Trump terá candidato no Brasil na eleição de 2026, e a China também

Lula, Bolsonaro e Trump - Metrópoles

É certo que Trump estará atuante na eleição brasileira

Mario Sabino
Metrópoles

Donald Trump é um imperialista do século XIX que comanda os Estados Unidos do século XXI. Ambiciona que os americanos tenham uma hegemonia incontrastável, e o seu grande porrete é a economia da qual o mundo inteiro depende, além do poderio militar sem rivais.

Fazer os Estados Unidos grandes de novo é desenhar o mapa da geopolítica por meio da geoeconomia, um conceito que está longe de ser novidade. As sanções impostas pelo Ocidente à Rússia e ao Irã, por exemplo, são geoeconomia.

ANTIGLOBALIZAÇÃO – O aspecto surpreendente é Donald Trump usar a extraordinária força econômica americana como instrumento de coação de países aliados, penalizados com tarifas exorbitantes e a exigência de investimentos vultosos nos Estados Unidos para reverter a desindustrialização das últimas décadas, fruto amargo da globalização, na visão do presidente americano.

Todos terão de pagar um pedágio alto para usufruir do mais rico mercado do mundo. Todos terão de ajudar a cobrir o imenso déficit das contas governamentais americanas — não basta mais comprar títulos da dívida dos Estados Unidos, como já o fazem.

O resultado geopolítico da geoeconomia de Donald Trump é que foi abalado o sistema de alianças construído a partir do final da Segunda Guerra, e é improvável que volte a ser tão robusto como parecia ser até oito meses atrás.

UM EXPERIMENTO – O presidente americano também está fazendo um experimento, e o Brasil é a sua cobaia. Ao lado do tarifaço, ele decidiu lançar mão de um instrumento legal dos Estados Unidos, a Lei Magnitsky, para interferir na política do maior país da América Latina, região que julga ser o seu quintal e que a China deseja que passe à sua esfera de influência.

Na visão do presidente americano, o Brasil tem dois problemas: um presidente de esquerda e um presidente de esquerda que resolveu brincar de ser grande potência e que faz o jogo da China, por intermédio do Brics.

A hegemonia incontrastável pretendida por Donald Trump não admite governos de esquerda, seja no seu próprio país, seja além das fronteiras americanas, em quaisquer latitudes.

PAPEL DO MAGA – Para moldar ao mundo à sua imagem e semelhança, o presidente conta com um movimento com tentáculos internacionais, o Maga.

Ele tenta, assim, influenciar diretamente a política interna de nações europeias para colocar a direita dura no poder, mas lá o jogo é muito mais complicado.

A velha Europa conta com democracias consolidadas, nas quais os atores são partidos fortes, de variados matizes ideológicos, e eleitores politizados. Já na América Latina, onde a esquerda viceja, a história é diferente: as democracias são frágeis e os eleitores são apenas massa de manobra.

EFEITO BRASIL – No subcontinente, o Brasil pode servir não só de case forte, ótimo para ser replicado nos seus vizinhos, como oferece condições ideais para o experimento de Donald Trump.

O país espelha em ondas tropicais o quadro institucional dos Estados Unidos que Donald Trump pintava antes de ser eleito, e que ele quer pendurar na história oficial.

O Brasil tem um ex-presidente de direita, que afirma ter sido derrotado em razão de fraude eleitoral e que, acusado de tentar um golpe, é perseguido por uma Justiça que transbordou do seu leito institucional, em conluio com um presidente de esquerda.

E AS BIG TECHS – Para completar, há também o objetivo de censurar as big techs, cujas plataformas são essenciais para a difusão das vozes de direita, que têm acesso restrito ou quase nenhum nos meios de comunicação controlados pela esquerda.

Não importa se o quadro é falso ou se é verdadeiro até certo ponto. Nada mudará a visão que Donald Trump tem da situação brasileira.

Nas condições existentes hoje, mesmo com todo o seu poder, é impossível que o presidente americano consiga que Jair Bolsonaro se livre dos seus processos e se torne elegível em 2026. Não estamos mais no século XIX. Mas o presidente americano terá um candidato em 2026. E a China também.

11 thoughts on “Trump terá candidato no Brasil na eleição de 2026, e a China também

  1. Sabino tem tolerância zero com a corrupção petista, mas é incapaz de enxergar a ligação do partido com a escória narco-socialista do Foro de SP.

    O Lula age como bolivariano, vestiu a camisa do narcotraficante Maduro, repete o discurso socialistóide, quer a censura chinesa, aparelhou o STF com petralhas e o Sabino acha que vivemos numa Xangri-Lá. Haja paciência com esses tucanalhas.

  2. A verdade, nua, crua e dura está claramente visível na foto. Três velhos decrépitos que estarão desmaterializados em poucos anos. Um deles tumultua o planeta com suas maluquices.
    Os outros dois disputam uma cadeira de mandatário que há muito perdeu poder, significado e importância num país do futuro que nunca chegará para a população que insiste em colocá-los em evidência.

  3. Tenho impressão que vem uma bomba de magnitude tão poderosa e avassaladora que a República não vai se permanecer de pé até o final do ano. As provas serão irrefutáveis. A ver.

  4. Bora, Trumpete, arrebenta com tudo….

    Bota esses comunistas filhos de umas plutas (com todo respeito a Mama do Pluto). para correr……

    “…Trump eleva tarifa da Índia de 25% para 50% e acende alerta no Brasil

    Medida de retaliação dos EUA ameaça outros países que importam óleo da Rússia

    • A tarifa é paga pelo consumidor americano – não pelo brasileiro!
      Vai prejudicar nossa competição no mercado americano mas o veneno envenena os dois lados.
      China, por exemplo, não está em desespero at all porque o mercado americano corresponde a 20% de suas exportações.

  5. Publicado pelo MBL
    A PGR está apontando um esquema de corrupção milionário no Pará envolvendo obras da COP30, um evento supostamente feito para tratar de mudanças climáticas, mas que está sendo um papelão em administração.
    A PF encontrou R$ 5 milhões em dinheiro vivo com um funcionário do deputado Antonio Doido. Um único homem sacou quase R$ 50 milhões nos últimos anos de contas de empreiteiras que têm contratos com a COP30. Além do esquema de corrupção, o dinheiro também é usado para compra de votos.
    A COP30 é um evento para tratar de mudanças climáticas, mas que destruiu dezenas de hectares de florestas para a estrutura do próprio evento. O governo Lula está injetando centenas de milhões de reais no evento sediado em Belém, cidade conhecida por ser a capital mais favelizada do Brasil. Bizarro.

  6. “Pessoas se dispõem a sair de casa e protestar quando se identificam fortemente com os outros manifestantes, acreditam que um valor essencial ou a sobrevivência do grupo está em risco ou sentem urgência diante de uma ameaça. Todas essas condições estão presentes para os bolsonaristas, desde que as narrativas sobre “a ditadura de Alexandre de Moraes” e a perseguição injusta a Bolsonaro foram plenamente incorporadas pelo movimento. As manifestações são, então, atos de autodefesa tribal, de sobrevivência da própria identidade.
    Nisso, o consórcio Bolsonaros-Malafaia é especialmente eficaz. Sabe que o bolsonarismo se move por medo e indignação, sentimentos que precisam de um bicho-papão para serem suscitados. Se o antipetismo perdeu apelo político, ou ficou menor que o antibolsonarismo — como comprova o fato de Lula ter sido reeleito em 2022 —, o novo monstro que frequenta os pesadelos é Alexandre de Moraes.”

    Artigo resumido de Wilson Gomes que saiu na Folha.

    A criação de um inimigo para manipular massas é similar ao berrante usado pelos vaqueiros para conduzir a boiada.

  7. Autocracia e plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia, fantasiada de democracia apenas para ludibriar a crédula e tola freguesia, na real, vítima, refém, súdita e escrava das me$ma$, são dose para a Democracia Direta, com Meritocracia e Deus na Causa, jabuticaba norte-americana copiada no Brasil mal e porcamente pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos, velhaco$ que de tão insegura e medrosa que é obriga as pessoas a votarem bem como não permite nem sequer candidaturas avulsas, com o monopólio eleitoral mantidos nas mãos limpíssima$ dos donos de partidos. E, cá entre nós, esse negócio de Tio Sam intrometer-se em países estrangeiros, apoiando eleições, golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais de pupilos, apontar e eleger presidentes mundo afora, à base de injeção de dólares e fake news em abundância, já deu merda em muitos países do mundo, vide, p. ex., a situação da Ucrânia e do sofrido povo ucraniano, desgovernado por Zelensky, quase que completamente destruída, usada como pivot de uma possível guerra nuclear . O FATO é que para conter a loucura dessa gente por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, tá mais do que na hora de a Nova Via Política de Verdade, extraordinária, com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, representada pela RPL-PNBC-DD-ME, entrar na cena eleitoral de alguma maneira, que tudo indica representa certa de 60% do eleitorado cansado de tudo isso que aí está há cerca de 135 anos, a julgar pelos números da abstenção, dos votos em branco e nulos e pela quantidade de antilulismo, antibolsonarismo e seus puxadinhos, para bater de frente contra o continuísmo da mesmice dos me$mo$ e do velho sistema que já morreu mas que não se faz de rogado, não se dá por achado e nem aceita ser enterrado, de modo que se a RPL-PNBC-DD-ME, vencer nas urnas, na boa, na moral e no jogo limpo, o establishment dominante, missão impossível em Deus na Causa, então seja feita a vontade da maioria do povo, com mudanças de verdade, sérias, estruturais e profundas, porque Democracia de Verdade é o poder e o governo do povo para o povo, e, no caso, a voz do povo é a voz de Deus. https://www.tribunadainternet.com.br/2025/08/06/trump-tera-candidato-no-brasil-na-eleicao-de-2026-e-a-china-tambem/#comments

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