A chantagem de Trump já conseguiu matar o bolsonarismo moderado?

Trump ameaça impor tarifas de 100% sobre a Rússia se não houver cessar-fogo com a Ucrânia – CartaCapital

Trump é um jogador de cartas e sabe o que está fazendo

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Um nome de direita pode chegar ao segundo turno das eleições de 2026 sem o apoio de Bolsonaro? Por mais que isso me entristeça, sou obrigado a admitir: “provavelmente não”. A não ser que uma revolução do sentimento popular ocorra, o candidato que disputará o segundo turno com Lula será aquele ungido por Bolsonaro.

É claro que o melhor para o Brasil é ter uma direita democrática e que rejeite o bolsonarismo. A criação dessa direita, contudo, é um trabalho de mais longo prazo. No horizonte previsível, o ex-capitão segue incontornável em 2026.

PELA DEMOCRACIA – Para o Brasil —e sem expressar aqui preferência por qualquer lado que seja—, seria muito importante que o candidato de direita em 2026 não reproduza as condutas antidemocráticas de Bolsonaro em 2022, o mais grave ataque à nossa democracia na Nova República.

Desses parágrafos iniciais, uma conclusão se segue: seria muito importante para o Brasil que o candidato apoiado por Bolsonaro seja alguém que não reproduza as condutas antidemocráticas de Bolsonaro. Estou falando, é claro, do “bolsonarismo moderado”.

Esse campo é ocupado pelos governadores de direita aliados de Bolsonaro, como Tarcísio, Ratinho Jr., Romeu Zema ou mesmo Ronaldo Caiado. Desde que Bolsonaro está inelegível, muito se discute se ele apoiará alguém com esse perfil ou se optará por um nome do bolsonarismo mais radical, como algum familiar.

CHANTAGEM DE TRUMP – A chantagem tarifária de Trump —em parte fruto da influência de Eduardo Bolsonaro junto a políticos americanos— pode ter ferido de morte as chances dos bolsonaristas moderados.

O caminho do meio, de ser aliado político de Bolsonaro ao mesmo tempo em que se respeita a democracia e as instituições brasileiras, está impossibilitado. Ou adere-se ao clamor pela supressão do nosso Judiciário em subserviência aos EUA ou rompe-se com Bolsonaro. O ticket para o segundo turno acaba de ficar muito mais caro.

Trump exige que, para não impor tarifa de 50% sobre nossas exportações, o Brasil mantenha Bolsonaro livre e elegível. Vale lembrar: a inelegibilidade não vem do processo sobre a tentativa de golpe; ela decorre da condenação eleitoral, em 2023, por abuso de poder econômico e político.

DUPLA ANISTIA – Para que o julgamento de Bolsonaro seja encerrado e ele possa concorrer será necessário revogar não só o STF (Supremo Tribunal Federal), como também o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O discurso de Tarcísio — e de boa parte da direita brasileira — de culpar Lula pelas tarifas não funciona para o bolsonarismo radical. Para essa ala extremista, o culpado pelas tarifas tem que ser o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Se o discurso de Tarcísio colasse e Lula perdesse popularidade, isso seria péssimo para eles, pois seu objetivo não é derrotar a esquerda em 2026, e sim salvar Bolsonaro da Justiça. O ataque frontal ao Judiciário e a subserviência a Trump viraram condições inegociáveis para se estar junto de Jair.

SEM POSSIBILIDADE – A estratégia de Eduardo Bolsonaro é racional? Não. Um nome mais moderado apoiado por Bolsonaro teria chances em 2026 e poderia, aí sim, articular uma anistia com o Congresso.

Eduardo feriu de morte essa possibilidade. Agora, ele não só não conseguirá reabilitar o pai como mina a popularidade de seu próprio lado, fortalece Lula para 2026 e ainda cola em seu próprio movimento o selo de traidores da pátria.

A racionalidade pode muito pouco, contudo, quando a família está em jogo.

13 thoughts on “A chantagem de Trump já conseguiu matar o bolsonarismo moderado?

  1. Chantagem!

    Rs…

    Não estão entendendo nada.

    As facilidades do PT para as oligarquias reacionárias e extemporâneas e sua democracia pra lá de relativa parece estar chegandp ao fim.

    O eixo das ditaduras terão que buscar outra plataforma no Ocidente.

    Devem agradecer o esforço do extremamente democrata, Lules.

  2. Artigos que já nascem rotulados de direita, esquerda e centro, oposição e situação, que incitam automaticamente a nefasta polarização e, por conseguinte, a guerra tribal, primitiva, permanente e insana entre os me$mo$, por poder, dinheiro, vantagens e privilégios, sem limite$, infelizmente, não contribuem em nada para o avanço da abertura democrática total que no Brasil ainda é um criança estacionada na velha plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia, fantasiada de democracia apenas para ludibriar a tola freguesia, copiada mal e porcamente dos EUA. NO CASO, A NOSSO VER, O NOME DA DOENÇA GRAVE DO MORIBUNDO é Dona República, traíra, exaurida, levada à exaustão pelos seus Ricardõe$ e Ricardona$, face ao excesso de paixão e de apego dos me$mo$ pelo patrimônio do gigante entorpecido e adormecido. NA MINHA OPINIÃO, cristalizada há mais de 40 anos, inserida no meu opúsculo, intitulado O Mapa da Mina, do bem comum do povo brasileiro, na pista há cerca de 20 anos, e impresso numa gráfica cujo dono era tb o dono do jornal local, tucano militante, ativista, articulista e dirigente do PSDB, uma gráfica quase que de fundo de quintal, uma quase manjedoura, onde, pasmem, depois de revisado, fora sabotado na hora da impressão, na contracapa tem uma enorme interrogação sendo derrubada, tipo enigma decifrado, dando conta de que Dona República encontra-se gravemente enferma, porém grávida de 7 filhas lindas, em condições de ganharem a luz, mas que não podem ser salvas sem o sacrifício da mãe. POR OUTRO ÂNGULO, na minha visão de “médico cirurgião” da política que, há 40 anos, estuda o paciente Brasil, existem apenas duas saídas para o enfermo, e de duas uma: ou transformamos a lagarta moribunda em sete borboletas capazes de voar por contra própria, confederativas, ou estamos todos desgraçados, desbundados e sem futuro, sufocados até a morte dentro do casulo federativo exaurido, mais quebrado do que arroz de terceira, dominados por carrapatos de todas as estirpes, tendências e matizes. https://www.facebook.com/photo/?fbid=4765448610133328&set=a.355391887805711

  3. Jornalismo é isso aí, se não existisse não teríamos a oportunidade de esculhambar todo mundo.
    Moral, não tem moral, é melhor assim que ser cego, surdo, mudo e omisso.
    Outro assunto:
    O meu favorito, Dom Curro de La Grana, descobriu o caminho para as minas de Ofir do Rei Salomão, ele malandramente, sub-repticiamente, percebeu que quanto mais esculhamba Trump, mais os institutos de pesquisa acusam sua melhoria eleitoral diante de seu distinto público.
    Como diz minha amiga de Cuiabá, “eu si divirto”, Dom Curro vai vasculhar a Enciclopédia da Patifaria a procura de verbetes pejorativos para avacalhar seu desafeto alaranjado, vai vir com uma oratória tão canhestra que Demóstenes, Péricles e o próprio Catilina vão parecer camelô de fita cassete das periferias.
    Jornalistas amancebados com a ideologia e verba do Barba gostam de fanfarronear que ele tem o dom da oratória.
    Ladeado de carregadores de penicos e puxa sacos ele segue batendo o bumbo.
    Vai lá Barba, xinga logo a mãe dele!
    Hehehe.
    (eu si divirto)

    • Dos votos.
      Em quem eu votaria: Bolsonaro, Tarcísio, Zema, Caiado, Ratinho, Milei, Trump, Bukele, Netanyahu e afins.
      Em quem não votaria, Loola e seus carregadores, Stalin, Mao, Pol Pot e Fidel, Xi Jinping e Putin.
      Ah… e meu favorito, o Gordinho Atômico, Kim Jong-un (General de quatro estrelas do exército chinês)

  4. Lembrete:
    Mas acontece que esses governadores de direita aliados de Bolsonaro, como Tarcísio, Ratinho Jr., Romeu Zema ou mesmo Ronaldo Caiado , são da mesma ” laia e antro ” de Jair Bolsonaro , ou seja , são tão ou mais nocivos ao Brasil quanto Jair Bolsonaro , logo não existe como dissocia-los de seu comparsa-mor Jair Bolsonaro , visando enganar os incautos eleitores em ainda dúvida , quanto as suas escolhas poçíticas.

  5. O missivista ainda não entendeu que é o Brasil que trabalha e produz contra o Lula e seu bando de sugadores que só pensam em mamar nas tetas públicas.

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