Charge do Nando Motta (Arquivo Google)
Merval Pereira
O Globo
Os projetos da oposição serão colocados em pauta, apesar de o presidente da Câmara, Hugo Motta, garantir que não houve acordo com os deputados que ocuparam o Congresso. Apenas o impeachment do ministro Alexandre de Moraes não vai entrar em discussão, mas o fim do foro privilegiado pode ser aprovado, porque fugir do STF neste momento é interesse apartidário.
A anistia para o pessoal de 8 de janeiro, que não pega nem Bolsonaro, nem os militares, talvez não seja aprovada; mas se for, será contestada no STF e a crise vai continuar. Embora, se aprovar a anistia, é possível que tentem ampliá-la e será outra luta política.
CENTRÃO ADERE – O Congresso está rebelado, o centrão não está muito disposto a entrar nesta rebelião, mas se a votação for para o plenário, muitos vão aderir – assim como muitos que integram o governo vão ficar de fora.
O centrão só existe na democracia; numa ditadura, eles não têm voz e provavelmente muitos serão presos, na hipótese de um golpe de Estado.
No fundo, o que está acontecendo é uma tentativa de desmoralizar a Justiça brasileira, para dar margem a algum tipo de intervenção que permita zerar o jogo. Uma espécie de golpe continuado – várias maneiras de pensar a mesma coisa. Antes, era anular a eleição, agora é anular a cassação de Bolsonaro para que ele possa disputar a eleição em 2026.
FATO GRAVE – O apoio de Trump a estas rebeliões e contra o STF é um fato novo muito grave, porque pode quebrar algumas resistências no meio militar. Saber que os EUA não apoiariam o rompimento das regras constitucionais foi o que parou as tentativas de golpe em janeiro. Mas Trump, ao contrário, anuncia a cada dia que é o STF que está rompendo as linhas da democracia.
Caso um candidato de direita assuma o governo, é capaz de o apoio do presidente americano potencializar o anseio da extrema-direita de não respeitar as instituições. É preciso muita cautela, porque a situação é delicadíssima.
Ministros do STF estão ‘apavorados’ com Lei Magnitsky
Um político influente, com décadas de Parlamento nas costas e acesso direto a vários ministros do Supremo relata que os magistrados estão apavorados com a possibilidade de serem atingidos pela Lei Magnitsky:
– “Imagine só isso acontecer no estágio de vida deles. Ninguém quer uma coisa dessas”.
Fonte: O Globo, 10/08/2025 07h20 Por Lauro Jardim
Sanção de Trump extrapola Moraes e coloca STF sob pressão inédita
Embora voltada a Xande, a aplicação da Lei Magnitsky extrapola o magistrado e gera tensão inédita na Corte e no Poder Judiciário.
Fonte: Folha de S. Paulo, Política, 10.ago.2025 às 13h00 Por Ana Gabriela Oliveira Lima