais. Diante disso, o governo brasileiro tenta reagir com firmeza, mas enfrenta um dilema delicado: as transações comerciais não ocorrem entre governos, mas sim entre empresas privadas.

EFEITOS REAIS – Portanto, a aplicação de tarifas em resposta precisa considerar os efeitos reais sobre a cadeia produtiva brasileira. Taxar produtos americanos de forma genérica, sem uma análise criteriosa, pode acabar punindo distribuidores nacionais ou mesmo consumidores brasileiros que dependem desses bens importados. É por isso que o governo incluiu empresários e especialistas do setor para mapear os impactos do tarifaço americano e propor caminhos que equilibrem soberania com bom senso.

Ainda assim, a reação brasileira tem méritos. Ao anunciar a regulamentação da lei de reciprocidade, Lula sinaliza que o país não aceitará passivamente imposições unilaterais, como tantas vezes ocorreu no passado. Há, portanto, um gesto de autonomia importante.

Mas ele precisa ser sustentado por inteligência estratégica. O mercado internacional é complexo e multifacetado, e as retaliações comerciais podem ter efeitos colaterais amplos, atingindo justamente as empresas que o governo pretende proteger. Um erro comum — e perigoso — é confundir as esferas pública e privada, como se todo comércio exterior fosse exclusivamente estatal.

CAUTELA – O Brasil, portanto, precisa agir com cautela. A reciprocidade não pode ser cega. Ainda que seja legítimo revidar, é essencial compreender a estrutura das transações comerciais e evitar que a resposta se transforme em armadilha. A taxação de produtos americanos, se mal calibrada, pode provocar prejuízos internos maiores do que os ganhos simbólicos da retaliação.

Por isso, o texto final da regulamentação será decisivo. Só com ele em mãos será possível avaliar se a reação está à altura do desafio ou se se trata apenas de uma resposta impulsiva. De toda forma, o gesto inicial foi positivo. Mostra que o Brasil está disposto a se posicionar no cenário internacional com altivez e firmeza.

Mas firmeza, no campo da diplomacia comercial, não é sinônimo de bravata — é, sobretudo, sinônimo de estratégia. O país precisa proteger seus interesses, mas também preservar sua integração com os fluxos globais de produção e consumo. O equilíbrio entre reação e racionalidade será a chave para que o governo Lula transforme uma provocação externa em uma oportunidade de fortalecimento da posição brasileira no comércio mundial.

12 thoughts on “Entre a retaliação e a estratégia: A resposta do Brasil ao tarifaço de Trump

  1. TARIFAÇO: CONGRESSO ‘ARQUIVA’ ANISTIA

    ALCOLUMBRE E MOTTA ACABAM DE HIPOTECAR SOLIDARIEDADE AO GOVERNO LULA, JUNTOS DE ALCKMIN, e gravam vídeo de divulgação do Ato ao País.

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    Como é sabido, anistia é concedida pelo Poder Legislativo, especificamente pelo Congresso Nacional, através de lei federal.

    O Presidente da República pode sancionar essa lei, mas a iniciativa e a decisão final de conceder a anistia são do Legislativo.

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    Com a retirada da escada Anistia/Trump, ex-mito fica pendurado na broxa.

  2. Ah, vão fumar mulambo estes hipócritas recem aderidos à patriotice!

    Aliar-se ao Irã e Rússia significa o que em termos de “defesa dos interesses nacionais”.

    Com a China poderíamos ter algo, mas a demonizaão da tecnologia e a dependência política da Indústria da Miséria, nos faz sermos exportadores de bananas pra lá. E paira a desconfiança de que poderíamos ser meros office-boys da China com a rexportação de seus produtos.

    Vamos sair da realidade paralela imposta pela Organização Petista, a maior farsa de toda a História – democrata que idolatra ditaduras, identitarista que apoia o Houthis que crucificam homossexuais e homofóbicos e misóginos como Irã, Hamas e Hezbollah – de uma forma muito traumática.

    A bomba certeira está vindo, ainda não sentimos seu calor no cangote. A realidade paralela dos aitolás atolada pelas bombas certeiras é um presságio do que está por vir.

    Logo, logo a múmia que ofere jaboticabas nos fará a todos engolir abacaxis com casca e tudo.

    É muito irresponsabilidade.

    https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economia-e-negocios/tarifa-ret%C3%A9m-em-portos-ou-em-alto-mar-30-mil-toneladas-de-carne-bovina-destinadas-aos-eua-diz-abiec/ar-AA1IFwII

    Ter que suportar isto pra manter os interesses eleitoreiros da Organização que quer reeleger um morto-vivo infantil e incompetente é muito demais!

    Desreconhecer e confrontar nosso segundo parceiro comercial é infantilidade, irresponsabilidade, idiotice ideológica, falta de compromissos com o país.

  3. Análise corretíssima do mestre Pedro do Coutto.O império está em decadência. Para voltar a crescer, é preciso retroceder as práticas antigas do Colonialismo português e espanhol. Como?
    Explorando as riquezas dos países, minerais raros e petróleo. Daqui a pouco vai ser a água.
    Não é só o Brasil, o Canadá também está na mira.
    Aqui nem precisa invadir, é só colocar um lacaio qualquer. A preferência é pelo Bolsonaro, mas, pode ser o Tarcísio também, atual governador de São Paulo, o qual considero mais letal do que o ” mito”.

  4. Donald Trump tem as mesmas características do imperador romano, Nero
    Esse mesmo, que botou fogo em Roma.

    Trump deseja botar fogo no mundo. Agora quer desmontar o Departamento de Educação dos EUA. A Suprema Corte dos EUA, deu o aval para ele ir em frente. Ninguém crítica a Suprema Corte dos EUA, que está referendado as piores bizarrices do imperador. Ataques as Universidades, maldades com os imigrantes e a moto serra nos servidores federais. Tudo liberado por lá, para ele fazer o que quiser.
    Nos Estados Unidos hoje, não tem três poderes, existe só um Poder., o Executivo comandado por Trump.

    Nesse sentido, de comandar o Judiciário e o Legislativo, Donald Trump pode dormir abraçado com o imperador da Venezuela, Nicolas Maduro.
    Olhem só as coincidências:
    Trump quer anexar o Canadá e Maduro quer anexar a província de Exequibo, na Guiana inglesa.
    É nome ou quer mais. São muitas as coincidências.

  5. Quase todos mundo sabe, e quem não sabe não quer entender, que Trump blefa, aumentando exageradamente as tarifas, obrigando os concorrentes do comércio internacional, a negociar com ele. Na base da chantagem. Essa tática, Trump usava quando apresentava o Reality Show , O Aprendiz.
    Ele governa os EUA, como fazia no Aprendido. Demissão injustificada de trabalhadores, blefe em cima de blefe, mentira e maldades a todos tempo.

    Com a China, a chantagem não funcionou. Teve que recuar diante da realidade. Foi pressionado pelos seus financiadores nos EUA, que estavam perdendo muito dinheiro.

    A Reciprocidade, ou seja, tarifar as importações dos EUA é um tiro no pé do Brasil. A saída seria ação de longo prazo, substituindo o cliente EUA, pelos países asiáticos, China, Índia , Paquistão, os tigres e principalmente, aceitar o convite da China e entrar na Rota da Seda.
    Como medida estratégica, o Brasil deveria terminar a Rota transoceânica, ligando o Centro Oeste aos Portos do Chile e do Peru para escoar a produção de grãos para o Pacífico, com o custo menor do que a Rota do Atlântico pelo Canal do Panamá.

    Na prática, o Brasil precisará mudar o eixo da riqueza, do Atlântico para o Pacífico, porque não demora e Donald Trump vai retomar o controle do Canal do Panamá. Aí, caros empresários, a preferência dos navios para atravessar o Canal do Atlântico para o Pacífico será das bandeiras americanas. Alguém dúvida?

  6. Acrescentando tópicos do texto acima.

    Quase todo mundo sabe, e quem não sabe não quer entender, que Trump blefa, aumentando exageradamente as tarifas, obrigando os concorrentes do comércio internacional, a negociar com ele na base da chantagem. Essa tática, Trump usava quando apresentava o Reality Show , O Aprendiz.
    Ele governa os EUA, como fazia no programa Aprendiz Demissão injustificada de trabalhadores, blefe em cima de blefe, mentira e maldades a todo tempo.

    Com a China, a chantagem não funcionou. Teve que recuar diante da realidade. Foi pressionado pelos seus financiadores nos EUA, que estavam perdendo muito dinheiro.

    A Reciprocidade, ou seja, tarifar as importações dos EUA é um tiro no pé do Brasil. A saída seria ação de longo prazo, substituindo o cliente EUA, pelos países asiáticos, China, Índia , Paquistão, os tigres e principalmente, aceitar o convite da China e entrar na Rota da Seda.
    Como medida estratégica, o Brasil deveria terminar a Rota transoceânica, ligando o Centro Oeste aos Portos do Chile e do Peru para escoar a produção de grãos para o Pacífico, com o custo menor do que a Rota do Atlântico pelo Canal do Panamá.
    O aeroporto de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, seria alavancado como rota do Porto de Altoagasta no Chile, trazendo via aérea, as cargas de alto valor agregado para o Brasil. Poderíamos viver um ciclo virtuoso, de riquezas para o Centro Oeste, o Nordeste e o Norte, reduzindo as gigantescas desigualdades econômicas e sociais, em favor do Sudeste.

    Na prática, o Brasil precisará mudar o eixo da riqueza, do Atlântico para o Pacífico, porque não demora e Donald Trump vai retomar o controle do Canal do Panamá. Aí, caros empresários, a preferência dos navios para atravessar o Canal do Atlântico para o Pacífico será das bandeiras americanas. Alguém dúvida?

  7. Os EUA estão efetivamente perseguindo o Brasil.
    Descobriram que a mando do Secretário de Estado de Trump, Marco Rúbio, autoridades americanas tentaram convencer o Paraguai a vender para as empresas bigtecks americanas, o excedente de energia de Itaipu Binacional, a Hidroelétrica conjunta Brasil & Paraguai.
    O Brasil desde a inauguração de Itaipu na década de 70, compra do Paraguai o excedente de energia elétrica.

    O fato é de uma gravidade impressionante. Lembro, que a Inglaterra insuflou a Argentina, o Uruguai e o Brasil a entrarem em guerra contra o Paraguai, sob o argumento de que o presidente Solano Lopes preparava uma invasão aos três países, em busca de expandir o território paraguaio.

    A carroça indica, que Trump vai tentar abrir um contencioso dos países do cone sul contra o Brasil. Começou pelo Paraguai, depois virá a Argentina.

    Será que o imperador Trump, deseja desviar as guerras na Europa e Oriente Médio e começar uma nova na América Latina?

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