Guilherme de Almeida, o Príncipe dos Poetas, guardava belas recordações

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Guilherme de Almeida e a paixão pelos livros

Paulo Peres
Poemas & Canções

O desenhista, cinéfilo, jornalista, advogado, tradutor, cronista e poeta paulista Guilherme de Andrade de Almeida (1890-1969), considerado o Príncipe dos Poetas Brasileiros, no poema “Coração” invoca as lembranças do seu tempo de criança.

CORAÇÃO
Guilherme de Almeida

Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que lá se vão

Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?

Como vais,como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas
Porque és puro e porque és bom! 

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